sábado, 30 de novembro de 2024

Os argumentos a favor e contra veto de redes sociais para menores de 16 anos na Austrália


Críticos da lei, uma das mais rígidas do mundo, dizem que ela viola a privacidade e o direito à conexão social. O Senado australiano aprovou na quinta-feira (28) uma proibição de redes sociais para crianças e adolescentes menores de 16 anos Getty Images A Austrália proibirá menores de 16 anos de usar redes sociais, após a aprovação no Parlamento de uma das leis de internet mais rigorosas do mundo. A proibição, que só entrará em vigor em pelo menos 12 meses, prevê multas de até US$ 32,5 milhões (R$ 194 milhões) para empresas que não cumprirem a medida. O primeiro-ministro Anthony Albanese afirmou que a legislação é necessária para proteger os jovens dos "danos" causados pelas redes sociais, uma preocupação que grupos de pais também expressaram No entanto, críticos apontam que ainda há questões sem resposta sobre como o veto será implementado e quais impactos terá na privacidade e na conexão social. Este não é o primeiro esforço global para restringir o uso de redes sociais por menores, mas o limite mínimo de 16 anos é o mais alto já estabelecido por qualquer país. Diferentemente de outras tentativas, a lei australiana não prevê isenções para usuários existentes ou aqueles com autorização dos pais. A proposta foi aprovada no Senado na noite de quinta-feira (28/11) por 34 votos a 19 e voltou para a Câmara dos Representantes, onde recebeu aprovação final na manhã de sexta-feira (29/11). "Queremos que nossas crianças tenham uma infância e que os pais saibam que estamos ao lado deles", declarou Albanese a jornalistas após a votação. 'Estamos fazendo a coisa certa': o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, defendeu a aprovação da lei Getty Images Proibição 'fácil' de burlar A legislação não especifica quais plataformas serão proibidas. A decisão será tomada posteriormente pela ministra de Comunicações da Austrália, que receberá orientações do comissário de Segurança Online (eSafety), regulador de internet responsável por aplicar as novas regras. No entanto, a ministra Michelle Rowland indicou que a proibição incluirá plataformas como Snapchat, TikTok, Facebook, Instagram e X. Plataformas de jogos e de mensagens ficarão isentas, assim como sites que não exigem criação de contas, como o YouTube. O governo afirmou que usará tecnologias de verificação de idade para implementar as restrições e que realizará testes com diferentes opções nos próximos meses. A responsabilidade de adotar esses processos caberá às próprias plataformas. Muitas das grandes plataformas de redes sociais terão a responsabilidade de proibir o acesso a menores de 16 anos. Getty Images Pesquisadores alertaram que não há garantias de que a tecnologia – ainda não especificada e que pode depender de biometria ou informações de identidade – funcionará de forma eficaz. Críticos também pedem garantias de proteção à privacidade. Além disso, destacam que as restrições podem ser facilmente contornadas com ferramentas como VPNs, que mascaram a localização do usuário e fazem parecer que ele está acessando as plataformas de outro país. Crianças e adolescentes que burlarem a lei não enfrentarão punições. Pesquisas sobre as reformas, embora limitadas, sugerem que a maioria dos pais e responsáveis apoia as mudanças. "Por muito tempo, os pais enfrentaram uma escolha impossível: ceder e entregar a seus filhos um dispositivo viciante ou vê-los isolados e marginalizados", disse à BBC Amy Friedlander, uma das defensoras da proibição. "Estamos presos em uma normalidade da qual ninguém quer fazer parte", concluiu. Argumentos contrários Muitos especialistas apontam que a proibição é "um instrumento muito brusco" para lidar de forma eficaz com os riscos associados ao uso de redes sociais e alertaram que a medida pode empurrar os menores para os lugares menos regulados da internet. Durante o curto período de consulta antes da aprovação do projeto de lei, empresas como Google e Snap criticaram a falta de detalhes na legislação. A Meta afirmou que a lei seria "ineficaz" e não alcançaria o objetivo declarado de proteger melhor as crianças. Em sua manifestação, o TikTok destacou que a definição do governo sobre o que constitui uma plataforma de rede social é tão "ampla e vaga" que "quase todo serviço online poderia ser incluído". A plataforma X questionou a legalidade do projeto, argumentando que ele pode não ser compatível com regulamentações internacionais e tratados de direitos humanos assinados pela Austrália. Alguns ativistas jovens também acusaram o governo de não compreender completamente o papel das redes sociais em suas vidas e de excluí-los do debate. "Entendemos que somos vulneráveis aos riscos e impactos negativos das redes sociais… mas precisamos estar envolvidos no desenvolvimento das soluções", escreveu o Conselho Juvenil da eSafety, que assessora o órgão regulador. O primeiro-ministro Albanese reconheceu que o debate é complexo, mas defendeu categoricamente o projeto de lei. "Não estamos dizendo que sua implementação será perfeita, assim como a proibição do consumo de álcool por menores de 18 anos não impede que alguém nessa faixa etária tenha acesso. Mas sabemos que estamos fazendo o que é certo", declarou Albanese nesta sexta-feira. Os jovens ativistas acusaram o governo de não os incluir no debate sobre uma lei que os afeta diretamente. Getty Images Um exemplo a ser seguido? Em 2023, a França introduziu uma legislação para bloquear o acesso às redes sociais de crianças menores de 15 anos que não tivessem autorização dos pais, embora estudos tenham indicado que quase metade dos usuários conseguiu burlar a proibição utilizando VPNs. Uma lei semelhante à da Austrália, implementada no estado de Utah, nos Estados Unidos, foi anulada por um juiz federal que a considerou inconstitucional. As leis australianas estão sendo observadas com grande interesse por líderes em todo o mundo. Recentemente, a Noruega declarou que estaria seguindo os passos da Austrália, e, no mês passado, o secretário de Tecnologia do Reino Unido afirmou que uma proibição semelhante está “em pauta”, embora tenha acrescentado que “não por enquanto”. LEIA TAMBÉM: Crianças x redes sociais: como os países restringem acesso de menores de idade às plataformas Menores desdenham da educação e dizem ganhar mais do que médico vendendo curso para ser influencer TikTok bloqueia uso de filtros de beleza para menores de 18 anos

quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Como países regulam acesso de crianças e adolescentes a redes sociais


Austrália aprovou na quinta-feira (28) proposta que proíbe acesso às plataformas por menores de 16 anos. Brasil discute projeto para aumentar segurança de crianças e adolescentes na internet. Facebook, Instagram, TikTok, Twitch, Twitter e YouTube Rafael Miotto/g1 A decisão da Austrália de proibir redes sociais para crianças e adolescentes menores de 16 anos é a primeira do mundo a ter esse alcance. O projeto passou pelo Senado e ainda precisa ser revisado na Câmara, mas o governo já sinalizou que ele será aprovado. Com a mudança, plataformas como Instagram, Facebook, TikTok, X, Snapchat e Reddit deverão criar mecanismos para impedir o acesso de crianças e adolescentes. A proibição total de redes sociais abaixo de uma determinada idade, como fez a Austrália, é apenas uma das abordagens que têm sido adotadas pelo mundo. Outros governos têm apostado em meios diferentes para regular esse acesso. A maioria exige autorização dos pais para usarem redes sociais. Mas há ainda o modelo do estado de Nova York, nos Estados Unidos, que exigiu mudanças no funcionamento das plataformas para crianças e adolescentes. Veja abaixo alguns exemplos. Proibição para crianças e adolescentes ✋ Pelo projeto aprovado na Austrália, as plataformas terão um ano para implementarem uma forma de impedir o acesso de crianças e adolescentes. Após esse prazo, em caso de descumprimento, elas poderão ser multadas em até 50 milhões de dólares australianos (cerca de R$ 195 milhões). Nem todas as plataformas estarão sujeitos à nova regra. O YouTube, por exemplo, não precisará da verificação de idade porque parlamentares australianos avaliaram que ele inclui conteúdo educativo. Aplicativos de mensagens e jogos online também ficaram de fora da regulamentação. Nos Estados Unidos, a Flórida aprovou em março uma lei estadual que proíbe crianças menores de 14 anos de acessarem as redes sociais – adolescentes de 14 e 15 anos precisam do consentimento dos pais para acessarem as plataformas. A regra está sendo contestada na Justiça pela Netchoice, organização que representa as gigantes da tecnologia, sob a alegação de que viola a liberdade de expressão de crianças e adolescentes. O mesmo argumento foi usado pela Netchoice ao questionar uma lei do estado americano de Utah que também pretendia exigir a verificação de idade em redes sociais. A organização conseguiu bloquear a regra na Justiça em setembro. Menores desdenham da educação e dizem lucrar com curso para ser influencer Influenciadores mirins recebem bebida alcoólica como brinde de empresas de marketing Exigência de autorização dos pais A União Europeia exige que plataformas tenham autorização dos pais para processarem dados de menores de 16 anos. Esse limite pode ser alterado nos países que integram o bloco, mas não pode ficar abaixo dos 13 anos de idade. A Alemanha, por exemplo, exige o consentimento para os menores de 16 anos, mas outros países têm regras mais brandas. Na França, a obrigação só vale para menores de 15 anos. Na Itália, para menores de 14 anos. E, na Bélgica e na Noruega, para menores de 13 anos. O governo norueguês apresentou em outubro uma proposta para ampliar a exigência de autorização dos pais para menores de 15 anos. O país também disse que começou a trabalhar em uma proibição geral de redes sociais para crianças e adolescentes, mas a proposta ainda não foi apresentada. TikTok bloqueia uso de filtros de beleza para menores de 18 anos Celulares: veja os 18 aparelhos que o g1 testou em 2024 Proibição de algoritmos para menores de idade O estado de Nova York aprovou uma lei que exige consentimento dos pais para menores de 18 anos usarem plataformas com algoritmos de recomendação. Sem autorização, eles só poderiam usar as redes com postagens na ordem cronológica. A chamada Lei da Suspensão da Exploração de Feeds Viciantes para Crianças (Safe, na sigla em inglês, ou "Seguro") busca evitar algoritmos que prendem usuários com sugestões de conteúdo que mais interessam aos usuários. A regra, que entrará em vigor em 2025, também proíbe o envio de notificações no celular de crianças e adolescentes entre 0h e 6h, criando uma espécie de hora de dormir para os aparelhos. Jovens hiperconectados preocupam famílias no mundo todo E o Brasil? O Brasil discute um projeto para proteger crianças e adolescentes na internet. A proposta foi aprovada na Comissão de Direito Digital do Senado e, se não houver recursos para votação no plenário, seguirá diretamente para análise na Câmara e, então, para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O texto determina, entre outros pontos, que redes sociais adotem o dever de cuidado para menores de idade. O conceito prevê a adoção de medidas para evitar danos aos usuários e permite responsabilizar empresas que se omitirem. A proposta inclui ainda a verificação de idade para impedir o acesso de menores de idade a conteúdos pornográficos, a restrição do alcance de publicidade a crianças e a exigência de derrubar mesmo sem ordem judicial conteúdos identificados como de exploração e abuso sexual infantil. O que dizem as plataformas? As principais redes sociais dizem que já proíbem em suas regras a criação de contas por menores de 13 anos de idade, ainda que existam muitos casos de crianças contornando essa regra. Após a aprovação da proposta na Austrália, um porta-voz da Meta, dona de Instagram, Facebook e WhatsApp, disse que respeita a lei do país, mas que estava "preocupado" com o processo, que "não considerou as evidências e o que a indústria já faz para garantir experiências adequadas à idade". "A tarefa agora é garantir que haja uma consulta produtiva sobre todas as regras associadas ao projeto de lei para garantir um resultado tecnicamente viável que não coloque um fardo oneroso sobre pais e adolescentes e um compromisso de que as regras serão aplicadas consistentemente em todos os aplicativos sociais usados por adolescentes", afirmou, segundo a agência Reuters. A Snap, dona do Snapchat, afirmou que cumprirá as leis na Austrália, mas levantou preocupações sobre a nova regra. "Embora haja muitas perguntas sem resposta sobre como essa lei será implementada na prática, nos envolveremos de perto com o governo e o Comissário de Segurança Eletrônica durante o período de implementação de 12 meses para ajudar a desenvolver uma abordagem que equilibre privacidade, segurança e praticidade", disse um porta-voz da empresa. Menores desdenham da educação e dizem ganhar muito dinheiro vendendo cursos

Julgamento da responsabilidade das redes sociais no STF fica para semana que vem; entenda o que está em jogo


Caso será reiniciado na próxima semana com a continuação do voto do ministro Dias Toffoli. No começo do julgamento, ministros da Corte ressaltaram a importância do tema. O Supremo Tribunal Federal (STF) julga a responsabilidade das redes sociais pelos conteúdos publicados pelos usuários. Ou seja, na prática, vai definir em que circunstâncias as big techs podem responder por danos de postagens dos cadastrados em suas plataformas. A discussão envolve um ponto do Marco Civil da Internet — a lei de 2014 que funciona como uma espécie de Constituição para o uso da rede no Brasil, ao estabelecer princípios, garantias, direitos e deveres para usuários e empresas. ➡️A questão é saber se uma rede social pode ser condenada na Justiça, por exemplo, ao pagamento de indenização por danos morais por não ter agido para remover um conteúdo considerado ofensivo a direitos, com discurso de ódio ou desinformação. Atualmente, a legislação estabelece que as plataformas digitais só serão responsabilizadas se, depois de uma ordem judicial específica, não tomarem providências para retirar o material do ar. A Corte iniciou a análise do caso na última quarta-feira (27). Na ocasião, o presidente Luís Roberto Barroso afirmou que a discussão é importante. Sessão no STF Gustavo Moreno/STF Lembrou que o tribunal aguardou "por período bastante razoável" que a lei fosse alterada pelo Congresso, mas que isso não aconteceu. "Chegou a hora de decidirmos essa matéria", disse. O presidente também disse esperar que os relatores encerrem seus votos na próxima semana e que o caso seja decidido ainda este ano. O ministro Alexandre de Moraes salientou que é um dos temas mais importantes sob análise da Corte. Redes sociais são responsáveis pelo que usuários publicam? Entenda STF começa a julgar as responsabilidades das redes sobre conteúdos que publicam O g1 explica o que o Supremo julga e quais são os próximos passos do julgamento. Você vai ler nesta reportagem: O que o STF está julgando? O que diz o Marco Civil da Internet? O que dizem participantes do processo? O que os ministros declararam nas primeiras sessões de julgamento? Em que ponto está o julgamento? Por que o tribunal analisa o caso? Quais os efeitos de uma decisão do Supremo? O que o STF está julgando? A Corte se debruça sobre dois recursos que tratam da responsabilidade das plataformas digitais diante de atos e conteúdos ilegais realizados por seus usuários. 📲Entre eles, a publicação de conteúdo ofensivo ou fora da lei; e a criação de perfis falsos de outras pessoas, usados para expor a vítima e para a prática de outras ações ilícitas. 📲Na prática, a questão é saber se uma empresa desta área responde e pode ser sancionada na Justiça porque não tomou providências diante destas irregularidades. O que diz o Marco Civil da Internet? Os recursos trazem à mesa de debates um trecho do Marco Civil da Internet, a lei que estabelece as regras gerais de funcionamento da internet no Brasil. 🔎A discussão envolve o artigo 19, que afirma: "Com o intuito de assegurar a liberdade de expressão e impedir a censura, o provedor de aplicações de internet somente poderá ser responsabilizado civilmente por danos decorrentes de conteúdo gerado por terceiros se, após ordem judicial específica, não tomar as providências para, no âmbito e nos limites técnicos do seu serviço e dentro do prazo assinalado, tornar indisponível o conteúdo apontado como infringente, ressalvadas as disposições legais em contrário". Atualmente, as redes só são obrigadas a remover um conteúdo com uma ordem judicial neste sentido. E são punidas apenas se não cumprirem a decisão. O que dizem participantes do processo? Quem questiona a validade do trecho do Marco Civil afirma que a regra representa uma imunidade para as plataformas digitais. Isso porque, além de não serem obrigadas a agir para combater os danos antes de uma decisão judicial, se elas atenderem à ordem da Justiça, não sofrem sanções. Para este grupo de instituições, nestas circunstâncias, o dano para quem é atingido pelo conteúdo ofensivo se perpetua, já que é preciso ter recursos para acessar a Justiça e aguardar um pronunciamento oficial para resolver a questão — o que pode levar tempo. Também pontuam os efeitos desta regra para a garantia de direitos coletivos — como o de crianças e adolescentes expostos a conteúdos irregulares nas redes. Representantes das plataformas digitais sustentam a validade do art. 19. Defendem o modelo atual e argumentaram que as redes sociais se esforçam para retirar conteúdos ilícitos, a partir das regras que já estabelecem para o funcionamento de seus sites e aplicativos, chamadas de autorregulação. Pontuam, ainda, que há um risco de serem alvos de processos de usuários que tiveram posts removidos. O que os ministros declararam nas primeiras sessões de julgamento? Até o momento, só o relator Dias Toffoli apresentou parte de seu voto. Os ministros ainda não divulgaram seus posicionamentos, mas participaram ativamente das discussões nas primeiras sessões, quando os representantes dos especialistas apresentaram suas exposições. Na primeira sessão, o presidente Luís Roberto Barroso ressaltou a importância do tema. E informou que o tribunal aguardou uma mudança na lei pelo Congresso, que não veio. Defendeu que chegou a hora de a Corte analisar o assunto e disse esperar que a conclusão do julgamento seja ainda este ano. Os relatores — Dias Toffoli e Luiz Fux — pontuaram a relevância do caso. Para o ministro Alexandre de Moraes, é um dos casos mais importantes a serem julgados pelo Supremo neste ano. Também ao longo destas sessões, os ministros foram sinalizando as necessidades de aperfeiçoamento do modelo de responsabilidade das redes. Alexandre de Moraes, por exemplo, falou da dificuldade de retirar do ar perfis fakes que usam seu nome. Em outra sessão, o papel das redes sociais diante de conteúdos golpistas no 8 de janeiro também foi tema de debate. Os ministros lembraram que transmissões ao vivo dos atos antidemocráticos só foram retirados do ar com a intervenção judicial. Moraes diz que 8 de janeiro demonstrou 'total falência do sistema de autorregulação das redes sociais' Em que ponto está o julgamento? Na última quinta-feira (28), o ministro Dias Toffoli começou a apresentar seu voto. Relator de um dos processos, ele deverá concluir seu pronunciamento na próxima quarta-feira (4). Na sequência, o relator do outro caso, o ministro Luiz Fux, vai apresentar seu voto no processo do colega. Em seguida, se posiciona quanto ao recurso que está sob sua responsabilidade. Por que o tribunal analisa o caso? Porque, pela Constituição, o Supremo Tribunal Federal tem a tarefa de se debruçar sobre temas que envolvem direitos e princípios constitucionais. Neste caso, estão em jogo direitos como liberdade de expressão, livre iniciativa, defesa do consumidor, intimidade e imagem. Os processos chegaram na Corte em formato de recursos. Ou seja, começaram com situações concretas na primeira instância da Justiça: o caso de uma mulher que foi vítima de um perfil falso criado com seus dados; e o de outra mulher que foi ofendida por uma página falsa, criada para difamar e expô-la. Quando chegaram ao Supremo, os ministros observaram que a questão vai além apenas destes dois casos. E que é preciso discutir um entendimento a ser aplicado para decidir casos semelhantes. Quais os efeitos de uma decisão do Supremo? Como o tribunal entendeu que a questão é ampla, decidiram aplicar o sistema de repercussão geral. Assim, uma decisão tomada por eles será aplicada em processos que tramitam em instâncias inferiores e discutem a mesma questão. Ou seja, os ministros vão elaborar uma tese, uma espécie do resumo de seus entendimentos que serão usadas como guia pela Justiça brasileira.

Senador lê relatório de projeto para regular IA com garantia de direitos autorais e trava contra indução de comportamento

Texto tramita na Comissão Temporária de Inteligência Artificial do Senado. Segundo o presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), o projeto deve ser votado na próxima terça-feira. O senador Eduardo Gomes (PL-TO) leu, nesta quarta-feira (28) a quarta versão de seu relatório sobre o projeto que vai regulamentar o uso de inteligência artificial no Brasil. O texto tramita na Comissão Temporária de Inteligência Artificial do Senado. Segundo o presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), o projeto deve ser votado na próxima terça-feira (3). A proposta serve para definir os limites e as permissões para o uso da tecnologia, que vai desde uma busca no Google ou a redação de um artigo no ChatGPT até a captura de fugitivos da Justiça. Caso aprovado na comissão, o texto ainda terá de passar pelos plenários do Senado e da Câmara, e ser sancionado pelo presidente Lula, para virar lei. Proibições O relatório estabelece condutas proibidas para as plataformas responsáveis por IA. Entre elas, estão: 🚫 técnicas subliminares para induzir o comportamento do usuário ou de grupos de maneira que cause danos à saúde, segurança ou outros direitos fundamentais próprios ou de terceiros; 🚫 exploração de vulnerabilidades dos usuários; 🚫 avaliação, por parte do governo, de cidadão, por meio de seu comportamento social e personalidade, na hora de oferecer serviços e políticas públicas; 🚫 sistema que produza ou dissemine material de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes; 🚫 tecnologia que considere ficha criminal e traços de personalidade para supor e prever risco de cometimento de crime ou reincidência; 🚫 utilização da IA como armas autônomas, que selecionam alvos e atacam sem a intervenção humana. O uso de identificação biométrica à distância, em tempo real, em espaços públicos será permitido apenas para captura de fugitivos, cumprimento de mandados de prisão e flagrante de crimes com pena de mais de dois anos de prisão. O uso para colher provas em inquéritos policiais também será permitido apenas com autorização judicial e quando não houver outros meios. Direitos autorais O texto assegura os direitos autorais de empresas jornalísticas, escritores e artistas. Pelo projeto, as big techs, como Google e Microsoft, precisariam de autorização do autor para usar conteúdos protegidos na hora de gerar respostas. De acordo com a proposta, as empresas que desenvolvem e aplicam IA teriam de pagar uma remuneração aos autores para poder ter as produções disponíveis em seus bancos de dados. O texto estabelece que o cálculo da remuneração “considere os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade e elementos relevantes, tais como a complexidade do sistema de IA desenvolvido, o porte do agente de IA, o ciclo de realização econômica dos sistemas de IA, o grau de utilização dos conteúdos, o valor relativo da obra ao longo do tempo e os efeitos concorrenciais dos resultados em relação aos conteúdos originais utilizados”. Sanções O relator manteve uma das propostas vindas de Pacheco, que possibilita a aplicação de multa de até R$ 50 milhões ou 2% do faturamento, em caso de pessoa jurídica, para cada violação cometida pelas empresas de tecnologia. Outras sanções previstas são: ▶️ suspensão parcial ou total, temporária ou definitiva, do desenvolvimento, fornecimento ou operação do sistema de IA ▶️ proibição de tratamento de determinadas bases de dados ▶️ proibição ou restrição para participar de regime de sandbox regulatório por até cinco anos Procedimentos de alto risco O texto determina atividades de inteligência artificial consideradas de alto risco. Apesar de vedar o sistema de prever crimes com base nos traços físicos e de personalidade, o texto libera o uso de IA, por autoridades, para avaliar a credibilidade de provas da investigação e de repressão de infrações. Segundo o texto, o objetivo seria "prever a ocorrência ou a recorrência de uma infração real ou potencial com base na definição de perfis de pessoas singulares". Também fica autorizado, desde que classificado como de alto risco, o reconhecimento de emoções. Neste caso, fica excluído sistema de autentificação biométrica para confirmar uma pessoa específica, singular. Entre os procedimentos de alto risco estão: ▶️ gestão da imigração e controle de fronteiras para avaliar o ingresso de pessoa ou grupo de pessoas em território nacional; ▶️ aplicações na área da saúde para auxiliar diagnósticos e procedimentos médicos, quando houver risco relevante à integridade física e mental das pessoas; ▶️ controles de trânsito, redes de abastecimento de água e eletricidade; ▶️ informações para acesso de estudantes a cursos técnicos e universidade; ▶️ critérios de acesso à concessão de benefícios, como revisão de cadastros no Bolsa Família ou até apuração de fraudes em atestados do INSS; ▶️ recrutamento, triagem, filtragem, avaliação de candidatos, tomada de decisões sobre promoções ou cessações de relações contratuais de trabalho. Sistema de regulação O projeto cria um órgão para fiscalizar o uso de IA no Brasil, o Sistema Nacional de Regulação e Governança de Inteligência Artificial (SIA). Segundo o texto, o sistema será coordenado pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD). Caberá ao SIA regulamentar as inteligências artificiais de alto risco que, por exemplo, impactem negativamente no exercício de direitos e liberdades dos usuários. O texto prevê ainda a possibilidade de empresas de IA se associarem para criar uma espécie de agência privada para a autorregulação do sistema. De acordo com o texto, a autorregulação poderá estabelecer critérios técnicos dos sistemas para questões como: ▶️ compartilhamento de experiências sobre o uso de inteligência artificial; ▶️ definição contextual de estruturas de governança; ▶️ atuação da autoridade competente e demais agências e autoridades do SIA para emprego de medida cautelar; e ▶️ canal de recebimento de informações relevantes sobre riscos do uso de inteligência artificial por seus associados ou qualquer interessado

TikTok bloqueia uso de filtros de beleza para menores de 18 anos


Segundo o The Verge, restrição será implementada gradualmente no mundo inteiro para tentar diminuir o impacto na saúde mental de crianças e adolescentes. Todos os usuários do TikTok devem ter, no mínimo, 13 anos. AFP O TikTok vai restringir o acesso a filtros de beleza para menores de idade em uma tentativa de diminuir o impacto na saúde mental de crianças e adolescentes. As restrições não são válidas para todos os filtros, apenas aqueles que alteram a aparência do usuário. E de acordo com o The Verge, as mudanças serão implementadas globalmente. A restrição do aplicativo vem depois de uma pesquisa feita em vários mercados nacionais para examinar o papel das redes sociais na formação da identidade e do relacionamento dos adolescentes. O relatório foi feito pela organização sem fins lucrativos de segurança online para crianças, a Internet Matters, e constatou que “os filtros de embelezamento contribuíram para uma visão de mundo distorcida na qual as imagens perfeitas são normalizadas.” "Foi feita uma distinção clara entre efeitos criados para serem óbvios e engraçados (por exemplo, efeitos de orelhas de animais) e efeitos criados para alterar sua aparência. Especificamente, os adolescentes e os pais levantaram preocupações sobre os efeitos de “aparência”, incluindo o fato de que as pessoas que estão vendo o conteúdo podem não perceber que ele foi alterado." Além da mudança nos filtros de beleza, o TikTok também promete levar mais a sério o banimento de pessoas com menos de 13 anos (idade mínima permitida para usar a plataforma). A empresa afirma que os usuários que tiverem suas contas excluídas poderão recorrer “se acharem que cometemos um erro”, e que remove todos os anos, no mundo inteiro, cerca de 6 milhões de contas que não atendem os requisitos mínimos. Procurada pelo g1, a assessoria do TikTok ainda não deu um posicionamento oficial. LEIA TAMBÉM: Austrália aprova proibição de redes sociais para menores de 16 anos; decisão é inédita no mundo Menores desdenham da educação e dizem ganhar mais do que médico vendendo curso para ser influencer Influenciadores mirins chegaram a receber bebida alcoólica como brinde de empresas de marketing de afiliados

Senado da Austrália aprova proibição de redes sociais para menores de 16 anos


Câmara ainda deve aprovar alterações feitas no Senado, mas o texto deve ser sancionado. Decisão australiana será a primeira do mundo a proibir o acesso de crianças e adolescentes a redes sociais. Criança brinca com celular em Ribeirão Preto, SP telas ansiedade Reprodução/EPTV O Senado australiano aprovou na quinta-feira (28) uma proibição de redes sociais para crianças e adolescentes menores de 16 anos. Essa deve se tornar que em breve a primeira lei do mundo neste sentido. Com a proibição, plataformas como TikTok, Facebook, Snapchat, Reddit, X e Instagram se tornarão responsáveis ​​por multas de até 50 milhões de dólares australianos (US$ 33 milhões) por falhas sistêmicas em impedir que crianças menores de 16 anos tenham contas. O Senado aprovou o projeto de lei por 34 votos a 19. A Câmara dos Representantes aprovou a legislação por esmagadora maioria, na quarta-feira, por 102 votos a 13. A Câmara ainda precisa aceitar as emendas da oposição feitas no Senado. Mas isso é uma formalidade, já que o governo já concordou que elas serão aprovadas. As plataformas terão um ano para descobrir como implementar a proibição antes que as penalidades sejam aplicadas.

quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Todos os adolescentes são viciados em redes sociais?


O uso da internet e do telefone é massivo e normativo entre os mais jovens. Apesar disso, os autores preferem falar em uso problemático, em vez de dependência. Adolescente na cama mexendo no celular. Freepik A penetração da tecnologia em nossas vidas é inegável e, talvez, isso seja especialmente perceptível nos adolescentes. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (2022) (de Portugal), 94,9% dos menores entre os 10 e os 15 anos utilizaram a Internet nos últimos 3 meses e 69,5% deles têm um telefone celular. Além disso, de acordo com um relatório recente da UNICEF (2021), 98,5% dos adolescentes espanhóis estão registados numa rede social e, 83,5%, estão em mais de três. Uma das atividades mais realizadas pelos adolescentes (mesmo antes da idade legalmente permitida, o que é particularmente preocupante) é a utilização das redes sociais. Estes dados apenas corroboram o que vemos todos os dias: o uso da internet e do telefone é massivo e normativo entre os mais jovens. Uso problemático e dependência são a mesma coisa? A abordagem mais utilizada para tratar de comportamentos relacionados ao uso ou abuso de redes sociais (e outras tecnologias) por adolescentes tem sido a do vício. No entanto, esta abordagem tem limitações conceituais e, muitas vezes, envolve uma patologização desnecessária da vida cotidiana. Em contraste com o uso do termo dependência, nós (como outros autores) preferimos falar sobre uso problemático. A dependência se baseia, mais usualmente, em critérios relacionados a substâncias, como tolerância ou abstinência. Já o modelo de uso problemático concebe que um conjunto de comportamentos e processos cognitivos pode tornar-se disfuncional e levar a consequências negativas. Desta forma, dimensões como a elevada preferência pela interação online e regulação emocional definidas pelas redes sociais podem estar ligadas a um controle deficiente (caracterizado por uma preocupação constante em estar conectado e pelo uso compulsivo das redes sociais). As consequências negativas para o usuário são: problemas interpessoais (perda de relacionamento com outras pessoas significativas ou afastamento de outras atividades prazerosas ou da escola) e problemas intrapessoais (por exemplo, a sensação de ter perdido o comando sobre a própria vida). Estas consequências negativas são a chave para falar sobre o uso problemático. É a norma ou a exceção? O relatório da UNICEF, mencionado anteriormente, estimou em 33% a percentagem de adolescentes que usam a Internet de forma problemática. Outro estudo recente esclarece esse percentual e apresenta dados mais animadores, estimando em 13,2% o número de adolescentes que correm risco de apresentar uso problemático e, em 2,9% os que fazem uso claramente problemático de redes sociais. Estamos, portanto, falando de uma faixa entre 2,9% e 33% e, possivelmente, a realidade esteja, como quase sempre, em algum lugar no meio. As diferenças entre os dois estudos centram-se no instrumento de avaliação utilizado e em como o uso problemático é conceituado. De qualquer forma, e para a pergunta do título deste artigo, não há outra resposta a não ser uma negação categórica por parte dos autores. Como podemos ajudá-los? Embora o número de pessoas afetadas seja discutível, o que sabemos é que há muitos meninos e meninas potencialmente incluídos. Isso deve levar-nos a educá-los e treiná-los para o uso correto das redes sociis. Para tal, gostaríamos de oferecer algumas sugestões às famílias e aos adolescentes. Para as famílias, a mensagem é que se envolvam: naveguem com eles, eduquem-os sobre o uso correto, maximizando os benefícios e reduzindo os riscos. Isso pode ser feito com as seguintes estratégias: A mídia social e a tecnologia não são inerentemente ruins. Pelo contrário, estão repletas de oportunidades e possibilidades. Embora entendamos que esse seja um assunto temido, restringi-lo não é, de forma alguma, uma garantia de sucesso. Antes que entrem no mundo da tecnologia, é essencial fornecer a eles habilidades específicas para maximizar as chances de uso equilibrado, seguro e útil das mídias sociais. Isso inclui competências para questionar a exatidão do conteúdo, reconhecer sinais de uso problemático, construir relacionamentos saudáveis por meio da mídia social (e pessoalmente), resolver conflitos em plataformas sociais, fornecer pensamento crítico ou evitar comparações prejudiciais. O uso das mídias sociais deve ser baseado no nível de maturidade de cada adolescente. Recomenda-se a supervisão de adultos e a adaptação dos recursos e permissões da plataforma de acordo com a idade e o grau de amadurecimento. Os contratos dos pais para o uso da tecnologia podem ser um poderoso aliado nos primeiros passos. O cumprimento de metas e acordos estabelece uma base de confiança e aumenta as possibilidades de utilização eficiente. Da mesma forma, as transgressões, seja em termos de conteúdo ou de tempo conectado, devem ser acompanhadas de consequências acordadas e conhecidas. É importante que o processo de uso seja consensual e relacionado às competências demonstradas. Dicas para crianças e adolescentes Como usuário, você deve estar ciente do uso (às vezes abusivo) que faz das redes sociais. Seu objetivo deve ser agregar valor e facilitar a comunicação e os relacionamentos. Se a preocupação por eles for maior do que aquilo que eles oferecem, não estaremos fazendo bom uso. O fato de podermos acessá-los continuamente não é razão para fazê-lo. Saber o tempo real de uso (existem aplicativos para isso) pode ajudar a reduzi-lo de forma consciente e gradual. Não é necessário ativar notificações para tudo e nem estar constantemente conectado. As redes sociais são apenas mais uma ferrmenta, mas somos nós que decidimos quando as queremos utilizar. É aconselhável desligar as notificações e escolher determinados horários do dia para nos atualizar, verificar e responder a mensagens e publicações. *Texto escrito por Juan Manuel Machimbarrena, Alexander Muela Aparicio, Joaquín Manuel González Cabrera e Miriam N. Varona para a The Conversation Espanha. ** Este texto foi publicado originalmente no site The Conversation Brasil

Celulares: veja os 18 aparelhos que o g1 testou em 2024


De iPhones e dobráveis caros a Androids no precinho, o Guia de Compras avaliou smartphones com preços que iam de R$ 780 a quase R$ 14.000 nas lojas da internet – os valores foram consultados na semana da Black Friday. Pessoa usando celular Pongsawat Pasom/Unsplash Celulares, airfryers e TVs são alguns dos itens que o brasileiro mais gosta de procurar por ofertas na época da Black Friday (veja a variação de preços de 60 produtos). 📱 O Guia de Compras testou 18 aparelhos de diversas categorias em 2024 para ajudar na escolha. 🤼 Durante o ano, foram comparados: 3 telefones básicos com preços abaixo de R$ 1.500. 5 modelos intermediários com preços entre R$ 2.000 e R$ 3.200. 3 smartphones dobráveis com valores entre R$ 5.900 e R$ 13.000. 7 celulares topo de linha vendidos entre R$ 5.000 e R$ 11.000. Os valores foram pesquisados nas lojas on-line na semana de 25 de novembro. 📋 Veja a lista a seguir com os links para os testes de cada smartphone. Básicos Quem não quer um celular com preço bom? O comparativo feito com o Infinix Smart 8 Pro, Motorola Moto G34 5G e Samsung Galaxy A15 5G mostrou que os aparelhos, apesar de econômicos, têm bom desempenho e tiram boas fotos. No final de novembro, os preços dos celulares testados na categoria variavam de R$ 780 a R$ 1.200 nas lojas da internet consultadas. Infinix Smart 8 Pro Moto G34 5G Samsung Galaxy A15 5G Intermediários Os celulares da categoria dos intermediários são aqueles um pouquinho mais caros, mas com um melhor desempenho e câmeras mais avançadas. Os testes foram feitos com o Infinix Note 40, Oppo A79, Poco X6, Redmi Note 13 5G e Samsung Galaxy A55. Em novembro, nas lojas on-line consultadas, os valores dos telefones começavam em R$ 2.000 e chegavam a R$ 3.200. Infinix Note 40 Oppo A79 Poco X6 Redmi Note 13 5G Samsung Galaxy A55 Dobráveis Para que serve um celular dobrável? Celulares dobráveis são um dos principais objetos de desejo tecnológicos. Não só porque suas telas se dobram ao meio, mas porque em 2024 eles passaram a ter recursos dos aparelhos topo de linha, como baterias de maior duração e câmeras bem mais avançadas que as das gerações anteriores. O Moto Razr 50 Ultra, da Motorola, foi comparado primeiro ao Samsung Galaxy Z Fold6 para verificar os recursos de inteligência artificial, e depois ao Galaxy Z Flip6, que tem um formato mais parecido. Em novembro, os preços dos celulares avaliados começavam em R$ 5.900 e iam até R$ 13.800 nas principais lojas on-line. Moto Razr 50 Ultra Samsung Galaxy Z Flip6 Samsung Galaxy Z Fold6 Topo de linha O que muda do iPhone 15 para o iPhone 16? Os celulares topo de linha são aqueles com os recursos mais avançados e que tem câmeras com zoom. Também são os mais caros, com preços em novembro que iam de R$ 5.000 a R$ 11.000 nas lojas on-line pesquisadas. Para quem gosta de Apple, os comparativos foram entre o iPhone 15 e o iPhone 16. O iPhone 15 foi ainda comparado ao Galaxy S24, assim como o iPhone 16 também foi colocado lado a lado com o modelo principal da Samsung. Duelo de celulares: Galaxy S24 x iPhone 15 No lado com sistema Android, foram comparados o Samsung Galaxy S24 Ultra com o Galaxy S24 Ultra e o Moto Edge 50 Ultra com o Galaxy S24+. Apple iPhone 15 Apple iPhone 16 Moto Edge 50 Ultra Samsung Galaxy S23 Ultra Samsung Galaxy S24 Ultra Samsung Galaxy S24+ Samsung Galaxy S24 Esta reportagem foi produzida com total independência editorial por nosso time de jornalistas e colaboradores especializados. Caso o leitor opte por adquirir algum produto a partir de links disponibilizados, a Globo poderá auferir receita por meio de parcerias comerciais. Esclarecemos que a Globo não possui qualquer controle ou responsabilidade acerca da eventual experiência de compra, mesmo que a partir dos links disponibilizados. Questionamentos ou reclamações em relação ao produto adquirido e/ou processo de compra, pagamento e entrega deverão ser direcionados diretamente ao lojista responsável.  Guia de compras do g1: confira a variação de preços da Black Friday Black Friday 2024: o que fazer para não cair em falsas promoções

STF encerra sessão sem concluir julgamento sobre responsabilidade de redes por conteúdos de usuários


Ministros analisam se plataformas digitais podem responder por danos causados pelas publicações, mesmo sem terem recebido ordem judicial de exclusão das postagens. Fachada do Supremo Tribunal Federal. Gustavo Moreno/SCO/STF O Supremo Tribunal Federal (STF) encerrou a sessão desta quarta-feira (27) sem tomar uma decisão sobre a responsabilidade de plataformas digitais pelos danos provocados por conteúdos irregulares criados por terceiros. Durante a tarde, os ministros leram relatórios e ouviram representantes. No entanto, a apresentação dos votos ficou para a próxima quinta-feira (28). Na prática, os ministros discutem se esses aplicativos podem ser condenados ao pagamento de indenização por danos morais por não terem retirado do ar postagens ofensivas, com discursos de ódio, fake news ou prejudiciais a terceiros, mesmo sem uma ordem prévia da Justiça neste sentido. Fantástico revela o mercado de vendas de fotos de crianças pela internet Comissão do Senado aprova texto para proteger crianças na internet e responsabilizar redes por cuidado; veja detalhes Incômodo com perfis falsos No debate sobre o tema, ministros manifestaram incômodo com a recusa das redes sociais de retirarem do ar perfis falsos. Alexandre de Moraes, por exemplo, citou a própria experiência ao dizer que as plataformas "dificultam e quase ignoram quando você tenta retirar um perfil falso seu". "Eu não tenho Instagram, não tenho Facebook, e eu tenho uns 20 perfis. E tenho que ficar correndo atrás. É tão óbvio para a plataforma que o perfil não é meu, porque o perfil é meu só me criticando. Seria algo surrealista. Então essa questão é muito importante de ser discutida porque não há boa vontade das plataformas em retirar", disse. Os ministros Gilmar Mendes e Cármen Lúcia afirmaram que também passam por situações semelhantes. Marco Civil da Internet Os casos envolvem a aplicação de um trecho do Marco Civil da Internet. A lei, que entrou em vigor em 2014 funciona como uma espécie de Constituição para o uso da rede no Brasil — estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para usuários e empresas. Em um de seus artigos, ela estabelece que as plataformas digitais só serão responsabilizadas por danos causados por conteúdos ofensivos se, depois de uma ordem judicial específica, não tomarem providências para retirar o material do ar. 🔎 A questão envolve como as plataformas devem agir diante de conteúdos criados por usuários que ofendem direitos, incitam o ódio ou disseminam desinformação. A Corte deverá elaborar uma tese, a ser aplicada em processos sobre o mesmo tema nas instâncias inferiores da Justiça. Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), há pelo menos 345 casos com o mesmo conteúdo aguardando um desfecho no Supremo. Próximos passos Durante a sessão, foram apresentados os relatórios dois relatores — os ministros Dias Toffoli e Luiz Fux. Na sequência, participantes do processo começaram a apresentar seus argumentos. Os votos dos relatores e demais ministros devem ser divulgados nesta quinta.

iFood anuncia mudança no código de entrega; entenda como irá funcionar


Atualização permite criar códigos personalizados e, segundo a empresa, foi feita para dar mais controle e segurança para usuários. Código de entrega agora pode ser personalizado de acordo com as preferências do usuário. Divulgação - iFood O iFood começou a liberar nesta quarta-feira (27) um novo sistema de código para as suas entregas, deixando para trás o padrão dos últimos 4 dígitos do celular. Em vez disso, o aplicativo de entregas vai permitir que o usuário crie o seu próprio código de confirmação. O padrão continua sendo o mesmo: o código precisa ser numérico e ter quatro dígitos. Os algarismos não podem ser sequenciais ou repetidos, e também não podem ser os mesmos do número do celular. De acordo com o iFood, a mudança foi feita para "proporcionar maior controle e segurança" e é opcional. Ou seja, quem preferir, pode seguir com o método tradicional dos últimos dígitos do telefone. Procurada pelo g1, a empresa disse que a atualização deve chegar gradualmente a todos os usuários. "A expectativa é que toda a base de 55 milhões de clientes do iFood tenha acesso à função até 02/12 promovendo assim uma implementação eficiente e segura para todos". Para verificar se o recurso já está disponível para você, atualize o aplicativo do iFood e siga o passo a passo abaixo. Como criar o seu código de entrega do iFood Dentro do app, vá até a seção de "Perfil"; Selecione "Meu código de entrega" na lista de opções disponíveis; Clique em "Alterar meu código" e defina o seu código personalizável. Se quiser, você poderá mudar o código novamente a qualquer momento. A troca só não poderá ser realizada se houver um pedido em andamento ou agendado para entrega. VEJA TAMBÉM: Comissão do Senado aprova texto para proteger crianças na internet e responsabilizar redes por cuidado; veja detalhes Cade determina que Apple remova restrições de meios de pagamento no iPhone

STF começa a julgar se redes sociais têm responsabilidade por conteúdos postados por usuários


Ministros analisam se plataformas digitais podem responder por danos causados pelas publicações, mesmo sem terem recebido ordem judicial de exclusão das postagens. Fachada do Supremo Tribunal Federal. Gustavo Moreno/SCO/STF O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar, nesta quarta-feira (27), a responsabilidade de plataformas digitais sobre danos provocados por conteúdos irregulares criados por terceiros. Na prática, vão se debruçar sobre dois recursos que discutem a possibilidade de que redes sociais sejam responsabilizadas por danos criados pelos conteúdos de usuários publicados nestas plataformas, mesmo sem terem recebido antes uma ordem judicial para a retirada das postagens irregulares. Ou seja, a questão é saber se esses aplicativos podem ser condenados ao pagamento de indenização por danos morais por não terem retirado do ar postagens ofensivas, com discursos de ódio, fake news ou prejudiciais a terceiros, mesmo sem uma ordem prévia da Justiça neste sentido. Fantástico revela o mercado de vendas de fotos de crianças pela internet Comissão do Senado aprova texto para proteger crianças na internet e responsabilizar redes por cuidado; veja detalhes Marco Civil da Internet Os casos envolvem a aplicação de um trecho do Marco Civil da Internet. A lei, que entrou em vigor em 2014 funciona como uma espécie de Constituição para o uso da rede no Brasil — estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para usuários e empresas. Em um de seus artigos, ela estabelece que as plataformas digitais só serão responsabilizadas por danos causados por conteúdos ofensivos se, depois de uma ordem judicial específica, não tomarem providências para retirar o material do ar. 🔎 A questão envolve como as plataformas devem agir diante de conteúdos criados por usuários que ofendem direitos, incitam o ódio ou disseminam desinformação. A Corte deverá elaborar uma tese, a ser aplicada em processos sobre o mesmo tema nas instâncias inferiores da Justiça. Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), há pelo menos 345 casos com o mesmo conteúdo aguardando um desfecho no Supremo. Julgamento O julgamento inicia com a apresentação de relatórios pelos dois relatores — os ministros Dias Toffoli e Luiz Fux. Na sequência, participantes do processo apresentam seus argumentos. Em seguida, os votos dos relatores e demais ministros serão divulgados.

Comissão do Senado aprova texto para proteger crianças na internet e responsabilizar redes por cuidado; veja detalhes

Texto segue para a Câmara, se não houve recurso. Projeto cria 'dever de cuidado' para as redes sociais e provedores, ou seja, diz que empresas podem ser responsabilizadas por danos. A Comissão de Direitos Digitais do Senado aprovou nesta quarta-feira (27) um projeto que estabelece e amplia mecanismos de segurança para crianças e adolescentes na internet. Aprovada por 9 votos a 0, a proposta deverá seguir diretamente para análise da Câmara dos Deputados, caso não haja recurso para votação no plenário principal do Senado. O texto determina, entre outros pontos, que plataformas digitais adotem o chamado dever de cuidado para assegurar a proteção de menores de idade. Este princípio prevê que sejam adotadas medidas para evitar danos aos usuários e possibilita a responsabilização de empresas que se omitem. O projeto também estabelece que serviços de tecnologia deverão derrubar — independentemente de ordem judicial — conteúdos identificados como de exploração e abuso sexual infantil. Outras medidas previstas no texto obrigam o uso de verificação de idade para barrar o acesso de menores a conteúdos pornográficos; proíbem a venda das chamadas “caixas de recompensa” em jogos eletrônicos; e restringem o alcance da publicidade a crianças. O regramento proposto pelo projeto seria aplicado a todo produto ou serviço de tecnologia “direcionado ou de provável acesso” por crianças e adolescentes disponíveis no Brasil — independentemente da sua origem. O descumprimento das regras previstas no projeto poderão levar a penalidades, que começam em multas e podem culminar na proibição de funcionamento do serviço no país. Fantástico revela o mercado de vendas de fotos de crianças pela internet Dever de cuidado Relatada pelo senador Flávio Arns (PSB-PR) e de autoria do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), a proposta estabelece que as empresas responsáveis pelas plataformas digitais terão de adotar o dever de cuidado para proteger crianças e adolescentes nesses ambientes. O dever de cuidado é um princípio jurídico que exige a adoção de medidas para evitar danos a terceiros e que possibilita eventuais responsabilizações por omissões dos responsáveis. Segundo a proposta, as empresas de tecnologia com produtos voltados ou acessados por menores terão de adotar mecanismos para prevenir ou mitigar a exposição de conteúdos: de exploração e abuso sexual de crianças e adolescentes; de violência física, bullying virtual e assédio a crianças e adolescentes; que incentivem transtornos de saúde mental e automutilação; que promovem jogos de azar, produtos de tabaco, bebidas alcoólicas e drogas; e publicitários enganosos para menores. Também caberá às empresas realizar avaliações e gerenciamentos de risco para adequar os serviços aos menores, e ferramentas para impedir que crianças e adolescentes acessem conteúdos desaconselhados para a sua idade. Denúncias de abuso sexual infantil na internet aumentaram quase 80% em 2023

terça-feira, 26 de novembro de 2024

Black Friday: como os robôs passam a perna em você na disputa por pechinchas


Bots abocanham o estoque de tudo, de brinquedos fofinhos a coleções de filmes, e encarecem produtos para clientes reais. Programas de computador varrem os sites de comércio em busca de ofertas e preços baixos. Getty Images via BBC A Black Friday e a onda de compras de Natal chegaram. Mas qualquer pechincha envolvendo um novo console ou aquela placa de vídeo disputada provavelmente será abocanhada por um exército de robôs trabalhando para aqueles que procuram ter lucro dos preços baixos nesse período. Esses robôs (bots) são programas em funcionamento constante que afetam o comércio online há anos. Mas, desde a pandemia de covid-19, o comércio eletrônico aumentou consideravelmente. E a dificuldade também. E qual é o problema desses robôs? Promoções da Black Friday 2024: Guia de compras do g1 mostra a variação de preços de 60 produtos Bem, os robôs de varejo vasculham todas as páginas desses sites de comércio por todo o mundo de olho no momento exato em que um item é colocado à venda. E daí eles alertam seus administradores para que possam vencer a multidão de consumidores comuns em busca de preços baixos. Alguns desses robôs até compram automaticamente o produto, mais rapidamente do que qualquer ser humano é capaz. É por isso que alguns produtos ficam fora de estoque em lojas comuns, mas estão disponíveis por milhares de dólares a mais do que o preço inicial em sites como o eBay. Isso é apenas "a ponta do iceberg", diz Thomas Platt, da empresa de gerenciamento de robôs Netacea. Robôs abocanham o estoque de tudo, de brinquedos fofinhos a coleções de filmes. Se houver um "nicho de mercado" ou um lançamento de alto padrão, "essas indústrias estarão sendo visadas", explica Platt. Em 2020, o lançamento da placa de vídeo de jogos para PC da Nvidia, a 3080, ilustrou "provavelmente o caso mais extremo do que os robôs podem fazer", disse um dos moderadores do fórum do Reddit r/BuildaPCSalesUK, um grupo de caçadores de pechinchas que se ajudam a encontrar peças de computadores. "Menos de um segundo após o lançamento, todas as peças acabaram." "Os usuários em sites de varejo não viram um botão 'comprar agora', mas sim um botão 'esgotado', já que todo o estoque tinha sido imediatamente levado por robôs, com uma ou outra pessoa sortuda lá no meio (da lista de compradores)." Rob Burke, ex-diretor de comércio eletrônico internacional da grande varejista internacional GameStop, diz que os robôs sempre foram um problema. "Às vezes, mais de 60% do tráfego no nosso site, representando centenas de milhões de visitas por dia, era de robôs ou raspadores (os scrapers, que monitoram preços). Especialmente às vésperas de grandes lançamentos." Essa situação cria um certo dilema ético para as lojas. "Por um lado, você só quer vender o produto. Então, quem se importa se foi um robô ou um cliente 'real'? Por outro, se nenhum, ou muito poucos, de seus clientes reais puderem adquirir um produto com você, eles naturalmente vão buscar outro lugar para comprar." Como esses robôs funcionam? Os chamados robôs "sniping" (em referência aos snipers ou atiradores de elite) emitem alertas para os usuários quando um item volta ao estoque, permitindo que o responsável pelo robô o compre antes de qualquer outra pessoa. Mas os robôs mais avançados são soluções completas que identificam a pechincha e fazem a compra automaticamente. Eles geralmente vêm de um lugar incomum: o mercado de tênis de edição limitada. Esses calçados têm sido um foco de lançamentos limitados e de alta demanda nos últimos anos, com as pessoas fazendo fila do lado de fora das lojas para comprá-los, ou tentando obtê-los online. Isso levou ao desenvolvimento de robôs avançados, e são esses que agora estão sendo usados ​​para outros fins. Os chamados "grupos de cozinheiros" vivem em canais de bate-papo privados em aplicativos como o Discord trocando dicas sobre quem vai estocar o quê, boatos de horários de lançamento e páginas dos sites disponíveis antes do produto estar oficialmente à venda. Os proprietários de robôs usam essas informações para ajustar suas estratégias. Platt diz que conhece um exemplo extremo em que um grupo alugou um servidor localizado fisicamente mais perto do servidor do site que estavam de olho, dando a eles uma vantagem de frações de segundo no tempo que leva para o tráfego da internet ocorrer. Por quê? Porque os cambistas estão competindo uns com os outros tanto quanto os compradores regulares. Os itens de maior demanda estarão mais difíceis do que nunca, especialmente se houver um bom desconto envolvido. Getty Images via BBC A adesão a esses grupos de elite pode custar de dezenas a centenas de dólares. "Definitivamente, há um elemento de exclusividade no segmento mais sofisticado do mercado", diz Platt. "Existem robôs à venda que podem custar milhares de dólares. Alguns dos robôs se tornaram tão caros e tão limitados que agora você os aluga." Isso significa que algumas pessoas que estão genuinamente atrás de um item estão alugando um robô para ter certeza de que o conseguirão ou apenas "empregando" um "robozeiro" para comprá-lo para elas. Está se tornando um grande negócio. O mercado de revenda de tênis esportivos sozinho está avaliado em cerca de US$ 2 bilhões e cresce 20% ao ano, segundo a consultoria americana Cowen. O que isso significa para as compras de Natal e da Black Friday? No fim, os itens de maior demanda estarão mais difíceis do que nunca, especialmente se houver um bom desconto envolvido. E depois há o movimento habitual de mercado: comprar itens na baixa e vender na alta, explorando a diferença de preço. Os robôs ajudam isso a acontecer em escala comercial automatizada. "Você pode levar todos esses itens, se souber que dali a duas semanas, quando as vendas acabarem, poderá vendê-los pelo dobro do preço", explica Platt. Há uma fresta de esperança na proliferação de robôs em torno dos principais dias de vendas, como a Black Friday: eles podem levar a preços mais baixos em alguns casos. Isso porque os robôs de raspagem, do tipo que monitora preços, mas não compra nada, são realmente usados ​​pelos próprios varejistas. Muitos dos maiores comerciantes examinam os sites uns dos outros, certificando-se de que não sejam derrotados na disputa pela melhor oferta de negócio ao consumidor. Muitos varejistas não comentam estratégias para lidar com os robôs. Reuters E o que pode ser feito sobre isso? Procurados pela reportagem, muitos grandes varejistas se recusaram a tratar das estratégias de defesas contra esses robôs, e vendedores de programas robôs tampouco quiseram falar. Tecnicamente, não há nada de ilegal nessa prática. O Reino Unido proibiu o uso desses robôs para a venda de ingressos, mas em outros setores de varejo isso não é explicitamente proibido por lei. No entanto, varejistas estão criando soluções alternativas inteligentes. A loja britânica Currys PC World confundiu muitos de seus clientes quando o PlayStation 5 e o Xbox Series X foram colocados à venda, em 2020. Eles apareciam por 2 mil libras a mais do que se esperava, mas os clientes reais com pré-encomendas receberam um código de desconto de 2.005 libras, que teve de ser inserido manualmente, levando o preço de volta ao patamar esperado pelos clientes. Alguns varejistas estão cobrando nos cartões das pessoas o preço total do item por um lugar na fila de espera (e estornam o lançamento se a compra não for concretizada). Outros estão vasculhando listas de pedidos e cancelando compras suspeitas: por exemplo, se um mesmo endereço está recebendo muitas unidades do mesmo item. Essa disputa de gato e rato deve ir bem longe. VEJA TAMBÉM: Menores desdenham da educação e dizem ganhar mais do que médico vendendo curso para ser influencer Como usar duas contas do WhatsApp no mesmo celular Cade determina que Apple remova restrições de meios de pagamento no iPhone

TV 4K: 5 dicas para melhorar a imagem da televisão


Checar as configurações automáticas fornecidas pelo fabricante e usar os modos corretos para cada tipo de atividade (filme, game, série) fazem a diferença na hora de assistir qualquer coisa na sala de casa. Ajustando a qualidade de imagem da TV Pexels Já olhou para a tela da TV 4K e pensou “essa imagem não está legal?”. Na pressa de instalar um televisor novo, é comum pular os passos de ajustes iniciais e deixar a qualidade das cenas a desejar. Para ajudar a resolver isso, o Guia de Compras consultou os fabricantes de TVs para checar quais são as recomendações que deixam a TV com jeito de cinema em casa. Black Friday: tabela mostra se preços caíram (ou subiram) ✅Clique aqui para seguir o canal do Guia de Compras do g1 no WhatsApp Veja as dicas a seguir e, ao final, uma lista com 10 TVs com resolução 4K. 📺Ajuste o modo de imagem Cada marca de TV oferece diversos modos predefinidos de ajuste de imagem na tela – como padrão, dinâmico, jogos, econômico, esportes, cinema e vívido, entre outros. Muitas vezes, durante a configuração inicial do aparelho, o consumidor não leva em conta a iluminação do local de instalação e deixa a imagem do jeito que a TV veio. A sugestão aqui é navegar entre as configurações de imagem da TV e ver qual se adapta melhor ao ambiente. Os modos dinâmico, esportes e vívido (ou vivo) são mais claros, para uso em locais bastante iluminados. Modo Cinema ao lado do modo Vivo em uma TV LG, com diferenças de cores e brilho na imagem Henrique Martin/g1 O modo padrão tende a ser mais equilibrado para a maioria dos ambientes. O filme/cinema foi feito para ambientes escuros. Algumas marcas como Samsung e LG oferecem recursos automáticos de ajuste de imagem. Ao ver algum filme ou série em serviços de streaming, por exemplo, elas podem mudar para um modo chamado “Filmmaker Mode”. Essa é uma certificação internacional que preserva os elementos da imagem original, como cores, taxa de reprodução de quadros por segundo e formato da imagem. 🍃Desligue o “movimento suave” Já teve a sensação de que a imagem em um filme ou série “pulou” ou “tremeu” de repente em uma cena? Isso acontece quando as TVs mostram cenas filmadas em 24 quadros por segundo, mas reproduzem em uma velocidade maior, como 60 ou 120 quadros por segundo. Esses pulos são conhecidos como efeito “soap opera” (em inglês, novela) e são causados por inserções automáticas de quadros na imagem pelos fabricantes. O recurso é rejeitado até por estrelas de Hollywood. Em 2018, o ator Tom Cruise publicou um vídeo apelando para os consumidores desativarem a funcionalidade, já que ela “estraga" a experiência cinematográfica. É curioso, pois as marcas informam que isso é algo “bom” para transmissões ao vivo e esportes, por exemplo. Mas o fato é que atrapalha bastante na hora de ver um filme. Demonstração de efeito "soap opera": veja como os pontos parecem "pular" na cena Reprodução Para desativar, basta desligar o recurso de movimento suave nas TVs – os nomes podem variar conforme as marcas: TruMotion (LG), Auto Motion Plus (Samsung) e Action Smoothing (TCL). 👁️Não exagere na nitidez Nas TVs, o conceito de “nitidez” adotado pelas marcas depende de resolução, contraste e qualidade da imagem original. Ao aumentar a nitidez nas configurações do televisor, o resultado pode ser tornar a imagem artificial e até mesmo distorcida – em vez de deixá-la mais nítida. Para deixar a imagem melhor, é recomendável reduzir esse ajuste nas configurações da TV. Detalhe de imagem com ajuste de nitidez: acima, em um nível intermediário. Abaixo, no máximo – note que existem "sujeiras" em torno das letras Reprodução ⚒️Calibre a imagem Dá para deixar a TV com modo mais personalizado usando recursos de calibração de imagem por aplicativos no celular. A dica vale para TVs (e projetores) da Samsung com celulares Android ou iPhone com o app SmartThings instalado. Adicione a TV no aplicativo e escolha a opção Calibração Inteligente. Dependendo do modelo de televisor, podem surgir duas opções: básico ou profissional. Siga os passos mostrados na tela para usar a câmera do smartphone e calibrar a imagem, que vai aparecer como uma opção de modo de cena no televisor. Calibração de imagem na TV usando o celular Samsung/Reprodução Para qualquer marca de televisor, uma alternativa é usar um dispositivo Apple TV 4K como central de streaming e conteúdo. Esse aparelho custava a partir de R$ 1.730 nas lojas on-line em novembro. Nos ajustes do dispositivo, selecione Vídeo e Áudio > Calibragem para configurar as opções equilíbrio de cores, zoom e overscan e barras coloridas. O modo Equilíbrio de Cores requer um iPhone para fazer as correções de imagem. O iPhone também pode sincronizar o som da Apple TV que sai de uma barra de som sem fios conectada. O console de videogame Xbox, da Microsoft, também oferece uma opção de configuração automática de imagem para games (em Configuração > Geral > Opções de TV e monitor). 🎮 Para games, use o modo Jogo A maioria das TVs 4K conta com uma configuração de imagem chamada modo Jogo (ou game), recomendado para usar com videogames. Ative essa opção na hora do game. As TVs com modo jogo contam com tempo rápido de resposta (medida em milissegundos) e a taxa alta de atualização da tela, a partir de 120Hz. Simulação de imagem comparando telas de games a 144Hz e a 60HZ TCL/Reprodução Esses números indicam quantas vezes uma imagem consegue alterar sua sequência de cores na tela e quantas vezes a imagem é atualizada por segundo. Quanto menor for o tempo de resposta, a imagem vai ser mais clara, definida e com a impressão de ser mais "rápida". Isso é importante para quem busca uma TV para jogar – o padrão gamer fica em 1 milissegundo ou menos – que pode ser a diferença entre dar um golpe certeiro ou ser atingido em um jogo importante. Veja a seguir uma lista com 10 TVs 4K. Os preços dos produtos começavam em R$ 2.000 e chegavam a R$ 6.200 nas lojas on-line pesquisadas em novembro. LG UHD UR8750 55" LG OLED evo AI C4 55" Philco PTV55G7PR2CSB Roku 55" Philips 50PUG7408/78 50" Philips 65PUG7408/78 65" Samsung Crystal 55DU8000 55" Samsung QLED 55Q60D 55" TCL 50P635 50" TCL C655 65" Toshiba 50C350MS 50" Esta reportagem foi produzida com total independência editorial por nosso time de jornalistas e colaboradores especializados. Caso o leitor opte por adquirir algum produto a partir de links disponibilizados, a Globo poderá auferir receita por meio de parcerias comerciais. Esclarecemos que a Globo não possui qualquer controle ou responsabilidade acerca da eventual experiência de compra, mesmo que a partir dos links disponibilizados. Questionamentos ou reclamações em relação ao produto adquirido e/ou processo de compra, pagamento e entrega deverão ser direcionados diretamente ao lojista responsável.  Guia de compras do g1: confira a variação de preços da Black Friday Entenda o que significam as tecnologias das TVs Como é assistir TV nas telas que custam muito caro

Redes sociais são responsáveis pelo que usuários publicam? STF deve julgar o tema nesta quarta


Supremo marcou julgamento de três casos relacionados ao Marco Civil da Internet, lei que regula atuação de redes sociais no Brasil. Hoje, redes sociais só são responsabilizadas pelo que é publicado por usuários se não cumprirem ordem que determine derrubada do conteúdo Reprodução J O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para esta quarta-feira (27) o julgamento de casos que discutem a responsabilidade de redes sociais sobre o que é publicado por usuários. Eles estão relacionados com o Marco Civil da Internet, que regula a atuação das plataformas. Sancionada em 2014, essa lei define direitos e deveres para o uso da internet no país. Hoje, ela isenta as redes sociais de responsabilidade sobre o que é compartilhado por terceiros em seus serviços, exceto se elas não cumprirem ordem judicial que determine a derrubada do conteúdo. Essa regra está prevista no artigo 19 do Marco Civil da Internet, um dos pontos que estão no centro da discussão. Confira os casos que devem ser julgados pelo STF e podem mudar regras a rede no Brasil: Recurso do Facebook que questiona se artigo 19 do Marco Civil da Internet é constitucional Recurso do Google que questiona se provedor de serviços se tornar responsável ao armazenar ofensas produzidas por usuários e se deve fiscalizar material previamente Ação do partido Cidadania que pede proibição de decisões judiciais que suspendam plataformas Marco Civil da Internet: julgamento no STF pode mudar regras sobre uso da internet no Brasil O que diz o Marco Civil da Internet? No artigo 19, a lei indica que sites e aplicativos só podem ser responsabilizadas civilmente por "danos decorrentes de conteúdo gerado por terceiros" se não agirem para cumprir ordem judicial que determine a derrubada do conteúdo. O trecho diz ainda que as plataformas devem tomar providências "no âmbito e nos limites técnicos do seu serviço e dentro do prazo assinalado" para derrubar o conteúdo, "ressalvadas as disposições legais em contrário". A lei aponta que o objetivo dessa regra é "assegurar a liberdade de expressão e impedir a censura". Já as operadoras (provedores de conexão à internet) não podem ser responsabilizadas por danos causados por conteúdo de terceiros, como define o artigo 18. Casos são antigos e citam até Orkut O Facebook entrou com o recurso no STF em 2017 para questionar uma decisão que obrigava a rede social a derrubar um perfil falso e fornecer dados sobre o computador usado para criar a conta. O Facebook, hoje Meta, alegou em seu recurso que impor às plataformas a obrigação de fiscalizar e excluir conteúdo gerado por terceiros, sem decisão judicial, configura risco de censura e restrição à liberdade de manifestação dos usuários. Também em 2017, houve o recurso do Google ligado a ação sobre o antigo Orkut. Uma professora de ensino médio pediu a exclusão de uma comunidade chamada "Eu odeio a Aliandra", criada em 2009 – antes do Marco Civil – para veicular conteúdo ofensivo. O Google negou o pedido e, por isso, a Justiça entendeu que a empresa poderia ser responsabilizada. A companhia, por sua vez, alegou que a exclusão da comunidade antes da decisão judicial violaria a liberdade de expressão dos usuários. A ação do Cidadania foi aberta em 2016, após um bloqueio do WhatsApp no Brasil por ordem judicial. O partido alegou que a medida viola a liberdade de comunicação e pediu que medidas do tipo fossem proibidas.

iPhone: até qual versão 'antiga' ainda vale a pena comprar?


Veja no que prestar atenção na hora da compra de um modelo de gerações passadas, como o 5G e a previsão de atualização de sistema fornecida pela Apple. iPhone 15 (à frente) e iPhone 14 (atrás) Henrique Martin/g1 O iPhone 16, lançado em setembro, é o celular mais recente da Apple. Nem sempre o preço dele cabe no bolso do consumidor. Existem alternativas, como os modelos mais antigos de iPhone ou mesmo smartphones com sistema Android (baratos ou caros). Mas qual iPhone "antigo" ainda compensa comprar em 2024? O Guia de Compras testou os lançamentos da Apple nos últimos anos e pode te ajudar nessa tarefa. ✅Clique aqui para seguir o canal do Guia de Compras do g1 no WhatsApp Black Friday: tabela mostra se preços caíram (ou subiram) 👀A primeira coisa para prestar atenção é a idade do produto, para evitar os modelos mais velhos que já saíram de linha. Nesse caso, nem sempre vai dar para achar um aparelho novo nas lojas da internet. Oficialmente, a Apple ainda mantém em estoque os iPhone SE (lançado em 2022), 14, 15 e 16. O iPhone 13, que foi descontinuado em setembro, ainda está disponível nas principais lojas on-line. Vale lembrar que a Apple também vende uma versão "Plus" dos modelos 14, 15 e 16, com uma tela maior, de 6,7 polegadas. Seu desempenho e configurações são iguais aos aparelhos menores, com tela de 6,1". Já os iPhones mais velhos, como 11 e 12, são mais difíceis de encontrar sem serem usados ou em versões de "vitrine" (aparelhos que serviram de mostruário nas lojas, muitas vezes vendidos com descontos). 📡 O segundo item para checar em uma versão mais velha de iPhone é a conectividade. O 5G é a garantia de ter a tecnologia mais recente no celular de uso diário. Todos os iPhones desde a versão 12, lançada em 2020, já estão prontos para o 5G. 📲 O terceiro fator é a capacidade de atualização do sistema operacional. Quanto mais antigo, mais rápido o celular pode se tornar obsoleto e vai perder acesso a novos recursos do iOS, hoje na versão 18.1. Historicamente, a Apple costuma atualizar os celulares com uma nova versão do sistema iOS por cinco ou seis anos após seu lançamento. Um iPhone 13 deve ter atualizações até 2026 ou 2027. Já um iPhone 14 deve ter upgrades até 2027 ou 2028. E o iPhone 15, até 2029 ou 2030. Quanto mais recente o lançamento, mais tempo vai durar o smartphone. 💵 E o preço? Vale notar que não existem "iPhones" baratos, como é comum entre os celulares com sistema Android. E que a Apple não costuma dar descontos nos produtos em linha, mas reduz um pouco os valores quando uma nova geração é lançada – quase sempre entre setembro e outubro. Os descontos maiores nos valores acabam sendo responsabilidade das lojas e é preciso pesquisar bastante para encontrar ofertas e descontos. 📶 Diferenças entre os modelos 13, 14 e 15 Os iPhones 13, 14 e 15 são as gerações que costumam ter preços mais interessantes nas lojas da internet. iPhone 13 Todos têm telas de 6,1 polegadas (o mesmo tamanho do iPhone 16) e contam com pequenas melhorias incrementais nas câmeras e na capacidade de processamento entre uma geração e outra, sem grandes mudanças. Os iPhones 13 e 14 são muito parecidos por dentro e por fora. A maior diferença entre eles está nas câmeras: o iPhone 14 veio com o recurso Photonic Engine, que ajuda a melhorar bastante a qualidade das imagens tiradas em situações de pouca luz. iPhone 14 Mas, se o consumidor procura uma câmera mais avançada, a recomendação é partir para o iPhone 15, que tem um zoom aprimorado e um sensor de 48 megapixels, maior que o das gerações anteriores. E já conta com o conector USB-C no lugar do antigo Lightning. A vantagem é que esse conector é compatível com outros aparelhos, como celulares Android, tablets e notebooks, entre outros eletrônicos. iPhone 15 Pelo valor e pela previsão de atualização do iOS por mais tempo (até 2027 ou mais), o iPhone 14 é a melhor opção para quem quer um iPhone novo, mas sem ser o de última geração. Esta reportagem foi produzida com total independência editorial por nosso time de jornalistas e colaboradores especializados. Caso o leitor opte por adquirir algum produto a partir de links disponibilizados, a Globo poderá auferir receita por meio de parcerias comerciais. Esclarecemos que a Globo não possui qualquer controle ou responsabilidade acerca da eventual experiência de compra, mesmo que a partir dos links disponibilizados. Questionamentos ou reclamações em relação ao produto adquirido e/ou processo de compra, pagamento e entrega deverão ser direcionados diretamente ao lojista responsável.  Guia de compras do g1: confira a variação de preços da Black Friday Como deixar o celular mais acessível

Cade determina que Apple remova restrições de meios de pagamento no iPhone


Em caso de descumprimento, a empresa ficará sujeita a multa diária de R$ 250 mil. Empresa californiana é acusada de forçar desenvolvedores brasileiros a utilizarem exclusivamente seu sistema de pagamento. James Yarema/Unsplash A Apple terá que mudar o iOS em até 20 dias para permitir que desenvolvedores e usuários decidam os canais de distribuição e os sistemas de pagamentos para compras em aplicativos. Em caso de descumprimento, a empresa ficará sujeita a multa diária de R$ 250 mil. A determinação foi feita em uma medida preventiva divulgada na segunda-feira (25) pela Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O g1 procurou a Apple e a empresa disse que não vai comentar o caso. A decisão determina que a Apple possibilite compras de serviços ou produtos fora dos aplicativos e que os desenvolvedores possam oferecer métodos alternativos para que o pagamento seja feito dentro dos aplicativos. O órgão abriu o processo administrativo para apurar "suspeitas de posição dominante relacionadas à criação de barreiras artificiais à entrada e ao desenvolvimento de concorrentes". A denúncia, que foi registrada originalmente em 2022 pelo Mercado Livre, afirma que a Apple tem imposto restrições a desenvolvedores de aplicativos e serviços digitais, como streamings, que dificultam ou impedem a compra dentro de apps. O entendimento é de que a Apple força desenvolvedores brasileiros a utilizarem exclusivamente seu sistema de pagamento em transações feitas dentro de aplicativos, proibindo redirecionamentos para sites externos. Segundo o Cade, "a ação visa proteger o bem-estar coletivo, o interesse público e a livre concorrência no mercado e tem previsão na legislação." Golpe da CNH: como se proteger de mensagens falsas sobre suspensão da habilitação WhatsApp começa a liberar recurso que converte áudios em textos; veja como usar DTV+: o que é TV 3.0, que oferece melhor qualidade de imagem e recursos interativos

WhatsApp vai encerrar opção de pagamento via cartão de débito a partir de dezembro


Empresa diz que o 'WhatsApp Pagamentos' priorizará transações por PIX, mas outras formas de pagamento no aplicativo permanecem disponíveis. WhatsApp adiciona botão para recurso de pagamentos no campo de texto Divulgação/WhatsApp O WhatsApp anunciou nesta terça-feira (26) que descontinuará a função de pagamento entre pessoas com cartão de débito no aplicativo a partir de 19 de dezembro. A Meta destacou que o WhatsApp Pagamentos não será encerrado, e as demais modalidades de pagamento continuarão disponíveis no app sem alterações. Em nota enviada ao g1, a empresa explicou que a decisão de suspender a função com cartão de débito visa priorizar as transações via PIX. "Estamos avisando todos os usuários sobre o fim desta função a partir de dezembro", informou. Quando lançado, em 2021, o WhatsApp Pagamentos exigia que o usuário tivesse uma conta bancária e um cartão de débito, pré-pago ou combo das bandeiras Visa ou Mastercard, emitido por um dos seguintes bancos: Banco do Brasil, Banco Inter, Bradesco, Itaú, Mercado Pago, Next, Nubank, Sicredi ou Woop Sicredi. Como enviar dinheiro pelo WhatsApp? WhatsApp adiciona botão para recurso de pagamentos no campo de texto Divulgação/WhatsApp A opção de transferência no WhatsApp está disponível no ícone de cifrão (R$) no campo de mensagens, ao lado das opções para enviar imagens, documentos, localização ou contatos. Toque no ícone "R$" e escolha a opção "Pagamento"; Insira o valor e uma mensagem opcional; Aperte em "Pagar" e coloque o PIN (senha) do Meta Pay; A transação vai aparecer como se fosse uma mensagem na conversa do WhatsApp, e a pessoa precisa aceitar o pagamento. Depois, o dinheiro cairá na conta dela. Se for a primeira vez usando o serviço, será preciso aceitar os termos de uso, criar um PIN (senha) do Meta Pay, cadastrar um cartão de uma das instituições parceiras e confirmar o cadastro na plataforma. Leia a nota do WhatsApp: "A funcionalidade Pagamentos no WhatsApp segue sendo prioridade para a experiência completa que queremos oferecer aos nossos usuários. No que se refere a pagamentos entre amigos e família, decidimos focar nossos investimentos nas soluções via PIX e suspender a função com cartão de débito. Estamos avisando todos os usuários no aplicativo sobre o fim desta função a partir de 19 de dezembro. Não haverá mudança no que se refere a pagamento de pessoas para empresas, que continuará aceitando todos os métodos de pagamento atualmente disponíveis no WhatsApp."

segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Influenciadores mirins chegaram a receber bebida alcoólica como brinde de empresas de marketing de afiliados


Reportagem do g1 mostrou menores de idade ostentando ganhos altos nas redes ao promover cursos de afiliados. No Instagram e no TikTok, eles dizem que estão conquistando milhares de reais por mês 'trabalhando pouco por dia'. Menores desdenham da educação e dizem ganhar muito dinheiro vendendo cursos Uma reportagem do g1, publicada neste sábado (23), revelou como influenciadores mirins tentam atrair crianças e adolescentes para um suposto trabalho rentável: a participação na venda de cursos em plataformas de marketing de afiliados, como Kiwify e Cakto. Nas redes sociais, esses menores afirmam faturar até R$ 100 mil com esse tipo de negócio. Ao alcançarem esse valor em vendas, eles recebem uma placa comemorativa e uma cesta de comida que inclui espumante, bebida alcoólica cujo consumo é proibido para menores de 18 anos no Brasil. O g1 encontrou ao menos 33 perfis com esse tipo de conteúdo no Instagram e no TikTok e monitorou essas contas por três meses. O g1 também tentou conversar com os pais desses menores, mas não obteve retorno e alguns não quiseram falar. Em um dos posts no Instagram, uma menina com 457 mil seguidores mostra a cesta enviada pela Kiwify (veja na imagem abaixo). A Cakto também costuma enviar brindes e mandou um espumante para essa mesma criança. Criança que recebeu um kit por ter faturado R$ 100 mil na Kiwify. Reprodução/Instagram Na publicação da menina, Caio Martins, CEO da Cakto, chegou a comentar: "Só não pode beber esse Chandon kkkkkkk" (veja na imagem abaixo). Além dela, o g1 localizou o perfil de um outro adolescente que também exibe a cesta com a bebida, novamente enviada pela Kiwify. Cakto também enviou espumante para a mesma menina que recebeu da Kiwify. Reprodução/Instagram Procurada para comentar sobre o envio do brinde, a Cakto disse que "todos os cadastros na plataforma são realizados exclusivamente por maiores de idade e vinculados a um responsável legal". A empresa não comentou sobre o posicionamento do CEO. A Kiwify, que negou ter enviado esses prêmios diretamente para menores, disse que vai implementar "uma revisão operacional para evitar a recorrência de situações semelhantes a essa" (leia o posiconamento ao final da reportagem). "A premiação é padrão e concedida a todos os produtores que atingem o faturamento de R$ 100 mil, não havendo distinções ou privilégios para indivíduos específicos", completou a empresa. "Essas contas estão sendo preventivamente bloqueadas para maiores investigações devido ao potencial compartilhamento indevido de login e senha", disse a Kiwify, sobre os perfis que exibiram bebidas entre os brindes recebidos. Segundo a Kiwify, ambas as contas identificadas que receberam a bebida alcoólica pertencem a adultos. Alguns influencers também filmaram sua presença em eventos de marketing digital da Kiwify (veja no vídeo na abertura da reportagem). Sem dar mais detalhes, a empresa disse ao g1 que "não realizou nenhum convite a eles". A Meta, dona do Instagram, afirmou que "não vai comentar o tema". O TikToK não havia retornado até a última atualização desta reportagem. Adolescente abre kit com espumando enviado pela empresa Kiwify Reprodução/Instagram Como os influencers atraem outras crianças Apesar de serem desinibidas para falar sobre uma suposta vida de luxo, as crianças revelam poucas informações pessoais. Não falam as idades, nem a cidade ou estado onde vivem. Os perfis costumam se seguir, o que indica que os envolvidos se conhecem, ao menos no ambiente virtual. As informações disponíveis nas contas seguem a mesma tática dos vídeos: na bio, elas citam o suposto faturamento do influencer e incitam os seguidores a procurá-las se quiserem ter a mesma vida. Nessas publicações, os menores costumam: destacar que trabalham pouco tempo por dia e faturam alto; relatar uma mudança de vida, dizendo que agora conseguem comprar celular caro, casa ou mesmo pagar o aluguel dos pais e tirar a família da pobreza; não costumam mostrar esses bens materiais, apenas falam deles; ironizam quem não está no esquema supostamente lucrativo; citam o suposto faturamento alto no link da bio e exibem notas de dinheiro ou número de faturamento na tela dos apps da Kiwify e da Cakto. Criança usa tom irônico nos conteúdos publicado nas redes sociais Reprodução/Instagram Em alguns poucos vídeos, crianças e adolescentes dizem estar com o pai ou a mãe e até presenteiam familiares. Nas filmagens, os supostos responsáveis sempre demonstram surpresa com o trabalho altamente rentável do filho. O g1 localizou os pais de uma menina de Minas Gerais que divulga esses cursos. No Instagram, ela tem mais de 230 mil seguidores e os vídeos publicados contam com milhares de visualizações. O pai dela inicialmente demonstrou interesse em dar entrevista, mas logo parou de responder aos contatos. Dias depois, também por mensagens, a mãe confirmou que a filha tem 13 anos e considera que aquilo é um trabalho, o que pode ser indício de trabalho infantil, analisa Denise Auad, da comissão dos direitos da criança e do adolescente da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB SP). A mãe disse ainda que a menina "tira um bom dinheiro no digital", sem informar valores. E que os pais preferem deixar o montante guardado, para que a filha administre melhor, no futuro. Durante vários dias, o g1 tentou marcar uma entrevista com essa mãe. Mas, num último contato, ela disse que conversou com o marido e eles decidiram que não queriam mais falar, para "não expor muito a imagem da filha". Não foi possível saber se a adolescente tem autorização judicial para divulgar esses conteúdos. No Brasil, o trabalho antes dos 16 anos só é permitido em lei para fins artísticos e com autorização judicial, explica Kelli Angelini, advogada especialista em educação digital. Isso inclui atuar com influenciador nas redes sociais. "É um caso gravíssimo porque as crianças que divulgam e as que assistem a isso são as verdadeiras vítimas. E o mais preocupante é como isso vem influenciando outras crianças a desvalorizar os estudos", diz Denise Auad. Eles podem estar sendo usados por indivíduos mal-intencionados para praticar fraude (estelionato), avalia Kelli Angelini, advogada especialista em educação digital e autora do livro "Segredos da internet que crianças e adolescentes ainda são sabem". Para João Francisco Coelho, advogado do programa Criança e Consumo do Instituto Alana, existe um "modus operandi" muito claro e bem delimitado quanto ao tipo de conteúdo que vai ser publicado por essas crianças e a linguagem que vai ser utilizada. Denise ainda cita algumas ilegalidades que os responsáveis podem estar cometendo, como crimes ligados ao trabalho forçado, falsidade ideológica, difamação e golpes virtuais. O que diz a Kiwify "A Kiwify possui uma política clara e rigorosa em relação à idade mínima para o uso da plataforma. De acordo com nossos termos de uso, apenas pessoas físicas com idade mínima de 18 anos ou emancipadas, e que sejam plenamente capazes de exercer direitos e deveres na ordem civil, podem se cadastrar como usuários. Além disso, representantes de pessoas jurídicas devem estar devidamente autorizados a vinculá-las à plataforma. Ou seja, para realizar transações comerciais, é necessário ter mais de 18 anos, e as operações de vendas somente são aceitas perante comprovação de que a conta bancária seja a mesma do titular do cadastro. Os usuários são obrigados a fornecer informações válidas que comprovem sua idade e capacidade civil. Se for identificado que o usuário não atende a esses requisitos, o cadastro é automaticamente bloqueado, impedindo o uso da plataforma. Nossa política de premiação é estruturada para recompensar o trabalho e o esforço dos infoprodutores, com base em métricas objetivas de faturamento. Esclarecemos que as premiações são enviadas exclusivamente ao titular da conta, partindo da premissa de que a gestão é feita por uma pessoa adulta, com 18 anos ou mais, já que a participação na plataforma e a venda de produtos estão restritas a maiores de idade. A partir deste momento, implementaremos uma revisão operacional para evitar a recorrência de situações semelhantes a essa. A Kiwify se destaca por facilitar ao máximo o processo de reembolso dos compradores dos cursos de nossos usuários. Tanto que fomos, pelo segundo ano consecutivo, indicados ao prêmio do Reclame Aqui, maior prêmio de reputação e experiência do cliente do Brasil. Além disso, possuímos atualmente uma nota geral de 8.2 ("ótimo") e 83% de índice de solução neste canal. A Kiwify, seus sócios ou quaisquer outras entidades relacionadas não possuem qualquer vínculo com essa empresa [Cakto]". O que diz a Cakto "Como preceitua os termos da plataforma Cakto, menores de idade são proibidos de realizar cadastros na plataforma, bem como realizar vendas utilizando a mesma. Para que o cadastro dentro da plataforma seja concluído, é necessário que seja apresentado documento pessoal com foto, do qual passa por uma rigorosa análise pelo setor de compliance. Além disso, contas que são identificadas sendo operadas por menores de idade são suspensas pelo nosso suporte. A plataforma Cakto segue rigorosamente o que dispõe o código do consumidor quando se fala de solicitações de reembolso. Dessa forma, sempre que um consumidor solicita o reembolso direto a plataforma, o mesmo é atendido prontamente pela equipe. Vale ressaltar que após o período de arrependimento, a plataforma somente se responsabiliza sobre vícios e problemas com os produtos na plataforma, após esse período de 7 dias o reembolso deve ser solicitado diretamente ao vendedor. A empresa Cakto não possui qualquer relação com a empresa Kiwify".

domingo, 24 de novembro de 2024

Como usar duas contas do WhatsApp no mesmo celular


No Android, é possível ter duas contas pessoais caso o celular tenha suporte para dois chips. Já o iPhone só permite manter uma conta pessoal e outra profissional, por meio do WhatsApp Business. WhatsApp Divulgação O WhatsApp permite ter duas contas no mesmo celular sem precisar baixar aplicativos de terceiros. Como cada uma tem um número diferente, é preciso que o seu aparelho suporte dois chips, o que só está disponível no Android. A opção não funciona no iPhone, que só tem suporte para um chip. No entanto, é possível usá-lo para manter uma conta pessoal e outra profissional no WhatsApp Business (saiba mais abaixo). Nos dois casos, o processo para incluir uma segunda conta é simples e pode ser útil para quem precisa separar as conversas em dois perfis no aplicativo. Veja abaixo como adicionar um novo perfil no seu WhatsApp. Android Em aparelhos Android, é possível adicionar a segunda conta dentro do próprio aplicativo do WhatsApp desde outubro de 2023. Saiba como fazer: Abra as "Configurações" do WhatsApp clicando no ícone de três pontinhos (⋮) da tela inicial; Clique no ícone de adição (+) ao lado da foto de perfil; Selecione a opção "Adicionar conta"; Clique em "Concordar e continuar" e insira o número do segundo chip; Confirme o número e digite o código de verificação enviado por SMS; O WhatsApp pedirá permissão para procurar backups na sua conta Google. Se quiser recuperar dados, toque em "Conceder permissão". Se não, basta selecionar "Pular". iPhone Como o iPhone não tem suporte para dois chips, não é possível usar o celular para ter duas contas pessoais. No entanto, ele pode servir para quem deseja manter um perfil profissional no WhatsApp Business. Veja como fazer: Baixe o aplicativo WhatsApp Business; Aceite os termos ao clicar em "Concordar e continuar"; Selecione "Usar outro número"; Confirme o número e digite o código de verificação enviado por SMS; O WhatsApp pedirá permissão para procurar backups na sua conta iCloud. Se quiser recuperar dados, toque em "Conceder permissão". Se não, basta selecionar "Pular restauração". VEJA TAMBÉM: Desconhecidos adicionam usuários de WhatsApp a grupos de propaganda sem autorização Meta AI, de WhatsApp e Instagram, é criticada por gerar respostas erradas; veja como limitar 'Pane geral' em TV boxes piratas: como é a solução que promete combater caixinhas irregulares Novo recurso do WhatsApp que possibilita ter duas contas Divulgação - WhatsApp Como se proteger de golpes no WhatsApp Golpes no Whatsapp: saiba como se proteger

De 'laser suicida' a 'número da besta': os estranhos medos que códigos de barras causaram desde sua invenção


Criados há 75 anos, os códigos de barras ajudaram a salvar vidas, foram para o espaço e alimentaram o medo do Anticristo. Estima-se que cerca de 10 bilhões de códigos de barras sejam escaneados todos os dias ao redor do mundo Getty Images Lasers. É disso que os funcionários dos supermercados precisam, insistiu Paul McEnroe. Scanners no caixa e pequenas armas a laser em forma de pistola também. Aponte, dispare e complete a venda! Em 1969, esta era uma visão extravagante do futuro: os lasers escaneariam estranhas marcações em preto e branco nos produtos que McEnroe e seus colegas da IBM haviam projetado. Isso tornaria as filas dos supermercados mais rápidas, disse ele entusiasmado. A solução viria a ser conhecida como código de barras. Naquele momento da história, os códigos de barras nunca haviam sido usados comercialmente, embora a ideia estivesse sendo desenvolvida há décadas, após uma patente ser registrada em 20 de outubro de 1949 por um dos engenheiros que agora fazia parte da equipe de McEnroe. Os engenheiros da IBM estavam tentando dar vida aos códigos de barras. Eles tinham uma visão do futuro em que os consumidores passariam rapidamente pelo caixa com lasers escaneando cada item que desejavam comprar. Mas os advogados da IBM tinham um problema com o futuro. "De jeito nenhum", eles disseram, de acordo com McEnroe, engenheiro agora aposentado. Eles temiam um "suicídio a laser". E se as pessoas ferissem intencionalmente seus olhos com os scanners e depois processassem a IBM? E se os funcionários dos supermercados ficassem cegos? Não, não, é um mero raio laser de meio miliwatt, McEnroe tentou explicar. Havia 12 mil vezes mais energia em uma lâmpada de 60 watts. Seus apelos não deram em nada. Ele recorreu então a macacos-rhesus importados da África, embora agora não se lembre de quantos. "Acho que foram seis", diz ele. "Mas não posso assegurar." Depois que os testes em um laboratório próximo comprovaram que a exposição ao laser não prejudicava os olhos dos animais, os advogados cederam. E foi assim que a leitura de códigos de barras se tornou comum nos supermercados dos EUA e, por fim, no mundo todo. A história destas linhas verticais tão comuns hoje em dia pode surpreender Getty Images Em uma reviravolta inesperada, o laboratório usado por McEnroe disse posteriormente que enviaria os macacos para ele. "Foi uma loucura", ele se lembra, rindo. "Arrumei um zoológico na Carolina do Norte." Além dos macacos, cada membro humano da equipe de McEnroe na IBM também merece crédito pelo Código Universal de Produtos (UPC, na sigla em inglês), como sua versão do código de barras ficou formalmente conhecida. Entre eles, estava Joe Woodland, o engenheiro que idealizou o conceito inicial dos códigos de barras décadas antes, depois de desenhar linhas na areia de uma praia. Foi ele e outro engenheiro que fizeram o pedido para registrar a patente da ideia fundamental dos códigos de barras em outubro de 1949. Basicamente, George Laurer e outros membros da equipe da IBM pegaram esta proposta pré-existente de marcações no estilo de código de barras e a desenvolveram até chegar a um retângulo de linhas pretas verticais que correspondiam a um número que poderia identificar de maneira exclusiva qualquer item de supermercado que você possa imaginar. De latas de sopa a caixas de cereais ou pacotes de macarrão. O setor de supermercados adotou formalmente o UPC em 1973, e o primeiro produto com o código foi escaneado no supermercado Marsh, em Ohio, em 1974. A partir daí, o sistema conquistou o planeta. Logo apareceram outros tipos de códigos de barras, e o UPC também serviu de alicerce para os chamados "códigos de barras 2D", como os QR Codes, que podem codificar ainda mais informações. Mas a história destas pequenas marcações em preto e branco é muito mais complexa e espinhosa do que você poderia imaginar. Medindo os espaços Você poderia até dizer que tudo começou com a CIA, a agência de inteligência americana. "Eu estava escaneando coisas para a CIA", explica McEnroe. "Mapas enormes." Este foi um de seus primeiros trabalhos na IBM envolvendo scanners de imagem. Como ele explica em seu livro sobre a invenção do código de barras UPC, isso o ajudou a se preparar para trabalhar com uma tecnologia completamente nova, mas relacionada, que revolucionaria o setor de varejo. Hoje os códigos de barras ajudam a salvar vidas Getty Images McEnroe sabia que as filas dos caixas nas lojas andariam muito mais rápido se os funcionários pudessem simplesmente escanear os produtos para um computador, em vez de ter que ler os preços estampados em cada item e depois processá-los manualmente. Para ser aceito, esse sistema de leitura de códigos de barras teria que funcionar praticamente todas as vezes — e ler o código corretamente, mesmo que o produto passasse pelo scanner a velocidades de até 2,5 metros por segundo. A equipe da IBM começou a trabalhar baseando-se no projeto patenteado por Woodland e seu colega — porém, com uma diferença importante. A abordagem original se baseava na leitura da espessura das linhas pretas. Um dos conceitos que eles haviam proposto na patente — um código de barras redondo, formado por círculos concêntricos — chegou a ser desenvolvido por um grupo concorrente. Mas se revelou difícil de imprimir e mais difícil ainda de encaixar perfeitamente na embalagem do produto. A equipe da IBM descobriu que era mais fácil imprimir linhas verticais e basear o processo de leitura não na medição da espessura destas linhas, mas na distância entre a borda de uma linha e a borda da linha seguinte. Em outras palavras, no espaço entre as linhas, que era mais refletor e mais fácil de ser captado pelo scanner. Desta forma, não importava se a impressora de etiquetas imprimisse linhas mais grossas do que o previsto — a leitura ainda funcionaria, praticamente todas as vezes. A encarnação do mal Embora o primeiro produto com código de barras tenha sido vendido em um supermercado dos EUA em 1974, foram necessários mais cinco anos para que os códigos de barras chegassem aos supermercados britânicos. Assim que chegaram, o primeiro item a ser escaneado foi uma caixa de saquinhos de chá. McEnroe enfatiza que o lançamento da tecnologia de código de barras UPC não foi isento de polêmicas. "Nossa primeira loja não abriu", ele recorda. Havia pessoas do lado de fora protestando contra o fato de que os preços não seriam mais estampados em cada produto, mas apenas nas prateleiras onde os produtos eram colocados. Alguns sindicatos da época achavam — no fim das contas, com razão — que a tecnologia de escaneamento ameaçava determinados empregos nos supermercados. Também havia a preocupação de que os códigos de barras pudessem ser usados para ocultar os preços. O próprio McEnroe se lembra de como, no passado, os consumidores às vezes procuravam produtos nas prateleiras dos supermercados que poderiam estar com o preço mais antigo e mais baixo estampado neles. Se os códigos de barras assumissem o controle, estas oportunidades de pechinchar desapareceriam. Estas preocupações logo se dissiparam. Mas os códigos de barras sempre incomodaram algumas pessoas. Havia aqueles que temiam os códigos de barras Getty Images Para alguns fanáticos, eles são nada menos que a encarnação do mal. Em 2023, Jordan Frith, professor de comunicação da Universidade de Clemson, na Carolina do Sul, publicou um livro sobre a história dos códigos de barras. Durante sua pesquisa, ele encontrou um artigo de 1975 em uma publicação chamada Gospel Call que sugeria que os códigos de barras poderiam ser "a Marca da Besta" — uma referência a uma profecia bíblica do Livro do Apocalipse sobre o fim do mundo. A passagem do Novo Testamento se refere a uma besta — às vezes, interpretada como o Anticristo — que obriga todas as pessoas a serem marcadas na mão direita ou na testa. Na profecia, somente aqueles que aceitam esta marca têm permissão para comprar ou vender. O artigo de 1975 sugeria que, no futuro, os códigos de barras seriam "tatuados a laser" na testa ou nas costas da mão de todo mundo, prontos para serem apresentados nos caixas dos supermercados. Apesar de bizarra, a ideia provou ser surpreendentemente aderente. Um livro de 1982 chamado The New Money System ("O novo sistema monetário", em tradução livre), escrito pela evangélica Mary Stewart Relfe, popularizou ainda mais a suposta conexão, depois que ela afirmou que o número da Besta (666) estava "escondido" entre as linhas nas extremidades e no meio de cada código de barras. Na verdade, estas "linhas de sinalização", como são conhecidas, servem como ponto de referência para ajudar o scanner a laser a identificar o início e o fim de cada sequência de UPC. Mais tarde, Laurer, da equipe da IBM, considerado coinventor do UPC, insistiu que não havia nada de sinistro nisso — e que a semelhança com o padrão usado para codificar o número seis era uma coincidência. Para alguns, eles são nada menos que a encarnação do mal Getty Images Mas a teoria bizarra ainda pode ser encontrada em alguns recantos da internet. E algumas pessoas até tomam medidas extremas para evitar códigos de barras, incluindo membros de um grupo cristão russo ortodoxo conhecido como Velhos Crentes. Agafia Lykov, que vive em uma região remota da Sibéria, disse a jornalistas da revista Vice em 2013 que os códigos de barras eram "o selo do Anticristo". Ela acrescentou que se alguém lhe der algo, como um pacote de sementes, com um código de barras, ela retira o conteúdo e queima o pacote. Além disso, em 2014, uma empresa de laticínios russa publicou uma declaração em seu site explicando por que havia uma cruz vermelha impressa sobre os códigos de barras em suas caixas de leite. Como é "bem conhecido", dizia a declaração, os códigos de barras são a Marca da Besta. A declaração já foi removida do site da empresa. McEnroe diz que está ciente de algumas dessas crenças estranhas sobre os códigos de barras. "Não é algo que eu estaria propenso a pensar", diz ele, de forma bastante diplomática. Frith ressalta outro aspecto: "É um pouco estranho imaginar um bando de executivos do setor de supermercados abrindo caminho para o apocalipse." Distópicos Mas pode-se dizer que há algo estranhamente distópico nos códigos de barras. Para alguns, eles se tornaram um símbolo do capitalismo em sua forma mais fria. Também costumam aparecer em sequências assustadoras em filmes. Em O Exterminador do Futuro, ficamos sabendo que os prisioneiros de robôs assassinos em um futuro apocalíptico são marcados com códigos de barras em seus braços para identificação. "Isso é gravado por escaneamento a laser”, explica o personagem Kyle Reese, que viaja no tempo, a Sarah Connor. "Alguns de nós fomos mantidos vivos para trabalhar — carregando corpos." Na narrativa do filme O Exterminador do Futuro, protagonizado por Arnold Schwarzenegger, o papel dos códigos de barras causa arrepios Getty Images A marca do código de barras, neste contexto, lembra os números tatuados nos braços dos prisioneiros dos campos de concentração nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Às vezes, as pessoas usam os códigos de barras de forma maliciosa. Especialmente quando se trata de QR Codes, que, em vez de usar linhas verticais, consistem em constelações de pequenos quadrados pretos e brancos em um padrão que pode ser lido por câmeras digitais de smartphones. Como a leitura de um QR Code pode direcionar seu dispositivo a um site mal-intencionado, hackers utilizam a tecnologia de vez em quando. O Centro Nacional de Segurança Cibernética do Reino Unido alertou a população para ter cuidado com os QR Codes. Motoristas em várias cidades inglesas também foram alertados sobre um golpe em que QR Codes falsos foram colados a máquinas de estacionamento na tentativa de roubar dinheiro de motoristas desavisados. Um código usado em estacionamentos em Leicester chegou a ser vinculado à Rússia. E, em setembro, o grupo armado Hezbollah, baseado no Líbano, acusou Israel de lançar folhetos contendo um código de barras perigoso, mencionado como QR Code em algumas reportagens, que poderia "retirar todas as informações" de qualquer dispositivo usado para escaneá-lo. A BBC não conseguiu verificar estas alegações. Onipresentes Apesar de alguns usos nefastos dos códigos de barras e de alegações bizarras de que eles representam a Marca da Besta, esta tecnologia é utilizada em milhares de processos industriais e comerciais no mundo todo. Estima-se que 10 bilhões de códigos de barras sejam escaneados globalmente, todos os dias, de acordo com a GS1, organização que supervisiona os padrões de códigos UPC e QR. Você já deve ter reparado nos códigos de barras e QR Codes presentes nas embalagens dos itens que recebe pelo correio, por exemplo. Um único pacote pode ser escaneado várias vezes em sua jornada do depósito até sua casa, diz Frith. E como os códigos de barras permitem que os varejistas controlem grandes estoques de produtos, isso significa que essas empresas podem operar lojas gigantescas com relativamente poucos funcionários. "Você não teria essas superlojas ou algo do gênero sem os códigos de barras", observa Frith. "Isso mudou a estrutura física do varejo." Erin Temmen, gerente de contas da empresa de etiquetagem Electronic Imaging Materials, concorda com essa avaliação. Sua empresa, assim como outras do setor, produz etiquetas de código de barras que funcionam praticamente em qualquer ambiente. Isso inclui, por exemplo, etiquetas resistentes ao frio que não vão cair de equipamentos cheios de nitrogênio líquido. E etiquetas resistentes a produtos químicos que vão conservar o código de barras mesmo se substâncias nocivas respingarem nelas em laboratório. A empresa também produz etiquetas de código de barras mais refletoras. "Isso aumenta a distância de escaneamento", explica Temmen. Ou seja, facilita a leitura do código por trabalhadores apressados a uma distância de até 14 metros, tornando-o detectável mesmo se o código de barras estiver em um item colocado no alto de uma prateleira, por exemplo. Essa versatilidade indica a grande variedade de contextos em que os códigos de barras são realmente usados. Uma tartaruga marinha com um código no casco rasteja em direção ao mar na Reserva Natural Nacional de Tartarugas Marinhas de Huidong, na China Getty Images Eles ajudaram a monitorar o comportamento e o movimento de abelhas e pássaros, a marcar óvulos e embriões em clínicas de fertilidade para evitar confusões e foram colocados em lápides para direcionar os visitantes para memoriais online dos falecidos. As Forças Armadas dos EUA também usam códigos de barras para ajudar a controlar a presença e o treinamento de pessoal. Uma universidade na Arábia Saudita também testou o recurso para registrar a presença dos alunos nas aulas. Os códigos de barras chegaram até mesmo ao espaço. Os astronautas da Estação Espacial Internacional usam leitores de código de barras para identificar equipamentos e peças mecânicas, embora eles tenham sido substituídos em grande parte por identificação por radiofrequência (RFID, na sigla em inglês). Os códigos de barras também são usados para registrar a ingestão de alimentos e bebidas pelos astronautas, assim como para identificar suas amostras de sangue, saliva e urina. Na Terra, é possível que os códigos de barras tenham salvado vidas. Os hospitais usam sistemas de código de barras para rastrear amostras de sangue, medicamentos e dispositivos médicos, como próteses de quadril. O NHS, sistema público de saúde do Reino Unido, tem um programa chamado Scan4Safety para promover o uso de códigos de barras para monitorar este tipo de informação. A identificação auxiliada por computador pode ajudar a equipe a garantir que os médicos administrem o medicamento correto no paciente certo, por exemplo. De acordo com um relatório do Scan4Safety, a introdução desta tecnologia liberou 140 mil horas do tempo da equipe para o atendimento aos pacientes que, de outra forma, seria gasto com tarefas administrativas e controle de estoque. O relatório afirma ainda que a leitura de código de barras também economizou milhões de libras para o serviço de saúde. "Converso com médicos e membros da equipe responsáveis pelo gerenciamento de estoque em hospitais — todos relatam benefícios", diz Valentina Lichtner, professora da Universidade de Leeds, no Reino Unido, que atualmente está pesquisando o impacto dos sistemas de monitoramento de código de barras em ambientes de serviços de saúde. E em um mundo em que os códigos de barras estão praticamente em todos os lugares, é possível criar jogos e experiências interessantes com base neles. Um dos exemplos mais inovadores foi o Skannerz, um videogame portátil do início dos anos 2000 que tinha um leitor de código de barras integrado ao dispositivo. Os jogadores tinham que escanear códigos de barras aleatórios em alimentos, por exemplo, até encontrarem um código que acionasse a "captura" de um monstro alienígena no jogo — algo que tem fortes ecos dos jogos do Pokémon. Outros jogos, incluindo o Barcode Battler do Japão, também se baseiam em fazer com que os jogadores leiam códigos de barras como parte da "diversão". Nada disso teria sido possível sem as linhas traçadas por Woodland na areia da praia e o trabalho de McEnroe e sua equipe na IBM. Atualmente, existe uma iniciativa — chamada Sunrise 2027 — para fazer com que os varejistas adotem códigos no estilo QR Code, em vez dos designs mais antigos, baseados em linhas verticais. Isso permitiria que eles codificassem mais informações, como datas de validade em embalagens de alimentos ou instruções sobre como usar um determinado produto de limpeza. Mas Frith acredita que o código de barras tradicional provavelmente vai continuar existindo por muito tempo. Trata-se de uma tecnologia aparentemente simples que, segundo ele, impactou uma série de setores. E, apesar de os códigos de barras estarem por toda parte, "a maior prova do seu sucesso", diz Frith, "é que nunca pensamos neles".

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