
Segundo levantamento, 71.867 novas denúncias desse tipo de crime foram recebidos pela ONG em 2023. No Dia da Internet Segura, relatório da instituição destaca importância da proteção da infância e do enfrentamento à violência sexual na web. Imagem de arquivo mostra homem usando celular Reprodução/Fantástico O número de denúncias de imagens de abuso e exploração sexual infantil online, em 2023, foi o maior já registrado em 18 anos pela Safernet, ONG que atua em defesa dos direitos humanos na internet. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 DF no WhatsApp. Segundo o levantamento, 71.867 novas denúncias desse tipo de crime foram recebidas pela ONG no ano passado. O crescimento em relação a 2022, quando foram feitos 40.572 registros, foi de 77,13%. Para o presidente da Safernet, Thiago Tavares, três fatores contribuíram para o aumento dos casos: Demissões em massa anunciadas pelas big techs, que atingiram as equipes de segurança, integridade e moderação de conteúdo de algumas plataformas. A proliferação da venda de packs com imagens de nudez e sexo auto-geradas por adolescentes; A introdução da Inteligência Artificial (IA) generativa para a criação desse tipo de conteúdo. O relatório divulgado nesta terça-feira (6), Dia da Internet Segura, ressalta a importância da proteção da infância e do enfrentamento à violência sexual online (veja como denunciar mais abaixo). 16% das crianças e adolescentes no Brasil dizem que já receberam conteúdo sexual na internet, mostra pesquisa Segundo a Safernet, é recomendado que a expressão "pornografia infantil" seja substituída por "imagens de abuso e exploração sexual infantil" ou "imagens de abusos contra crianças e adolescentes". Isso porque a imagem de nudez e sexo envolvendo uma criança ou adolescente (por lei, pessoas de 0 a 18 anos incompletos), por definição, não é consensual. Logo, não se trata de pornografia, mas de imagens de crianças e adolescentes sendo sexualmente abusadas e exploradas. Xenofobia e intolerância religiosa Mãe segura mãos de criança, em imagem de arquivo Reprodução/EPTV As denúncias de imagens de abuso e exploração sexual infantil online, somadas a outras violações de direitos humanos na internet recebidas pela Safernet, também registraram outro recorde histórico. Em 2023, a Safernet recebeu um total de 101.313 denúncias novas. O recorde anterior era de 2008, quando a ONG recebeu 89.247 denúncias. Ainda de acordo com a pesquisa, entre os crimes de ódio online, houve crescimento de 252,25% de denúncias de xenofobia e de 29,97% de denúncias de intolerância religiosa. O relatório da Safernet de 2022 já apontava para uma alta da xenofobia online. As denúncias desse tipo na internet haviam crescido 874% em 2022, em comparação com 2021. Xenofobia, intolerância religiosa e misoginia lideraram o aumento de 39,3% no total de denúncias de discurso de ódio na internet registrados pela Safernet, entre 1º de janeiro e 31 de outubro daquele ano, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Quedas Houve queda no número de denúncias de três crimes de ódio entre 2023 e 2022: Racismo: - 20,36% LGBTfobia: - 60,57% Misoginia: - 57,56% Segundo a Safernet, a queda nas denúncias desse tipo de crime em 2023 já era esperada, uma vez que as denúncias de crimes de ódio aumentam em anos eleitorais, comportamento registrado em 2018, 2020 e 2022. Como denunciar Criança com mão no rosto, em imagem de arquivo Luis Lima Jr/FotoArena/Estadão Conteúdo É possível realizar denúncias de páginas que contenham imagens de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes na Central Nacional de Denúncias da Safernet Brasil. O processo é 100% anônimo. Em caso de suspeita de violência sexual contra crianças ou adolescentes, deve ser acionado o Disque 100 ⚠️ O Helpline, o canal de ajuda da Safernet, também registrou este ano aumentos em pedidos de ajuda relacionados a aliciamento sexual infantil online, que registrou um aumento de 125%, e de casos relacionados a imagens de abuso e exploração sexual infantil na internet (aumento de 5,88%). Mark Zuckerberg pede desculpas por danos causados em suas redes sociais LEIA TAMBÉM: 'Packs': grupos vendem pacotes de fotos e vídeos pornográficos em redes sociais, inclusive de menores de idade Leia outras notícias da região no g1 DF.
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