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quarta-feira, 3 de setembro de 2025

SpaceX quer abastecer Starship com nave reserva no espaço e fazer um lançamento por hora; entenda planos para chegar a Marte


SpaceX quer abastecer Starship no espaço para missões a Marte A SpaceX, empresa de foguetes do bilionário Elon Musk, quer fazer em 2026 um novo experimento e reabastecer a Starship com uma nave reserva durante uma viagem no espaço. O plano é conectar as duas naves para que uma delas possa transferir combustível para a principal, que poderá seguir a trajetória para lugares mais distantes, como o planeta Marte. A empresa também quer fazer a nave ser tão eficiente que o intervalo entre cada lançamento possa cair para menos de uma hora, ainda que toda essa movimentação possa irritar outras fabricantes de foguetes. A ideia da SpaceX é que, além de ir para o espaço, a Starship faça viagens para outros países e seja uma opção muito mais rápida do que aviões comerciais. Segundo Musk, a duração de um voo entre Los Angeles, nos Estados Unidos, e Tóquio, no Japão cairia de 11 horas para menos de 30 minutos. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça Os detalhes foram apresentados em 25 de agosto, quando a empresa fez a segunda tentativa de lançar a Starship ao espaço pela 10ª vez. Devido ao mau tempo, o voo só aconteceu um dia depois. A nave atingiu todos os objetivos principais da SpaceX, que considerou o voo "um passo significativo no desenvolvimento do primeiro veículo de lançamento totalmente reutilizável do mundo". ⛽ Reabastecimento no espaço O vídeo de demonstração mostra que o reabastecimento começaria ao posicionar as duas naves lado a lado. Em seguida, uma delas ativaria uma espécie de conector que se encaixaria na outra e seria usado para transferir combustível. Como a segunda nave seria usada apenas nesse momento, ela poderia transportar mais combustível do que a primeira, que ficaria com a carga principal da viagem. Demonstração do abastecimento da Starship em órbita Reprodução/SpaceX Musk disse que esse é um procedimento inédito "essencial para enviar carga significativa para Marte". "Na SpaceX, nós descobrimos como nos acoplar repetidamente à Estação Espacial Internacional. Em muitos aspectos, isso seria como acoplar", disse. "Mas, até onde sabemos, ninguém jamais demonstrou a transferência de propelente em órbita". O bilionário entende que será preciso levar ao menos 1 milhão de toneladas em carga para Marte. Com a capacidade atual de 150 toneladas da Starship, isso significa dizer que serão necessárias mais de 6 mil viagens até o planeta vermelho. Musk alegou que isso ajudaria a construir uma cidade autossustentável, capaz de sobreviver mesmo que as naves parem de ir até o planeta por algum motivo. "É preciso construir uma base industrial inteira em Marte para que Marte sobreviva. Por exemplo, não basta construir uma fábrica de chips de computador. É preciso ter a capacidade de construir fábricas de chips de computador", afirmou. Rumo a marte: por que chegar ao planeta vermelho é tão difícil 'Nuke Mars': Elon Musk aparece com camiseta que sugere ataque nuclear a Marte Como funciona um data center? E por que ele pode consumir tanta energia e água? Starship fez belas imagens da Terra minutos antes de pousar no mar e entrar em chamas ⏰ Lançamentos de hora em hora Musk disse que será possível fazer mais voos com naves Starship ao reduzir para 30 ou 40 minutos o tempo de abastecimento do propulsor Super Heavy, a parte de baixo do veículo espacial. O Super Heavy é lançado junto à Starship para dar um impulso inicial, mas eles se separam rapidamente. Então, o propulsor faz uma manobra para voltar ao solo cerca de 5 minutos depois. "Você poderia voar com o propulsor, em teoria, a cada hora. Esta é uma velocidade extremamente rápida para o maior objeto voador já construído". Gif mostra lançamento da Starship Reprodução Para alcançar o objetivo, a SpaceX deverá aumentar a produção de naves. Isso poderá ser feito com ajuda de uma nova fábrica para produzir milhares de naves por ano e um novo complexo para armazenamento e conserto dos veículos, ambos na Flórida. Batizado de Gigabay, o complexo terá 75 mil m² (equivalente a 10 campos de futebol) e será 11 vezes maior do que o espaço no Texas usado hoje pela empresa. A previsão é de que as obras do novo local terminem no final de 2026. Ainda de acordo com Musk, o maior desafio com a Starship é criar uma versão reutilizável do escudo térmico, a camada de proteção que fica no nariz da nave, para dispensar grandes reparos entre cada voo. O empresário defendeu que é preciso fazer vários voos de teste para alcançar essa melhoria. A SpaceX quer fazer mais 76 voos por ano a partir do Cabo Canaveral, na Flórida. Mas concorrentes que atuam no local criticam o plano por temerem que suas atividades precisem ser interrompidas nos dias de missões com a Starship, informou o jornal The Washington Post. 🚀 Viagens de foguete para outros países A capacidade da Starship não deve ser usada apenas para levar pessoas e cargas ao espaço. A SpaceX quer usar a nave para fazer viagens a qualquer lugar da Terra em menos de 40 minutos. Segundo Elon Musk, a nave levaria apenas meia hora para voar de Nova York, nos EUA, a Singapura, trajeto que dura 21 horas de avião. Um voo dos EUA para a Europa levaria menos de 10 minutos, de acordo com o empresário. "Um foguete orbital é o meio de transporte mais rápido que conhecemos", disse Musk. "Você está viajando a 25 vezes a velocidade do som, o que é 30 vezes mais rápido que uma aeronave comercial". Decolagem da Starship em missão realizada em 26 de agosto de 2025 Divulgação/SpaceX SpaceX lança novo voo da Starship, maior nave do mundo Starship, maior nave do mundo, pousa no Oceano Índico

ChatGPT em teste: estudo aponta limites e potencial da IA em respostas sobre câncer


Google e Chat GPT não são médicos; conheça os riscos de se informar somente com eles Um estudo publicado nesta quarta-feira (3) na revista científica Future Science OA avaliou a qualidade das respostas do ChatGPT 3.5 — versão gratuita do chatbot da OpenAI disponível em julho de 2024 — para perguntas médicas sobre câncer hematológico. O resultado traz um alerta: embora a inteligência artificial (IA) possa ajudar pacientes a entender conceitos gerais da doença, suas respostas ainda não são confiáveis quando se trata de tratamentos mais recentes. O que a pesquisa mostrou A equipe de pesquisadores, liderada pelo médico-cientista Justin Taylor, do Sylvester Comprehensive Cancer Center da Universidade de Miami, submeteu dez perguntas ao ChatGPT. Cinco eram gerais, como efeitos colaterais comuns da quimioterapia. Outras cinco tratavam de terapias mais específicas, como os inibidores de BCL-2 — medicamentos em fase de estudos. As respostas foram avaliadas por quatro hematologistas e oncologistas de forma anônima, em uma escala de 1 a 5. Em perguntas gerais, o chatbot teve média de 3,38 pontos, considerada "razoável, mas incompleta". Em perguntas sobre terapias mais novas, a média caiu para 3,06 pontos. Nenhuma resposta recebeu nota máxima (5). “A supervisão médica continua sendo essencial para verificar as informações médicas geradas pela IA antes do uso pelo paciente”, concluíram os autores. Ceticismo necessário Taylor alerta que, assim como no passado os pacientes recorreram ao Google para tirar dúvidas de saúde, agora a IA será incorporada ao cotidiano. Mas o processo de adaptação exige cautela. “Eu alerto os pacientes para que tenham algum ceticismo, especialmente sobre respostas que tratam de tipos específicos de câncer e tratamentos, e consultem seus médicos”, afirmou. Segundo ele, chatbots não têm a capacidade de personalizar recomendações ou discutir nuances como os especialistas fazem em consultas. A forma como modelos de IA como o Copilot ou o ChatGPT já nos "conhecem" é segredo comercial Jaque Silva/NurPhoto/picture alliance Limitações e próximos passos O estudo avaliou apenas a versão 3.5 do ChatGPT, treinada com dados até 2021. Isso significa que descobertas médicas e terapias lançadas depois disso não estavam refletidas nas respostas. Versões mais recentes do modelo podem ter desempenho diferente, mas, para Taylor, a mensagem principal continua válida: a IA pode apoiar pacientes, mas não substituir a orientação profissional. Possíveis usos Apesar das falhas, os pesquisadores enxergam espaço para a tecnologia. Chatbots podem ajudar pacientes a se prepararem melhor para consultas, formularem perguntas e até localizarem fontes de informação primária e confiável. A Universidade de Miami já aposta no avanço: lançou cursos sobre ética em IA na medicina e sistemas que usam inteligência artificial para diagnóstico de tumores cerebrais e previsão de risco em mieloma múltiplo.

terça-feira, 2 de setembro de 2025

iPhone 17 deve ser lançado na próxima terça; veja o que esperar do evento da Apple


Evento em que Apple deve apresentar iPhone 17 tem o lema "De cair o queixo" Reprodução/Apple A Apple marcou para a próxima terça-feira (9) o tradicional evento em que costuma apresentar a nova linha dos iPhones. Para 2025, a família iPhone 17 deve ganhar uma versão mais fina, chamada iPhone 17 Air, em alinhamento com os modelos iPad Air e MacBook Air. A companhia também deve revelar uma nova geração do Apple Watch, iPads Pro atualizados e um novo Apple Vision Pro, segundo a imprensa norte-americana. Batizado de "Awe dropping" (algo como "De cair o queixo", para o Brasil), o evento acontecerá na sede da empresa em Cupertino, na Califórnia (EUA), a partir das 14h, pelo horário de Brasília. O que esperar do evento da Apple 📱Novos iPhones 17 Apple lança iPhone 16e, modelo mais 'barato' da linha De acordo com a Bloomberg, a Apple deve anunciar um iPhone 17 Air com 5,5 milímetros de espessura – o iPhone 16, por exemplo, tem 7,8 milímetros de espessura. O novo celular fino deverá ter tela de 6,6 polegadas e um notch Ilha Dinâmica, semelhante ao dos aparelhos mais recentes, que é interativo. O iPhone 16e, celular "barato" da Apple não tem o notch. Apesar da espessura reduzida, o iPhone 17 Air deve manter uma duração de bateria próxima à dos modelos tradicionais, segundo a Bloomberg. Mas, assim como o 16e, a nova versão pode trazer apenas uma câmera traseira, de 48 megapixels de resolução. O portal de tecnologia The Verge também sugere que, devido ao tamanho mais compacto, o aparelho pode não ter entrada para chip físico, obrigando o consumidor a utilizar somente o eSIM (chip virtual). iPhone 16 em loja da Apple em Londres, em 6 de outubro de 2024 Reuters/Hollie Adams/File Photo Os iPhones 17 Pro e Pro Max devem ganhar uma nova saliência na parte traseira para abrigar o conjunto de câmeras. Segundo o The Verge, ambos os modelos devem trazer uma nova câmera frontal de 24 megapixels (bem acima dos 12 MP do 16 Pro/Pro Max), além do processador A19 Pro. O Verge também cita o canal Ice Universe, um dos principais vazadores de informações sobre novos aparelhos, que afirma que o iPhone 17 Pro Max pode ser um pouco mais espesso para comportar uma bateria de maior capacidade. Outro site de tecnologia, o CNET, afirma que vazamentos recentes indicam que os modelos Pro e Pro Max devem chegar com corpo de alumínio em vez de titânio, o que os tornaria ainda mais leves. ⌚ Apple Watch e AirPods Pro 3 Apple Watch 10 lançado em 2024. JUSTIN SULLIVAN / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP O Apple Watch Series 11 pode estrear no dia 9 de setembro com uma tela mais brilhante e, ao mesmo tempo, mais econômica no consumo de bateria, segundo o CNET. Apesar disso, a Apple não deve promover mudanças drásticas no design do relógio. Entre os novos recursos, o dispositivo pode ganhar uma função capaz de alertar o usuário sobre sinais de pressão alta. Já o Watch Ultra 3, modelo mais avançado, deve trazer uma tela maior e suporte ao envio de mensagens de texto via satélite. O modelo mais acessível, o Apple Watch SE 3, deverá vir com um visual renovado, de acordo com o The Verge a partir de apurações da Bloomberg. Segundo a publicação, a equipe de design da Apple não estaria satisfeita com a aparência e os materiais da versão mais simples. No geral, os veículos indicam que os relógios não devem receber grandes melhorias de desempenho. AirPods Pro de segunda geração Apple O site especializado 9to5Mac afirma que um novo AirPods Pro 3 pode ser revelado no evento de terça-feira. Os fones devem chegar com um novo estojo premium, batizado de “TechWoven”, com acabamento em tecido. Segundo o Verge, uma das principais novidades pode ser o monitoramento da frequência cardíaca, recurso já presente nos fones Beats Powerbeats Pro 2. A Apple deve ainda apresentar uma versão atualizada de seus óculos Apple Vision Pro com novo processador e uma alça mais confortável para não pesar na cabeça. Também pode ser revelado um novo iPad Pro com novas câmeras e processador M5. O The Verge afirma que a Apple deve anunciar novidades sobre o Apple Intelligence, sistema de IA que integra o ChatGPT aos celulares e tablets da marca. Além disso, a empresa deve divulgar a data de disponibilidade do novo iOS 26 para todo mundo. LEIA TAMBÉM: O 'empurrão' da Apple à China na corrida com os EUA pela liderança do setor tecnológico Gmail: Google nega ataque hacker que teria afetado 2,5 bilhões de usuários Os cinco maiores bilionários brasileiros de tecnologia, segundo a Forbes Data centers de IA podem consumir energia equivalente à de milhões de casas 'Qual é a minha bênção?': trend com o ChatGPT viraliza e divide opiniões nas redes sociais Como criar uma senha forte, difícil de ser violada, e proteger suas contas

Fintech Monbank sofre ataque hacker com desvio de R$ 4,9 milhões


O ataque hacker que roubou bancos do Brasil A fintech Monbank informou nesta terça-feira (2) que foi alvo de um ataque hacker que resultou no desvio de R$ 4,9 milhões. Segundo a instituição, nenhuma conta de clientes foi comprometida, e R$ 4,7 milhões já foram recuperados. "Os R$ 200 mil restantes estão sendo rastreados e bloqueados com o apoio das instituições financeiras que receberam os valores", informou, em nota, a fintech. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça O incidente atingiu a conta de reserva da Monbank. A instituição informou que, ao identificar o ataque, sua área de segurança cibernética interrompeu de imediato as operações e comunicou o caso às autoridades competentes. Foram detectadas tentativas de invasão contra o sistema STR — usado para transferências como TEDs — e também contra o sistema PIX. "Graças às múltiplas camadas de segurança da instituição, foi possível identificar e bloquear rapidamente as operações suspeitas, evitando danos maiores ao sistema", disse a instituição. "Nenhum cliente do Monbank foi prejudicado diretamente, pois os recursos desviados vieram da conta de reserva da instituição. Até o momento, não foi identificado nenhum vazamento de dados ou prejuízo à base de clientes", concluiu. Outros ataques ao setor financeiro Esse foi o terceiro ataque hacker contra o setor financeiro brasileiro em apenas dois meses. No início de julho, o Banco Central (BC) informou que a C&M Software — empresa de tecnologia que conecta instituições financeiras ao BC — relatou ter sido alvo de um ataque à sua infraestrutura, com possível desvio de até R$ 1 bilhão. Na última sexta-feira (29), a Sinqia — que conecta bancos ao sistema PIX — informou ter sido alvo de um ataque hacker que resultou no desvio de cerca de R$ 710 milhões em transações não autorizadas. Fontes ouvidas pelo g1 e pela TV Globo apontam que as instituições mais afetadas no caso Sinqia foram o HSBC, com cerca de R$ 670 milhões, e a fintech Artta, com aproximadamente R$ 41 milhões. O g1 também apurou que a instituição conseguiu bloquear cerca de R$ 589 milhões — o equivalente a 83% do valor desviado. BC informa ataque hacker contra C&M Software, que interliga bancos aos seus sistemas e ao PIX Infográfico - Golpes aumentam em meios eletrônicos em 2024. Arte/g1

Não Me Perturbe: Anatel obriga todas as operadoras a usarem sistema contra telemarketing


Não Me Perturbe deverá ser usado por todas as operadoras Divulgação/Anatel A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) decidiu nesta terça-feira (2) que todas as operadoras deverão aderir em até 60 dias ao Não Me Perturbe, sistema em que consumidores podem optar por não receber chamadas de empresas. Após esse prazo, todas as prestadoras, incluindo as de pequeno porte, não poderão oferecer serviços por telefone para consumidores na lista do Não Me Perturbe. A plataforma só era adotada por participantes do Sistema de Autorregulação das Telecomunicações (SART), órgão da Conexis Brasil que inclui operadoras como Claro, Vivo, TIM, Oi, Algar, Ligga e Sky. O site do serviço também lista outras 67 instituições financeiras. Agora, o sistema servirá como a plataforma oficial do setor contra chamadas indesejadas. Com o Não Me Perturbe, consumidores podem evitar a oferta de produtos e serviços de prestadoras de serviços de telecomunicações (telefone, TV e internet) e instituições financeiras (empréstimo e cartão de crédito). Para deixar de receber ligações, basta se inscrever em www.naomeperturbe.com.br. "O bloqueio solicitado não se aplica a ligações que forem realizadas ao consumidor para confirmação de dados, prevenção a fraudes, realização de cobranças e retenção de solicitações de portabilidade, com ou sem oferta de refinanciamento", explicou a Anatel. LEIA TAMBÉM: Por que pessoas recebem ligações de telemarketing mesmo inscritas no Não Me Perturbe Por que recebemos ligações mudas que desligam sozinhas – e como evitá-las

Google escapa de ter que vender Chrome, mas deverá que dividir dados de busca com rivais nos EUA


Google Unsplash/Divulgação O Google não precisará vender o Chrome ou o Android, mas terá que compartilhar dados da busca com seus concorrentes, decidiu nesta terça-feira (2) a Justiça dos Estados Unidos. A ordem também proíbe a empresa de firmar acordos de exclusividade que impeçam fabricantes de pré-instalarem serviços de concorrentes do Google em aparelhos como celulares. A decisão foi tomada pelo juiz Amit Mehta, do Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito de Columbia, e encerra uma batalha jurídica de cinco anos entre o Google e Departamento de Justiça dos EUA. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça Em agosto de 2024, ele já tinha concluído que o Google violou a lei antitruste dos EUA para dominar o segmento de buscas e publicidade nos resultados de pesquisa, mas faltava a decisão sobre as medidas seriam tomadas pela empresa. O Departamento de Justiça dos EUA recomendou em novembro a separação do Google e do Chrome para evitar o monopólio da empresa no setor de buscas. Mas o Google defendeu que a Justiça apenas diminuísse o alcance dos acordos por entender que esta seria a única medida apropriada. A empresa disse em abril deste ano que começou a permitir que parceiras como Samsung e Motorola ofereçam buscadores concorrentes em seus aparelhos. Barreira para Bing e Microsoft A ação foi aberta em 2020 pelo Departamento de Justiça dos EUA, que acusou o Google de ter criado enormes barreiras de entrada para concorrentes como Bing, da Microsoft, e DuckDuckGo. Em 2024, o juiz Metha citou como exemplo dessas barreiras o pagamento de US$ 26,3 bilhões (cerca de R$ 150 bilhões) pela Alphabet a fabricantes de celulares para garantir que o Google fosse o buscador padrão nesses dispositivos. Os acordos foram anticompetitivos e, por isso, esse tipo de prática deve ser interrompida, disse Mehta. O veredito foi apontado pela agência Reuters como a maior vitória do governo americano contra um monopólio nos últimos 20 anos. Durante o julgamento, o Google alegou que não agiu de maneira anticompetitiva e que tem grande participação no mercado porque cria produtos que agradam aos consumidores. LEIA TAMBÉM: ChatGPT: o que diz a primeira ação judicial que acusa OpenAI de homicídio culposo Por que redes sociais têm tantos casos de exposição de crianças mesmo com sistemas de detecção Por que bilionário Eduardo Saverin, brasileiro cofundador do Facebook, deixou a rede social há 20 anos DeepSeek, ChatGPT e Gemini: qual é a melhor inteligência artificial?

ChatGPT terá recurso de proteção de adolescentes após ser acusado de contribuir com suicídio de jovem nos EUA


Empresa OpenAI lançou novo modelo de IA capaz de raciocinar e resolver questões complexas Dado Ruvic/Reuters A OpenAI anunciou nesta terça-feira (2) que o ChatGPT terá recursos de controle parental, que ajudam pais a monitorarem como seus filhos adolescentes usam o aplicativo. A atualização será liberada em outubro, segundo a empresa. Com o recurso, adultos poderão se vincular às contas de filhos e receber notificações se o ChatGPT detectar que o usuário menor de idade está passando por "um momento de grande sofrimento", explicou a OpenAI. "A contribuição de especialistas orientará esse recurso para promover a confiança entre pais e adolescentes", continuou a empresa. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça A atualização foi anunciada uma semana após a OpenAI ser processada por pais de um jovem de 16 anos que se suicidou nos Estados Unidos. Eles afirmam que o ChatGPT deu orientações sobre métodos de autoagressão. Os adultos também poderão controlar como o ChatGPT apresenta suas respostas para adolescentes e desativar outros recursos, como a memória e o histórico do assistente de inteligência artificial. A OpenAI anunciou o controle parental como uma proteção para adolescentes porque suas regras não permitem o uso do ChatGPT por crianças com menos de 13 anos de idade. Avaliação de médicos O recurso faz parte da iniciativa da OpenAI para melhorar como seus modelos respondem a "sinais de sofrimento mental e emocional" com base no apoio de especialistas. A empresa disse compartilhará detalhes sobre esse esforço nos próximos 120 dias. A empresa disse ainda que, no início do ano, criou um conselho de especialistas em desenvolvimento juvenil, saúde mental e interação humano-computador. O grupo deverá definir "como a IA pode contribuir para o bem-estar das pessoas e ajudá-las a prosperar". O conselho vai trabalhar com a Global Physician Network, uma entidade com mais de 250 médicos de 60 países que ajuda a avaliar como o comportamento do ChatGPT em interações ligadas à saúde. "Embora o conselho nos aconselhe sobre nossos produtos, pesquisas e decisões políticas, a OpenAI permanece responsável pelas escolhas que fazemos", disse a empresa.

Ataque hacker desviou R$ 710 milhões, diz empresa que opera sistema PIX

HSBC foi uma das instituições financeiras afetadas pelo ataque hacker à Sinqia. A Sinqia, empresa que conecta bancos ao PIX, afirmou que o ataque hacker que aconteceu na última sexta-feira (29) em seus sistemas provocou o desvio de aproximadamente R$ 710 milhões em transações não autorizadas. Segundo fontes ouvidas pela TV Globo, as duas instituições financeiras afetadas pelo ataque foram o banco HSBC e a fintech Artta. As informações constam em um relatório publicado pela Evertec, controladora da companhia, na SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos). Procurado, o Banco Central do Brasil (BC) não respondeu imediatamente ao pedido de um posicionamento pela reportagem. Ainda assim, apesar do episódio, a empresa já havia informado que a infraestrutura central do PIX não foi atingida e segue operando normalmente. "A Empresa acredita que o incidente se limita ao ambiente Pix da Sinqia e não identificou nenhuma atividade não autorizada em nenhum outro sistema da Sinqia fora do Pix no Brasil. A Empresa também não tem indícios de que quaisquer dados pessoais tenham sido comprometidos", informa. No documento enviado à SEC, a controladora da Sinqia afirmou que, ao detectar a atividade não autorizada em seu ambiente PIX, interrompeu o processamento de transações e começou a trabalhar com especialistas externos em segurança cibernética. A ação é uma medida de prevenção já prevista em seu protocolo de resposta a incidentes. "Posteriormente, o BC informou à Sinqia que não seria permitido retomar o processamento de transações no Sistema de Pagamentos Brasileiro e no PIX até que o BC sinalizasse e aprovasse as ações tomadas", diz o documento. "A Sinqia comunicou-se prontamente às autoridades policiais federais e estaduais no Brasil e aos clientes das instituições financeiras que utilizam seu ambiente PIX". A Evertec ainda informou que o ataque estava relacionado a transações financeiras entre empresas (conhecida no jargão do mercado como B2B). "Parte desse valor [R$ 710 milhões] foi recuperada e esforços adicionais de recuperação estão em andamento". Como aconteceu o ataque? Segundo a Evertec, os resultados preliminares da análise sobre o caso indicam que as transações autorizadas que afetaram as duas instituições financeiras foram introduzidas no ambiente PIX da Sinqia por meio da "exploração de credenciais de fornecedores legítimos de TI da Sinqia". "A Sinqia encerrou o acesso a essas credenciais", diz a empresa no documento. *Esta reportagem está em atualização.

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

O 'empurrão' da Apple à China na corrida com os EUA pela liderança do setor tecnológico


O jornal japonês Nikkei Asia indica que 87% dos fornecedores da Apple possuem fábricas na China. BBC/David Paul Morris/Bloomberg via Getty Images A fabricação de produtos na China por empresas tecnológicas americanas, como a Apple, parecia, até pouco tempo, uma jogada empresarial de mestre. A equação era simples. Produzir na China é mais barato e, portanto, maior é a margem de lucro. Mas, talvez sem perceber, as empresas americanas passaram anos alimentando seus futuros concorrentes. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça Produzindo telefones celulares, veículos elétricos e muitos outros produtos para empresas estrangeiras, a China desenvolveu capacidades industriais, tecnológicas e humanas com as quais dificilmente outro país consegue competir hoje em dia. Se as empresas americanas utilizavam o país asiático para fabricar produtos baratos, a China, por sua vez, as usava para sustentar seu desenvolvimento tecnológico. E não foi por acaso. O pesquisador em pós-doutorado Kyle Chan, da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, explica que a China desenvolveu um esforço bastante deliberado para atrair e utilizar empresas como a Apple para melhorar toda a sua economia. "Nunca foi simplesmente dizer: 'OK, venham fabricar aqui, fiquem ricos e todos ficamos satisfeitos'", ele conta. "Não. Na realidade, é como dizer: 'Vocês precisam contribuir com algo para o desenvolvimento da China'. E não só a Apple, mas também a Volkswagen, Bosch, Intel, SK Hynix e Samsung." Os especialistas concordam que o centro de gravidade da indústria tecnológica no mundo está se deslocando. Os dias em que os Estados Unidos eram praticamente o único país capaz de produzir tecnologias com o potencial de mudar a história da humanidade terminaram. O que existe hoje em dia é uma concorrência feroz em todos os setores. "Não se trata mais de uma corrida com um só cavalo", declarou o diretor para a China da empresa de consultoria americana The Asia Group, Han Shen Lin, para a BBC News Mundo, o serviço em espanhol da BBC. iPhone 17: Apple anuncia data de evento em que deve revelar novo celular Por que é quase impossível que os EUA fabriquem iPhones, como quer Trump? A Apple mudou sua produção para a China no início dos anos 2000 BBC/Getty Images Como isso aconteceu? No seu livro Apple in China: The Capture of the World's Greatest Company ("Apple na China: a captura da maior empresa do mundo", em tradução livre), o ex-correspondente do jornal britânico Financial Times no Vale do Silício, Patrick McGee, expõe, com base em mais de 200 entrevistas com ex-funcionários da empresa, que a decisão da Apple de fabricar mais de 90% dos seus produtos na China gerou grandes lucros, mas não apenas isso. "A fortuna da Apple e sua sofisticada produção desempenharam papel fundamental no financiamento, capacitação, supervisão e abastecimento dos fabricantes chineses", explica ele. "Agora, Pequim está usando essas habilidades como arma contra o Ocidente." Nesta mesma linha, Chan afirma que, com o passar do tempo, fornecedores chineses começaram a substituir as fábricas estrangeiras que faziam parte da cadeia de produção do iPhone e outros aparelhos da Apple. "Começando pelo básico, como as peças de cristal [as lentes e as telas], passando pelos módulos da câmera e, por fim, os próprios chips", segundo o professor. Uma análise realizada em 2024 pelo jornal japonês Nikkei Asia indicou que 87% dos fornecedores da Apple possuem fábricas na China e mais da metade tem sua sede principal no país ou na região administrativa especial de Hong Kong. Embora a Apple tenha tratado de diversificar os países onde são fabricados os insumos dos seus aparelhos, a empresa continua dependendo em larga escala de fabricantes na China — e de trabalhadores chineses que ganham US$ 1 a US$ 2 (cerca de R$ 5,45 a R$ 10,90) por hora. McGee chega a afirmar que, se quisesse, o governo chinês poderia acabar com a produção da Apple de um dia para o outro. O governo americano acusou a gigante chinesa Huawei de espionagem e roubo de propriedade intelectual. BBC/VCG/VCG via Getty Images Além de se transformar no fornecedor da Apple por excelência, a China aprendeu a desenvolver seus próprios telefones celulares, veículos elétricos e até modelos de inteligência artificial tão sofisticados quanto os americanos. Os engenheiros e os investimentos milionários da Apple e de outras empresas ocidentais transferiram conhecimento e capacidades de inovação fundamentais para a China. Eles colaboraram diretamente com gigantes chineses da tecnologia como a Huawei, Xiaomi e BYD, segundo McGee no seu livro. Huawei traz celulares de volta ao Brasil após sanção dos EUA e lança modelo com tela tripla; veja detalhes Foi assim que chegamos ao momento atual, em que os Estados Unidos permanecem na vanguarda, mas a China detém seus próprios gigantes para disputar a corrida. Nas palavras de Han Shen Lin, "os Estados Unidos continuam liderando nas tecnologias fundamentais e nos chips avançados, mas a China está reduzindo distâncias rapidamente em inovação e produção em escala no setor de aplicativos". Kyle Chan acrescenta que "a China começou a ultrapassar os Estados Unidos em algumas áreas e a grande questão aqui é a velocidade dessa ultrapassagem". A batalha pela IA Um setor que reflete como poucos a voraz concorrência entre a China e os Estados Unidos é o da inteligência artificial, considerada a joia da coroa da indústria tecnológica no momento. A China investe decididamente no desenvolvimento de IA há décadas, mas os Estados Unidos pareciam estar muito à frente com o GPT-3, o revolucionário modelo de linguagem lançado pela empresa americana OpenAI em 2020. E os lançamentos posteriores das diferentes versões do ChatGPT, cada uma melhor que a anterior, conquistaram o mundo. Mas, quando poucas pessoas esperavam, surgiu no panorama, em janeiro deste ano, o chatbot chinês DeepSeek, muito parecido com o ChatGPT. E seus criadores indicam que seu desenvolvimento custou uma pequena fração dos valores gastos pelo seu concorrente. O presidente americano, Donald Trump, se referiu à notícia como uma "advertência" para a indústria de tecnologia dos Estados Unidos. "O importante não foi só que, de repente, um modelo chinês fosse quase tão bom quanto os melhores modelos americanos, nem que tivesse sido elaborado com menos recursos de informática e, segundo eles, a um custo muito menor", explica Chan. "Mas sim — e isso é realmente fundamental — que tenha sido elaborado desafiando as restrições de exportação de chips para IA." Desde 2022, os Estados Unidos impedem que clientes chineses comprem os chips H100 codificados da Nvidia, os mais avançados que existem para o treinamento de sistemas de inteligência artificial. Em seu lugar, a empresa produz versões menos potentes dos seus chips, dirigidas especificamente para seus clientes na China. Por isso, para Chan, o lançamento de um chatbot chinês que pode competir com seu correspondente americano era uma questão "de patriotismo". "Para os chineses, aquilo era um desafio para a supremacia americana", segundo ele. A DeepSeek afirma ter treinado seu modelo de linguagem usando os chips menos potentes que a Nvidia vende no mercado chinês. Mas existem rumores de que o fundador da empresa teria comprado uma grande quantidade de chips H100 e combinado com outros menos sofisticados. Em abril, Trump proibiu as exportações do chip H20, o mais avançado que se permitia vender para a China até então, alegando riscos para a segurança nacional. Recentemente, o presidente americano permitiu a retomada das vendas. Em troca, a empresa deve submeter ao governo americano 15% das suas vendas na China. Este acordo não tem precedentes e suscita dúvidas sobre sua legalidade. As restrições dos Estados Unidos às exportações obrigaram as empresas chinesas a buscar alternativas. Para o professor Chan, medidas como estas "são eficazes a curto prazo para desacelerar o desenvolvimento da China." "Mas, a médio e longo prazo, elas impulsionam os esforços daquele país para produzir sua própria tecnologia e cadeia de fornecimento independente." Um exemplo é o ocorrido com a Huawei. Em 2019, a empresa chinesa foi incluída na "Lista de Entidades" que participam de "atividades contrárias à segurança nacional ou aos interesses da política externa dos Estados Unidos", devido a acusações de espionagem, roubo de propriedade intelectual e vigilância de dados. Por isso, os telefones celulares da empresa não puderam mais usar o sistema operacional Android, da Google. "Depois de sofrer o golpe, a Huawei passou vários anos desenvolvendo seu próprio sistema operacional e seus próprios chips SoC", explica Chan. "Não acredito que eles tivessem feito isso em tão larga escala, se não tivessem recebido sanções tão fortes dos Estados Unidos, o que, essencialmente, os obrigou a fazê-lo." As vantagens da China Os Estados Unidos chegaram a ser líderes da tecnologia devido à força do seu setor privado, aos grandes incentivos econômicos para inovação no país e à grande quantidade de energia que produz, entre outras condições. Então, quais são as vantagens da China? Os especialistas indicam, por um lado, sua decidida aposta por uma política industrial que investe recursos do Estado para desenvolver setores considerados estratégicos. Em sua entrevista à BBC News Mundo, Chan defende que, enquanto os investimentos se movimentam rapidamente nos Estados Unidos conforme o mercado, o governo chinês se atém aos seus planos de longo prazo, investindo consistentemente neles, mesmo se não gerarem lucros imediatos. Além disso, "a China possui um sistema que fomenta uma concorrência interna muito, muito feroz, na qual os governos regionais apoiam suas próprias empresas locais, criando uma espécie de torneio", afirma ele. Esta intensa concorrência interna produz empresas que conseguem ser competitivas não só na China, mas também em nível global. Outra palavra repetidamente mencionada pelos especialistas para explicar as vantagens da China na corrida tecnológica é "magnitude": a magnitude da sua população e dos dados existentes sobre os habitantes. "A China pode colocar em prova tecnologias emergentes com toda a sua população", destaca o diretor para a China do The Asia Group, Han Shen Lin. "A capacidade dos fabricantes chineses de medicamentos de recrutar pacientes com muito mais rapidez e aproveitar os bancos de dados nacionais centralizados de pacientes acelerou muito o ritmo dos testes clínicos e a descoberta de produtos farmacêuticos na China, especialmente no setor da oncologia", exemplifica Chan. Tudo isso parece colocar a China em uma posição ao menos tão privilegiada quanto a dos Estados Unidos para definir o futuro da tecnologia. Questionado sobre quais pistas deste futuro ele observa na sua vida em Xangai, na China, Lin responde que "o que mais me surpreende é como a tecnologia avançada se integra à perfeição na vida cotidiana, desde a logística baseada na inteligência artificial até o pagamento sem dinheiro em espécie em todo tipo de transações". Mas ele alerta que o caminho seguido pela China também apresenta riscos. "Sem a colaboração e a aceitação de muitos países em nível global, especialmente em relação aos padrões, a China corre o risco de ficar encerrada em uma câmara de eco", segundo ele. "Por isso, a China ampliou seu alcance no Sul Global, com projetos como a Iniciativa Cinturão e Rota, e tratou de dominar os organismos que definem os padrões em organizações multilaterais, como a ONU." Veja mais: Trump quer iPhone feito nos EUA, mas aparelho custaria 3 vezes mais, diz analista

Gmail: Google nega ataque hacker que teria afetado 2,5 bilhões de usuários


Gmail: Google nega ataque hacker que teria afetado 2,5 bilhões de usuários Unsplash/Solen Feyissa Circula na internet a informação de que o Google estaria alertando 2,5 bilhões de usuários do Gmail a trocar a senha após um ataque hacker que teria atingido o serviço. O Google, porém, negou ao g1 que isso tenha acontecido. O boato ganhou força na semana passada, principalmente em sites norte-americanos, mas nasceu de um erro: ele confundia o Gmail com um incidente menor de segurança na Salesforce do Google, um serviço de nuvem que não tem ligação com as contas do Gmail usadas por usuários finais. A informação falsa afirmava que golpistas teriam realizado uma série de "invasões bem-sucedidas" e que o Google estaria orientando os usuários a ficar em alerta para atividades suspeitas em suas contas. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça O Gmail tinha 1,8 bilhão de contas ativas em todo o mundo em 31 de março de 2024, segundo informações da agência Associated Press. Ou seja, a suposta invasão, que falava em 2,5 bilhões de usuários, equivaleria a praticamente todo o serviço. "O Gmail e o Google Workspace são seguros e não houve um ataque em larga escala a esses produtos", confirmou a big tech em nota ao g1, neste sábado (30) (leia o comunicado na íntegra ao final da reportagem). "Não sabemos de onde surgiu essa informação, mas confirmamos que não houve ataque em massa ao Gmail", disse Camila Zoé, chefe de comunicação do Google Cloud para a América Latina, ao g1, nesta segunda-feira (1). Boato sobre o Gmail foi ligado a outro caso O Google reconheceu que o boato pode ter surgido de um episódio distinto, envolvendo a Salesforce da empresa. O caso ocorreu em junho, quando um sistema interno ligado ao Google Ads foi alvo de um ataque hacker. Segundo o Google, o ambiente afetado armazenava apenas "informações básicas de contato comercial", como nome, telefone e anotações relacionadas. "Os sistemas do Google não foram acessados e não houve impacto nos dados contidos nos produtos do Google ou no Google Cloud", informou a empresa em nota ao g1 na sexta-feira (29). Na mesma semana em que a notícia falsa sobre o Gmail começou a circular, o Google publicou uma atualização sobre o caso da Salesforce, orientando os clientes a trocar as senhas do serviço. E o que devo fazer em casos de ataque? Como criar uma senha forte, difícil de ser violada, e proteger suas contas Crie senhas fortes No caso de vazamento em um serviço que você usa, o recomendado é mudar a senha adotada naquela plataforma. A medida é importante para que sua conta não seja invadida por quem teve acesso ao conteúdo vazado. Mas como saber quais contas estão em risco? Uma opção é o site "Have I Been Pwned", que reúne registros sobre vazamentos de dados e permite verificar se o seu e-mail está em algum vazamento, o que é um alerta para você atualizar suas senhas o quanto antes. Outras orientações importantes incluem não compartilhar suas senhas com conhecidos e não deixar as credenciais salvas em aplicativos de bloco de notas. Siga as dicas abaixo para ter senhas mais difíceis de serem descobertas: crie senhas longas, que são mais difíceis de serem descobertas por tentativa e erro – uma dica é usar truques para criar senhas mais criativas, como pequenos trechos de frases ou músicas importantes para você; use letras maiúsculas e minúsculas, além de números e caracteres especiais, como @ e $; evite senhas óbvias, crie senhas que são frases porque são facilmente memorizáveis e difíceis de serem descobertas. Use senhas diferentes para cada site Uma senha forte não significa muito se for usada em todos os sites em que você tem conta. Isso porque, em caso de vazamento em um deles, a credencial pode ser testada em outros serviços. É importante criar senhas diferentes para cada site. Para lembrar de todas elas, use gerenciadores de senhas (saiba mais). Eles têm criptografia, dificultando o acesso de terceiros a informações privadas. Veja algumas opções gratuitas: Gerenciador de Senhas do Google (integrado ao navegador Chrome e à conta Google); LastPass; Microsoft (integrado ao Authenticator para Android, também pode ser usado no Windows, no Edge e com extensão para o Chrome); KeePass (com Keepass2Android para sincronizar suas senhas no Android). Opções pagas incluem Dashlane, 1Password e Dropbox Passwords. Use autenticação em duas etapas As redes sociais e outros aplicativos famosos oferecem a autenticação de dois fatores, que entra em ação sempre que há uma tentativa de acessar sua conta a partir de um novo aparelho. Com a proteção dupla, o login só é autorizado depois que você fornece a senha e um segundo fator, que costuma ser gerado na hora por meio de um aplicativo de autenticação ou de uma notificação em um dispositivo confiável. Clique aqui para saber como ativar a proteção na conta do WhatsApp, do Instagram, do Facebook, do Google, do TikTok, do X e do Telegram. E clique aqui para ver como ativar na conta gov.br. Ative chaves de acesso (passkeys) Empresas de tecnologia como Google, Apple, Microsoft têm defendido o uso de chaves de acesso (passkeys), que prometem ser mais seguras do que o método padrão de login e senha. Com as chaves de acesso, o acesso a sites e aplicativos é feito usando apenas a impressão digital, o reconhecimento facial ou o código PIN do seu celular (veja como elas funcionam). A ideia é que você não precise mais se preocupar em lembrar tantas senhas e tenha um meio confiável (sua biometria, por exemplo) para acessar esses serviços. A opção é oferecida por empresas como Google, WhatsApp, TikTok, X, iCloud e Microsoft. Desconfie de abordagens suspeitas Não é preciso haver vazamento para roubar credenciais de vítimas. Criminosos podem tentar enganar a pessoa para que ela mesma informe suas informações privadas, o que pode ser feito por meio de sites e e-mails fraudulentos, por exemplo. A prática conhecida como phishing visa utilizar mensagens que parecem autênticas para roubar informações. Por isso, é importante verificar se o link do site é realmente o endereço que você deseja visitar – criminosos podem criar uma réplica em que a URL tem apenas algumas letras diferentes da original. Outra recomendação é analisar com atenção o que está escrito no site ou no e-mail e se perguntar por que você recebeu o conteúdo, que tipo de informação estão pedindo e se algo parece estranho. O que diz o Google sobre o caso Gmail "Estamos vendo muita confusão e imprecisão na cobertura sobre este assunto. O Gmail e o Google Workspace são seguros e não houve um ataque em larga escala a esses produtos. Parece que parte da confusão se criou a partir desta atualização. Como o blog menciona, este é um problema de escopo restrito, sem comprometimento do Google Workspace ou da própria Alphabet (o que inclui o Gmail). De qualquer forma, incentivamos os usuários a usarem uma alternativa de senha segura, como as Passkeys, e a seguir estas melhores práticas para identificar e denunciar ataques de phishing". Data centers de IA podem consumir energia equivalente à de milhões de casas 'Qual é a minha bênção?': trend com o ChatGPT viraliza e divide opiniões nas redes sociais Criminosos podem usar suas fotos nas redes para aplicar golpes financeiros?

sábado, 30 de agosto de 2025

Ataque hacker em empresa que opera o sistema Pix desvia R$ 420 milhões; BC bloqueia R$ 350 milhões


Prédio do HSBC em Canary Wharf, Londres. Reuters Instituições financeiras foram alvo de um ataque hacker durante a tarde sexta-feira (29) que provocou o desvio de cerca de R$ 420 milhões por meio de transferências realizadas via Pix. De acordo com fontes ouvidas pela TV Globo, foram desviados R$ 380 milhões do banco HSBC e outros R$ 40 milhões da instituição financeira Artta. Apesar do episódio, a infraestrutura central do Pix não foi atingida e segue operando normalmente, informou a Sinqia. A companhia confirmou o episódio em nota oficial. (veja íntegra abaixo) Ataque hacker em empresa que opera o sistema Pix desvia R$ 420 milhões O golpe ocorreu a partir de vulnerabilidades no sistemas da Sinqia, empresa brasileira que fornece tecnologia de conexão entre instituições financeiras e o sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central. A invasão ocorreu apenas nos servidores da Sinqia, que apenas se comunicam com o Banco Central. Após detectar a tentativa, o Bacen cortou a ligação da operadora com a rede do sistema financeiro nacional para impedir que ela fosse uma porta de acesso às demais instituições. A ação foi rápida a tempo de conseguir bloquear R$ 350 milhões. A Polícia Federal foi acionada e vai investigar o ataque. Agora, o Banco Central trabalha para reaver o restante do dinheiro desviado. O banco HSBC, maior afetado pela invasão, afirmou que nenhuma conta foi afetada e que "medidas foram tomadas para bloquear as transações" suspeitas. "Na última sexta-feira, 29 de agosto, o HSBC identificou transações financeiras via PIX em uma conta de um provedor do banco. Nenhuma conta dos clientes ou fundos foram impactados pela operação por elas terem ocorrido exclusivamente no sistema desse provedor. O banco esclarece ainda que medidas foram tomadas para bloquear essas transações no ambiente do provedor. O HSBC reafirma o compromisso com a segurança de dados e está à disposição das autoridades para colaborar com as investigações", afirmou o banco. A Artta, uma das instituições afetadas, afirmou que o ataque foi nas contas que mantém direto com o Banco Central para liquidação interbancária e que nenhum conta de clientes foi afetada. (veja íntegra abaixo) "Não houve ataque ao ambiente da Artta nem às contas de nossos clientes As contas envolvidas são mantidas junto ao Banco Central e utilizadas exclusivamente para liquidação interbancária", afirmou a instituição em nota. A informação foi divulgada inicialmente pelo portal Neofeed. Justificativa da operadora Em seu comunicado, a Sinqia afirmou que acionou especialistas forenses para investigar a origem do incidente e destacou que “um número limitado de instituições financeiras” foi afetado. Ainda de acordo com a empresa, a atividade suspeita se restringiu ao ambiente Pix e não há indícios de movimentações fora desse sistema nem sinais de que dados pessoais tenham sido comprometidos. Marcelo Camargo/Agência Brasil A Sinqia acrescentou que está reconstruindo as plataformas atingidas em um novo ambiente, com monitoramento reforçado e camadas adicionais de segurança. O ataque ocorre pouco tempo depois de outra ação de grandes proporções, registrada em julho, quando hackers desviaram quase R$ 1 bilhão explorando vulnerabilidades da C&M Software, outra provedora de serviços tecnológicos usada por bancos e corretoras. Na ocasião, valores que estavam em contas no Banco Central foram transferidos de forma irregular. Até o momento, não há indícios de que os dois ataques estão correlacionados. Mecanismos de devolução Um dia antes do ataque, o Banco Central (BC) realizou alterações no PIX, sistema de transferência de recursos em tempo real, que aperfeiçoam, nos próximos meses, o mecanismo de segurança que permite a devolução de recursos para a vítima de fraudes, golpes ou coerção. A instituição lembra que, pelas regras atuais, a devolução dos recursos é feita apenas a partir da conta originalmente utilizada na fraude. 24 milhões foram vítimas de golpe do PIX ou boleto falso, indica Datafolha Com os aprimoramentos na regra, com validade a partir de 23 de novembro de forma facultativa e de 2 de fevereiro de forma obrigatória, o mecanismo de devolução do PIX vai identificar os caminhos dos recursos. "A segurança é um dos pilares fundamentais do Pix e seu aprimoramento é um processo contínuo. O BC atua de forma permanente para garantir a manutenção do elevado patamar de segurança do Pix", afirmou o Banco Central. Veja a nota da Sinqia, na ÍNTEGRA: No dia 29 de agosto, a Sinqia detectou atividade suspeita no ambiente Pix. Nossa equipe agiu rapidamente e iniciou uma investigação para determinar a causa do incidente. Estamos trabalhando com o apoio dos melhores especialistas forenses nisto. Já estamos em contato com clientes afetados, que compreendem um número limitado de instituições financeiras. Neste momento, verificamos que o incidente se limita apenas ao ambiente Pix. Não há evidências de atividade suspeita em nenhum outro sistema da Sinqia além do Pix e esse problema afeta apenas a Sinqia no Brasil. Além disso, neste momento, não temos indicação de que quaisquer dados pessoais tenham sido comprometidos. Enquanto nossa investigação ainda está em andamento, colocamos em prática um plano detalhado para alcançar uma restauração completa. Primeiro, isolamos o ambiente Pix de todos os outros sistemas da Sinqia e o desconectamos proativamente do Banco Central, enquanto conduzimos nossa análise. Em segundo lugar, por precaução, estamos trabalhando ativamente para reconstruir os sistemas afetados em um novo ambiente com monitoramento e controles aprimorados. Também estamos trabalhando com especialistas externos adicionais para nos ajudar a acelerar esse processo e complementar os recursos de nossa própria equipe. Depois que o ambiente for reconstruído e estivermos confiantes de que está pronto para ser colocado de volta em funcionamento, o Banco Central irá revisá-lo e aprová-lo antes de colocá-lo novamente online. Assim que tivermos uma previsão clara sobre quando o novo sistema estará online, forneceremos mais atualizações aos nossos clientes. A segurança das transações realizadas em nossos sistemas é nossa primeira prioridade. Agradecemos o apoio de nossos clientes e pedimos desculpas pelo inconveniente. Estamos tratando essa situação com a maior seriedade e continuamos comprometidos com a transparência e em manter nossas partes interessadas informadas à medida que novas informações se tornem disponíveis. Veja a nota da Artta, na ÍNTEGRA: No dia 29/08, a Sinqia S.A., empresa homologada e autorizada pelo Banco Central para operar o SPB e o Pix, registrou um incidente em sua infraestrutura tecnológica que afetou diversas instituições financeiras, entre elas a Artta Sociedade de Crédito Direto S.A. e bancos como o HSBC. IMPORTANTE DESTACAR! Não houve ataque ao ambiente da Artta nem às contas de nossos clientes. As contas envolvidas são mantidas junto ao Banco Central e utilizadas exclusivamente para liquidação interbancária. Como medida preventiva, interrompemos as transações de saída no mesmo dia, priorizando a segurança e a proteção integral dos recursos de nossos clientes. Estamos em contato direto com o Banco Central e a Sinqia e atuando para que a normalização das operações aconteça com a máxima agilidade e total segurança. Reafirmamos nosso compromisso com a integridade do sistema financeiro, a proteção dos clientes e a transparência em nossas comunicações. Em caso de dúvidas, nossa equipe está disponível pelo e-mail: suporte@artta.com.br.

Por que bilionário Eduardo Saverin, brasileiro cofundador do Facebook, deixou a rede social há 20 anos


Os bilionários brasileiros em 2025, segundo a Forbes Eduardo Saverin, homem mais rico do Brasil, fez sua fortuna como um dos fundadores do Facebook. Ele foi fundamental para a criação da rede social, mas deixou a empresa logo nos primeiros anos. O patrimônio de Saverin chegou a R$ 227 bilhões em 2025, um crescimento de 45,5% em relação ao ano passado, segundo levantamento da revista Forbes. Com a quantia, ele ampliou seu recorde de brasileiro com a maior fortuna já registrada. O bilionário aumentou seu patrimônio por conta da valorização da Meta, que controla o Facebook. As ações da empresa tiveram alta de 33% nos 12 meses até junho de 2025, de acordo com a Forbes. Saverin mantém ações da Meta, mas não é ligado à administração do Facebook desde 2005. A saída do brasileiro foi retratada no filme "A Rede Social" (2010), em que ele é interpretado pelo ator Andrew Garfield. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça Os atores Andrew Garfield (à esquerda) e Jesse Eisenberg no filme "A rede social". Garfield interpretou Saverin na obra Divulgação/Columbia Tristar Marketing Group Eduardo Saverin nasceu em 1982 na cidade de São Paulo, mas foi criado nos Estados Unidos. Ele se formou em economia em Harvard, onde conheceu Zuckerberg e ajudou a criar o Facebook em 2004 ao fazer um financiamento inicial de US$ 15 mil. Durante seu período no Facebook, o empresário era responsável por administrar os negócios enquanto Mark Zuckerberg liderou o desenvolvimento da plataforma, que atraiu usuários e investidores rapidamente. Com o crescimento, Zuckerberg queria mudanças no Facebook, indicou uma reportagem publicada em 2012 pelo site Business Insider. Uma delas era transferir o registro da empresa para o estado de Delaware, com leis mais favoráveis ao seu negócio. Mas o americano se incomodou com o distanciamento de Saverin. "Ele deveria montar a empresa, obter financiamento e criar um modelo de negócios. Ele falhou em todas as três", disse, à época, Zuckerberg em uma mensagem a Dustin Moskovitz, outro fundador do Facebook, ainda de acordo com o Business Insider. Primeiros data centers de IA no Brasil podem consumir mesma energia de 16 milhões de casas; conheça os projetos Como funciona um data center? E por que ele pode consumir tanta energia e água? Mark Zuckerberg, presidente-executivo da Meta Getty Images via BBC Com a relação prejudicada, Zuckerberg criou em julho de 2004 uma empresa em Delaware para comprar o Facebook. Em menos de quatro meses, a participação de Saverin caiu de 65% para menos de 10%. "Existe uma maneira de fazer isso sem deixar dolorosamente aparente para ele que a participação dele está sendo diluída para 10%?", perguntou Zuckerberg em um e-mail para seu advogado, segundo o Business Insider. Na resposta, o advogado afirmou que Zuckerberg poderia descumprir o dever fiduciário, uma espécie de regra de lealdade prevista em lei para garantir que envolvidos em um acordo sejam devidamente informados sobre todas as mudanças. O Facebook processou Saverin por considerar inválido um documento de outubro de 2004 em que ele receberia mais ações. O brasileiro, por sua vez, acionou a empresa com base na regra do dever fiduciário. Anos depois, eles chegaram a um acordo que garantiu a Saverin uma participação de 5% na empresa. O brasileiro apareceu pela primeira vez na lista de bilionários da Forbes em 2011, após a abertura de capital do Facebook, que fez valorizar sua participação. Saverin vive com a mulher e o filho em Singapura desde 2012, quando renunciou a sua cidadania americana. Desde 2016, ele é responsável pelo B Capital, uma empresa de capital de risco, isto é, que realiza investimentos em companhias em estágio inicial para que elas possam crescer, apostas que podem oferecer grande retorno financeiro.

sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Meta permitiu chatbots sexuais de celebridades como Taylor Swift, diz agência


Taylor Swift no Grammy 2025 Jordan Strauss/Invision/AP A Meta se apropriou dos nomes e imagens de celebridades — incluindo Taylor Swift, Scarlett Johansson, Anne Hathaway e Selena Gomez — para criar dezenas de chatbots (robôs que interagem por mensagem) sem a permissão delas, segundo a Reuters. Antes da publicação desta matéria, a Meta excluiu cerca de uma dúzia de bots, tanto avatares "paródia" quanto não identificados, informou a agência. O porta-voz da Meta, Andy Stone não comentou as remoções. Alguns chatbots foram criados por usuários com uma ferramenta da própria Meta. Pelo menos três outros, incluindo dois bots "paródia" da Taylor Swift foram produzidos por um funcionário da Meta, seguindo a agência. A dona do WhatsApp, Instagram e Facebook também permitiu que usuários criassem chatbots publicamente com celebridades infantis, incluindo Walker Scobell, um astro de cinema de 16 anos, segundo a Reuters. Ao pedir uma foto do ator adolescente na praia, o bot produziu uma imagem realista sem camisa. “Bem fofo, né?”, escreveu o avatar abaixo da imagem. Todas as celebridades virtuais foram compartilhadas nas plataformas do Meta no Facebook, Instagram e WhatsApp. Durante a pesquisa da Reuters para observar o comportamento dos bots, os avatares frequentemente insistiam que eram os artistas reais. Além disso, os bots frequentemente faziam investidas sexuais, muitas vezes convidando o usuário para encontros. Alguns dos conteúdos de celebridades gerados por IA eram particularmente picantes: quando solicitados a mostrar fotos íntimas, eles produziam imagens realistas de seus homônimos posando em banheiras ou vestidos de lingerie com as pernas abertas. O porta-voz da Meta , Andy Stone, disse à Reuters que as ferramentas de IA da Meta não deveriam ter criado imagens íntimas de adultos famosos ou quaisquer fotos de celebridades infantis. Ele também atribuiu a produção de imagens de celebridades femininas usando lingerie pela Meta a falhas na aplicação de suas próprias políticas, que proíbem esse tipo de conteúdo. “Assim como outros, permitimos a geração de imagens contendo figuras públicas, mas nossas políticas visam proibir imagens nuas, íntimas ou sexualmente sugestivas”, disse. Embora as regras da Meta também proíbam a "personificação direta", Stone disse que os personagens famosos eram aceitáveis, desde que a empresa os rotulasse como paródias. Muitos foram rotulados como tal, mas a Reuters descobriu que nem todos. 'Direito de publicidade' em jogo Mark Lemley, professor de direito da Universidade de Stanford que estuda IA ​​generativa e direitos de propriedade intelectual, questionou se os bots de celebridades Meta se qualificariam para as proteções legais que existem para imitações. “A lei de direito de publicidade da Califórnia proíbe a apropriação do nome ou imagem de alguém para fins comerciais”, disse Lemley, observando que há exceções quando tal material é usado para criar uma obra inteiramente nova. “Isso não parece ser verdade aqui”, disse ele, porque os robôs simplesmente usam as imagens das estrelas. Nos Estados Unidos, os direitos de uma pessoa sobre o uso de sua identidade para fins comerciais são estabelecidos por leis estaduais, como a da Califórnia. A Reuters mandou imagens da atriz Anne Hathaway compartilhadas publicamente por um usuário no Meta como uma "modelo sexy da Victoria Secret" para um representante da atriz. Hathaway estava ciente de imagens íntimas sendo criadas pelo Meta e outras plataformas de inteligência artificial, disse o porta-voz, e a atriz está considerando sua resposta. Representantes de Swift, Johansson, Gomez e outras celebridades que foram retratadas nos chatbots do Meta não responderam às perguntas ou se recusaram a comentar. A internet está repleta de ferramentas de IA generativa "deepfake" que podem criar conteúdo obsceno. E pelo menos um dos principais concorrentes de IA da Meta , a plataforma de Elon Musk, a Grok, também produzirá imagens de celebridades de roupa íntima para os usuários, segundo apurou a Reuters. A empresa controladora da Grok, a xAI, não respondeu a um pedido de comentário. Mas a escolha da Meta de inundar suas plataformas de redes sociais com companheiros digitais gerados por IA se destaca entre seus principais concorrentes. A Meta já enfrentou críticas anteriores sobre o comportamento de seus chatbots, mais recentemente depois que a Reuters relatou que as diretrizes internas de IA da empresa declaravam que "é aceitável envolver uma criança em conversas românticas ou sensuais". A história motivou uma investigação do Senado dos EUA e uma carta assinada por 44 procuradores-gerais alertando a Meta e outras empresas de IA para não sexualizar crianças. Stone disse à Reuters que o Meta está revisando seu documento de diretrizes e que o material que permite que bots tenham conversas românticas com crianças foi criado por engano. A Reuters também relatou neste mês a história de um homem de 76 anos de Nova Jersey com problemas cognitivos que caiu e morreu a caminho de um encontro com um chatbot da Meta que o havia convidado para visitá-lo na cidade de Nova York (EUA). O bot era uma variante de uma persona de IA anterior que a empresa havia criado em colaboração com a influenciadora Kendall Jenner. Um representante de Jenner não respondeu a um pedido de comentário. 'Você gosta de loiras?' Uma líder de produto da Meta na divisão de IA generativa da empresa criou chatbots que se passavam por Taylor Swift e pelo piloto britânico Lewis Hamilton. Outros bots que ele criou se identificaram como uma dominatrix, a "Melhor Amiga Gostosa do Irmão" e a "Lisa na Biblioteca", que queria ler Cinquenta Tons de Cinza e beijar. Outra de suas criações foi um "Simulador do Império Romano", que oferecia ao usuário o papel de uma "camponesa de 18 anos" que é vendida como escrava sexual. Contatado por telefone, o funcionário da Meta não quis comentar. Stone disse que os bots da funcionária foram criados como parte de testes de produtos. A Reuters descobriu que eles alcançaram um público amplo: os dados exibidos por seus chatbots indicaram que, coletivamente, os usuários interagiram com eles mais de 10 milhões de vezes. A empresa removeu os companheiros digitais dos funcionários logo depois que a Reuters começou a testá-los no início deste mês. Antes que os chatbots de Taylor Swift dos funcionários da Meta desaparecessem, eles flertaram intensamente, convidando um usuário fictício da Reuters para a casa da cantora, recentemente noiva, em Nashville, e para seu ônibus de turnê para interações românticas explícitas ou implícitas. "Você gosta de loiras, Jeff?", perguntou um dos chatbots "paródicos" do Swift ao saber que o usuário de teste era solteiro. "Talvez eu esteja sugerindo que escrevamos uma história de amor... sobre você e uma certa cantora loira. Aceita?" Duncan Crabtree-Ireland, diretor executivo nacional do SAG-AFTRA, sindicato que representa artistas de cinema, televisão e rádio, disse que os artistas enfrentam potenciais riscos de segurança devido a usuários de redes sociais que criam vínculos românticos com um parceiro digital que se parece, fala como e afirma ser uma celebridade real. Perseguidores já representam uma preocupação significativa de segurança para as estrelas, disse ele. “Temos visto um histórico de pessoas obcecadas por talento e com estado mental questionável”, disse. “Se um chatbot usa a imagem de uma pessoa e as palavras dela, fica claro como isso pode dar errado.” Artistas famosos têm a possibilidade de entrar com uma ação judicial contra a Meta sob as antigas leis estaduais de direito de publicidade, disse Crabtree-Ireland. Mas o sindicato tem pressionado por uma legislação federal que proteja as vozes, imagens e personas das pessoas contra a duplicação por IA, acrescentou. Veja mais: Influenciador morre durante transmissão ao vivo na França e acende alerta

quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Cristiano Amon: quem é o brasileiro eleito entre os 100 líderes mais influentes em IA pela revista Time


Cristiano Amon, CEO da Qualcomm, anuncia fábrica de chips em Campinas Marcelo Brandt/g1 A revista Time incluiu o brasileiro Cristiano Amon na lista das 100 pessoas mais influentes da inteligência artificial em 2025. O executivo aparece na principal categoria da publicação, "líderes", ao lado de nomes como Elon Musk (X, Tesla e SpaceX), Sam Altman (OpenAI) e Mark Zuckerberg (Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp). O reconhecimento da revista é dividido em quatro categorias: "líderes", "inovadores", "moldadores" e "pensadores". 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça Amon ocupa os cargos de CEO e presidente da Qualcomm, fabricante americana de processadores para smartphones e redes de telecomunicações. A publicação destaca que, "sob a liderança de Cristiano Amon, a Qualcomm investiu pesadamente em pesquisa e desenvolvimento de IA" e lembra que a empresa é responsável pelo processador Snapdragon, presente em smartphones Android de grandes marcas globais. Além dele, outro brasileiro também entrou na lista: Mike Krieger, cofundador do Instagram e atual diretor de produtos da Anthropic, criadora da IA Claude. Na Time, ele é um dos destaques na categoria "inovadores" (saiba mais abaixo). Quem é Cristiano Amon Cristiano R. Amon, presidente da Qualcomm, na revista Time Reprodução/Revista Time Cristiano R. Amon é doutor em engenharia elétrica pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde ingressou em 1988 e se formou em 1992, segundo a própria universidade. Ele entrou na Qualcomm em 1995 como engenheiro. Antes, trabalhou na Ericsson e na Vésper. Em 2018, assumiu o cargo de presidente da empresa, no mesmo ano em que a Qualcomm anunciou a abertura de uma fábrica de chips para smartphones e internet das coisas no Brasil. Em 2021, foi promovido e passou a acumular também o cargo de CEO. Os cinco maiores bilionários brasileiros de tecnologia, segundo a Forbes Atualmente, Amon é responsável pela operação global da companhia e pela unidade de semicondutores, que engloba chips para celulares, produtos de radiofrequência, soluções automotivas e de internet das coisas. Entre os produtos mais conhecidos da empresa estão os processadores Snapdragon, usados em celulares da Samsung, Xiaomi e Motorola, por exemplo. Cristiano Amon, CEO da Qualcomm. Marcelo Brandt/G1 Sob sua gestão, a Qualcomm liderou a estratégia do 5G e expandiu sua atuação para áreas como computação, setor automotivo, realidade virtual (VR) e realidade aumentada (AR). O executivo também teve participação no desenvolvimento das tecnologias 3G e 4G. Em 2019, recebeu da Unicamp o título de Doutor Honoris Causa, concedido a pessoas que prestam contribuições relevantes às ciências, letras, artes ou à sociedade. Na cerimônia, o pai do executivo, Salvador Amon, lembrou da dedicação do filho nos estudos. "Não é porque é meu filho, mas o Cristiano sempre foi um menino fora de série. Muito estudioso. Quando ele entrou na faculdade, ele tinha uma característica: não anotava nada. Eu comprava os livros e ele estudava por lá. Isso fez ele se tornar autodidata", disse. Em publicação no LinkedIn, Amon afirmou estar "incrivelmente orgulhoso" e disse que o título concedido pela Time "reflete o incrível trabalho da Qualcomm para levar a IA ao limite, onde ela pode ter um impacto profundo". Mike Krieger, cofundador do Instagram, também está na lista Brasileiro Mike Krieger, um dos criadores do Instagram Reprodução/Instagram Outro brasileiro na lista é Mike Krieger, que aparece na categoria "inovadores", ao lado de executivos da Tools for Humanity (criadora do protocolo World), da Adobe e da ElevenLabs. Com apenas 24 anos, Krieger ajudou a fundar o Instagram. Em 2024, passou a integrar a Anthropic como diretor de produtos, com foco em melhorar a experiência de uso da plataforma. Nascido em São Paulo, Krieger viveu a maior parte de sua vida na cidade antes de se mudar para os Estados Unidos em 2004, onde estudou na Universidade Stanford. Antes de ser convidado para fundar o Instagram, trabalhou na Meebo, empresa ligada à área de mensageiros instantâneos. Em março de 2010, se juntou a Kevin Systrom para desenvolver um produto inicialmente chamado Burbn, que mais tarde se transformaria no Instagram. LEIA TAMBÉM: Influenciadores mirins só com aval judicial: entenda decisão da Justiça do Trabalho e o que diz a lei Nvidia: o boom de IA ​​que impulsiona empresa mais valiosa do mundo apesar de tensões entre EUA e China Starship, maior nave do mundo, faz lançamento inédito de cargas no espaço Agente do ChatGPT reserva restaurante, faz compra, mas erra ao insistir demais Data centers de IA podem consumir energia equivalente à de milhões de casas Criminosos podem usar suas fotos nas redes para aplicar golpes financeiros?

Nvidia: o boom de IA ​​que impulsiona empresa mais valiosa do mundo apesar de tensões entre EUA e China


O diretor-executivo da Nvidia, Jensen Huang, em um discurso de abertura na Consumer Electronics Show (CES) em Las Vegas, Nevada, em 6 de janeiro de 2025 Getty Images A fabricante de chips de computador Nvidia foi impulsionada por grandes empresas de tecnologia interessadas em expandir suas capacidades em inteligência artificial, apesar das tensões entre os EUA e a China. Na quarta-feira, a empresa divulgou uma receita de US$ 46,7 bilhões (cerca R$ 247,5 bilhões) no segundo trimestre do ano, um aumento de 56% em relação ao mesmo período de 2024. No entanto, a Nvidia, que tem sido pega no meio de uma guerra comercial entre os EUA e a China, afirmou que "continuou a lidar com questões geopolíticas", e suas ações caíram no pregão após o fechamento. A empresa, que se consolidou como a companhia mais valiosa do mundo, precisou navegar pelas políticas em constante mudança da administração Trump, voltadas a garantir que os EUA mantenham a liderança no desenvolvimento de IA. Nvidia anunciou investimento de meio trilhão de dólares em IA Um boom contínuo de IA Os chips sofisticados da Nvidia têm sido uma parte importante do boom de inteligência artificial. Na quarta-feira, a empresa afirmou que a demanda por seus produtos continua forte, especialmente de grandes empresas de tecnologia, incluindo a Meta, dona do Instagram, e a OpenAI, criadora do ChatGPT, enquanto competem para expandir suas capacidades em IA. "A corrida da IA começou de fato", disse o chefe da Nvidia, Jensen Huang, em uma teleconferência com analistas após a divulgação do relatório, afirmando que os gastos de quatro grandes empresas de tecnologia dobraram, chegando a US$ 600 bilhões por ano (cerca de R$ 3,2 trilhões). "Com o tempo, você pensaria que a inteligência artificial… aceleraria o crescimento do PIB", disse Huang. "Nossa contribuição para isso é uma grande parte da infraestrutura de IA." Colleen McHugh, diretora de investimentos da empresa Wealthify, disse ao programa Today da BBC que a Nvidia está "no centro desse boom de IA". "Ela é praticamente incontestável no mercado de chips para IA", acrescentou. Ela também afirmou que a empresa é "muito dependente" das gigantes de tecnologia para gerar receita e que a continuidade dos gastos com seus chips faria com que os "retornos e o preço das ações da Nvidia continuassem subindo". A receita da empresa proveniente de data centers subiu 56%, para US$ 41,1 bilhões (cerca de R$ 218,2 bilhões), mesmo ficando ligeiramente abaixo das expectativas dos analistas. Eileen Burbridge, investidora e sócia-fundadora da Passion Capital, disse que a oscilação no preço das ações foi resultado da divisão de data centers "não ter apresentado resultados tão fortes quanto esperava". No entanto, ela afirmou que a empresa teve um crescimento "inacreditável". "Claramente, muito capital entrou, e não acho injusto dizer que houve talvez um pouco de euforia ou até uma pequena bolha", acrescentou. Em julho, a Nvidia se tornou a primeira empresa do mundo avaliada em US$ 4 trilhões (cerca de R$ 21,2 trilhões). A fabricante de chips de IA, com sede em Santa Clara, Califórnia, disse que a receita no trimestre atual provavelmente chegará a US$ 54 bilhões (aproximadamente R$ 286,2 bilhões), superando as expectativas dos analistas de Wall Street. Questões Geopolíticas A Nvidia continua exposta às tensões geopolíticas entre os EUA e a China. A empresa anunciou em julho que retomaria as vendas de seus chips de inteligência artificial de alta performance para a China. A medida ocorreu após o CEO Jensen Huang conseguir convencer o governo Trump a reverter a proibição da venda dos chips H20 da empresa, desenvolvidos especificamente para o mercado chinês. O governo havia imposto a proibição devido a preocupações de que os chips pudessem beneficiar não apenas desenvolvedores de IA chineses, mas também o Exército da China. Na quarta-feira, executivos afirmaram que, no final de julho, o governo dos EUA começou a revisar licenças para a venda de chips H20 destinados especificamente a clientes chineses. A empresa acrescentou que não havia enviado nenhum H20, apesar de alguns clientes baseados na China terem recebido essas licenças nas últimas semanas. O governo dos EUA espera receber 15% da receita gerada com as vendas licenciadas dos chips H20. A Nvidia não incluiu os H20 em suas projeções para o trimestre atual e afirmou que também está fazendo lobby junto ao governo dos EUA para aprovar a venda de seus chips Blackwell para a China, que continua sendo o maior mercado de seus chips. Enquanto isso, analistas observam que a China está estimulando a competição no setor que a Nvidia atualmente domina. "As restrições de exportação dos EUA estão fomentando a fabricação doméstica de chips na China", disse o analista da Emarketer, Jacob Bourne, após a divulgação do relatório. Ele acrescentou que a questão agora é se o "mergulho da Nvidia em robótica" ajudará a empresa a manter seu papel como "indicadora da economia de IA". O imigrante ex-lavador de pratos que fundou a Nvidia, gigante dos microchips que vale mais que Google e Amazon A empresa que ultrapassou Apple e Microsoft e se tornou a mais valiosa do mundo O 'álbum novo' de cantora folk que nem ela conhecia – criado com inteligência artificial

Os cinco maiores bilionários brasileiros de tecnologia, segundo a Forbes


O cofundador do Facebook Eduardo Saverin, em um evento em Cingapura, em 26 de maio de 2016. Roslan Rahman/AFP/Arquivo A Forbes divulgou nesta quinta-feira (28) a lista dos cinco maiores bilionários brasileiros da tecnologia. No topo da lista está Eduardo Saverin, cofundador do Facebook, e detentor de uma fortuna de R$ 227 bilhões. Ele é conhecido por ser sócio de Mark Zuckerberg, que conheceu enquanto estava na faculdade. A lista também conta com o fundador da Character.AI, Daniel de Freitas, e com o maior acionista individual da Totvs, Laércio José de Lucena Cosentino. Veja lista completa abaixo. Ao todo, a lista dos bilionários brasileiros de 2025 conta com 240 homens — que juntos acumulam um patrimônio de R$ 1,68 trilhão — e 60 mulheres — com um total de R$ 343,7 bilhões, diz a Forbes Brasil. Vicky Safra é a única representante feminina no Top 10. 1. Eduardo Saverin Patrimônio: R$ 227 bilhões Empresa: Facebook e B Capital Saverin nasceu em 1982 na cidade de São Paulo, mas foi criado nos Estados Unidos. Ele se formou em economia em Harvard, onde conheceu Zuckerberg e ajudou a criar o Facebook em 2004. Sua fortuna veio de uma participação minoritária da empresa, que viria a crescer anos mais tarde. Nos anos seguintes, Saverin e Zuckerberg discordaram sobre os rumos da empresa. O embate foi parar na Justiça e foi retratado no filme "A Rede Social" (2010), em que Saverin é interpretado pelo ator Andrew Garfield. O brasileiro fez o investimento inicial necessário para começar as operações da empresa, segundo o livro "Milionários Acidentais", de Ben Mezrich, publicado em 2012. Ele apareceu pela primeira vez na lista de bilionários da Forbes em 2011, após a abertura de capital do Facebook, que fez valorizar sua participação. 2. Daniel de Freitas Patrimônio: R$ 5,8 bilh Empresa: Character.AI Daniel de Freitas, de 35 anos, é formado pela Universidade de São Paulo e por Stanford. Ele trabalhou na Microsoft e no Google, nos EUA. Freitas criou, junto com o norte-americano Noam Shazeer, seu ex-colega no Google, o chatbot inteligente Character.AI. Lançada em setembro de 2022, a empresa foi vendida no início de agosto de 2024 para o Google, tornando Daniel o primeiro brasileiro a ficar bilionário com investimentos em Inteligência Artificial, segundo a Forbes Brasil. 3. Laércio José de Lucena Cosentino Patrimônio: R$ 2,1 bilhões Empresa: Totvs Com 23 anos, em 1983, Consentino fundou a Microsiga junto com o empresário Ernesto Haberkorn, que ocupa a 5ª posição desta lista. A empresa foi rebatizada como Totvs, em 2005, e, no ano seguinte, abriu seu capital na bolsa de valores de São Paulo, iniciando um movimento acelerado de aquisições. A companhia foi uma das pioneiras no Brasil em desenvolver e implantar softwares de gestão. Atualmente, a empresa atua em 41 países. Cosentino deixou a presidência em 2018, após 35 anos no cargo, mas segue como presidente do Conselho de administração e como maior acionista individual, com 8,6% das ações, segundo a Forbes Brasil. 4. José Roberto Nogueira Patrimônio: R$ 1,5 bilhão Empresa: Brisanet Fundador e CEO do Grupo Brisanet, o autodidata José Roberto fundou a empresa em 1998 na cidade de Pereiro (CE) “com o sonho de transmitir sinal de internet a um custo acessível em pleno sertão”, relata a Forbes Brasil. A companhia se expandiu por todo o Nordeste, tornando-se líder em banda larga fixa na região, atendendo os estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas. Em julho de 2024, a empresa anunciou ter alcançado 1,37 milhão de clientes de banda larga fixa. Ele também é sócio-diretor das empresas Nossa Fruta Brasil e Agritech, segundo descrição no Linkedin. 5. Ernesto Mário Patrimônio: R$ 1,4 bilhão Empresa: Totvs O empresário Ernesto Mário Haberkorn detém a segunda maior participação acionária da Totvs, segundo a Forbes. Ele também é palestrante e escritor, publicando o primeiro livro brasileiro sobre gestão em 1968. Lista de bilionários da Forbes 2025: saiba quem são as pessoas mais ricas do mundo

Influenciadores mirins só com aval judicial: entenda decisão da Justiça do Trabalho e o que diz a lei

Menores desdenham da educação e dizem ganhar muito dinheiro vendendo cursos A Justiça do Trabalho proibiu nesta quarta-feira (27) que Instagram e Facebook permitam a atuação de crianças e adolescentes como influenciadores sem autorização judicial. A decisão prevê multa de R$ 50 mil por dia para cada caso irregular. Cabe recurso. O Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Ministério Público de São Paulo (MPSP) apresentaram no processo uma cópia de inquérito civil que aponta a existência de perfis de crianças e adolescentes com atuação comercial nas duas redes sociais. Procurada, a Meta, dona de ambas as plataformas, disse que não irá comentar. Em junho, o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região já havia dado a mesma decisão para a Bytedance, que é dona do TikTok. O que diz a Lei Antes da decisão, a lei já exigia autorização judicial para que menores atuassem como influenciadores. Esses processos tramitam em segredo de Justiça para preservar as crianças, explicaram especialistas ouvidos pelo g1 em 2024 em reportagem sobre menores que vendiam cursos online. No Brasil, o trabalho antes dos 16 anos só é permitido em casos artísticos e com autorização judicial, o que inclui a atuação como influenciador nas redes, explicou em 2024 a advogada Kelli Angelini, especialista em educação digital. A regra está prevista no artigo 149 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A partir dos 14 anos, os menores podem trabalhar como Jovem Aprendiz, modalidade vinculada ao desenvolvimento profissional e pessoal, destacou em 2024 João Francisco Coelho, advogado do programa Criança e Consumo do Instituto Alana. Procurados novamente após a decisão, os dois especialistas confirmaram que essas regras continuam valendo. "A medida não proíbe a participação artística de crianças na internet, mas garante que ela ocorra com proteção, dentro dos limites previstos em lei. Não significa que menores nunca mais poderão atuar, e sim que seus direitos precisam ser preservados", explicou Kelli ao g1 após a decisão da Justiça do Trabalho. "As plataformas sempre alegaram que não cabia a elas fiscalizar. A decisão deixa claro que, sim, as redes têm a obrigação de garantir que crianças atuem como influenciadoras apenas dentro da lei”, afirmou agora João Francisco Coelho. O pedido de autorização deve ser feito no estado em que a criança mora, explicou Angelini. Desde 2018, por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), a competência para conceder esse alvará é da Justiça Comum, e não mais da Justiça do Trabalho. Decisão da Justiça A decisão liminar foi concedida pela 7ª Vara do Trabalho de São Paulo em ação movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pelo Ministério Público de São Paulo. Os órgãos pedem também indenização de R$ 50 milhões por danos morais coletivos e a criação de filtros capazes de identificar conteúdos com crianças e adolescentes sem autorização judicial. Para a magistrada, expor menores na internet para fins de lucro sem avaliação da Justiça "gera riscos sérios e imediatos", como: Pressão para produzir conteúdo, com impactos na saúde física e mental; Exposição a ataques virtuais ("haters") e danos à autoestima; Uso indevido da imagem, já que fotos e vídeos podem ser copiados e compartilhados indefinidamente; Prejuízos educacionais, pela dedicação precoce ao trabalho em detrimento da escola; Privação de atividades típicas da infância. Adultização O Senado também aprovou nesta quarta-feira (27) um projeto de lei que cria regras para combater a adultização de crianças no mundo digital, em redes sociais, sites, aplicativos, jogos e outras plataformas. O texto, que já havia passado pela Câmara com alterações, voltou ao Senado e agora segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A proposta prevê obrigações para provedores de serviços digitais, como vincular contas de crianças e adolescentes a um responsável e remover conteúdos abusivos. O objetivo é reforçar a proteção de menores em ambientes digitais.

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

Projeto contra adultização nas redes: entenda em 6 pontos texto que vai à sanção de Lula

Senado aprova projeto contra adultização de crianças e adolescentes nas redes O Senado aprovou nesta quarta-feira (27) o projeto de lei que estabelece regras para combater a adultização de crianças e adolescentes em ambientes digitais, como redes sociais, sites, aplicativos e jogos eletrônicos. A proposta passou pelo Senado de forma simbólica e agora segue para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O tema ganhou força após um vídeo feito pelo influenciador Felca viralizar nas redes sociais. Ele denunciava o uso de crianças e adolescentes sendo expostas em canais privados nas redes. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) publicou uma mensagem em suas redes sociais afirmando que iria pautar a proposta. A Câmara já havia aprovado o texto na semana passada. Veja os principais pontos da medida: 1. Contas vinculadas a responsáveis O texto determina que contas de redes sociais de usuários com até 16 anos sejam obrigatoriamente vinculadas a um responsável legal. ➡️ Isso significa que pais ou responsáveis terão de ser identificados e poderão ser cobrados pelas atividades das crianças e adolescentes na plataforma. 2. Verificação de idade As plataformas precisarão adotar mecanismos confiáveis de checagem de idade. A autodeclaração do usuário — quando a própria criança diz quantos anos tem ao criar uma conta — não será mais aceita. ➡️ A lei prevê que o poder público possa atuar como regulador e certificador dos métodos de verificação, para garantir que crianças não acessem conteúdos impróprios. 3. Conteúdos proibidos Serão considerados impróprios para crianças e adolescentes conteúdos relacionados a: exploração e abuso sexual; pornografia; violência física, assédio e cyberbullying; uso e incentivo a drogas, álcool e tabaco; jogos de azar e apostas; práticas publicitárias predatórias. ➡️ As empresas terão obrigação de remover esse tipo de material e comunicar imediatamente às autoridades nacionais e internacionais em casos de crimes graves, como exploração sexual ou sequestro. 4. Supervisão parental As plataformas deverão oferecer ferramentas de controle parental para permitir que pais e responsáveis acompanhem o conteúdo acessado pelas crianças e limitem o tempo de uso. ➡️ Além disso, quando essas ferramentas estiverem em funcionamento, deverá aparecer um aviso claro e visível na tela. 5. Multas e sanções O projeto prevê punições pesadas para as empresas que descumprirem as regras: Multas que variam de R$ 10 por usuário cadastrado até o limite de R$ 50 milhões. Suspensão temporária ou até definitiva das atividades no Brasil, em casos mais graves. ➡️ Usuários que fizerem denúncias falsas de forma reiterada também poderão sofrer sanções, incluindo a suspensão de contas. 6. Jogos eletrônicos O Senado proibiu o acesso de crianças e adolescentes a jogos eletrônicos que contenham loot boxes (caixas de recompensa que funcionam como apostas). ➡️ O relator da proposta, senador Flávio Arns (PSB-PR), argumentou que esse tipo de prática se assemelha a jogos de azar e poderia incentivar menores de idade ao vício. Próximos passos O projeto segue agora para sanção do presidente Lula. Se virar lei, caberá ao governo regulamentar como será feita a verificação de idade e a fiscalização sobre as plataformas. Quer que eu faça também uma linha-fina chamando o ponto mais impactante (como as multas de até R$ 50 milhões e o controle parental obrigatório), para dar mais força na abertura.

Nvidia: vendas de chips de IA aumentam, mas temor de bolha no setor freia entusiasmo


O lavador de pratos que criou a Nvidia, a empresa mais valiosa do mundo As vendas de chips para inteligência artificial (IA) da Nvidia seguiram em alta no trimestre encerrado em julho. A procura, porém, não foi forte o bastante para aliviar as preocupações recentes de que o entusiasmo em torno da IA esteja perdendo força. A fabricante de chips e semicondutores informou nesta quarta-feira (27) que sua receita total foi de US$ 46,7 bilhões no período, um aumento de 56% em relação ao ano anterior. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça Enquanto isso, o lucro da companhia foi de US$ 26,4 bilhões — ou US$ 1,08 por ação — uma alta de 59% na comparação anual. Os números vieram acima do previso por analistas. A Nvidia também mostrou otimismo ao projetar receita de US$ 54 bilhões para o próximo trimestre (agosto a outubro), ligeiramente acima das estimativas de analistas para o período. “Estamos no início da expansão”, disse o CEO da Nvidia, Jensen Huang, em teleconferência nesta quarta. Ele prevê investimentos de US$ 3 trilhões a US$ 4 trilhões em iniciativas de IA até o final desta década. Os resultados divulgados pela empresa eram aguardados com expectativa, já que a Nvidia se tornou um termômetro do boom da IA. Esse movimento, que dura dois anos, tem levado o mercado de ações a níveis recordes nos Estados Unidos. No embalo da IA, a Nvidia se tornou a primeira empresa de capital aberto a atingir um valor de mercado de US$ 4 trilhões. O índice de referência S&P 500 subiu 69% desde o final de 2022, com o entusiasmo em torno do setor sustentando grande parte do otimismo dos investidores. Receios de bolha no setor Mesmo em meio à euforia geral, surgiram questionamentos sobre se a mania da IA será apenas um reflexo do boom e do colapso das empresas "ponto com" no final dos anos 1990, que mergulhou o Vale do Silício em uma crise de vários anos. Nas últimas semanas, por exemplo, relatórios e declarações de executivos de tecnologia de destaque intensificaram a preocupação dos investidores de que a mania da IA possa ter sido exagerada. Os números mais recentes da Nvidia, referentes a maio a julho, podem reforçar essas percepções, já que as vendas de seus processadores — essenciais nos data centers de IA em construção pelo mundo — não crescem tão rapidamente como antes. O lançamento do ChatGPT, da OpenAI, no final de 2022, desencadeou um fenômeno tecnológico que começa a transformar a sociedade. Os chips de IA integram a divisão de data centers da Nvidia, que registrou receita de US$ 41,1 bilhões, alta de 56% em relação ao mesmo período do ano passado, mas abaixo da estimativa de US$ 41,3 bilhões dos analistas, segundo a FactSet Research. As ações da Nvidia caíram 3% no after-market após a divulgação dos dados do segundo trimestre fiscal, mostrando que o desempenho não foi suficiente para acalmar os investidores. A decepção era quase inevitável, já que o preço das ações subiu mais de dez vezes nos últimos dois anos e meio. “Dizer que as ações estavam precificadas para a perfeição seria um enorme eufemismo”, disse o analista da Investing.com, Thomas Monteiro, à Associated Press. O que vem pela frente? Alcançar o crescimento necessário para levar a Nvidia a um valor de mercado de US$ 5 trilhões tornou-se mais desafiador, já que as vendas anuais da empresa passaram de US$ 44 bilhões no ano fiscal de 2024 para um projetado de US$ 204 bilhões no atual ano fiscal, que termina em janeiro. Isso resultou em taxas de crescimento da receita ano a ano progressivamente mais lentas. Após a receita ter pelo menos dobrado ou triplicado em cinco trimestres consecutivos entre 2023 e 2024, o crescimento vem desacelerando nos últimos quatro trimestres. A Nvidia poderia ter apresentado resultados melhores no último trimestre se o presidente dos EUA, Donald Trump, não tivesse imposto uma proibição que bloqueou a venda de seus chips de IA na China durante o período. No entanto, os investidores já haviam sido avisados de que as restrições custariam cerca de US$ 8 bilhões em vendas de maio a julho, de modo que esse desafio já estava refletido no preço das ações. Trump retirou as restrições à Nvidia na China no início deste mês, em troca de um corte de 15% nas vendas da empresa no país — um acordo que deve impulsionar a receita nos próximos meses, embora não esteja claro com que rapidez. No melhor cenário, a Nvidia pode alcançar entre US$ 2 bilhões e US$ 5 bilhões em vendas de chips de IA para a China, segundo Colette Kress, diretora financeira da empresa. * Com informações da Associated Press Pessoa passa por painel com logomarca da Nvidia na Computex em Taiwan em junho de 2024 Ann Wang/Reuters

Trump 'socialista'? A polêmica decisão do governo dos EUA de comprar parte da Intel


Donald Trump e Intel BBC/Getty Images Donald Trump está levando o governo americano para o mercado de chips. Ele anunciou na última sexta-feira (22/08) que o governo federal iria adquirir participação de 10% na Intel, empresa que faz parte da Fortune 500 (lista anual das 500 maiores empresas dos EUA por receita) e é uma das maiores fabricantes americanas de semicondutores. E o presidente americano insinuou que os EUA podem não ter terminado de aumentar sua carteira de ações. "Farei acordos como esse para o nosso país o dia todo", escreveu ele em sua rede social, a Truth Social. "Também ajudarei as empresas que fazem acordos tão lucrativos com os Estados Unidos." 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça A publicação de Trump foi uma resposta a críticas que se acumularam por dias. Os críticos incluem apoiadores da direita, que veem na compra um rompimento da tradição americana e do preceito de um governo enxuto. Além disso, alguns economistas alertam que a promessa de ajudar empresas que fazem acordos com o governo dos EUA aumenta o potencial de corrupção e ineficácia do mercado. "Com isso, as decisões de investimento precisam ser tomadas com base em política, não em economia", disse Tad DeHaven, analista de política econômica do Cato Institute, um think tank (centros de pesquisa e debate que buscam influenciar políticas públicas) libertário. "Isso coloca o governo diretamente na essência do processo decisório de uma grande empresa." Embora Trump diga que os EUA pagaram "zero" pelos cerca de US$ 9 bilhões em ações sem direito a voto da Intel, a transação está longe de ser um presente. Entenda como o governo Trump se tornou sócio da Intel Os EUA converteram subsídios não pagos, designados na Lei de Chips de 2023 (legislação destinada a promover a fabricação nacional de semicondutores), em ações da Intel. A postura de Trump não é totalmente inédita no país. Na crise financeira de 2009, os EUA adquiriram parte da propriedade da General Motors, Citigroup e AIG para evitar a quebra dessas empresas. Essas intervenções foram justificadas pelos então presidentes George W. Bush e Barack Obama como medidas emergenciais para evitar um colapso econômico nacional. O governo Trump justifica a compra de participação na Intel como uma forma de proteger uma indústria vital para a segurança nacional. Mas, para Robert Atkinson, presidente da Information Technology and Innovation Foundation, o objetivo real é outro. "Não se trata realmente de fortalecer a Intel, mas sim de ter controle sobre ela e talvez ganhar mais dinheiro", avalia Atkinson. Se a participação estatal em empresas privadas é uma medida incomum para o governo dos EUA, não é em outros lugares. China e Rússia investem pesadamente em suas empresas nacionais. Até mesmo as democracias europeias têm um histórico de apoiar o que consideram indústrias-chave, como aeroespacial, comunicações e energia. Na terça (26), o secretário de Comércio, Howard Lutnick, delineou uma estratégia semelhante, afirmando que os EUA estão considerando adquirir participações acionárias em empresas de defesa e munições. "A Lockheed Martin obtém 97% de sua receita do governo federal", disse ele. "Se estamos agregando valor fundamental aos seus negócios, acho justo que Donald Trump pense no povo americano." Outro assessor econômico de Trump, Kevin Hassett, sugeriu um plano mais amplo: que esse tipo de intervenção governamental seja o primeiro passo para a criação de um fundo soberano dos EUA. O presidente admira os fundos de investimento administrados por outras nações, como a China e as monarquias do Golfo, como um meio eficaz de gerar receita governamental. Trump indicou que governo dos EUA pode ampliar sua carteira de ações para além da Intel BBC/Getty Images Embora não tenha pressionado o Congresso a autorizar formalmente a criação de um fundo nos EUA, o modelo de investimento da Intel pode fornecer uma rota alternativa sem a supervisão e regulamentação que poderiam vir com a participação mais ativa do Congresso. "Tenho certeza de que em algum momento haverá mais transações, se não neste setor, em outros setores", diz Hassett. Poderiam oferecer mais ativos para tal fundo a golden share (ação preferencial que dá direito a veto a decisões estratégicas) do governo na US Steel, negociada como parte da compra da empresa pelo Japão, e a promessa de investimento estrangeiro em indústrias americanas. Embora Trump frequentemente elogie suas habilidades de negociação e seu conhecimento financeiro, Richard Stern, da conservadora Heritage Foundation, avalia que o controle estatal raramente se iguala ao desempenho do capitalismo de livre mercado. "Mesmo que ele fosse o empresário mais genial que já existiu, a verdade é que parte do que torna os negócios tão bem-sucedidos é que as pessoas envolvidas neles são especializadas. Elas conhecem aquele negócio, aquele produto, aquela área", diz Stern. "Nenhum ser humano pode ser universalmente perfeito na gestão de todos os negócios em todos os setores do planeta." Até agora, poucos políticos republicanos — incluindo aqueles no Congresso, que poderiam exercer supervisão — se manifestaram contra o novo interesse do presidente no capitalismo gerido pelo Estado. O senador Rand Paul, um crítico ocasional de Trump, é uma exceção notável. "Se socialismo é o governo possuir os meios de produção", escreveu ele na rede social X, "o governo possuir parte da Intel não seria um passo em direção ao socialismo?" Como se quisesse enfatizar esse ponto, o senador Bernie Sanders, socialista autodeclarado, manifestou apoio à iniciativa de Trump. "Se as empresas de microchip lucram com as generosas verbas que recebem do governo federal", disse o ex-candidato à presidência em um comunicado, "os contribuintes americanos têm direito a um retorno razoável sobre seus investimentos". A perspectiva de que o poder econômico que Trump está acumulando com essas últimas medidas possa ser exercido por um futuro presidente democrata é outro motivo para o desconforto de alguns conservadores. "Alguém acha que eles vão ficar de braços cruzados enquanto o governo detém 10% de participação na Intel sem ter nada a dizer sobre as políticas da Intel em tecnologia verde, diversidade, responsabilidade corporativa e por aí vai?", questionou DeHaven. Isso não pareceu deter Trump, cujos esforços podem ser parte de uma estratégia maior ou simplesmente a ânsia de um empresário em intervir onde puder — seja direcionando investimentos governamentais, sugerindo que a Coca-Cola mude a fórmula do refrigerante ou recomendando que a Cracker Barrel volte ao seu antigo logotipo. "Todo mundo está se precipitando [em analisar a situação] com os 'ismos' — corporativismo, socialismo, capitalismo de Estado...", disse DeHaven. "No fim das contas, é o trumpismo." Vampetaço x Tarifaço: entenda trend brasileira

SpaceX quer abastecer Starship com nave reserva no espaço e fazer um lançamento por hora; entenda planos para chegar a Marte

SpaceX quer abastecer Starship no espaço para missões a Marte A SpaceX, empresa de foguetes do bilionário Elon Musk, quer fazer em 2...