sexta-feira, 31 de maio de 2024

Google restringe respostas geradas por IA nas buscas após sugestões como 'cola na pizza'


Segundo a empresa, há um 'vácuo de dados' ou uma 'lacuna de informações' em consultas estranhas, o que fez com que conteúdos satíricos aparecessem como respostas. Imagem de arquivo mostra a logo do Google Andrew Kelly/Reuters/Arquivo Após ser alvo de críticas por resultados sem sentido em buscas como "quantas pedras devo comer por dia" ou sugestões como colocar "cola na pizza" para o queijo aderir melhor ao molho, o Google disse que restringiu as respostas geradas por inteligência artificial (IA). "Algumas visões gerais de IA estranhas, imprecisas ou inúteis certamente apareceram. E, embora geralmente fossem para consultas que as pessoas normalmente não fazem, destacaram algumas áreas específicas que precisávamos melhorar", disse o Google em texto divulgado no blog da empresa nesta quinta-feira (30). Segundo a empresa, há um "vácuo de dados" ou uma "lacuna de informações" em consultas estranhas, o que fez com que conteúdos satíricos aparecessem como respostas. "Atualizamos nossos sistemas para limitar o uso de conteúdo gerado pelo usuário em respostas que poderiam oferecer conselhos enganosos. Adicionamos restrições de acionamento para consultas onde a IA não estava se mostrando tão útil." O Google disse que além das restrições para consultas desse tipo, aplicou melhorias no seu sistema de inteligência artificial. "Com bilhões de consultas chegando todos os dias, é inevitável que haja algumas peculiaridades e erros. Aprendemos muito ao longo dos últimos 25 anos sobre como construir e manter uma experiência de pesquisa de alta qualidade, incluindo como aprender com esses erros para tornar a pesquisa melhor para todos."

quinta-feira, 30 de maio de 2024

TikTok prepara 'clone' americano para escapar de banimento nos EUA, diz agência


Segundo a Reuters, rede social trabalha em uma versão de seu algoritmo de recomendação de vídeos que seria exclusiva para os EUA. Em abril, o presidente Joe Biden sancionou a lei que força venda da operação americana da empresa até janeiro de 2025. Prédio do TikTok na Califórnia, em foto de abril de 2023 Mike Blake/Reuters O TikTok está desenvolvendo um clone de seu algoritmo de recomendações de vídeos, o que pode ajudar a plataforma a contornar o possível banimento nos Estados Unidos, informou nesta quinta-feira (30) a Reuters. A ideia da ByteDance, dona do TikTok, é lançar uma versão independente da usada em boa parte do mundo para atender aos 170 milhões de usuários da rede social nos EUA, segundo fontes que falaram à agência sob a condição de anonimato. O trabalho para dividir o código-fonte do aplicativo começou no ano passado, antes do presidente dos EUA, Joe Biden, sancionar a lei que força a venda da operação americana da plataforma até janeiro de 2025. Centenas de programadores têm trabalhado para separar milhões de linhas de código para eliminar ligações com a versão do TikTok para a China, conhecida como Douyin, e informações vinculadas a usuários chineses. O algoritmo do TikTok é apontado pela ByteDance como o fator que contribuiu para a popularidade da rede social. Como acontece em outras redes sociais, esse código é usado para fazer recomendações personalizadas de vídeos com base nas preferências de cada usuário. As fontes ouvidas pela Reuters afirmaram que a criação de uma versão exclusiva para os EUA poderia facilitar a venda da operação do TikTok no país, embora a empresa não tenha planos de fazer isso neste momento.

'Catálogo da Terra inteira', o livro revolucionário que inspirou Steve Jobs e outros pioneiros da internet


O livro 'Whole Earth Catalog' era, em parte, um manual de instruções e, em parte, uma enciclopédia da contracultura. O 'Whole Earth Catalog' influenciou toda uma geração de idealistas e pioneiros Getty Images via BBC "Quando era jovem, havia uma publicação assombrosa chamada Whole Earth Catalog ('Catálogo da Terra inteira', em tradução livre), que era uma das bíblias da minha geração", contou Steve Jobs. A fala ocorreu em seu emblemático discurso na Universidade de Stanford, na Califórnia (EUA), em 2005. "Era como o Google em versão de papel, 35 anos antes que o Google chegasse", explicou o venerado cofundador da Apple e pioneiro da computação pessoal. "Era idealista, repleto de ferramentas bem projetadas e grandes ideias." A publicação também mudou a vida do eminente médico epidemiologista Larry Brilliant, que leu o livro no final da década de 1960. Brilliant também é filantropo e especialista em tecnologia. "A internet, para nós, naquela época, antes que existisse a internet, era o Whole Earth Catalog", declarou ele à BBC. Brilliant estava começando sua carreira em Medicina em Detroit, nos Estados Unidos, quando chegou à Califórnia em 1967. Ele foi envolvido pela onda de ativismo político e pelo "Verão do Amor" daquele ano, em São Francisco. Ele conheceu Steve Jobs aos 19 anos, em um ashram indiano. Os dois se tornaram amigos para o resto da vida. 'Ganho R$ 20 mil por mês': profissionais contam como é trabalhar na área da inteligência artificial Steve Jobs Associated Press Brilliant foi detido junto com Martin Luther King, enquanto marchava em defesa dos direitos civis. E também ajudou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a erradicar a varíola. Em toda parte ao seu redor, as pessoas falavam em revolução e os hippies experimentavam a vida comunitária. Mas havia um grande problema, como detectou o ícone da contracultura da época, Stewart Brand. Brand vivia em uma comunidade cuja aspiração era "reinventar a civilização, o que era corajoso e admirável", recordou ele, em entrevista ao Museu Victoria & Albert de Londres. Mas ninguém "sabia fazer nada, cultivar um jardim ou construir uma casa... nada de nada." Brand quis ajudar esses hippies idealistas. "Como eu havia me formado como cientista, minha perspectiva foi tentar fornecer a esse movimento o respeito por fazer as coisas", afirma ele. Vale a pena trabalhar com inteligência artificial? Veja dicas de quem já está na área Sam Altman, 'pai' do ChatGPT, diz que vai doar maior parte de sua fortuna para caridade Stewart Brand, em foto de 1975, foi o autor do livro Getty Images via BBC 'Somos como deuses' Brand passou anos viajando pelos Estados Unidos coletando informações que poderiam ajudar essas comunidades. E reuniu todas essas informações em um livro redigido com máquina de escrever e encadernado com cola e tesoura. O Whole Earth Catalog era, em parte, um manual de instruções e, em parte, uma enciclopédia da contracultura. Além do subtítulo "acesso a ferramentas", a capa continha uma imagem da Terra, que foi resultado de uma campanha do próprio Brand em 1966. Ele queria que a Nasa publicasse uma foto do planeta inteiro, visto do espaço. Abrindo-se o livro, sua introdução começava dizendo: "Somos como deuses e é melhor nos acostumarmos com isso." Seguia-se uma coleção de resenhas, guias práticos e manuais sobre o libertarismo anárquico, análises culturais e comentários sarcásticos, tudo impresso em páginas com denso conteúdo. E por que esse livro foi tão importante? "Foi importante porque não tínhamos internet", explica Brilliant. "Não tínhamos acesso aos grandes livros. Não tínhamos acesso às coisas de fora da nossa comunidade local. Não tínhamos contato com tanta gente." "O catálogo nos uniu e foi essencialmente um guia para o consumidor sobre as melhores ferramentas para viver, empoderar-se e fazer parte de alguma coisa. Se você quisesse saber qual era o melhor canivete suíço ou qual a melhor ferramenta para escavar latrinas, se fosse ficar muito tempo na floresta, você consultava o livro." Brilliant disse, ainda: "Era como o Google, mas sem a parte do motor de busca, de forma que era preciso revisá-lo cuidadosamente". Um coletivo de arte de São Francisco colocou quase todas as edições do catálogo na internet Whole Earth Index via BBC O coletivo de arte de São Francisco (EUA) Grey Area, em conjunto com a organização cultural Long Now Foundation e o Internet Archive, recentemente colocou quase todas as edições do catálogo no website wholeearth.info. Atribui-se à publicação a união do movimento hippie dos anos 1960 com a revolução da informática nas décadas de 1970 e 80 – o casamento da contracultura com a cibercultura. Por isso, para uma geração de pessoas que cresceram na Califórnia na década de 1960 e se tornariam os pioneiros da informática moderna, aquele era o livro mais importante que eles já haviam lido. Sua mensagem ficou gravada na mente de pessoas como Jobs: não seriam os protestos, nem a política, nem o lobby – o que mudaria o mundo seria o acesso à informação. Naquela época, a ideia de que a informação poderia ser liberada para empoderar as pessoas era revolucionária. Mas, quando Jobs lançou o primeiro computador pessoal no mercado de consumo em 1984, ele disse a Brilliant que aquela era a nova contracultura. "Certa vez, brincando, perguntei a ele se, ao entrar no mundo dos computadores, ele estaria abandonando os valores que tínhamos nos anos 1960 e 70, o movimento rumo à igualdade", recorda Brilliant. "Ele respondeu: 'Enquanto muitas pessoas levantam os punhos e gritam: 'poder para o povo', eu desenvolvo um Apple [ou, naquela época, um Macintosh] e coloco nos seus escritórios a um preço acessível. Assim, estou literalmente dando poder às pessoas", disse. "Ele realmente acreditava nisso." Larry Brilliant era amigo de Steve Jobs e ganhou um dos primeiros computadores da Apple Getty Images via BBC O poço Naquela época, o idealismo hippie já havia desaparecido. Mas Brilliant se perguntou se as novas e estranhas máquinas que Jobs e outros pioneiros estavam desenvolvendo seriam a peça que faltava na visão de Stewart Brand. O Whole Earth Catalog só conseguia atingir um número limitado de pessoas. E se os computadores pudessem conectar a nós todos, oferecendo acesso a ferramentas e nos transformasse em deuses? Brilliant então ligou para Brand. No princípio, ele duvidou. "Era um negócio e nenhum de nós havia realmente dirigido um negócio", contou ele. "Mas, durante um almoço, surgiu a ideia de reunir online as pessoas que haviam ficado fascinadas com o catálogo." Brilliant ficou intrigado com o que havia visto nas poucas comunidades virtuais que havia naquela época. "Algumas daquelas primeiras conversas eram mágicas", relembra ele. "As pessoas se conheciam e não se sabiam se o outro com quem conversavam era negro ou branco, homem ou mulher, alto ou baixo, norte-americano ou estrangeiro..." "Era como o que Martin Luther King havia dito – que as pessoas seriam conhecidas não pela cor da pele, mas pelo conteúdo do seu caráter. Isso acontece quando você não pode ver a outra pessoa." Assim foi criada The Well (o poço, em tradução livre). Era a sigla em inglês de Whole Earth 'Lectronic Link (Link eletrônico da terra inteira, em tradução livre), o irmão gêmeo do livro de Brand, em forma digital. Chamado à insensatez Em meados da década de 1990, The Well havia se tornado o lugar mais importante da internet. Quase ninguém estava online naquela época, mas as poucas pessoas conectadas conheciam The Well. "Passou Imediatamente a ser um lugar a que você podia recorrer se quisesse manter uma conversa interessante", relembra Brilliant. "Tivemos muita sorte porque [a banda de rock] Grateful Dead fazia parte do nosso mundo, já que, em certo momento, 30 a 40% da nossa receita vinha dos [seus fãs] Deadheads tentando conseguir entradas", brinca ele. The Well reuniu hackers, hippies e escritores de toda a região da baía de São Francisco. Eles conversavam online sobre tudo, desde tecnologia e política até o sentido da vida. Depois de se conhecerem online, eles acabavam promovendo festas – um sinal precoce de que os mundos real e virtual poderiam se fundir. "Diferentemente do Facebook, nós nos conhecíamos online antes de nos conhecermos pessoalmente", conta o escritor Howard Rheingold. Ele foi um membro influente de The Well e cunhou a expressão comunidade virtual. "Muitas das comunicações pessoais se tornaram relações. As pessoas se conheceram e se casaram, os casamentos foram desfeitos, as pessoas recebiam apoio quando ficavam doentes, recebiam ajuda quando alguém morria", contou Rheingold ao jornalista Rory Cellan-Jones, da BBC, em 2011. O website e o livro compartilhavam uma visão de mundo radical. As velhas hierarquias controlavam a informação. Os poderosos magnatas da televisão e dos jornais decidiam o que as pessoas comuns liam e viam. O conhecimento estava encerrado em velhas bibliotecas empoeiradas. As pessoas de fora do bairro eram consideradas alienígenas. O livro de Brand tratou de mudar tudo isso – e a internet completaria sua missão. Para muitos, The Well é a primeira rede social do mundo, o ancestral direto do Facebook, Twitter, Instagram e do TikTok. Não foi apenas uma tecnologia, mas uma revolução social, construída com base em uma ideia maluca: que deveríamos ter acesso a tudo e a todos, todo o tempo. O livro de papel deixou de ser publicado em 1972. A capa da última edição mostrava uma fotografia tirada pela missão Apolo 4, com a Terra parcialmente na sombra. Na contracapa da publicação, estava a mensagem que Steve Jobs disse ao final da sua palestra em Stanford: "Stay Hungry. Stay Foolish" (Continue com fome. Continue sendo tolo, em tradução livre). "Sempre desejei isso para mim", disse. Ouça no site BBC Sounds (em inglês) o episódio "We are as Gods", da série da BBC Rádio 4 "The Gatekeepers", que deu origem a esta reportagem. A série tem autoria do escritor especializado em tecnologia Jamie Bartlett e é produzida por Caitlin Smith.

quarta-feira, 29 de maio de 2024

Sam Altman, 'pai' do ChatGPT, diz que vai doar maior parte de sua fortuna para caridade


Bilionário afirma que seu objetivo é concentrar suas doações para promover o desenvolvimento de 'tecnologias que ajudem a criar abundância para as pessoas'. O valor, porém, não foi revelado. Pouco se sobre a fortuna exata de Sam Altman Getty Images O Giving Pledge, um movimento global de bilionários para dar destino social ao patrimônio que acumularam, anunciou que Sam Altman, cofundador da empresa por trás do ChatGPT, prometeu doar maior parte de sua fortuna para caridade. O bilionário diz que quer concentrar as suas doações filantrópicas na "tecnologia que ajuda a criar abundância para as pessoas", segundo a agência Associated Press. O valor, no entanto, não foi revelado. Em uma carta assinada junto de seu marido, Oliver Mulherin, Altman diz que "não estaríamos fazendo essa promessa se não fosse pelo trabalho árduo, brilhantismo, generosidade e dedicação para melhorar o mundo de muitas pessoas que construíram a estrutura da sociedade que nos permitiu chegar aqui". O fundador da Microsoft, Bill Gates, sua ex-esposa, Melinda French Gates, e o investidor bilionário Warren Buffett fundaram o Giving Pledge em 2010 para promover uma cultura de filantropia entre as pessoas mais ricas do mundo para resolver problemas urgentes. Mais de 240 signatários de 30 países comprometeram-se a doar a maior parte da sua riqueza a instituições de caridade, embora os críticos argumentem que há pouca supervisão para garantir que os membros da comunidade cumpram os seus votos. LEIA TAMBÉM: 'Ganho mais de R$ 20 mil por mês'; 'Entrei crua e foi difícil no início': como é trabalhar na área da inteligência artificial Vale a pena trabalhar com inteligência artificial? Dá dinheiro? Veja dicas de brasileiros que já estão na área 'Cobras são mamíferos' e 'gatos na lua': Google é criticado após erros em respostas geradas por IA O primeiro tradutor de Libras foi apresentado no Web Summit Rio 2024 Conheça o GPT-4o, novo modelo de IA usado pelo ChatGPT

'Ganho mais de R$ 20 mil por mês'; 'Entrei crua e foi difícil no início': como é trabalhar na área da inteligência artificial


O g1 ouviu profissionais que deixaram carreiras como medicina e engenharia aeroespacial após descobrirem o universo da IA. Eles contam como foi esse processo e como está o setor. 'Ganho mais de R$ 20 mil por mês'; 'Entrei crua e foi difícil no início: profissionais contam como é trabalhar com inteligência artificial Rafael Legal/g1 e Arquivos pessoais a Camilly Alves, Heinz Felipe e Heloisy Pereira. O que estes três brasileiros com menos de 30 anos têm em comum? Eles decidiram largar suas áreas "dos sonhos" para apostar em um ramo novo e que não dominavam: inteligência artificial (IA). Mudar a rota para investir na IA foi a melhor decisão possível, afirmam. Dois deles decidiram abandonar a medicina para tentar trabalhar no setor, que está aquecido. Muitas empresas estão investindo nessa inovação e são poucas as pessoas que realmente têm o domínio dessa tecnologia. "Nos últimos dois anos, após o boom do ChatGPT, todo o mercado se voltou para a inteligência artificial. Abriu-se um 'hidrante para a gente beber água'. Tem um monte de possibilidade, mas poucas pessoas para trabalhar", diz Chris Faig, vice-presidente de tecnologia da Microsoft Brasil. A média salarial para a área no Brasil está entre R$ 5 mil e R$ 16 mil, segundo a plataforma de emprego Glassdoor. Os valores foram levantados até abril de 2024 e a plataforma não especifica se considera contratos CLT e PJ. Segundo Heloisy, considerada a primeira mulher do Brasil a se formar em IA, pessoas da sua turma que cursaram graduação em IA estão ganhando em média de R$ 7 mil a R$ 10 mil por mês. Alguns tem até trabalhado para empresas de fora do Brasil. Os profissionais ouvidos pelo g1 contam como foi entrar na área, como a família encarou essa decisão e como tem sido trabalhar nesse setor (leia os relatos a seguir). 🧠 Nesta reportagem, você verá: 'Parece que o trem é bom mesmo' 'Tenho a responsabilidade de um profissional de 30 anos' 'No início, meus pais não apoiaram ir para IA' 'Parece que o trem é bom mesmo' Heloisy Pereira Rodrigues, primeira mulher a se formar em inteligência artificial no Brasil Arquivo pessoal A goiana Heloisy Pereira Rodrigues, de 24 anos, sempre teve interesse por medicina. Em 2018, ela chegou a fazer um semestre de odontologia na Universidade Federal de Goiás (UFG), mas logo desistiu porque, no fim, não era o que ela realmente curtia. No entanto, tudo mudou em 2019, quando ela foi à colação de grau da sua irmã, também na UFG. Ali, o reitor da universidade comentou da criação do curso de inteligência artificial e disse que logo as vagas para a primeira turma estariam abertas. Após fazer cursinho e ter prestado o Enem, ela também se inscreveu no Sisu para cursar IA. "Antes, eu fui atrás para saber o que era isso e vi que o mercado de trabalho estava altamente aquecido. A área de afinidade era exatas, que é uma coisa que eu gosto. Então, segui com essa opção". "Enquanto em odontologia eu era uma aluna mediana, na IA eu já consegui ficar com média 10 logo no primeiro semente. Daí pensei: 'pô, parece que é aqui mesmo, parece que o trem é bom'", conta. Já no primeiro semestre, com o programa de parceria da Universidade junto de empresas privadas, a jovem conseguiu ganhar R$ 1 mil em um projeto para o Ministério da Educação. A profissional diz que entrou crua no curso. "Eu mexia no computador, mas não sabia nem programar. Aí eu corri atrás de cursos para conseguir acompanhar. O começo foi difícil por isso e passei a estudar com conteúdos gratuitos disponíveis na internet". Programação, algoritmos, aprendizado de máquina, processamento de áudio e voz, visão computacional e robótica são algumas das matérias que Heloisy aprendeu ao longo da graduação na federal de Goiás. Heloisy Pereira Rodrigues durante a formatura de IA Arquivo pessoal Embora nem sempre seja possível focar em uma matéria específica durante as aulas, o que pode ser resolvido com projetos complementares da própria universidade, Heloisy diz que o curso conseguiu atender às suas expectativas. O empreendedorismo, também abordado em sala de aula, foi um diferencial, segundo ela. Tanto que o seu objetivo hoje é empreender com a inteligência artificial. Por meio de uma iniciativa do Sebrae e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), Heloisy participa de um programa que incentiva talentos da tecnologia a criarem soluções, produtos e serviços para empresas que não têm uma estrutura de TI. Hoje, ela está prestando serviço para uma companhia de call center que tem sede em Recife (PE). Sua remuneração vem do programa do Sebrae e da Embrapii, mas ela também tem uma participação como sócia no projeto. Ela preferiu não revelar qual é a sua remuneração atual. O objetivo da profissional no call center é usar inteligência artificial para criar soluções que melhorem a eficiência do negócio, por exemplo. "A gente tem usado IA para deixar o atendimento mais objetivo. Antes mesmo de o atendente falar com o cliente, ele já vai ter todos os dados e até a solução para resolver o problema desse consumidor", explica. Heloisy Pereira Rodrigues, de 24 anos, e a família durante colação de grau em Inteligência Artificial Acervo pessoal Heloisy afirma que é abordada por alguns recrutadores no LinkedIn, mas, como ela está empreendendo, muitos desses convites são recusados. Seu objetivo agora é abrir o próprio negócio para, assim como tem feito na companhia de call center, fornecer soluções de IA para outras empresas. "Eu nunca tive medo do mercado porque dava para sentir que as empresas estão procurando a gente. O bom profissional qualificado não vai ficar sem emprego", afirma. Também para o futuro, ela pensa em fazer uma pós-graduação para ter mais autoridade nesse assunto e até sonha em dar aulas. "Eu quero muito falar de IA para outras pessoas e também espero que a minha empresa dê certo e que ela possa impactar a vida das pessoas de forma positiva", conclui. 'Tenho a responsabilidade de um profissional de 30 anos' 'Tenho a responsabilidade de um profissional de 30 anos', diz a jovem Camilly Alves. Rafael Leal/g1 A recifense Camilly Alves, de 20 anos, era uma que tinha o sonho de estudar medicina, trabalhar em hospital e, no futuro, abrir a sua própria clínica. Em 2022, ela começou a investir nesse objetivo e começou a cursar enfermagem na Universidade de Pernambuco (UPE), gerida pelo governo estadual. Enquanto investia na medicina, o seu pai plantava a sementinha da tecnologia da informação (TI) na cabeça dela, dizendo que a área da saúde seria beneficiada pela inovação tecnológica. "Ele falava isso para me estimular, mas eu acreditava que não era para mim. Eu não sabia nada de TI". Em determinado momento, Camilly começou a pesquisar sobre esse ramo. A jovem lembra que começou a ficar curiosa e a fazer várias perguntas. Por exemplo, "como é possível criar um site?", questionava ela. Ainda em 2022, ela resolveu conversar com os pais sobre o desejo de estudar programação. O único problema era conciliar a graduação em enfermagem com o curso de tecnologia. "Eu tinha que estudar para as provas e fazer trabalhos. Eu não ia conseguir lidar com tudo isso. Felizmente, meus pais entenderam e me apoiaram nessa decisão de sair da medicina." Em novembro daquele ano, Camilly foi atrás de uma instituição de ensino especializada em tecnologia. Ela prestou o vestibular, passou e, sem pensar duas vezes, disse para a família que estava disposta a viver em São Paulo só para estudar. "Depois que fui aprovada, na hora de escolher o que estudar, o curso de IA me chamou muito a atenção. Quando fui pesquisar mais, eu falei: 'Caramba, é essa área que ensina o computador a pensar. Gostei. Não sei como se faz isso, mas vou arriscar'", recorda. Camilly Alves trabalha hoje em uma grande instituição financeira com inteligência artificial. Rafael Leal/g1 Camilly se mudou para São Paulo em fevereiro de 2023, aos 19 anos, e mora na casa de familiares junto com o irmão. Ela ainda está cursando IA e deve se formar em dezembro de 2024, mas já vem atuando na área. "Assim que cheguei em São Paulo, eu comecei a procurar trabalho e consegui um emprego de 'social media' em uma empresa de moda". No entanto, ela queria colocar em prática o que estava aprendendo no curso de IA. E foi aí que, em julho de 2023, ela se inscreveu no processo seletivo de estágio de um grande banco e passou. Lá, ela é estagiária de ciência de dados, com foco em inteligência artificial aplicada. Muitas empresas acabam buscando cientistas de dados para trabalhar com IA porque há um número maior de profissionais formados nessa área, explica John Paul Hempel, professor do curso de graduação em IA na Faculdade de Informática e Administração Paulista (FIAP). Camilly Alves, jovem de 20 anos que já trabalha com inteligência artificial. Rafael Leal/g1 Na instituição em que trabalha, Camilly vem cuidando de um modelo que faz previsão de quantas pessoas podem passar em uma agência bancária por dia. "Tem situações em que em uma agência tem pouco funcionário, mas lá entra muito cliente. Eu uso dados e inteligência artificial para resolver essas lacunas, por exemplo. A máquina, então, me responde com a predição e vamos tomando algumas decisões", explica. Ao g1, ela conta que está feliz com o caminho que seguiu, mas, às vezes, se assusta com o crescimento acelerado. "No trabalho, muitos colegas chegam em mim e dizem que eu tenho a responsabilidade de uma pessoa de 30 anos. É muito doido, mas estou adorando". Ela preferiu não compartilhar quanto tem recebido no banco, porém afirma que está satisfeita com a bolsa-auxílio ofertada. 'No início, meus pais não apoiaram ir para IA' Heinz Felipe durante a colação de grau de inteligência artificial Arquivo pessoal Diferente de Camilly, o goiano Heinz Felipe, de 22 anos, não teve o apoio dos pais quando comentou que planejava trocar o curso de engenharia aeroespacial para investir em inteligência artificial. Junto de Heloisy, Heinz fez parte da primeira turma do curso de graduação de inteligência artificial da Universidade Federal de Goiás (UFG), que foi lançado em 2020. "Meus pais não ficaram tão animados porque estava tudo incerto. O curso era novo e ainda não tinha turma formada. Eu também estava fazendo um cursinho bom para tentar engenharia aeroespacial e tive que largar para tentar estudar IA", conta ao g1. No início de 2020, ainda no cursinho, ele ouviu sobre o bacharelado em IA da UFG. "Eu fui pesquisar mais sobre a área. Vi muitas reportagens, palestras e até descobri que Goiânia é um polo muito forte de inteligência artificial". Deu certo e, em 2020, ele foi aprovado na UFG por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Quando entrou no curso de IA, Heinz lembra que não tinha nenhuma base em tecnologia e nem inglês. "Essas competências eu fui adquirindo ao longo da graduação, com muitos cursos complementares. Eu estudei ciência da computação, linguagem Python e machine learning", diz. Parcerias da UFG com empresas privadas fizeram com que Heinz e outros alunos começassem a ganhar dinheiro enquanto estudavam. Em seu primeiro projeto, em 2021, ele já conseguiu R$ 1.500 desenvolvendo uma solução para a Companhia Paranaense de Energia (Copel). No segundo projeto, desta vez para uma consultoria de gestão empresarial e de pessoas, foram mais R$ 2.250 para o seu bolso. "No final da graduação, eu já estava envolvido em dois projetos de IA, ganhando um total de R$ 8 mil". Sobre a experiência no bacharelado, Heinz diz que teve medo no início porque não sabia se o 'hype' da IA duraria pouco tempo. Mas, agora, relata que não se arrepende da decisão tomada e reforça que o curso atendeu às suas expectativas. "Eu curto bastante e estou plenamente satisfeito. Eu vejo que, de modo geral, inteligência artificial não é só uma onda e fico feliz em saber que estou bem posicionado com relação ao mercado de trabalho", conta. Heinz ganhou um bolsa de pesquisa para atuar no Centro de Excelência em Inteligência Artificial (Ceia), vinculado à Universidade Federal de Goiás (UFG), onde consegue tirar R$ 12 mil por mês. Ele também está prestando serviço sob demanda para uma empresa do Canadá que desenvolve projetos de inteligência artificial. Lá, ele recebe cerca de R$ 10 mil mensalmente com um contrato PJ. "Agora que consigo tirar até mais de R$ 20 mil por mês, meus pais estão mais felizes", diz Heinz, aos risos. "Antes, essa insegurança era duplamente reforçada pelo meu trabalho remoto. Eles não entendiam como eu trabalhava no quarto e ficava o dia todo no computador. Você realmente precisa educar a família para que eles possam entender o seu trabalho, porque acaba sendo uma novidade", conclui. LEIA TAMBÉM: Segurança da informação em alta: veja como entrar no setor Programação em alta: veja como começar no setor  Os bastidores, as estratégias e a rotina de quem ganha a vida vendendo vídeos de sexo

terça-feira, 28 de maio de 2024

Vale a pena trabalhar com inteligência artificial? Dá dinheiro? Veja dicas de brasileiros que já estão na área


Profissão tem salário entre R$ 5 mil e R$ 16 mil, segundo plataforma de empregos. Especialistas afirmam que o domínio na área de dados facilita a atuação, apesar de ainda ser necessário se especializar. Profissionais brasileiros contam como é trabalhar com inteligência artificial Rafael Leal/g1 "O meu objetivo de vida era trabalhar com saúde e abrir a minha clínica. Meu pai até me estimulava a ir para a tecnologia, mas eu acreditava que não era para mim. Eu não sabia nada de TI", conta a recifense Camilly Alves, de apenas 20 anos. Agora, ela é uma profissional de inteligência artificial (IA). A jovem, que se mudou para São Paulo só para estudar IA e agora trabalha em um grande banco, relata que é frequentemente procurada por recrutadores no LinkedIn. E isso ocorre porque ainda são poucas as pessoas que realmente dominam essa tecnologia. ➡️ Para se ter uma ideia, além de profissionais de segurança da informação e de computação em nuvem (cloud), os especialistas em IA estão entre os mais escassos no mercado atual, segundo um estudo da consultoria Robert Half publicado no final de 2023. "Tanto que, no trabalho, muitos colegas chegam em mim e dizem que eu tenho a responsabilidade de uma pessoa de 30 anos", conta Camilly. Ao mesmo tempo, embora IA não seja uma tecnologia tão nova, só agora as empresas começaram a correr para incorporá-la ela em suas estruturas — especialmente após o surgimento do ChatGPT , no final de 2022, quando muita gente percebeu o avanço e as possibilidades do setor. Essa falta de mão de obra qualificada tem feito com que profissionais mais preparados encontrem salários realmente atrativos, tanto no Brasil como em outros países. Heinz Felipe durante a colação de grau de inteligência artificial Arquivo pessoal O goiano Heinz Felipe, de 22 anos, foi aluno da primeira turma da graduação de inteligência artificial da Universidade Federal de Goiás (UFG). Depois de se formar, ele passou a ganhar em torno de R$ 22 mil por mês, trabalhando com IA em um centro de pesquisa da UFG e também prestando serviço sob demanda para uma empresa do Canadá. ➡️ Mas o que é preciso para começar? Para desvendar os caminhos para criar carreira dentro da área, o g1 ouviu profissionais, professores de tecnologia, além de executivos de grandes empresas e de plataformas de emprego. 🧠 Nesta reportagem, você verá: 🔎 Áreas de atuação dentro da IA 🤑 Quanto um profissional de IA pode ganhar? 📔 O que estudar e quais habilidades desenvolver 🫧 Cursos e grupos para começar a estudar 🔎 Áreas de atuação dentro da IA Profissionais brasileiros contam como é trabalhar com inteligência artificial Rafael Leal/g1 Inteligência artificial já existe há pelo menos 80 anos. Ela é um conjunto de soluções que, por meio de computadores e máquinas, realiza diversas funções avançadas, podendo analisar dados, entregar previsões, recomendações, traduzir e criar coisas. No entanto, o ChatGPT, uma inteligência artificial generativa (leia mais abaixo), desempenhou um papel crucial ao aumentar a relevância dessa inovação nos últimos dois anos. O "robô conversador" da Open AI deu início a uma intensa competição entre empresas por soluções parecidas. E, consequentemente, à busca por profissionais da área. Segundo especialistas na área, o profissional de IA pode trabalhar em dois pilares com IA: 🧠 Inteligência artificial preditiva (ou clássica): trata-se de uma inovação que já estava mais presente no cotidiano das pessoas. Ela está no reconhecimento facial do app de banco, em carros semiautônomos, drones, como assistente pessoal em alto-falantes inteligentes, na câmera do seu celular e na plataforma de streaming, quando recomenda um filme ou uma música. 🎨 Inteligência artificial generativa (ou GenAI): justamente a que deu origem ao ChatGPT. Além de conversar com o usuário, podendo tirar dúvidas gerais, essa IA cria conteúdos, imagens, vídeos e músicas. Hoje, além do ChatGPT, também estão disponíveis no mercado o Gemini (do Google) e o Copilot (Microsoft). E não faltam profissionais apenas na área mais nova, da GenAI. "Você tem um campo e uma escassez de profissional gigantescos para as duas áreas, inclusive na preditiva, que está aí há mais tempo", diz ao g1 Chris Faig, vice-presidente de tecnologia da Microsoft Brasil. ➡️ E onde eu posso trabalhar com IA? Em empresas de qualquer setor que estejam investindo na tecnologia: varejo, finanças, alimentos, bebidas, educação, finanças, comunicação, entre outras. 🤑 Quanto um profissional de IA pode ganhar? Heloisy Pereira Rodrigues, primeira mulher a se formar em inteligência artificial no Brasil Arquivo pessoal O g1 procurou várias plataformas de vagas para obter a faixa salarial desse trabalhador considerando os níveis júnior, pleno e sênior, bem como os cargos mais populares. No entanto, nenhuma das empresas procuradas conseguiu um levantamento apurado. A média para a área no Brasil está entre R$ 5 mil e R$ 16 mil, segundo a plataforma de emprego Glassdoor. Os valores foram levantados até abril de 2024 e a plataforma não especifica se considera contratos CLT e PJ. Heloisy Pereira, considerada a primeira mulher do Brasil a se formar em IA, disse ao g1 que muitos de sua turma da faculdade estão ganhando, em média, entre R$ 7 mil e R$ 10 mil por mês. Segundo Chris Faig, da Microsoft, essa dificuldade existe porque o profissional de inteligência artificial se mescla com o de análise de dados. "Isso ocorre porque a base da IA são dados, então é comum contratar alguém que entenda de dados para também atuar com IA", explica do executivo. Um estudo publicado no fim de 2023 pela empresa de recursos humanos Adecco mostra que um engenheiro de machine learning júnior pode receber até R$ 11 mil em São Paulo e até R$ 6.800 no Rio de Janeiro em empresas de grande porte. Um engenheiro de machine learning "desenvolve projetos de inteligência artificial, deep learning e machine learning, englobando desde a adequação até sua programação", de acordo com a Adecco. Agora, um arquiteto de machine learning pleno pode ter um salário de até R$ 15 mil, se ele estiver nas regiões Centro-Oeste e Nordeste. Ou até R$ 10 mil em companhias sediadas no Sul do país e R$ 9.720 no Norte, mostra o estudo. A Adecco não informou se considera contratos PJ e CLT. O arquiteto de machine learning é o especialista que cria, treina e escolhe os melhores modelos de aprendizado de máquina para cada finalidade específica. Ele analisa o cenário esperado, decide quais variáveis de entrada e saída serão utilizadas e qual melhor modelo para correlacioná-las. m 📔 O que estudar e quais habilidades desenvolver Embora as opções de graduação em inteligência artificial ainda sejam limitadas no mercado, é possível estudar campos relacionados, como ciência de dados, e gradualmente se especializar em IA com cursos livres e tecnológicos. E, assim como acontece em outras profissões da TI, para trabalhar com inteligência artificial a pessoa não necessariamente precisa só recorrer a uma graduação. "É comum vermos gente autodidata que consegue um caminho de sucesso na tecnologia estudando por conta própria, pela curiosidade", diz Diogo Cortiz, professor da PUC-SP e especialista em inteligência artificial. "A faculdade, claro, vai dar uma base muito importante que não envolve só a questão da tecnologia, mas também conceitual, por exemplo, de como funcionam os conceitos matemáticos, estatísticos e como pensar solução do problema", completa. Muitas empresas estão hoje em busca de cientistas de dados para trabalhar com inteligência artificial, pois há um número maior de profissionais formados nessa área, explica John Paul Hempel, coordenador acadêmico do curso de graduação em IA na Faculdade de Informática e Administração Paulista (FIAP). Ainda assim, o cientista precisa avançar no seu desenvolvimento para se especializar e conseguir trabalhar com todas as soluções de IA. "Uma pessoa formada em inteligência artificial já se sobressai por ter um perfil generalista na tecnologia. Ela também domina ciência de dados, mas terá um foco em diversos algoritmos e soluções, tanto de IA generativa como a clássica", diz Hempel. A pedido do g1, professores, executivos e os próprios profissionais compartilharam temas que são interessantes para você estudar e começar a construir carreira nesse setor: Fundamentos de inteligência artificial; Conceito básico de machine learning e natural language; Inteligência artificial generativa; Habilidades em programação, especialmente Python e R; Conhecimento de dados e análises, inclusive visualização de dados. "O domínio com dados é muito importante porque a qualidade de uma solução de IA é muito dependente não só da técnica do modelo de IA, mas também dos dados que você usa para alimentar ela", explica Claudia Nolla Kirszberg, executiva de transformação digital e soluções cognitivas da IBM Brasil. "Então, quando mais domínio você tiver sobre os dados, mais você vai ter uma possibilidade de sucesso na utilização", completa. Não é só a técnica que é importante para trabalhar e se desenvolver no universo da inteligência artificial. "Uma pessoa que atua com IA precisa saber se comunicar. Tem até estudo do IMT que diz que a comunicação vai ser mais necessária do que uma habilidade técnica", diz a profissional Camilly Alves. "É um trabalho que requer uma comunicação intensa e entendimento profundo do negócio com que a pessoa trabalha. É preciso habilidade de lidar com pessoas e com diferentes assuntos também", concorda Claudia Nolla Kirszberg. Camilly Alves, jovem de 20 anos que já trabalha com inteligência artificial. Rafael Leal/g1 🫧 Cursos e grupos para começar a estudar IBM SkillsBuild: plataforma on-line com curso gratuito para quem desejar aprender o básico de inteligência artificial. Aborda fundamentos da IA, criação de chatbots e tecnologia para robôs cognitivos, entre outros temas. Introdução aos Modelos de Linguagem (LLM) do Google: curso gratuito e em português com apresentação de LLMs e como e onde eles podem ser aplicados. "O curso também aborda as ferramentas do Google que ajudam no desenvolvimento dos apps de IA generativa", explica a empresa. Introdução à Inteligência Artificial (Intro to Artificial Intelligence): curso gratuito da Udacity que aborda temas como aprendizado de máquina, visão computacional, robótica e raciocínio probabilístico. Fundamentos de carreira em IA generativa (Microsoft e LinkedIn): neste curso gratuito, os conteúdos abordam o que é inteligência artificial e IA generativa, ética na era da IA generativa e como aproveitar o Microsoft Copilot no dia a dia. Data Train: comunidade on-line com foco em dados e inteligência artificial. Busca "contribuir com a transformação data-driven de pessoas, empresas e sociedade civil através de meetups, eventos, cursos e um bom bate-papo entre profissionais". I2A2 - Institut d'Intelligence Artificielle Appliquée: instituto que oferece vários cursos gratuitos de inteligência artificial, com possibilidade de intercâmbio para o Canadá. LEIA TAMBÉM: Segurança da informação em alta: veja como entrar no setor Programação em alta: veja como começar no setor  Os bastidores, as estratégias e a rotina de quem ganha a vida vendendo vídeos de sexo

segunda-feira, 27 de maio de 2024

'Cobras são mamíferos' e 'gatos na lua': Google é criticado após erros em respostas geradas por IA


Gigante da tecnologia afirmou que está tomando medidas para corrigir os problemas. Recurso começou a ser testado nos Estados Unidos em maio. Respostas geradas por inteligência artificial no Google Divulgação/Google Estão viralizando nas redes sociais respostas falsas — e bizarras — geradas pelo AI Overview (visão geral da IA, em tradução direta), recurso que mostra resultados gerados com inteligência artificial (IA) nas buscas do Google. A tecnologia começou a ser testada nos Estados Unidos em maio deste ano. Em um dos prints, a resposta gerada diz que as cobras são os mamíferos com a maior quantidade de ossos entre os animais vertebrados. Na verdade, elas são répteis. Um repórter da agência AP também perguntou se gatos já estiveram na lua. A resposta gerada afirmava que astronautas já encontraram e brincaram com os felinos por lá. Na última sexta (24), a big tech afirmou à AFP que está tomando "medidas rápidas" para melhorar seus novos resultados de busca elaborados com inteligência artificial (IA) generativa. "Muitos dos exemplos que vimos eram consultas pouco comuns, e também vimos exemplos manipulados ou que não conseguimos reproduzir", afirmou um porta-voz do Google em resposta a uma pergunta da agência. Em print que está viralizando nas redes sociais, a 'AI Overview' dá uma resposta errada para pergunta sobre mamíferos Reprodução/X A ferramenta de IA já disse que o ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, é muçulmano. Na verdade, ele é cristão. E também afirmou que médicos recomendam que grávidas fumem até três cigarros por dia, outra informação falsa. Em outros prints, o buscador disse que seres humanos devem comer ao menos uma pedra pequena por dia e sugeriu usar cola para grudar a massa da pizza ao queijo. O Google corrigiu as respostas após a repercussão, não sendo possível reproduzi-las. Mas outros testes seguem gerando repercussão nas redes sociais. LEIA TAMBÉM O que é 'alucinação' de inteligência artificial Uso de inteligência artificial e vaquinhas online falsas: como golpistas se aproveitam da tragédia no RS para lucrar Initial plugin text Initial plugin text Initial plugin text Initial plugin text Como funciona o AI Overview A tecnologia, que já vinha sendo testada, começou a ser liberada no dia 14 de maio para usuários nos Estados Unidos e chegará em breve a mais países, segundo o Google. As AI Overviews serão usadas para: Criar textos curtos que respondam a dúvidas do tipo "como limpar um sofá" Gerar respostas em diferentes níveis de profundidade (padrão, simples ou detalhado) Responder a questões complexas em apenas uma busca, em vez de exigir várias pesquisas Planejar roteiros para usuários, como uma semana de alimentação saudável ou uma viagem Analisar vídeos e tirar dúvidas sobre o que aparece na gravação com ajuda do Google Lens Junto com as respostas geradas por IA, o Google vai oferecer aos usuários opções de gerar respostas mais simples ou mais detalhadas. Segundo a empresa, o formato ajuda tanto quem está buscando informações rápidas por curiosidade quanto quem está começando a pesquisar um assunto e deseja se aprofundar nele. O buscador poderá ainda tirar dúvidas que só seriam resolvidas em várias etapas. Ele poderá ser usado, por exemplo, para buscar um estúdio de ioga em uma região e, ao mesmo tempo, pedir informações sobre mensalidade e rotas até o local.

Como descobrir o que o Google sabe sobre você


Site permite revisar informações armazenadas por serviços como Gmail, YouTube e Maps. Entre outros itens, aplicativos da empresa mantêm alguns dados pessoais e registros sobre sua navegação na internet. Fachada do Google em Irvine, Califórnia Reuters/Mike Blake Os serviços do Google, como Gmail, YouTube e Maps, coletam uma série de dados dos usuários para funcionarem. Entre eles, por exemplo: Informações pessoais (nome, data de nascimento, gênero e telefone, além do e-mail); Histórico de navegação e vídeos assistidos; Registro de cartões, caso o usuário tenha efetuado algum pagamento dentro das plataformas; Aplicativos baixados. Os detalhes sobre o que cada plataforma tem acesso estão disponíveis em um painel da empresa, disponível neste link. A ferramenta permite apagar alguns dados da conta e mudar as preferências sobre por quanto tempo elas ficam armazenadas. Veja abaixo como revisar o que está salvo na sua conta do Google. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram Dados pessoais Ao clicar em "Informações pessoais" no painel do Google (ou neste link), é possível revisar foto de perfil, nome, data de nascimento e gênero salvos na sua conta, além de e-mail e telefone. LEIA MAIS: O que explica declínio dos apps de namoro? 'Stalking': saiba quando a perseguição na internet se torna crime Na página, há a seção "Escolha o que as outras pessoas podem ver", que reúne o que fica público no seu perfil. Além dos dados acima, a página pode reunir sua formação escolar e sua experiência profissional, caso você tenha informado isso ao Google em algum momento. O painel também tem a página "Pagamentos e assinaturas", que reúne dados usadas em transações. Nesta área, a seção sobre formas de pagamento (também disponível neste link) mostra cartões de crédito salvos na conta. Histórico de navegação Os serviços do Google fazem registros de sua atividade na internet enquanto sua conta está logada. Essas informações podem ser encontradas ao abrir a página "Dados e privacidade" e buscar a seção "Suas atividades e os lugares em que esteve" (link). A ferramenta reúne registros para os seguintes casos: Atividade na Web e de apps: registros sobre uso de sites e apps do Google, como busca, Chrome, Maps, Play Store, Tradutor, entre outros; Histórico de localização: locais que você visitou com seus dispositivos, mesmo quando não estava usando um serviço do Google – a lista de aparelhos vinculados na conta pode ser acessada neste link; Histórico do YouTube: vídeos assistidos e pesquisas feitas com a sua conta no serviço. Para os três casos, há como definir em quanto tempo os dados serão excluídos automaticamente. O Google também permite desativar o armazenamento dos dados e excluir registros salvos até então. Google permite revisar registros que são feitos durante navegação em seus aplicativos Reprodução/Google Conteúdo de aplicativos A ferramenta também permite encontrar em um só local conteúdos que você salvou nos serviços da empresa, incluindo comentários no YouTube, endereços no Maps, arquivos no Google Drive e contatos. Para acessar as informações, siga estes passos: Na página inicial do painel, clique em "Dados e privacidade"; Busque pela seção "Dados de apps e serviços que você usa"; Em "Apps e serviços", clique no ícone de seta para direita próximo a "Conteúdo salvo dos Serviços do Google". Também em "Dados de apps e serviços que você usa", há o trecho "Apps de terceiros com acesso à conta". Ele permite revisar quais informações da sua conta são compartilhadas com outros serviços. Ao selecionar este item, é possível acessar retirar o acesso para os que você não usa mais. Ferramenta do Google reúne conteúdos que usuário salvou nos serviços da empresa Reprodução/Google Saiba como buscar pontos de doação de alimentos no Google Maps Google Maps ganha recurso para pesquisar pontos de doação de alimentos em todo o Brasil Initial plugin text

sábado, 25 de maio de 2024

ICQ vai sair do ar após 28 anos


Serviço de mensagens deixa de funcionar no dia 26 de junho. Programa foi bastante popular nos anos 2000 e chegou a ter mais de 100 milhões de usuários no mundo. Mensagem em inglês no site do ICQ anuncia o fim do serviço Reprodução "Uh-oh". O som do ICQ, popular nos computadores dos brasileiros no final dos anos 1990 e início dos anos 2000, vai soar pela última vez em 26 de junho, informou a VK, dona do serviço de mensagens instantâneas. A VK, da Rússia, disse no site do mensageiro que "o ICQ vai parar de funcionar em 26 de junho. Você pode usar o VK Messenger para falar com seus amigos e o VK WorkSpace com seus colegas de trabalho". O ICQ foi um dos primeiros serviços de mensagens instantâneas para o computador, junto com o Microsoft MSN Messenger e o AOL Instant Messenger. O programa foi criado em 1996 pela companhia israelense Mirabilis e vendido para a AOL em 1998. O chat chegou a registrar 100 milhões de usuários em todo o mundo em 2001. Ao longo do tempo, o serviço perdeu relevância e foi substituído por mensageiros mais modernos, como o WhatsApp. Em 2010, o programa foi vendido para a Digital Sky Technologies, dona do serviço VK, um clone russo do Facebook. Atualmente, o ICQ tinha versões para a web, computadores e celulares Android e iOS. Tela do ICQ mais recente em um celular Reprodução Apple Vision Pro: veja primeiras impressões sobre óculos de realidade virtual

As pessoas que querem ter celulares menos inteligentes - e por que empresas não querem mais fabricá-los


Autoproclamados neo-luditas (pessoas que rejeitam tecnologias), algumas pessoas estão buscando celulares com menos recursos. Especialistas da indústria apontam margens de lucro precárias e um mercado instável em torno dessa necessidade específica. Alguns consumidores estão voltando a usar dispositivos mais antigos e simples Getty Images/Via BBC O iPhone completa 17 anos este ano. O lançamento do dispositivo com controle por tela sensível ao toque (touchscreen) marcou um momento que definiu nossas expectativas em relação aos smartphones desde então. Quase uma geração inteira cresceu sem conhecer a vida sem um smartphone. Tempo suficiente se passou para que as pessoas aprendessem sobre os benefícios e malefícios desses dispositivos em suas vidas, seja por inúmeros estudos científicos, seja por suas próprias experiências. 📱Muitas pessoas estão agora cientes dos custos de ter o mundo ao alcance dos dedos. E estão rejeitando as maneiras como esses telefones podem prejudicar a concentração, afetar o sono e agravar problemas de saúde mental. Existem várias maneiras relativamente simples de lidar com essas questões, como instalar aplicativos que limitam o tempo de tela. No entanto, algumas pessoas estão decidindo ir mais longe, voltando a um tempo antes da conexão constante. ➡️Elas estão migrando para dumbphones (em oposição ao smartphone), um termo abrangente para celulares com funções básicas, como chamadas, mensagens de texto e alarmes. Alguns dumbphones lembram os celulares flip dos anos 90. Outros são produtos de nicho, de alto padrão, que proporcionam uma experiência de smartphone simplificada a um custo surpreendentemente alto. Em alguns casos, pais preocupados estão optando por esses dispositivos como uma forma de manter seus filhos longe das distrações de um smartphone. Mas o mercado também inclui: idosos que desejam algo simples; trabalhadores em indústrias pesadas, como construção civil ou agricultura, que precisam de aparelhos resistentes; e usuários comuns que não podem pagar o preço médio de um smartphone, muitas vezes acima de US$ 500 (R$ 2.040), sendo que os smartphones topo de linha podem custar até US$1.600 (R$ 6.630). No Brasil, o valor de um iPhone pode chegar a cerca de R$ 14 mil. Abandonar esses dispositivos também se tornou uma tendência: adolescentes desesperados para escapar das redes sociais estão se autoproclamando neo-luditas. Eu sabia que precisava tentar também. Crescendo em uma casa sem consoles de videogame no início dos anos 2000, jogava Halo e Borderlands na casa de amigos até ficar tonto e desorientado. Mais tarde, como repórter de jornal, absorvia a enxurrada de informações do Twitter entre os prazos de entrega e depois passava horas rolando notícias quando chegava em casa. Durante a pandemia, abandonei o Twitter, mas sucumbi ao Instagram Reels. A sensação de estar sempre conectado corroía meu bem-estar. Sair do universo dos smartphones parecia perfeito para mim. No entanto, fazer isso, na prática, foi um pouco mais difícil do que eu esperava. Primeiro, tive dificuldade para conseguir um dumbphone. Havia poucas opções e menos recomendações ainda, um contraste gritante com os milhões de análises de smartphones na internet. Finalmente encontrei um site do escritor e defensor dos dumbphones Jose Briones, que oferece um "localizador de dumbphones". Acabei escolhendo um CAT-S22, um celular flip semi-inteligente, que tem acesso a aplicativos como Google Maps. Custou US$ 69 (R$ 352) e termina qualquer chamada com um estalido satisfatório. Quanto mais aprendia sobre dumbphones, mais percebia que a falta de análises não era necessariamente o motivo pelo qual eu estava tendo dificuldade em encontrar um aparelho. Apesar da demanda crescente, entendi que os fabricantes de celulares têm pouco ou nenhum interesse em oferecer esses dispositivos. Com os smartphones representando a grande maioria de todas as novas vendas de celulares, os gigantes da tecnologia têm pouco incentivo econômico para continuar produzindo novos dumbphones ou atualizando suas linhas existentes. Economia precária Embora pequeno, existe um mercado para os dumbphones. ➡️Nos EUA, dados de agosto de 2023 da Counterpoint Research mostram que os feature phones (ou telefone básico inteligente) – um tipo de dumbphone básico com capacidades reduzidas – compõem apenas 2% do mercado de celulares. Isso representa apenas uma pequena fração, mas ainda são muitos dispositivos. ➡️A Counterpoint estimou que as vendas de feature phones nos EUA chegariam a 2,8 milhões até o final do ano. "Os feature phones permanecem consistentes nos EUA, pois seu design simples, acessibilidade e resistência ainda atendem a públicos específicos", segundo a empresa. "Embora não haja um aumento significativo no mercado de feature phones, existem necessidades constantes que criam uma demanda estável para esses aparelhos em um mercado dominado pelos smartphones." Jim Roberts, professor de Marketing na Hankamer School of Business da Universidade Baylor, no Texas (EUA), afirma que uma proporção surpreendente dos dumbphones do mundo é vendida nos EUA – ele estima cerca de 20%, embora os dados de mercado variem consideravelmente. "[Os consumidores] estão percebendo que não estão mais felizes, ou estão menos felizes, do que gostariam de estar", diz Roberts. "E eles passam tanto tempo em seus smartphones que estão vendo o celular como o culpado." De acordo com o Statista Market Insights, o mercado global total de feature phones deve gerar uma receita de US$ 10,6 bilhões (R$ 54 bilhões) este ano. No entanto, embora os fabricantes de telefones obtenham somas notáveis com as vendas de feature phones, eles têm dificuldade em lucrar com o hardware simplificado. E geralmente não vale a pena, economicamente, tentar melhorar esse negócio, especialmente porque os telefones costumam ser apenas uma pequena divisão de suas empresas como um todo. Muitas dessas gigantes da tecnologia geralmente geram receita com software ou hardware altamente especializado, pelo qual os consumidores estão dispostos a pagar preços elevados. Elas também têm fontes de receita muito diversificadas. A Samsung, por exemplo, ganha bilhões todos os anos com sua divisão de semicondutores. ➡️Simplesmente, essas empresas têm pouco incentivo para atender aos usuários de dumbphones, cujo potencial de receita é relativamente pequeno – isso se conseguirem sequer tornar a fabricação desses dispositivos economicamente viável. Além disso, especialistas dizem que a enorme quantia que as gigantes da tecnologia podem cobrar pelos smartphones sugere que elas não darão prioridade aos usuários de feature phones tão cedo. Briones, que deixou de usar smartphones em 2019, explica que as grandes empresas de tecnologia não querem que os dumbphones superem seus modelos mais chamativos e caros. "As grandes empresas de tecnologia não querem nada que reduza o uso de smartphones, pois não ganham dinheiro com o hardware do dispositivo", diz ele. Uma alternativa viável? Para as empresas que ainda oferecem dumbphones, Thomas Husson, vice-presidente e principal analista da Forrester Research, não espera que muitas delas consigam sobreviver – ou pelo menos continuar fabricando esses dispositivos a longo prazo. Além das margens de lucro precárias, há também o problema de que a tecnologia que sustenta esses dispositivos se tornará tão obsoleta que eles não poderão mais funcionar. Por exemplo, os usuários de dumbphones em todo o mundo ficarão sem sorte se as redes 2G e 3G que garantem sua funcionalidade desaparecerem completamente. Além disso, muitos empregos – mesmo em posições de baixa remuneração – exigem que os funcionários possuam celulares com capacidades de aplicativos. No fim das contas, pode não haver clientes suficientes para sustentar mesmo o modelo de negócios mais inteligente. No entanto, pode haver uma maneira para as empresas de dumbphones sobreviverem. Para serem economicamente viáveis, argumenta Husson, as empresas poderiam "desenvolver uma marca premium de nicho para alcançar esses segmentos". De fato, algumas startups estão tentando capturar esse mercado especializado e encontrar sucesso econômico – oferecendo uma espécie de releitura moderna do feature phone. A Light, sediada em Nova York, cria "Light Phones" customizáveis que minimizam a exposição à internet, redes sociais e outras distrações. "O que estamos tentando fazer com o Light Phone não é criar um dumbphone, mas sim um telefone mais intencional – um telefone premium e minimalista – que não é inerentemente anti-tecnologia", disse Joe Hollier, cofundador da Light, à CNBC em 2023. O dispositivo atualmente custa US$ 299 (R$ 1.525) – comparável a modelos de smartphones de baixo ou médio custo. É um preço alto para um telefone simplificado, mas a única maneira para a empresa tornar um produto de nicho economicamente viável. Ao contrário dos feature phones, que geralmente são vendidos por seu baixo custo ou robustez, os telefones da Light são destinados a usuários conscientes que buscam um detox digital e desejam alguma conectividade sem sacrificar estilo ou funcionalidade. O Light Phone de Briones faz chamadas, envia mensagens de texto e tem funções básicas de aplicativos, tudo visualizado através de uma tela de tinta eletrônica (e-ink) semelhante a um e-reader. Ele também pode ter um calendário, obter direções, transmitir podcasts e música e fazer anotações. "É um bom conjunto de funcionalidades com o qual aprendi a viver", diz ele. No início deste ano, a marca suíça Punkt também lançou um smartphone simplificado por US$ 750 (cerca de R$ 3.825). Eles apostam que consumidores de alto padrão se interessarão por um hardware que se assemelha aos smartphones a que estão acostumados. A Punkt se voltou para a abordagem de dumbphone de luxo; em 2015, a empresa ofereceu um feature phone que se parecia com um iPhone, mas que só fazia chamadas, enviava mensagens de texto e tinha um calendário e um relógio. Não deu certo. Esses novos dispositivos também terão que competir com outros modelos de negócios destinados a atrair usuários que desejam reduzir sua dependência digital, mas que podem querer fazer isso de uma maneira mais suave do que uma transição completa de hardware. Essa é a estratégia da Ghost Mode, uma empresa sediada nos EUA. Em vez de vender seu próprio telefone, a empresa reprograma essencialmente um smartphone Google Pixel 6a de acordo com as especificações do cliente, com todos os aplicativos necessários. Depois disso, a Ghost Mode bloqueia o telefone nessas configurações. Como a maioria desses produtos de nicho, esse serviço não é barato, custando US$ 600 (cerca de R$ 3 mil), mas pode atrair consumidores de alto padrão mais do que a opção de abandonar seus smartphones completamente. Apesar desses novos participantes e do interesse crescente por telefones mais simples, o sucesso ainda é incerto. A Bullitt, fabricante licenciada do CAT S-22 que comprei, fechou as portas um dia antes de meu telefone chegar. Apesar das notícias, experimentei o hardware por cerca de uma semana. Ele me permitia fazer chamadas, enviar mensagens de texto e usar alguns aplicativos que eu usava para manter contato com amigos e familiares. Meu uso total da internet caiu para apenas uma hora por dia. Eu conseguia me concentrar melhor no meu entorno, em livros e em música. Mas senti falta do meu aplicativo de biblioteca. Então, voltei para o meu Samsung Galaxy A32 bastante desgastado – com uma ressalva. Instalei o Minimalist Phone, um aplicativo que elimina os ícones chamativos de aplicativos e fundos em favor de uma interface em preto e branco. Mantive o Messenger, WhatsApp e Discord para manter contato, mas quase todos os outros aplicativos não essenciais foram descartados. Não sinto falta deles. Vídeos Pesquisa mostra que brasileiros passam em média 56% do dia em frente a telas de smartphones e computadores: Brasileiros passam em média 56% do dia em frente a telas de smartphones e computadores

Trocou de celular? Saiba como não perder suas mensagens de WhatsApp


A plataforma tem um recurso de backup que ajuda a recuperar mensagens e arquivos de conversas. A qualidade da conexão de internet e a quantidade de mensagens, porém, podem interferir no processo. WhatsApp Reuters/Thomas White O WhatsApp tem um recurso de backup que ajuda a recuperar mensagens e arquivos de conversas em caso de troca de celulares. Para isso, é preciso ter conexão à internet e espaço na memória. Os aparelhos com Android precisam ter uma conta do Google ativa. No iPhone, é preciso ter uma conta do iCloud. 🤖 Como fazer backup do WhatsApp Abra as configurações do WhatsApp (o ícone de três pontos no Android ou o botão de "Ajustes" no iPhone); Selecione "Conversas"; Clique em "Backup de conversas"; Escolha a opção "Fazer backup". Esse processo fará o WhatsApp criar um arquivo que poderá ser usado caso você precise configurar sua conta em outro dispositivo. No Android, o conteúdo fica salvo na memória local e na sua conta do Google Drive, enquanto no iPhone, o backup vai para o iCloud (veja abaixo como economizar "memória"). Na tela "Backup de conversas", também é possível configurar o mensageiro para fazer cópias das suas mensagens de forma automática. O aplicativo oferece opções de backups diários, semanais ou mensais. ⌛ Como deixar o backup mais rápido A qualidade da conexão de internet e a quantidade de mensagens podem tornar a criação do backup e a restauração de mensagens mais lenta. Para agilizar o processo e evitar cobranças por uso de dados móveis (a internet do celular), o recomendado é criar o backup e recuperar conversas pelo Wi-Fi. Por padrão, o WhatsApp só permite fazer isso por meio deste tipo de rede. Mas o aplicativo também dá a opção de realizar o backup em redes 4G ou 5G, por exemplo. Para isso, é preciso ativar o recurso seguindo este caminho: Configurações > Conversas > Backup de conversas > Fazer backup usando dados móveis. Outra saída é deixar o backup mais leve, excluindo arquivos que você não quer mais. É possível apagar o conteúdo manualmente nas conversas ou configurar o app para não considerar vídeos no backup, por meio deste caminho: Configurações > Conversas > Backup de conversas > Incluir vídeos. 📲 Como economizar 'memória' O espaço de armazenamento do celular, mais conhecido como "memória", pode ficar comprometido se o arquivo com seu histórico de conversas for muito grande. Para economizar esse espaço valioso, salve o backup no Google Drive, se o aparelho for Android, ou no iCloud, se for um iPhone. Para configurar o backup com o Google Drive, siga este passo a passo abaixo: Arte mostrando o passo a passo para ativar o backup do Android no Google Dirve. Luisa Rivas, g1 Arte mostrando o passo a passo para ativar o backup do Iphone no iCloud Luisa Rivas, g1 🗣️ Fale com o suporte do WhatsApp Há duas opções para entrar em contato com o suporte da plataforma em caso de falhas: pelo próprio aplicativo ou pelo site. O WhatsApp não oferece suporte por telefone. Para enviar solicitações pelo WhatsApp, siga este caminho: Configurações > Ajuda > Fale conosco. Descreva o problema no campo de mensagem e clique em "Avançar". No site: Entre no site oficial e escolha a opção mais adequada para receber ajuda. Preencha o formulário com o número do telefone, e-mail e sistema operacional onde o WhatsApp foi instalado. Depois, escreva a sua solicitação na caixa de texto. Feito isso, basta enviar os questionamentos. Como se proteger de golpes no WhatsApp Golpes no Whatsapp: saiba como se proteger

sexta-feira, 24 de maio de 2024

Netflix aumenta preços de planos no Brasil; veja novos valores


Reajuste da assinatura do serviço de streaming começa a valer nesta sexta-feira (24). Planos ficaram até 12% mais caros. Netflix Reuters/Dado Ruvic A Netflix anunciou um reajuste nos preços de seus três planos, que começa a valer nesta sexta-feira (24). Agora, a categoria mais cara do serviço de streaming, que permite acesso simultâneo a até quatro telas com qualidade 4K, custa R$ 59,90 por mês. O maior aumento percentual aconteceu no plano padrão, que oferece acesso simultâneo em dois dispositivos com qualidade Full HD e ficou 12% mais caro. Veja abaixo os novos preços da Netflix. Padrão com anúncios: de R$ 18,90 para R$ 20,90 por mês (aumento de 10%) Padrão: de R$ 39,90 para R$ 44,90 (aumento de 12%) Premium: de R$ 55,90 para R$ 59,90 por mês (aumento de 7%) Procurada pelo g1, a Netflix afirmou que reajusta preços das assinaturas para oferecer mais opções de filmes e séries aos assinantes. "Oferecemos uma variedade de preços e planos que se ajustam a diversas necessidades. Para oferecer cada vez mais opções de entretenimento aos nossos assinantes, ocasionalmente atualizamos nossos preços. A partir de hoje, nossos preços no Brasil começam a partir de R$ 20,90", disse a empresa. Este é o primeiro reajuste anunciado pela Netflix no Brasil desde 2021, quando os preços aumentaram até 21%. Em fevereiro, o Amazon Prime também reajustou sua assinatura e ficou 33% mais caro. LEIA TAMBÉM: 'Mais independente': 1º paciente da Neuralink conta como é ter chip no cérebro Empregada doméstica usa Google Maps para provar vínculo com patrões O que são chaves de acesso e por que elas podem pôr fim ao login com senha em apps e redes sociais

Projetor Full HD: g1 testa 3 modelos para ter um cinema em casa


Modelos avaliados vão de 100" a 300" de tamanho máximo de projeção. Veja o resultado dos testes feitos com modelos da Epson, LG e Samsung. Guia de Compras: Projetores Veronica Medeiros/g1 Nem todo mundo tem R$ 1 milhão sobrando para gastar em uma TV gigante. Mas, pelo preço de um televisor 4K de 55" ou menos, dá para levar para casa um projetor conectado com resolução Full HD (1.920 x 1.080) e "criar" um telão de 100 polegadas ou mais na sala. 🍿 Escolher um produto desses requer planejamento. Antes de qualquer coisa, é preciso verificar se existe espaço no ambiente para conseguir exibir as imagens em tamanhos gigantes. ✅ Clique aqui para seguir o canal do Guia de Compras do g1 no WhatsApp Quanto maior a distância entre o projetor e a tela/parede, maior será o tamanho da imagem. Até dá para projetar no teto, mas fica meio incômodo para ver, não? Também é bom checar o estado da parede: se não tem imperfeições (pregos, furos) que atrapalhem a projeção. Se tiver, a recomendação é gastar mais um pouco em uma tela específica de projeção. 📽️ O Guia de Compras testou três projetores com resolução Full HD que podem gerar imagens de 30 a 300 polegadas e custavam menos de R$ 4.500 nas lojas on-line em maio. 🎦 Os aparelhos avaliados foram: Epson EpiqVision FH-02 LG CineBeam Smart PF510Q Samsung The Freestyle 2 📽️ Os modelos contam com recursos de Smart TV integrados, com apps de streaming e compartilhamento de tela do celular ou notebook, e conectividade com dispositivos externos pela porta HDMI. Todos dividem um problema: a qualidade do som, que é fraquinha. É recomendável usar o projetor com um alto-falante, fones de ouvido ou uma soundbar conectados por bluetooth. Foram avaliados a facilidade de uso, o brilho da imagem e os recursos adicionais dos projetores. Veja o resultado do teste a seguir e leia a conclusão no final. Epson EpiqVision FH-02 O Epson EpiqVision FH-02 consegue projetar as maiores imagens entre os modelos do teste, atingindo de 30 até 300 polegadas. Para chegar a tanto, precisa de bastante espaço em casa, quase 8 metros entre parede e projetor. Nas lojas da internet, o Epson também era o modelo mais caro do teste, sendo vendido na faixa de R$ 4.200 no meio de maio. Sua garantia é de 2 anos. O projetor tem um design retangular (mede 32 x 21,1 x 8,2 cm) com acabamento em plástico. Apesar de portátil, é o mais pesado (2,6 kg) entre os três avaliados. Projetor Epson FH-02 durante uso Henrique Martin/g1 O uso é bastante simples. O equipamento roda sistema Android TV (uma versão parecida com a usada nos celulares) e tem uma configuração rápida e fácil. Basta digitar a senha do wi-fi, entrar com a conta do Google e começar a projetar. Também dá para configurar pelo celular usando o aplicativo Google Home. O sistema permite baixar games na Play Store, assim como traz as principais plataformas de vídeo sob demanda – Globoplay, Netflix, Amazon Prime Video, Max, Disney+, entre outras, que vêm em versões mais recentes dos apps. O projetor conta com dois controles remotos, um simplificado com microfone para uso com comandos de voz e outro para acessar as configurações mais avançadas do equipamento. Apesar de ter uma porta HDMI disponível, o projetor já vem com ela ocupada por um item que a fabricante chama de Dongle Epson. Projetor Epson FH-02 visto de lado com o Dongle Epson conectado Henrique Martin/g1 Esse item nada mais é do que um dispositivo para ver streaming (como Roku Express, Amazon Fire TV Stick e Apple TV, entre outros). Se quiser ligar outro aparelho, como um computador ou videogame, é preciso retirar o Dongle Epson. E aí o projetor perde a conectividade. Na qualidade de imagem, o Epson EpiqVision FH-02 tem o brilho mais forte dos três projetores, com 3.000 lúmens (medida que indica o fluxo de luz; quanto maior, melhor será o brilho da imagem). Esse número em lúmens é bastante acima dos modelos da Samsung (230 lúmens) e LG (450 lúmens). Isso ocorre por conta da capacidade máxima do tamanho da tela (300”) que ele é capaz de gerar. O da LG chega a até 120 polegadas, e o da Samsung, 100". Segundo a Epson, para projetar uma tela de 30 polegadas, é preciso ter uma distância de 70 cm entre parede/tela e equipamento. Entre 100 e 120”, entre 2,6 e 3,1 metros. As 300” precisam de 7,9 metros entre parede e projetor. O produto tem ajustes manuais de foco e da proporção das de imagens (chamado keystone, que evita que a imagem fique em formato de trapézio, independente do ângulo que está o projetor). Durante os testes, foi possível projetar cerca de 100 a 120 polegadas na parede. Para comparação, ficou pouco maior que o comprimento de uma cama de solteiro (1,88m). Projeção do Epson em tamanho de tela em torno das 100" fica maior que a largura de uma cama de solteiro Henrique Martin/g1 Foi o projetor em que deu para ver as imagens com melhor qualidade durante o dia, com a janela aberta. À noite, no escuro, as imagens ficaram excelentes e muito nítidas. Em um teste mais distante, foi possível ficar a uns 5 metros e arriscar a projeção em um armário que vai de parede a parede (com 3 m de largura, aproximadamente). Veja abaixo. Projeção acima de 100" com o Epson FH-02 Henrique Martin/g1 Reduzir o tamanho da tela pode ser um problema, já que imagens menores (em um teste com 70 cm de distância) ficaram muito brilhantes e incomodaram os olhos, mesmo deixando o projetor com o brilho no modo econômico. Outro ponto negativo é o volume baixo. Os alto-falantes embutidos não conseguem atingir um volume muito alto ou envolvente, algo que se repete no projetor da LG e, em menor escala, no da Samsung. Para conseguir assistir filmes no streaming com melhor qualidade, foi preciso conectar o projetor a um alto-falante bluetooth. LG CineBeam Smart PF510Q O LG Cinebeam Smart PF510Q é um projetor compacto e o mais barato do teste. Ele projeta telas de até 120” e é mais brilhante que o da Samsung. Nas lojas on-line, era vendido por R$ 2.900 no meio de maio. O modelo tem um formato quadrado (14,8 x 14,8 x 6,65 cm) e pesa 1 kg. A garantia da fabricante é de 1 ano. LG CineBeam em funcionamento Henrique Martin/g1 Sua instalação é rápida e simplificada. O projetor usa o sistema WebOS 22, o mesmo utilizado nas Smart TVs da LG, e vem com um controle remoto com pilhas. O único passo adicional após o wi-fi é definir a posição do uso: se ficará pendurado no teto ou posicionado sobre uma mesa, com a projeção com o aparelho de frente para uma tela/parede ou traseira, em um vidro fosco específico para essa tarefa. O sistema WebOS já veio com vários apps pré-instalados, como Globoplay, Prime Video e Apple TV+. Dá para baixar novos apps sem cadastro na loja da LG. O LG Cinebeam é, dos três produtos, do teste, o que tem mais opções de conexões externas, de fácil acesso na parte traseira do projetor. São duas portas HDMI, uma porta RJ-45 (Ethernet) para internet por cabo e uma saída para fones de ouvido com fio. O produto permite conectar dois dispositivos bluetooth simultâneos – como dois fones ou alto-falantes. Conexões do projetor LG CineBeam Henrique Martin/g1 Algo curioso do produto é que, após a configuração, toda vez que ele era ligado entrava sozinho como se estivesse conectado a um dispositivo pelo HDMI, sem ir direto para a tela principal do sistema. A qualidade de imagem do LG Cinebeam Smart PF510Q ficou no meio do caminho na comparação com os concorrentes. Seu brilho é bem menor (450 lúmens) que o do projetor da Epson (3.000 lúmens), mas mais que suficiente para projetar imagens nítidas e claras em menores tamanhos (entre 30” e 120”). Durante o dia, com luz ambiente, a imagem ficou um pouco opaca. À noite, funcionou muito bem com todas as luzes do quarto apagadas. Nos testes com a tela na faixa das 100-120”, a imagem ficou nítida e clara, como dá para ver abaixo. Projeção no LG CineBeam a 100" - na largura de uma cama de solteiro Henrique Martin/g1 Em projeções menores, o brilho foi bom para curtas distâncias, mais suave que o da Epson e mais claro que o da Samsung. O projetor conta com ajuste de foco manual e vem com recurso para correção automática da proporção de imagem (keystone). Outra comparação do LG Cinebeam com o projetor da Epson é a qualidade do som, baixa e de qualidade ruim. Nesse teste, um alto-falante externo bluetooth também salvou os filmes vistos. Samsung The Freestyle 2 O Samsung The Freestyle 2 é quase igual ao primeiro modelo (veja o teste), com quase nenhuma mudança perceptível. É o projetor com a menor luminosidade, mas o mais versátil na comparação com os aparelhos da LG e da Epson. Nas lojas da internet, o The Freestyle 2 custava na faixa dos R$ 3.500 em maio. A garantia é de 1 ano. A versatilidade do Samsung vem do seu formato: é um cilindro de menos de 10 cm de diâmetro com uma base basculante, que pesa “menos de 1kg” (o número exato não foi divulgado pela fabricante). Projetor Samsung The Freestyle 2 Henrique Martin/g1 Por conta disso, sua lente não precisa ficar exatamente na horizontal para projetar a imagem, podendo ser movida para cima e para baixo em 180°. O modelo também conta com foco e ajuste de proporção de imagem (keystone) automáticos. Se precisar mover para os lados ou ajustar o ângulo, a imagem se encaixa em um formato correto (retangular) sozinha e corrige o foco em poucos segundos. A instalação do produto foi rápida e o The Freestyle 2 foi o único modelo que, ao ser ligado, baixou uma atualização de software. O sistema usado é o Tizen, que também faz parte das TVs inteligentes da marca. Veio com os principais serviços de vídeos on-line instalados (Globoplay, YouTube, Netflix, Prime Video) e conta com canais de TV gratuitos (Samsung TV Plus). Se, ao ligar o aparelho, você não escolher imediatamente um serviço, o projetor entra automaticamente na TV gratuita no primeiro canal da lista, mesmo que você não queira ver aquilo. Para baixar apps novos, é preciso criar uma conta Samsung ou utilizar uma já existente. O produto se conecta ao smartphone usando a plataforma SmartThings (disponível para celulares Android e iPhone). Além de espelhar a tela do telefone, o app ajuda a calibrar a qualidade de imagem da projeção. Projeção com o Freestyle 2, da Samsung, virado para cima, com 2 metros de distância entre teto e projetor Henrique Martin/g1 Ainda nos recursos extras do Freestyle 2, o modo Ambiente projeta imagens estáticas de quadros e fotos na parede e permite programar o desligamento automático do aparelho. Tem até uma projeção de estrelas, que pode ser uma decoração interessante para o quarto das crianças. O controle remoto do projetor utiliza uma bateria interna, que pode ser recarregada por cabo USB-C ou por “energia solar, luz ambiente e ondas de radiofrequência”, de acordo com a fabricante. Dos 3 projetores do teste, o da Samsung é o mais limitado nas conexões externas. Tem apenas uma porta micro HDMI, que requer um adaptador que precisa ser comprado à parte por R$ 50 ou mais. A porta USB-C serve para conectar o cabo de energia. Conexões do Samsung The Freestyle 2 e marcas de sujeira do uso frequente da unidade enviada para testes Henrique Martin/g1 A qualidade da imagem era boa, mas o Freestyle tem pouca “potência" luminosa. São apenas 230 lúmens, bem abaixo dos modelos da Epson e da LG, o que deixava ruim de ver durante o dia com luz no ambiente. É bom no escuro, mas menos vibrante que o da LG. O tamanho máximo da tela é de 100”. O som é nítido, com menos sensação de “rádio de pilha” que o dos concorrentes. E, se for preciso, dá para conectar fones ou uma caixinha de som bluetooth para aprimorar a experiência. A Samsung não destaca muito as diferenças entre a primeira e segunda gerações do projetor Freestyle. Uma delas é que, se você usar dois Freestyle 2 sincronizados, pode criar uma tela única de até 160”. Outros guias de compras: NOTEBOOKS: g1 testa 3 modelos que custam mais de R$ 12 mil CELULAR: como limpar a lente da câmera do smartphone AR-CONDICIONADO: Dá para instalar sem furar a parede? TODOS OS GUIAS DE COMPRAS Conclusão CUSTO/BENEFÍCIO: O LG CineBeam Smart PF510Q é o modelo com a melhor relação custo/benefício da avaliação. Vendido por R$ 2.900, é o mais barato dos três aparelhos e consegue entregar uma imagem grande e brilhante para ambientes domésticos para quem procura até 120”. O modelo da Epson é indicado para quem quer ver uma tela realmente grande, acima das 100 polegadas e que tem espaço disponível que comporte essa projeção. O valor do Epson é pouco maior (R$ 4.200) que o da Samsung (R$ 3.500), com o brilho mais fraco dos três. RESOLUÇÃO X BRILHO: Se o projetor for usado apenas como substituto da TV, o ideal é que sua configuração tenha entre 500 e 1.000 lúmens de brilho para conseguir uma tela de 100". Quanto maior o brilho, melhor a experiência de "cinema em casa". Não é à toa que o Epson EpiqVision FH-02 tem 3.000 lúmens para conseguir chegar às 300”. PRECISO DE UMA TELA? Uma parede branca resolve o problema na maioria dos casos, ainda mais se for projetar algo até 80 a 100”. Para melhor resultado, porém, o indicado é ter uma tela específica de projeção. Nas lojas on-line, uma tela de 100" custava, em maio, entre R$ 600 e R$ 1.000. PRECISO DE SOM ADICIONAL? É uma boa ideia incluir uma soundbar ou alto-falante bluetooth na lista de compras na hora de escolher o projetor. Os sistemas internos dos projetores são bastante fracos. COMO FORAM ESCOLHIDOS OS PRODUTOS: Os projetores foram selecionados pela sua faixa de preço – abaixo de R$ 4.500 – e estavam disponíveis nas lojas da internet pesquisadas em maio. Os equipamentos foram enviados por empréstimo pelas marcas e serão devolvidos. DE OLHO NO PREÇO: Vale notar que modelos muito baratos à venda nas lojas on-line nem sempre entregam a qualidade e resolução que prometem. É comum encontrar modelos que prometem resolução “4K” na faixa dos R$ 500 com brilho muito baixo, definição menor que HD e sem garantia do fabricante. Esta reportagem foi produzida com total independência editorial por nosso time de jornalistas e colaboradores especializados. Caso o leitor opte por adquirir algum produto a partir de links disponibilizados, a Globo poderá auferir receita por meio de parcerias comerciais. Esclarecemos que a Globo não possui qualquer controle ou responsabilidade acerca da eventual experiência de compra, mesmo que a partir dos links disponibilizados. Questionamentos ou reclamações em relação ao produto adquirido e/ou processo de compra, pagamento e entrega deverão ser direcionados diretamente ao lojista responsável.

'Me tornou mais independente': primeiro paciente da Neuralink conta como é ter chip no cérebro


Noland Arbaugh usa implante que permite controlar um computador com o pensamento. Empresa de Elon Musk recebeu permissão nos Estados Unidos e já pode fazer implante em segundo paciente. Nolan Arbaugh foi a primeira pessoa a receber um implante do chip da Neuralink, do bilionário Elon Musk Reprodução/Neuralink A primeira pessoa a receber o chip cerebral da Neuralink, do bilionário Elon Musk, tem apenas 15% dos conectores em funcionamento. Os demais se soltaram do cérebro, o que obrigou a empresa a "recalibrar" seu sistema para que o paciente siga usando o aparelho. A falha já havia sido revelada pela Neuralink no início do mês, mas foi detalhada na última quarta-feira (22) no The New York Times. Segundo o jornal, a empresa ajustou o sistema do chip para o paciente voltar a controlar um computador usando seus pensamentos. Noland Arbaugh, que perdeu o movimento abaixo do pescoço após bater a cabeça ao mergulhar em um lago, se candidatou para receber o chip nos testes da empresa de Musk. Mas admitiu que teve medo depois de ser escolhido como o primeiro a receber o implante. "Sou tetraplégico e tudo que eu realmente tenho é meu cérebro. Então, deixar alguém mexer lá e bagunçar é um grande compromisso. Eu queria ajudar e não queria deixar meus medos atrapalharem isso", disse Arbaugh à Wired. Ele tem a opção de deixar o estudo e retirar o implante no início de 2024, mas disse que espera seguir trabalhando com a Neuralink – a empresa de Musk afirma que terminará o estudo em cerca de seis anos. "[O chip] me tornou mais independente e isso ajuda não só a mim, mas todos ao meu redor. Me faz sentir menos desamparado e menos um fardo", disse. "Além de estar curado, acredito que o que a maioria dos tetraplégicos deseja é independência". A Neuralink já pode implantar seu chip em uma segunda pessoa, depois de receber autorização da Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA, na sigla em inglês), autoridade sanitária dos Estados Unidos. Confira abaixo como está o primeiro paciente da empresa de chips de Elon Musk. Neuralink faz demonstração com 1º paciente a receber seu chip cerebral Quem é o milionário da tecnologia que tenta alcançar a juventude eterna Quem é Noland Arbaugh? Noland Arbaugh nasceu em Yuma, cidade do Arizona com cerca de 100 mil habitantes. E trabalhava como monitor de acampamento em 2016, quando sofreu uma lesão de medula espinal no mergulho em um lago. Ele disse à imprensa dos EUA que bateu sua cabeça em algo e, então, sentiu seu corpo afundar. Após voltar a superfície, não conseguia mais movimentar braços e pernas. Desde então, ele usa cadeira de rodas para se deslocar. E, até receber o chip da Neuralink, Arbaugh não achou bons dispositivos para ajudar pessoas com paralisia a controlarem outros aparelhos. A saída era pedir que alguém colocasse um bastão em sua boca que o ajudava a usar um tablet. Antes do implante da Neuralink, Noland Arbaugh precisava usar bastão na boca para usar aparelhos eletrônicos Reprodução/Neuralink Em 2023, um amigo contou a Arbaugh sobre o teste que a Neuralink faria em humanos e o incentivou a se inscrever. O processo até a confirmação levou um mês e envolveu várias entrevistas e uma bateria de exames médicos. "Durante todo esse processo, eles me disseram que, a qualquer momento, se eu não atendesse a um dos critérios, eles seguiriam em outra direção", disse Arbaugh. "Tentei diminuir qualquer expectativa porque não queria ter muita esperança e me decepcionar. Foi difícil não ficar animado, mas acho que precisava disso para me manter com os pés no chão durante todo o processo". Como é o chip cerebral que a Neuralink implantou em Noland Arbaugh 'Me olham com estranheza': como é ter um chip implantado na mão Como foi implantar o chip? Aprovado, Arbaugh passou por uma nova rodada de testes no hospital em que faria o implante. Foram cerca de oito horas até completar exames de sangue e urina, bem como análises em seu cérebro. "Se alguma coisa mudasse [em termos cognitivos], eles poderiam saber como eu estava quando comecei. Foi um longo dia", disse. Neuralink, do bilionário Elon Musk, realizou bateria de exames antes de implantar chip em seu primeiro paciente Reprodução/Neuralink O implante envolveu o corte de um pequeno círculo em seu crânio e a colocação do chip, que tem o tamanho de uma moeda (veja ao final como o chip funciona). O chip Telepathy, da Neuralink, é uma interface cérebro-computador, ou seja, ele analisa sinais cerebrais e os transforma em comandos para outro dispositivo eletrônico. Mas, para funcionar, ele deve ser calibrado: Arbaugh teve que pensar repetidas vezes em movimentos como mexer os dedos para os lados e apertar em botões. Ainda que ele não consiga se movimentar, seu cérebro emite sinais que são lidos pelo chip. Ele disse que o chip é muito intuitivo e permite usar vários aplicativos em seu computador ao mesmo tempo, sem muito esforço para a navegação. "O que estou pensando o tempo todo é exatamente onde quero que o cursor vá". Biohacking: como e por que seres humanos estão implantando chips no próprio corpo Noland Arbaugh, durante demonstração de chip da Neuralink Reprodução/Neuralink Fios se soltaram: e agora? Arbaugh percebeu que algo estava errado com o implante quando perdeu o controle total que tinha sobre os movimentos do cursor do computador. No início, ele acreditou que a Neuralink poderia ter feito uma mudança no programa em que o chip se baseia. Mas a maioria dos fios do implante havia se soltado do cérebro. "Não sabia que isso era possível. Não acho que eles já tinham visto isso em um dos testes com animais", disse Arbaugh. "Nunca foi previsto que isso aconteceria em mim". Para contornar isso, a Neuralink atualizou o sistema para que ele ficasse sensível a sinais cerebrais mais sutis. A empresa avaliou que a situação tinha se estabilizado e não recomendou uma nova cirurgia para reconectar os fios. E o paciente também percebeu que seu controle sobre o cursos melhorou após a atualização. "Foi apenas um pequeno ajuste que eles fizeram no lado do software e, a partir desse ponto, as coisas foram melhorando cada vez mais". Com a autorização nos EUA para um segundo implante, a empresa de Elon Musk já pode testar melhorias para seu chip em outro paciente, mas ainda não revelou se já escolheu um candidato. LEIA TAMBÉM: GPT-4o: ChatGPT evolui e fica mais rápido para ouvir, conversar e descrever objetos Empregada doméstica usa Google Maps para provar vínculo com patrões O que são chaves de acesso e por que elas podem pôr fim ao login com senha em apps e redes sociais Saiba mais sobre o chip da Neuralink Chip no cérebro anunciado por Elon Musk é marketing ou inovação? Chip da Neuralink Arte/g1

quinta-feira, 23 de maio de 2024

Uber vai lançar categoria que permite solicitar apenas carro híbrido e elétrico no Brasil


Estreia da modalidade Uber Green foi anunciada pelo CEO da Uber durante um evento em São Paulo que comemorou os 10 anos da empresa no país. Ela estará disponível para os usuários 'nos próximos meses'. Dara Khosrowshahi, CEO da Uber, em evento na cidade de São Paulo Divulgação/Uber A Uber anunciou nesta quinta-feira (23) que vai lançar a categoria Uber Green no Brasil. Essa modalidade permite que usuários solicitem apenas veículos híbridos e elétricos para uma corrida. O anúncio foi feito pelo próprio presidente-executivo global da Uber, Dara Khosrowshahi, que esteve no Brasil para comemorar os 10 anos da operação da empresa no Brasil. Ainda não há uma data para o lançamento do Green no Brasil. No entanto, Dara disse que o recurso chega por aqui "nos próximos meses". Assim como o Uber X e o Confort, o Green tem uma precificação própria. A empresa, porém, ainda não informou se o valor será menor ou maior em relação às demais categorias disponíveis no país. Citando as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, Dara Khosrowshahi disse que o Uber Green surge em um momento crucial com as mudanças climáticas. "Precisamos nos unir com fabricantes de veículos, instituições financeiras e locadoras de carro, por exemplo, para enfrentar esse desafio, com a urgência que ele demanda", afirmou o executivo. 10 anos de operação no Brasil O evento realizado em São Paulo também trouxe números sobre os 10 anos de operação da rival da 99 no país. A empresa informou que está em operação em 26 capitais e em mais de 500 cidades no Brasil. De 2014 a 2024, já foram mais de 11 bilhões de viagens realizadas. Também foi anunciado que entre 2019 e 2024, o impacto da Uber no país superou R$ 273 bilhões, segundo um levantamento da Fundação Getulio Vargas (FGV) feito a pedido da Uber. Ao todo, R$ 140 bilhões foram repassados aos cerca de 5 milhões de profissionais que hoje utilizam a plataforma para trabalhar, segundo a companhia. Embora tenha revelado esses números, a empresa não comentou sobre regulamentação dos motoristas de aplicativos.

quarta-feira, 22 de maio de 2024

Que assistente virtual falou isso? Teste seu conhecimento de IA em jogo do g1

Você sabe reconhecer a voz das principais inteligências artificiais (IA) disponíveis hoje? Neste game do g1, ouça o áudio de cinco tecnologias e tente adivinhar quem está falando. Siri (Apple), Alexa (Amazon), Bixby (Samsung) e Google Assistente são as principais inteligências artificiais (IA) do mercado presentes em dispositivos como celulares, relógios inteligentes, alto-falantes inteligentes e até mesmo em televisores. Elas podem tirar dúvidas gerais, falar a previsão do tempo, lembrar você de fazer algo, entre outras coisas. Mais recentemente, o ChatGPT, da OpenAI, também passou falar com a pessoa que está do outro lado. No entanto, a novidade gerou polêmica depois de usuários perceberem que uma das vozes disponíveis na IA era muito parecida com a da atriz Scarlett Johansson. Depois disso, a empresa resolveu desativar a opção "Sky", que tinha o tom semelhante ao de Scarlett. Ainda que estejam presentes no dia a dia das pessoas, você sabe reconhecer a voz de cada uma dessas inteligências artificiais? O g1 interagiu como cada uma delas e, no game acima, você pode testar se identifica quem está falando. Assista também: Microsoft anuncia linha de computadores com foco em inteligência artificial Robô que faz vídeo com inteligência artificial comete gafes Jovens estão trocando o Google pelo TikTok na hora fazer pesquisas

O que explica declínio dos apps de namoro?


De acordo com uma pesquisa, quase metade dos americanos com mais de 18 anos sente que 'dating' se tornou mais difícil na última década. Muitos jovens dizem que a busca por 'dates' é estressante GETTY IMAGES Para Hazal Sirin, uma mulher de 34 anos de Istambul, na Turquia, marcar "dates" amorosos é como andar de montanha-russa. "Você começa com grandes expectativas e entusiasmo, e depois vem a decepção", diz ela. "É a mesma história para todos." Hazal diz que está solteira há quatro anos e desde então procura ativamente um parceiro. Mas, segundo ela, seus esforços para construir um relacionamento não foram correspondidos — uma frustração, diz ela, que é compartilhada por amigos e amigas que enfrentam experiências parecidas. Hazal diz que muitas pessoas deixam de demonstrar interesse ou cuidado pelo parceiro ou parceira, mesmo depois de alguns encontros. Ela diz que sofreu "ghosting" em diversas ocasiões, o que ela acredita ser um sinal de falta de consideração ou empatia. "Ghosting" é um termo usado para descrever a prática de encerrar repentinamente toda comunicação e evitar contato com outra pessoa sem qualquer aviso ou explicação. Desencantada com suas experiências de namoro, Hazal diz estar convencida de que existem poucas pessoas que estão realmente comprometidas em buscar um relacionamento verdadeiro. Quase metade dos americanos com mais de 18 anos acreditam que namoros estão mais difíceis GETTY IMAGES A decepção com "dates" na vida moderna é um tema polêmico nas conversas do dia a dia, seja na vida real ou nas redes sociais. De acordo com uma pesquisa de 2019 realizada pelo Pew Research Center, quase metade dos americanos com mais de 18 anos sente que ir a "dates" se tornou mais difícil na última década. As razões citadas para isso incluem o uso crescente de tecnologia e plataformas de namoro, riscos físicos e emocionais, a ideia de o namoro se tornar mais impessoal, a natureza casual do namoro hoje e a mudança nas expectativas sociais, na moral ou nos papéis de gênero. Os resultados da pesquisa sugerem que a maioria das pessoas está insatisfeita com suas vidas amorosas e têm dificuldade em encontrar parceiros. Os desafios da brasileira que vai comandar aplicativo rival do Tinder a partir desta terça Declínio dos apps de namoro Os aplicativos de namoro – que tentam facilitar que pessoas se conheçam – também parecem ter perdido o charme inicial. Por exemplo, os downloads anuais do Tinder caíram mais de um terço em relação ao pico de 2014. Outro aplicativo de namoro popular, o Bumble, afirma que seus usuários estão interessados em namoro com pouca pressão. "Um em cada três usuários do Bumble nos EUA diz que está 'namorando lentamente' e indo em menos 'dates' para priorizar sua saúde mental quando se trata de namoro", afirma o Bumble. Alguns especialistas acreditam que as pessoas da Geração Z não têm oportunidades para desenvolver habilidades sociais através de interações pessoais GETTY IMAGES Estudos também indicam que os jovens estão sentindo uma espécie de cansaço emocional com aplicativos de namoro. Mais de 90% dos indivíduos da Geração Z — pessoas nascidas entre 1997 e 2012 — se sentem frustrados com aplicativos de namoro, de acordo com a agência de pesquisa Savanta. "O momento estranho em que nos encontramos é que os aplicativos estão em declínio, pelo menos culturalmente, mas ainda não surgiu um substituto", diz Kathryn Lindsay, escritora de tendências da internet e cultura. Ela argumenta que encontros sociais e conexões físicas também não ajudam a Geração Z. Lindsay sugere que a pandemia exacerbou ainda mais este problema, já que muitos jovens da Geração Z não tiveram oportunidades para desenvolver habilidades sociais através de interações pessoais. Solução dos influenciadores Com cada vez mais pessoas frustradas com o namoro, as plataformas de mídia social estão ficando mais cheias de dicas e truques sobre relacionamentos. Os influenciadores muitas vezes afirmam ter soluções rápidas para encontrar o amor, com manchetes como "12 regras de namoro que mudaram minha vida" ou "Três segredos para se destacar em um 'date'". Alguns parecem promover valores de relacionamento conservadores e sugerir papéis ou comportamentos de gênero — como os homens que pagam a conta no primeiro encontro ou as mulheres que seguem os estereótipos femininos tradicionais. Por exemplo, Stephan Labossiere, um coach de relacionamento com 1,5 milhão de seguidores no YouTube, cria vídeos com manchetes como "Nove erros horríveis no namoro que desanimam os homens" ou "O único conselho sobre namoro para mulheres que você realmente precisa". A criadora de conteúdo de Londres, Tam Kaur, fala sobre "padrões de namoro de alto valor e como obter tratamento de princesa" em seu vídeo intitulado "Como namorar com sucesso para mulheres". Vídeos de infuenciadoras sobre a melhor forma de se comportar em 'dates' ganham milhares de curtidas GETTY IMAGES A influenciadora Casiah West que tem quase meio milhão de seguidores no TikTok sugere que "se você quer que alguém fique obcecado por você, basta mostrar desinteresse". Já a escritora Kathryn Lindsay observa que existem outros criadores de conteúdo que defendem abordagens de namoro mais progressistas e igualitárias — mas que os algoritmos das redes sociais muitas vezes conduzem os indivíduos por caminhos mais batidos, reforçando as normas tradicionais. Ela diz que influenciadores e criadores de conteúdo muitas vezes capitalizam em cima de sentimentos de solidão ou desespero. "Se você é um criador de conteúdo em busca de cliques fáceis, então você finge que tem uma solução, já que as pessoas estão desesperadas ou sem esperança", diz ela. Hazal Sirin diz que frequentemente encontra vídeos nas redes sociais dando conselhos sobre namoro. "É uma tendência comum, as pessoas discutem conselhos sobre namoro enquanto se maquiam", diz ela. "Alguns deles são uma porcaria, mas outros são úteis." Ela também acredita que existem algumas regras universais a serem seguidas quando se trata de namoro. "Você não deve revelar muito sobre si mesmo e empregar algumas táticas ao se comunicar com os homens", ela acredita. 'Jornada de autoconhecimento' Existe uma solução rápida para encontrar o verdadeiro amor? "Infelizmente, não", diz a psicoterapeuta e autora Kaytee Gillis. "Eu gostaria que houvesse algum algoritmo perfeito para o amor. Acho que as pessoas querem sentir que existe, porque isso lhes dá esperança." Como namorar é estressante, argumenta Gillis, as pessoas navegam pelas dicas online para evitar sentimentos de desconforto. Mas ela diz que o namoro deveria ser, na verdade, uma jornada de autodescoberta sobre quem você é e quem você deseja como parceiro. Para evitar a frustração em torno do namoro, é preciso ser autêntico, dizem os especialistas GETTY IMAGES As pessoas deveriam procurar o relacionamento que desejam ter e não o relacionamento que a sociedade lhes diz para ter, diz ela. "Relacionamentos não são uma fórmula matemática que você precisa decifrar e resolver", afirma a conselheira matrimonial e psicóloga Shivani Misri Sadhoo. "Não existem atalhos para um bom relacionamento. É preciso trabalhar", diz ela, enfatizando a importância de uma comunicação clara e de intenções genuínas. A psicoterapeuta Kaytee Gillis concorda. Para evitar a frustração em torno do namoro, é preciso ser autêntico, diz ela. "Permaneça fiel a quem você é", ela aconselha. LEIA TAMBÉM: Microsoft anuncia linha de computadores com foco em inteligência artificial Como um emoji é criado? Sabia que você pode sugerir um? Veja os critérios e o que fazer Android terá 'modo ladrão' que bloqueia tela do celular caso alguém o arranque de sua mão Robô que faz vídeo com inteligência artificial comete gafes Os bastidores, as estratégias e a rotina de quem ganha a vida vendendo vídeos de sexo 17 de julho: dia mundial do emoji

IA no celular: o que vale a pena usar? g1 testou funções no iPhone 16e, Moto Razr 60 Ultra e Galaxy S25 Edge

Cada marca diz que as funções de inteligência artificial do seu smartphone é algo imprescindível de usar. Mas é mais comum esquecer ...