sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Ensino começa a integrar inteligência artificial no Brasil; especialistas veem oportunidade, mas com riscos


Governo federal tem plano com metas para a tecnologia até 2028; ministro diz que esforço de adaptação já está acontecendo. Com a disseminação da inteligência artificial (IA), alunos e professores por todo o Brasil começam a incorporar a tecnologia aos estudos. Especialistas veem o uso da IA como uma grande oportunidade, mas se preocupam com uso em excesso e a falta de regras. Festival LED 2023 | Como a inteligência artificial está transformando o aprendizado? Estudante de uma escola pública de Teresina, no Piauí, Anael Victor Marinho considera a chegada do recurso uma revolução – que levou tempo para adaptação, mas com bons resultados. Aos poucos, o jovem de 16 anos começou a incorporar a inteligência artificial à rotina. “Por exemplo, se tiver um texto, uma redação e eu colocar lá, ele aponta os erros e vai corrigindo. Ele dá exemplos de como eu posso melhorar e vai se adequando ao seu nível. Se você começa baixo, ele vai aumentando de pouco em pouco, e vai botando mais dificuldade para você aprender mais ainda”, completa. O entusiasmo do Anael é também o de seu professor, David Abreu. Ele lecionava espanhol e agora também dá aulas da disciplina sobre inteligência artificial. Para o professor, é gratificante ver a empolgação dos alunos quando chega para dar aula. “É tudo muito novo. Então, quando a gente começa a descobrir tudo aquilo ali junto, a gente passa pelo mesmo processo de satisfação, né?”, finaliza. A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) reconheceu o estado do Piauí como o primeiro território do continente americano a implementar o ensino de inteligência artificial na educação básica. A disciplina é obrigatória aos alunos do 9º ano do ensino fundamental e das três séries do ensino médio desde o início de 2024. Para David, a disciplina chamou os alunos para a sala de aula. “Uma ótica digitalizada faz com que os alunos vejam um leque de possibilidades na frente dele, no futuro deles daqui para frente. Isso puxa o aluno para a escola e devolve um profissional para o mundo”. Escolas do interior do Piauí se destacam com aulas de inteligência artificial Evolução, mas com riscos Para os especialistas ouvidos pelo g1, a inteligência artificial é um dos passos da evolução educacional, uma tecnologia que pode ser usada para questões como: oferecer um ensino personalizado; corrigir problemas crônicos da educação, como a evasão escolar; auxiliar a gestão das escolas; e monitorar políticas públicas educacionais. Eles alertam, no entanto, que é preciso ter responsabilidade, uma boa formação dos professores e ética para o uso. “O aluno tem que aprender a usar para fazer pesquisa sem perder a sua autoria. Isso precisa ser ensinado e, para isso, os professores têm que ter condições de poderem ter a sua competência digital desenvolvida para poder ensinar”, explica Claudia Costin, presidente do Instituto Salto e ex-diretora global de educação do Banco Mundial. Na Bahia, estudantes usam inteligência artificial para contar histórias. TV Bahia Para Paulo Blikstein, professor na Escola de Educação da Universidade de Stanford e co-fundador do Centro Lemann de Stanford, revoluções na educação são difíceis por se tratar de um sistema grande e complexo, mas, com os professores tendo controle das ferramentas, é possível implementar no dia a dia. “É claro que ela pode fazer muito pela educação, muito bem e muito mal. Ela pode fazer muito bem se quem tiver no controle dessas ferramentas de Inteligência Artificial serão os professores”, completa. Já Eduardo Saron, presidente da Fundação Itaú, vê o Brasil acompanhando a tendência mundial de experimentar o que está sendo feito e ter certeza de qual o exato caminho que a inteligência artificial pode ajudar. “Quais as habilidades que a gente tem que endereçar, o que a gente tem que estimular que os nossos alunos têm? É uma habilidade central nesse novo mundo, é a habilidade da criatividade, outra do pensamento crítico, outra do modo de vida colaborativo. A gente precisa vencer isso aqui para que possa, de fato, ter o acesso qualificado inteligência artificial”, explicita Saron. Governo lançou plano para ações até 2028 Em agosto de 2024, o governo federal lançou o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA) 2024-2028 com o objetivo de traçar metas para a implementação e eficiência do uso da inteligência artificial no setor público. Lula recebeu o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial durante 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, em julho de 2024. Beatriz Borges/g1 São 6 propostas na área de educação: Sistema Gestão Presente: está parcialmente desenvolvido e já vem sendo utilizado para a viabilização do Programa Pé-de-Meia. Os entes cadastrados, como secretarias estaduais, enviam os dados dos estudantes matriculados e frequência na escola. Controle da Qualidade das Aquisições de alimentos: a ferramenta, que está em fase de implementação, pretende identificar padrões de compras de alimentos e auxiliar o MEC na avaliação dos produtos oferecidos aos estudantes nas redes de ensino, certificando a conformidade com as diretrizes do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Sistema de Predição e Proteção de Trajetória dos Estudantes: o sistema pretende gerar um diagnóstico para identificar e prever fatores que levam o estudante ao abandono escolar. A pasta ainda está começando a desenhar o protótipo para implementar a ferramenta. Soluções Adaptativas com IA Generativa de Avaliação Formativa e Diagnóstica para Alfabetização e Letramento e Sistemas de Tutoria Inteligentes de Matemática Desplugado com IA Generativa: o projeto ainda está em elaboração e pretende implementar a inteligência artificial no processo de aprendizado dos alunos brasileiros. Melhoria da aprendizagem e bem-estar dos estudantes: projeto em elaboração que busca criar um ambiente de inovação contínua em sala de aula. Segundo o Ministério da Educação, o objetivo das propostas é proporcionar ferramentas que capacitem gestores e professores e aprimorar o processo de ensino e aprendizagem. Em entrevista ao g1, Camilo Santana, ministro da Educação, disse que as escolas têm que se adaptar às novas tecnologias e que isso já está acontecendo a partir da Base Nacional Curricular Comum (BNCC) Computação e da adesão ao PBIA. “A gente precisa ter uma escola em que o aluno se levante de manhã quando acorda e tenha vontade de ir. Precisa ser acolhedora, ter uma boa infraestrutura, precisa ter esporte, precisa ter cultura e precisa estar conectada. A nossa luta é garantir que esse aluno acesso para o bem, para boa formação e para boa aprendizagem”, afirma.

WhatsApp diz que empresa de software espião Paragon vigiou usuários do app em diversos países


Informação foi dada por um funcionário à Reuters. Ele afirmou que o programa de espionagem visou 90 usuários, incluindo jornalistas e membros da sociedade civil. Uma mulher usa o celular perto do logo do WhatsApp no Global Fintech Fest, que aconteceu na Índia em setembro de 2022 Francis Mascarenhas/Arquivo Reuters Um funcionário do WhatsApp disse que a empresa israelense de spyware Paragon Solutions buscou vigiar usuários do aplicativo, incluindo jornalistas e membros da sociedade civil. O funcionário disse nesta sexta-feira (31) que o WhatsApp detectou um esforço do programa espião para hackear aproximadamente 90 usuários. E que a Meta, dona do aplicativo, mandou uma carta para a Paragon parar com a ação após a invasão do app. Em 2024, empresa acusada de espionar 1.400 usuários do WhatsApp foi condenada A fonte se recusou a discutir como foi determinado que a Paragon era responsável pelo ataque. Ele disse que as autoridades policiais e os parceiros do setor foram informados, mas não quis dar detalhes. O FBI não retornou imediatamente uma mensagem pedindo comentários. Em um comunicado, o WhatsApp disse que a empresa "continuará a proteger a capacidade das pessoas de se comunicarem de forma privada". A Paragon se recusou a comentar. Alvos em mais de 24 países O funcionário se recusou a dizer quem, especificamente, era alvo da espionagem. Mas afirmou que os alvos estavam localizados em mais de duas dúzias de países, incluindo várias pessoas na Europa. Segundo ele, os usuários do WhatsApp receberam documentos eletrônicos maliciosos que não exigiam nenhuma interação do usuário para comprometer seus alvos, uma invasão chamada "zero-click" que é considerada particularmente furtivo. O funcionário disse que, desde então, o WhatsApp barrou a invasão e está encaminhando os alvos para o grupo canadense de vigilância da internet Citizen Lab. O pesquisador John Scott-Railton, do Citizen Lab, disse que a descoberta do spyware da Paragon direcionado aos usuários do WhatsApp "é um lembrete de que o spyware mercenário continua a proliferar e, à medida que isso acontece, continuamos a ver padrões familiares de uso problemático". Os criadores de spyware, como a Paragon, vendem software de vigilância de alta qualidade para clientes do governo e normalmente apresentam seus serviços como essenciais para combater o crime e proteger a segurança nacional. No entanto, essas ferramentas de espionagem foram descobertas várias vezes nos telefones de jornalistas, ativistas, políticos da oposição e pelo menos 50 autoridades dos EUA, o que levanta preocupações sobre a proliferação descontrolada da tecnologia. O que é a Paragon A Pagagon teria sido comprada pelo grupo de investimento AE Industrial Partners, com sede na Flórida, nos Estados Unidos, no mês passado. Ele tentou se posicionar como uma das mais responsáveis no setor. O site da Paragon oferece "ferramentas, times e dicas baseadas em ética" contra ameaças difíceis de controlar. Também são citadas reportagens onde pessoas familiarizadas com a empresa dizem que a Pagaron só vende seus produtos para governos de países onde a democracia é estável. World: conheça projeto que paga criptomoedas por registro de íris Filtro de IA que mostra pessoas - e animais - abraçando Jesus viraliza

World recorre de ordem do governo e pagamento por foto de íris é mantido temporariamente


Com recurso de efeito suspensivo, projeto pode operar sem alterações até que o caso seja analisado pelo Conselho Diretor da ANPD. A agência tinha determinado o fim da compensação financeira a partir do último sábado (25). Orb, dispositivo que escaneia íris, foi desenvolvido pela Tools for Humanity, criada por Sam Altman e Alex Blania Reuters/Annegret Hilse A World, projeto que já registrou a íris de centenas de milhares de brasileiros, recorreu da decisão do governo de suspender o pagamento das pessoas cadastradas. Como o recurso tem efeito suspensivo, a operação poderá continuar sem mudanças até o caso ser analisado de forma definitiva, segundo a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD). A ANPD tinha ordenado que o pagamento pela foto da íris fosse interrompido a partir do último sábado (25). Ela é o órgão responsável pela fiscalização do cumprimento da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil. A autoridade tomou essa decisão ao concluir que a remuneração influencia a decisão das pessoas de aderir ao projeto que, no Brasil, atua somente na cidade de São Paulo. A íris é um tipo de "impressão digital": é única em cada pessoa. Focado na periferia de SP, pagamento por foto da íris disparou nos últimos 3 meses A World tinha 10 dias para recorrer da decisão da ANPD, a partir de sábado, e continuou com os pagamentos na manhã e tarde de segunda (27), conforme o g1 reportou. Procurada naquele dia, a World informou que seguia "operando legalmente" enquanto trabalhava "em parceria com a ANPD para endereçar os seus pontos". Na última quarta-feira (29), a World afirmou que havia recorrido da decisão da ANPD e que esse recurso suspendia, automaticamente, a ordem de parar com a compensação financeira. A agência confirmou a informação, dizendo que o recurso foi recebido na noite da segunda-feira (27). Questionada se o fato de a World ter continuado com os pagamentos até entrar com o recurso significou um descumprimento temporário da ordem, a ANPD respondeu nesta sexta-feira (31) que isso ainda será analisado. Essa tarefa cabe ao Conselho Diretor da ANPD, que dá a palavra final em decisões da autoridade. A World disse que apresentou o recurso para "garantir tempo para cumprir a determinação da ANPD" e para que haja "discussões mais profundas sobre esse importante serviço". World: conheça projeto que paga criptomoedas por registro de íris Postagens sobre venda de olho 'bombam' A iniciativa teve uma fase de testes em São Paulo, em 2023, e retornou em novembro de 2024. De lá para cá, o número de postos aumenta a cada dia. Eram 54 nesta sexta. Postagens sobre "venda de íris" se espalharam pelas redes sociais desde o fim do ano passado e o número de pessoas que participam do projeto saltou de 115 mil, no começo de novembro, para "mais de 400 mil" até meados de janeiro, quando esse dado parou de ser atualizado pela World. No mundo, esse número chegou a 10 milhões, segundo divulgado em 10 de janeiro. Até agora, São Paulo é a única brasileira a contar com os postos que fotografam a íris. Mas a Tools for Humanity, que representa a World no Brasil, disse ao g1, em 17 de janeiro, que o projeto seria estendido para outras regiões dentro de semanas. A maioria das unidades está localizada fora do Centro expandido da capital, com muitos pontos em bairros de baixa renda, como Brasilândia e Cidade Líder, e também próximos de estações do metrô e de terminais de ônibus. Muitos entrevistados pelo g1 desde dezembro diziam que concordaram em deixar fotografar suas íris por causa do dinheiro, e que não sabiam direito para que isso seria usado. Quem participa recebe, em troca, 48 unidades da criptomoeda Worldcoin. As moedas podem ser convertidas em reais e equivaliam a cerca de R$ 500 na cotação desta sexta. A ANPD investiga o projeto desde novembro. Ao ordenar a suspensão do pagamento, a agência argumentou que o modelo adotado pela World, que envolve o pagamento de criptomoedas pelo registro, influencia a decisão dos usuários, "especialmente em casos nos quais potencial vulnerabilidade e hipossuficiência tornem ainda maior o peso do pagamento oferecido". 500 mil brasileiros venderam registro da íris em São Paulo

DeepSeek, ChatGPT e Gemini: o que cada IA faz melhor no dia a dia e as principais diferenças


Aplicativo chinês tem resultados bastante similares aos do ChatGPT; veja testes. DeepSeek, ChatGPT e Gemini: qual é a melhor inteligência artificial? O mundo voltou a atenção nesta semana para o DeepSeek, assistente de inteligência artificial chinês que é visto como uma ameaça para o domínio dos Estados Unidos no setor. A ascensão do aplicativo e a alegação de seus desenvolvedores de que o modelo de IA foi mais barato do que seus rivais contribuíram para a perda de US$ 1 trilhão em valor de mercado de empresas de tecnologia dos EUA na última segunda-feira (27), segundo a Bloomberg. O modelo usado pelo aplicativo chinês foi considerado "impressionante" até por Sam Altman, CEO da OpenAI e um dos "pais" do ChatGPT. "É legítimo e revigorante termos um novo concorrente", afirmou. Mas, entre DeepSeek, ChatGPT e Gemini, qual é o melhor? O g1 testou os assistentes de inteligência artificial. Os três têm desempenho parecido, com o ChatGPT levemente à frente do DeepSeek e do Gemini. O DeepSeek chega bem perto, mas tem uma limitação e só responde sobre fatos ocorridos até julho de 2024 – o ChatGPT fez algo parecido ao ser lançado, mas diminuiu essa defasagem em uma segunda etapa. No entanto, dá para usar o modo de busca (pesquisa na internet) do aplicativo para obter informações recentes. O app chinês, por sua vez, pode mostrar o raciocínio da inteligência artificial para formular a resposta com o recurso chamado "DeepThink". E o Gemini pode ser melhor como um aliado nos estudos, por exemplo. Confira abaixo como cada IA se saiu nos testes do g1. Todos os comandos (pedidos feitos para os robôs) foram em português. Fatos O primeiro teste levou em conta uma das tarefas mais comuns para esses assistentes: responder perguntas sobre fatos. Quem é o presidente dos EUA? ❌ O DeepSeek, cujo banco de dados é atualizado até julho de 2024, errou ao afirmar que é Joe Biden, em vez de Donald Trump, que assumiu o cargo no último dia 20. ✅ O ChatGPT acertou ao afirmar que "atualmente, o presidente dos Estados Unidos é Donald J. Trump, que assumiu o cargo em 20 de janeiro de 2025". ❌ O Gemini disse que não comenta sobre política e se recusou a responder quais foram os presidentes do Brasil desde 1989 e qual é o atual presidente americano. Agora, sobre o Brasil... ⚠️ O ChatGPT e o Gemini foram imprecisos em um teste sobre medalhas olímpicas do Brasil e afirmaram que o país ganhou 15 medalhas na edição de Pequim, em 2008 – o número correto é 17, considerando duas medalhas "herdadas" por casos de doping de atletas de outros países. ❌ O DeepSeek e o Gemini erraram ao informar quais foram os campeões do Big Brother Brasil. ✅ Quando questionados sobre as principais festas e celebrações do Brasil, especialmente nos meses de fevereiro e junho, os três acertaram ao mencionar o Carnaval e as Festas Juninas. O Gemini ainda compartilhou outras celebrações importantes que ocorrem fora desses meses, enquanto o DeepSeek e o ChatGPT mencionaram outras festividades que acontecem em fevereiro e junho. Questões que envolvem política Quando as perguntas envolveram política, os chatbots se comportaram de formas diferentes: ⚠️ questionado se a China é um país democrático, o DeepSeek começou a escrever que "o país não está em um regime democrático", mas, depois, se autocensurou e disse: "Desculpe, isso está além do meu escopo atual. Vamos falar sobre outra coisa". Em outro teste, o robô disse que a China é uma "democracia popular". O ChatGPT afirmou que o país tem um "regime autoritário", enquanto o Gemini classificou a China como uma "ditadura democrática popular". ⚠️ na resposta sobre quem é o presidente dos EUA, o ChatGPT incluiu um conteúdo favorável a Trump, ao destacar que sua administração está "comprometida em reduzir os custos para todos os americanos" e "garantir a segurança de todos os cidadão", como diz o site da Casa Branca. ✅ em uma pergunta sobre o que aconteceu nos EUA em 6 de janeiro de 2021, todos acertaram ao citar a invasão ao Capitólio americano. ⚠️ quando questionado se o episódio foi uma tentativa de golpe, o DeepSeek disse ele é "amplamente reconhecido como um ataque sem precedentes". O ChatGPT afirmou que o caso "pode ser interpretado" dessa forma, e o Gemini, disse que não poderia ajudar com isso. ✅ em outros testes, os três acertaram ao afirmar que o fenômeno do aquecimento global é um fato, que as urnas eletrônicas brasileiras são confiáveis e que a teoria da Terra plana não tem base científica sólida Estudos e tarefas Comandos simples podem indicar se um modelo de inteligência artificial também consegue ajudar com cálculos matemáticos. Por exemplo, o Meta AI, robô presente no WhatsApp e no Instagram, pode errar respostas sobre números com vírgula. ✅ o DeepSeek, o ChatGPT e o Gemini conseguiram fazer contas com porcentagens e, em alguns casos, mostraram o passo a passo para chegar ao resultado. 👍 eles também tiraram dúvidas e explicaram conceitos de números primos e fórmulas matemáticas, por exemplo. ✍️ em um pedido para criar exercícios sobre equações, todos responderam bem, mas tiveram diferenças: o DeepSeek mostrou as respostas, o que pode não ser o desejado; o ChatGPT deu apenas exercícios básicos, sem considerar diferentes graus de aprendizado; e o Gemini se destacou ao criar exercícios de níveis diferentes e oferecer dicas de como apresentá-los para um aluno, o que pode ser útil para professores. Resumo de links da internet... Em outro testes, pedimos para as três tecnologias resumirem informações dessa reportagem do g1: "Dispositivo usado por turista argentino para silenciar caixa de som em praia é ilegal no Brasil, diz especialista". ✅ O DeepSeek diz que "o texto do g1 relata que um turista argentino utilizou um dispositivo para silenciar uma caixa de som na praia" e que "especialistas disseram que o uso desse tipo de aparelho é ilegal no Brasil". ✅ O ChatGPT deu uma resposta parecida e afirmou que o "dispositivo foi criado pelo próprio turista e que atua como um bloqueador de sinal Bluetooth". ❌ O Gemini não consegue ler links externos. Em nosso teste, ele disse: "Lamento, mas não consigo acessar o(s) site(s) que você forneceu. Os motivos mais comuns pelos quais o conteúdo pode não estar disponível são paywalls, requisitos de login ou informações confidenciais, mas também há outros motivos". Outras diferenças entre eles 🔊 Modo voz: tanto o ChatGPT quanto o Gemini têm modos de voz, em que é possível conversar com o assistente de forma natural. ⏳ Lentidão: recém lançado na versão atual, o DeepSeek trava com alguma frequência, como aconteceu no início do ChatGPT. E fica mais lento no modo DeepThink, que detalha a lógica usada para criar a resposta, mas ele não é um padrão. 🖼️ Gerador de imagens: o ChatGPT e o Gemini são capazes de criar imagens a partir de descrições curtas, mas o primeiro tem uma limitação na versão gratuita. 📁 Arquivos: os três suportam anexos e podem descrever o que aparece em imagens e o que está escrito em arquivos PDF, por exemplo 🔍 Modo busca: o DeepSeek e o ChatGPT têm o modo buscador, que destaca links mais recentes de uma forma parecida com a página do Google 🌎 Links: o DeepSeek e o ChatGPT podem ler o conteúdo de outros sites e dar um resumo sobre o que está escrito na página – o Gemini só faz o resumo se receber o texto na íntegra, o que os concorrentes também são capazes 🗣️ Idioma: os três conseguem criar mensagens em português, mas, em alguns momentos, o DeepSeek pode errar e dar respostas em inglês para perguntas em português g1 comparou o desempenho do DeepSeek com o ChatGPT e o Gemini, do Google, em tarefas do dia a dia AFP, AP, Google Por que a IA chinesa DeepSeek é apontada como ameaça ao protagonismo dos EUA? IA chinesa mostra ao usuário como está 'pensando' antes de responder

quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

Como escolher o notebook ideal: guia de modelos básicos, para trabalho/estudo, 2 em 1, jogos e topo de linha


Veja quais são as configurações ao pesquisar por um novo notebook em diferentes categorias. Pessoas trabalhando no notebook Mart Production/Pexels Na hora de escolher um notebook novo, seja ele básico, para trabalho/estudo, 2 em 1, gamer ou topo de linha, é essencial entender alguns termos como SSD, RAM e geração do processador, que impactam diretamente o desempenho da máquina. A escolha correta desses componentes em um portátil garante uma melhor performance ao rodar programas e navegar na internet. Vale lembrar que, em outubro deste ano, a Microsoft encerrará o período de suporte ao Windows 10, e computadores mais antigos ficarão sem atualizações de sistema operacional e de segurança. ✅Clique aqui para seguir o canal do Guia de Compras do g1 no WhatsApp NOTEBOOKS NO GUIA DE COMPRAS: testes com 3 modelos topo de linha, outros 4 que viram tablet e mais 3 para jogar O Guia de Compras destacou em um infográfico as principais características técnicas de 5 categorias de notebooks, atualizadas para as configurações oferecidas em janeiro de 2025. Em resumo: Notebooks básicos: Procure por modelos com disco SSD (para agilidade) e pelo menos 8 GB de RAM, ideais para tarefas cotidianas. Para trabalho/estudo: Opte por máquinas com processadores de última geração e bateria durável para garantir produtividade em aplicativos e videoconferências. 2 em 1: Escolha portáteis que combinem versatilidade (tela touch e modo tablet) com um bom armazenamento para multitarefa, mas lembre são modelos mais caros. Gamer: Verifique se tem placa de vídeo dedicada, resfriamento eficiente e processadores mais avançados para rodar jogos pesados. Topo de linha: Escolha notebooks de maior desempenho com SSDs rápidos, mais de 16 GB de RAM e processadores premium para edição profissional de fotos e vídeos ou uso de inteligência artificial. Veja abaixo no infográfico e, ao final, entenda com detalhes os termos principais para prestar atenção na hora da compra. Guia de Compras: como escolher um notebook Veronica Medeiros/g1 Como é usar os notebooks que custam acima de R$ 12 mil? g1 testou 3 modelos s O que significa cada termo: PROCESSADOR: Quanto mais poderoso e eficiente o processador – o “cérebro” do notebook – mais rápido e suave será o desempenho do notebook em tarefas como navegar na web, rodar programas e jogos. Então, um notebook para estudar não precisa de um chip tão poderoso quanto o de uma máquina para jogar, que exigirá mais desempenho para rodar o game sem travar. As fabricantes de processadores mais utilizadas em notebooks com sistema Windows são a AMD e a Intel. Desde o ano passado, as principais fabricantes lançaram notebooks com Windows que utilizam processadores da Qualcomm, que são uma espécie de “evolução” dos chips utilizados nos celulares mais caros. Segundo a Qualcomm, uma das grandes vantagens desses chips é permitir uma duração maior da bateria e estarem prontos para rodar apps de inteligência artificial. AMD, Apple e Intel também permitem essa funcionalidade de IA. Em 2024, o Guia de Compras testou três notebooks topo de linha com recursos de IA e concluiu que aplicativos que usam a funcionalidade ainda eram muito raros de encontrar e difíceis de usar. Também existe uma chance muito baixa de alguns aplicativos de Windows para Intel ou AMD não funcionarem nos computadores com processador Qualcomm. A Apple produz seus próprios chips para computadores, que rodam o sistema operacional Mac OS. Vale notar a geração do chip Intel: as mais novas são as séries 1 e 2 (chips 3, 5 e 7). As gerações anteriores para prestar atenção são a 12ª, 13ª e 14ª (identificadas como Core i3, i5, i7 ou i9). Para AMD, as máquinas com chip Ryzen são as mais recentes (3, 5, 7 e 9). Tanto para chips Intel como AMD, quanto maior o número da família (3, 5, 7 e 9), maior será o desempenho do processador – internamente eles têm mais núcleos para executar tarefas simultâneas, para ficar em um exemplo. Essa diferença também se reflete no preço do notebook: um modelo com Core i3 ou Ryzen 3 será mais barato que um com Core 7 ou Ryzen 7. Para Apple, as classificações são, respectivamente, M1 (mais básico), M2 (intermediário) e M3/M4 (avançados). Na Qualcomm, os chips Snapdragon X Elite e X Pro são voltados a notebooks topo de linha. O modelo Snapdragon 7c é feito para computadores básicos. RAM: É o local onde os aplicativos e o sistema operacional acessam informações rápidas. A regra aqui é: quanto mais RAM, melhor. As máquinas mais baratas vêm com 4 GB de RAM, mas o mínimo recomendável para qualquer categoria é 8 GB ou mais. Grande parte dos notebooks pesquisados nas lojas on-line já vem com 8 GB de RAM. ARMAZENAMENTO INTERNO: O aconselhável é ter um notebook com SSD, um disco de estado sólido, que é mais rápido que o HD convencional. O mínimo de capacidade é 128 GB (que será ocupado em grande parte pelo sistema operacional Windows), mas também vale a regra de “quanto maior, melhor” para guardar fotos, vídeos, documentos e aplicativos. PLACA DE VÍDEO: Também conhecida como placa gráfica ou GPU (sigla para “unidade de processamento de gráficos”, em inglês), é a responsável por toda a parte de processamento visual em um computador: gráficos, vídeos e efeitos – ou tudo que um game utiliza ao rodar. TELA: O tamanho de tela importa pelo tipo de uso – um modelo de 15 polegadas cabe na mochila e pode não ser muito pesado, sendo indicado para trabalhar e estudar. Já um notebook com display de 17” é mais difícil de levar por aí, mas tem mais “espaço” para rodar vídeos em alta definição e games em tela cheia. O recomendável é que a tela tenha resolução Full HD (1.920 x 1.080 pixels) para mostrar mais detalhes na visualização. Máquinas mais baratas virão com resolução HD (720p). Os notebooks gamers têm telas com altas taxas de atualização (120Hz ou superior). Isso corresponde a quantas vezes a tela “pisca” para atualizar por segundo. Quanto maior o número, mais rápido o notebook recarrega as informações demonstradas e deixa a sensação de uso com maior fluidez nos games. CHEQUE AS ESPECIFICAÇÕES: As marcas muitas vezes vendem os notebooks com o mesmo nome e configurações técnicas distintas – e isso pode ter uma variação no preço nas lojas on-line. ATENÇÃO AO SISTEMA OPERACIONAL: Alguns fabricantes oferecem versões mais baratas dos seus notebooks com sistema operacional Linux – principalmente nas configurações mais simples. Isso não é um problema para quem precisa apenas editar textos e navegar na web, mas pode ser para quem precisa de aplicativos específicos para Windows ou rodar jogos. Na hora da compra, verifique se tem Windows 11 – a versão mais recente – pré-instalado no computador. Veja a seguir uma lista de notebooks selecionados pelo Guia de Compras, por categoria. Básicos Os modelos de notebooks mais básicos custavam entre R$ 2.100 e R$ 3.100 nas lojas on-line consultadas no final de janeiro. Acer Aspire 3 HP 256R G9 Samsung Galaxy Book Go Para estudar/trabalhar Os notebooks para trabalhar e estudar eram vendidos, em janeiro, na faixa entre R$ 3.300 e R$ 3.500 nas lojas da internet pesquisadas. Asus Vivobook Go E150 Dell Inspiron 15 Vaio FE 15 Para gamers Os notebooks gamers são os modelos com a maior variação de preço, por conta de configurações mais simples ou mais avançadas. Os modelos da Acer e da Asus estavam na faixa dos R$ 5.000 em janeiro. Já o da Lenovo saía por R$ 18.000. Os valores foram consultados nas principais lojas on-line no final de janeiro. Acer Nitro V15 ASUS TUF Gaming A15 Lenovo Legion Pro 5 2 em 1 Os modelos 2 em 1, com tela dobrável e sensível ao toque, eram vendidos entre R$ 6.000 e R$ 8.000 nas lojas on-line pesquisadas em janeiro. Acer Spin 2 em 1 Dell Inspiron 2 em 1 Samsung Galaxy Book4 360 Topo de linha Notebooks topo de linha, ou premium, oferecem as configurações e recursos mais avançados. Os preços iam de R$ 8.000 a R$ 21.000 nas lojas on-line pesquisadas em janeiro. Apple MacBook Pro 14" Dell XPS 13 Samsung Galaxy Book4 Edge Esta reportagem foi produzida com total independência editorial por nosso time de jornalistas e colaboradores especializados. Caso o leitor opte por adquirir algum produto a partir de links disponibilizados, a Globo poderá auferir receita por meio de parcerias comerciais. Esclarecemos que a Globo não possui qualquer controle ou responsabilidade acerca da eventual experiência de compra, mesmo que a partir dos links disponibilizados. Questionamentos ou reclamações em relação ao produto adquirido e/ou processo de compra, pagamento e entrega deverão ser direcionados diretamente ao lojista responsável. O que tem de diferente numa geladeira de R$ 30 mil (ou mais)

Principal avaliação internacional da educação, Pisa vai começar a testar 'habilidade digital' de alunos; veja modelo de perguntas


Prova será aplicada ainda no primeiro semestre; resultados saem em 2026. OCDE quer saber se alunos têm 'letramento tecnológico' para resolver problemas no ambiente digital. Considerado uma das ferramentas mais importantes para medir a qualidade da educação em todo o mundo, o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) avalia, desde 2000, estudantes de 15 anos em três habilidades: leitura, matemática e ciências. No ano em que completa 25 anos, o Pisa terá uma novidade: vai começar a medir, também, as habilidades digitais desses jovens. Responsável pelo programa, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) quer saber se os alunos têm o "letramento tecnológico" necessário para resolver problemas no ambiente digital. O exame é realizado a cada três anos, e a prova de 2025 deve ser aplicada ainda no primeiro semestre – o Brasil participou de todas as edições. Os resultados devem ser conhecidos só em 2026. A epidemia de ansiedade com matemática no Brasil e no mundo revelada por estudo da OCDE Questões do Pisa medem a criatividade dos estudantes Como será o Pisa Digital? Com o novo formato, o Pisa Digital vai passar a avaliar também novas competências. A prova vai medir a capacidade de resolução de problemas usando ferramentas computacionais, de colaboração em ambientes virtuais e de decisão com base em dados. Pelo modelo demonstrativo já divulgado, a prova sobre letramento tecnológico é dividida em etapas. A cada sequência de perguntas, o pensamento lógico envolvido vai ficando mais complexo – e a prova avalia se o aluno consegue usar ferramentas digitais para chegar à resposta. Nova camada de complexidade Na última avaliação do Pisa, o Brasil ficou na sétima posição entre os países da América Latina. Na classificação geral, em matemática, o país ficou na 65ª colocação, bem abaixo da média dos países OCDE. O novo exame, dizem os especialistas, adiciona uma nova camada de complexidade sobre o quadro de deficiências da educação brasileira. A presidente do Instituto Salto, Claudia Costin, avalia que o país ainda não superou carências básicas, em matemática, linguagem e ciências. "Uma coisa é a inclusão digital para entrar no TikTok, para entrar em algumas redes. Outra coisa é saber usar o meio digital para fazer boas pesquisas. E o Pisa tende a olhar mais para essa segunda questão", explica. Teste suas habilidades O g1 traduziu a primeira etapa da amostra, disponibilizada pela própria organização do Pisa, de como deve ser a prova sobre "letramento digital". As questões são apenas um modelo – a prova que será aplicada de fato é mantida em segredo. A versão completa do teste, em inglês, está disponível na internet. QUESTÃO 1 Pássaros comem besouros. O gráfico mostra a população de pássaros (azul) e besouros (vermelho) ao longo do tempo. O eixo horizontal indica o tempo, em semanas. O eixo vertical, a população de cada animal. Gráfico - Pisa Digital, questão 1 Reprodução Qual das afirmações abaixo é respaldada pelos dados do gráfico? Em cinco semanas, há zero pássaros. Em cinco semanas, há zero besouros. Em dez semanas, haverá 50 pássaros. Há sempre mais besouros que pássaros. QUESTÃO 2 Gaviões comem ratos. O gráfico abaixo mostra a população de gaviões (em vermelho) e ratos (em azul) ao longo do tempo.O eixo horizontal indica o tempo, em semanas. O eixo vertical, a população de cada animal. Gráfico - Pisa Digital, questão 2 Reprodução Qual seção do gráfico sugere que a população de gaviões diminui quando não há ratos suficientes para alimentar todos os gaviões? Seção A Seção B Seção C Seção D QUESTÃO 3 O gráfico mostra as populações de minhocas (em azul) e pássaros (em vermelho) ao longo do tempo. O eixo horizontal mostra o tempo, em semanas. O eixo vertical mostra a população de minhocas (à esquerda) e de pássaros (à direita). Gráfico - Pisa Digital, questão 3 Reprodução Qual é o valor do ponto indicado com interrogação? 38 pássaros 50 pássaros 1.000 pássaros 1.000 minhocas QUESTÃO 4 Biólogos coletaram dados sobre a população de raposas, lesmas e patos ao longo de vários anos. Tabela - Questão 4, Pisa Digital Com base nos dados, decida se as seguintes frases são verdadeiras ou falsas. Quando aumentam os patos, diminuem as lesmas. Quanto aumentam as raposas, diminuem os patos. Quanto aumentam as lesmas, aumentam as raposas. QUESTÃO 5 Existem 20 raposas em uma população no começo do ano. Considere que a taxa de crescimento da população (quanto a população muda, em pontos percentuais) é de 10% ao ano. Raposa, em ilustração do Pisa Digital Reprodução Um ano depois, é provável que haja quantas raposas na população? 18 20 22 30 GABARITO Questão 1: resposta 2 Questão 2: resposta 3 Questão 3: resposta 2 Questão 4: falso, verdadeiro, falso Questão 5: resposta 3 ETAPAS SEGUINTES As etapas seguintes do Pisa Digital são mais complexas – o estudante é convidado a usar dados do mesmo tipo (população, tempo, taxa de crescimento e a relação entre as variáveis) para construir novos gráficos. Ou seja: a primeira etapa testa os conceitos, e a seguinte, a capacidade do aluno em criar o próprio modelo. Veja abaixo uma das telas, em inglês – disponível para uso no site da organização: Modelo - Teste do Pisa Digital Reprodução

Órgão italiano bloqueia acesso ao DeepSeek no país por falta de informações sobre uso de dados

A autoridade italiana de proteção de dados ordenou o bloqueio do chatbot chinês DeepSeek no país, nesta quinta-feira (30), alegando falta de informações sobre a utilização de dados pessoais dos usuários. A decisão é de efeito imediato. O órgão italiano, chamado Garante, já havia cobrado informações do DeepSeek em relação ao uso de dados na última terça, segundo a agência Reuters. A autoridade questionou quais dados pessoais são coletados, de quais fontes, para quais fins, com que base legal e se são armazenados na China. Na quarta, o aplicativo teve acesso bloqueado nas lojas de apps da Apple e do Google na Itália, com mensagens informando que a plataforma não estava disponível no país, de acordo com a Reuters.

Ansiedade: de 2014 a 2024, atendimento a crianças de 10 a 14 anos subiu quase 2.500% no SUS

Entre jovens de 15 a 19 anos, aumento foi mais acentuado: de cerca de 3.300%. Para especialistas, maior exposição a telas tem afetado a saúde mental de crianças e adolescentes. Uso de celular prejudica sono e provoca ansiedade Um levantamento realizado pelo Ministério da Saúde mostra que, de 2014 a 2024, os atendimentos relacionados a transtornos de ansiedade no SUS aumentaram quase 2.500% entre as crianças de 10 a 14 anos. Foram 1.850 atendimentos em 2014 frente a 24,3 mil no ano passado. Entre os adolescentes de 15 a 19 anos, o avanço foi ainda mais acentuado: de mais de 3.300%, saltando de 1.534 atendimentos, em 2014, para 53.514 no último ano. 📱Segundo especialistas, a exposição prolongada a dispositivos eletrônicos pode estar contribuindo para a deterioração da saúde mental de uma geração. O pediatra e sanitarista Daniel Becker explica que os danos causados pelo uso em excesso do aparelho têm duas origens. 🔎A primeira, diz Becker, está relacionada ao que se perde quando a criança e o jovem estão no celular, as brincadeiras, o esporte, a movimentação física, a interação e o contato social. E a segunda está ligada ao conteúdo consumido nos dispositivos. “O algoritmo sempre vai mandar o maior lixo possível. Tem coisa boa, claro, mas se a gente não controla, a criança não sabe fazer isso, ela vai receber lixo. Vai receber conteúdos nocivos, consumistas, fúteis. Agressivos, violentos, ideologicamente inadequados, pornografia, bullying, misoginia, racismo", afirmou o pediatra. 💄O médico também destaca um fenômeno que atinge especialmente as meninas: a exigência da beleza. “O que elas vão encontrar nas redes sociais são mulheres lindas, cheias de filtro, cheias de bomba, de esteroides, com horas e horas de treino, silicone. Isso vai gerar é depressão”, declarou Becker. 🛏️De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria, Clóvis Francisco Constantino, o uso excessivo de celulares e outras telas pode prejudicar até o sono de crianças e adolescentes, já que o uso frequente antes de dormir prejudica a qualidade do descanso, agravando problemas emocionais. “É necessário equilibrar o uso dos dispositivos, incentivando atividades ao ar livre, limites claros no tempo de tela e maior acompanhamento dos pais e cuidadores, pois o uso consciente é fundamental para proteger o bem-estar emocional das crianças e adolescentes”, disse Constantino.

Zuckerberg defende investimento pesado em IA mesmo após impacto do DeepSeek


Mark Zuckerberg, CEO da Meta AP Photo/David Zalubowski O presidente-executivo da Meta, Mark Zuckerberg, defendeu na quarta-feira (29) gastos elevados para investimento em inteligência artificial, apesar do impacto causado pelo lançamento do chatbot chinês DeepSeek nos últimos dias. O robô conversador chinês se apresentou como uma alternativa mais barata do que os modelos de inteligência artificial mais famosos do mundo, como o ChatGPT e a Meta AI, e colocou em xeque os altos investimentos das empresas de tecnologia norte-americanas. Questionado sobre como a ascensão do DeepSeek poderia fazer com que a Meta reduzisse seus investimentos em inteligência artificial, Zuckerberg disse, segundo a CNBC, que essa não é a tendência no momento. “Eu continuo achando que investir pesado em infraestrutura será uma vantagem estratégica ao longo do tempo”, afirmou Zuckerberg, em uma conversa com analistas após a publicação dos resultados trimestrais da Meta. “É possível que a gente descubra o contrário em algum momento, mas acho que é muito cedo para dizer isso. Nesse momento, eu apostaria que habilidade em construir esse tipo de infraestrutura será uma grande vantagem.” Zuckerberg também disse que a Meta ainda está assimilando as qualidades do DeepSeek e espera implementar esses avanços em seus projetos de IA no futuro. Segundo ele, isso é “parte da natureza” do negócio, “seja um competidor chinês ou não”.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Meta aceita pagar US$ 25 milhões a Trump após processo por suspensão de suas contas


Republicano foi banido do Facebook e do Instagram em 2021 por ter incitado seguidores antes do ataque ao Capitólio, sede do Congresso dos EUA. Mark Zuckerberg, CEO da Meta, fez uma série de anúncios neste mês para alinhar sua empresa com o novo governo do país. Mark Zuckerberg e Donald Trump AP Foto/Godofredo A. Vásquez; AP Photo/Evan Vucci A Meta, empresa fundada e chefiada por Mark Zuckerberg, concordou em pagar uma indenização de 25 milhões de dólares (R$ 146,5 milhões) ao presidente dos EUA, Donald Trump, para encerrar os processos movidos por ele após a dona do Facebook e Instagram suspender suas contas em 2021. A informação foi dada pela imprensa americana nesta quarta-feira (29). O republicano foi banido de Facebook e Instagram em 7 de janeiro de 2021, durante o seu primeiro mandato, por ter incitado seus seguidores antes do ataque ao Capitólio, sede do Congresso americano, no dia anterior. Dois anos depois, a Meta anunciou o fim da suspensão de seus perfis. O jornal americano Wall Street Journal foi o primeiro a relatar o acordo, que posteriormente foi confirmado por um porta-voz da Meta à AFP. A decisão sem precedentes da empresa de suspender os perfis foi seguida na época pela maioria das principais redes sociais, incluindo o antigo Twitter. Desde o seu retorno à Casa Branca em 20 de janeiro de 2025, Trump tem apostado fortemente nos magnatas da tecnologia, ignorando inclusive o ressentimento que nutre por Mark Zuckerberg, que participou de sua cerimônia de posse. CEOs de big techs têm lugar de destaque na posse de Trump, e Musk comemora 'retorno do rei' A foto que exibe o 'bromance' dos barões das big techs com Trump Zuckerberg, CEO da Meta, fez uma série de anúncios este mês para alinhar sua empresa com o novo governo dos Estados Unidos. Além de regras mais permissivas e de um recuo na luta contra a desinformação, ele encerrou programas projetados para promover a diversidade e nomeou vários aliados do presidente para cargos importantes. Veja mais: 'Nova era': entenda o vai e vem na relação de Zuckerberg e Trump Mudanças podem fazer Instagram e Facebook virarem novos 'X' e até inibir liberdade de expressão, dizem especialistas Meta, dona de Instagram e Facebook, encerrará sistema de checagem de fatos Mark Zuckerberg anuncia que Meta vai encerrar sistema de checagem de fatos

Pixverse: trend de 'abraço em Jesus' viraliza nas redes com bug que 'humaniza' pets; veja como fazer


Filtro de IA ganhou aspecto cômico ao transformar animais em versões 'humanoides' durante o abraço; confira. Trend 'abraço com Jesus' Reprodução/TikTok Aplicativo que usa inteligência artificial para transformar fotos em vídeos de pessoas — e animais — abraçando Jesus viralizou nas redes sociais, em especial no TikTok e no Instagram, nos últimos dias. Nos vídeos, "Jesus" criado por IA sorri e se aproxima para abraçar a pessoa ou o animal identificado pelo filtro. O conteúdo tem feito sucesso pelo bom-humor, com destaque para os casos em que o resultado não sai como esperado. Quando o vídeo é aplicado em pets, por exemplo, o animal ganha um aspecto "humanoide", em um bug aparente do aplicativo. Veja vídeos ao final da reportagem. "E eu que fui fazer a trend de Jesus abraçando minha cabra e não vou conseguir dormir à noite", brincou um usuário no TikTok. A montagem é feita pelo Pixverse, aplicativo que cria vídeos com filtros de diferentes temas a partir de fotos enviadas pelos usuários. Além do efeito 'Warmth of Jesus', que cria os vídeos de 'abraços com Jesus', também existe o 'Muscle Surge', que dá às pessoas — e até crianças — um aspecto musculoso. O Pixverse tem feito tanto sucesso que se tornou o terceiro aplicativo gratuito mais baixado na loja de aplicativos da Apple do Brasil, além de ocupar o primeiro lugar na categoria de Vídeos e Fotos, nesta quarta-feira (29). Na Google Play Store, do Android, ele é o 13° mais baixado no mesmo dia. Meta AI, de WhatsApp e Instagram, gera respostas erradas, mas não é possível desativar recurso; veja como limitar Veja o passo a passo para fazer um vídeo 'abraçando Jesus'. A primeira etapa é instalar o aplicativo Pixverse e fazer o cadastro: abra a loja de aplicativos do seu smartphone (App Store, para o iPhone e na Google Play Store, para o Android); vá na aba de pesquisas (normalmente ilustrada por uma 🔎​) e digite "Pixverse"; ao visualizar o aplicativo, clique na opção “instalar” e espere alguns instantes; quando o aplicativo estiver disponível, vai aparecer a opção “abrir”. Clique nela; você será direcionado para uma tela com opções de cadastro (pelo e-mail da Apple, do Google ou outro). Selecione a opção desejada. digite seu e-mail, sua senha, seu nome de usuário e confirme o código enviado para o e-mail cadastrado. No aplicativo, siga as instruções: na tela de abertura do aplicativo, será possível ver a categoria "trending" (dos efeitos que estão em alta), clique no efeito "Warmith of Jesus" (calor de Jesus, na tradução livre); clique em “try now” (tentar agora) e permita que o aplicativo tenha acesso às suas fotos e vídeos; você será direcionado para a sua galeria de fotos. Escolha a imagem que você quer usar e aperte em “criar”; espere alguns instantes (no teste do g1, demorou menos de um minuto) e o aplicativo vai te avisar quando o vídeo estiver concluído. Vídeos compartilhados no TikTok usando o efeito: Veja mais: DeepSeek: como os 'heróis da IA' da China venceram obstáculos dos EUA e surpreenderam o Vale do Silício Traduzir, criar imagens e mais: quais tarefas do dia a dia o Meta AI no WhatsApp consegue IA chinesa mostra ao usuário como está 'pensando' antes de responder

Distração ou recurso pedagógico? Como especialistas avaliam o uso de celulares nas escolas; veja perguntas e respostas


Série de reportagens do g1 e do Jornal Nacional aborda impactos do uso dos aparelhos por estudantes, e como a tecnologia desafia pais, professores e gestores públicos. Aula online, celular, covid, crianças, estudantes, escola DF TV Globo / Reprodução O uso em excesso e sem mediação do celular por crianças e adolescentes esteve no centro do debate entre alunos, pais, educadores e parlamentares nos municípios, nos estados e em Brasília. De acordo com levantamento da TV Globo e do g1, pelo menos 17 estados do país já tinham restringido, por regras próprias, a utilização do aparelho em salas de aula — antes mesmo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionar a lei que limita o uso do aparelho nas escolas, em 15 de janeiro deste ano. Lula sanciona na próxima segunda projeto que limita celular em escolas; texto não deve ter vetos Especialistas alertam para a diminuição da concentração e da interação social e até para o aumento da violência entre os estudantes (leia mais abaixo). Eles consideram, no entanto, que a tecnologia pode e deve estar presente no ambiente escolar. Mas, para isso, são unânimes: é preciso mediação. Os professores necessitam de treinamento. E o gestor público deve investir em conteúdos digitais apropriados e alinhados às disciplinas tradicionais. Nesta semana, o Jornal Nacional e o g1 publicam uma série de reportagens sobre o assunto. Para construir as reportagens, a TV Globo e o g1 ouviram crianças, professores, pais e especialistas. Veja abaixo os questionamentos feitos: Celulares em sala de aula: distração ou recurso tecnológico? É possível usá-lo como ferramenta pedagógica? Proibir tem resultado? Numa escola de educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental em Ceilândia, no Distrito Federal, as crianças têm entre 4 e 12 anos e não escondem o quanto gostam do celular. O João Pedro Machado, de 6 anos, usa o aparelho da avó e gosta de procurar as novidades sobre os brinquedos favoritos. Kristofer Galeno, 11 anos, por sua vez, usa para fazer vídeos para um canal no Youtube. Já a Maria Cecília Abreu, 8 anos, assiste vídeos de finalização de cabelo e de coreografia com as amigas, enquanto o Mateus Andrade, 11 anos, usa para jogar, aprender inglês, conversar e pesquisar. Celulares em sala de aula: distração ou recurso tecnológico? Embora seja popular entre as crianças e adolescentes, muitas vezes o aparelho é motivo de preocupação por parte de professores. A professora de física Maíra Abade, da escola Setor Leste, em Brasília, conta que tem dificuldade para seguir o planejamento de aula. “A gente tem que estar o tempo inteiro pedindo para guardar. Eu acho que é uma disputa bem desleal da gente com um aplicativo”. Já a professora de língua portuguesa Amanda Barreto, que trabalha na mesma escola, diz que o desafio é diário e já tem afetado a aprendizagem. Ela percebeu que os alunos estão deixando de lado o hábito de ler texto mais longos e de escrever. “Isso tem gerado problemas quanto ao relacionamento com o aluno e tudo porque atrapalha na concentração. O aluno não consegue focar e consequentemente acaba que ele não tem êxito no processo de ensino e aprendizagem”. A estudante do ensino médio Laís Maíra Santos, 18 anos, admite que não consegue ficar longe do celular. “Eu fico muito em rede social. Instagram, TikTok, Netflix também. Ouço muita música. O celular é um amigo. Está sempre comigo ali. Não ando sem.” O professor de matemática do Ensino Médio Henrique Joca considera necessário estabelecer limites para o uso do celular pelas crianças e pelos adolescentes. E defende que, com mediação e orientação pedagógica, é possível inclusive usar o aparelho como um aliado em sala de aula. "Eu vou ter quase nada de aluno reprovado. O aluno que tiver reprovado comigo, ele vai estar reprovado por falta. Fazendo [as avaliações] com a pesquisa, ele pega uma nota bem maior do que aquela que ele fosse fazer fisicamente”. É sancionada a lei que proíbe o uso de celular dentro das escolas É possível usá-lo como ferramenta pedagógica? O texto aprovado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) restringe o uso de celulares nas escolas públicas e privadas do país — durante aulas, recreios, intervalos e atividades extracurriculares — mas permite a utilização para fins pedagógicos ou didáticos, conforme orientação dos docentes. Os professores, no entanto, ainda têm dúvidas sobre como podem usar o dispositivo em sala de aula. 🔎Segundo especialistas ouvidos pelo g1, o uso pedagógico é o uso intencional de uma ferramenta ou dispositivo, com a finalidade de auxiliar no processo de aprendizagem do aluno. A diretora executiva do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), Beatriz Cortese, afirma os professores precisam ser treinados para explorar o celular, as ferramentas nele disponíveis, como internet, redes sociais e aplicativos. “Cabe ao MEC induzir essas políticas para discutir o que é o uso pedagógico. Mas cada escola, cada secretaria, cada rede de ensino também pode procurar os seus próprios caminhos para entender e discutir esse uso pedagógico", afirma a diretora. Proibir tem resultado? Prestes a completar um ano da restrição ao uso do celular nas escolas, a secretaria municipal de Educação do Rio de Janeiro diz que os resultados já começaram a aparecer: na escola e em casa. “Não é só uma percepção dos professores e dos diretores, é através dos resultados que nós temos na nossa avaliação bimestral. Sem contar também que os incidentes de bullying, cyberbullying, diminuíram bastante depois da proibição do uso de celulares adotada na Cidade do Rio”, explica o secretário municipal de Educação, Renan Ferreirinha. Em casa, os pais relatam mudanças no comportamento dos filhos. O pedreiro Luiz Felipe Pedro, pai do Davi, conta que o celular atrapalhava muito o filho no colégio e nas obrigações domésticas. "Ele mudou em tudo. Se interessou por esporte, sempre olhando nos livros, provas, essas coisas. Senti, assim, aquela mudança radical." Em uma escola na Candangolândia, região administrativa do Distrito Federal, que também proibiu o uso do celular antes da lei entrar em vigor, a diretora Ana Paula de Souza percebeu mudanças no ambiente da escola e no seu entorno. Ela conta que o aparelho era usado para marcar brigas entre os alunos. “Após a proibição do celular, tivemos que chamar [o batalhão escolar da Polícia Militar] uma ou duas vezes, no máximo, em quase o ano inteiro. Quando a gente chamava de duas a três vezes por semana para poder conseguir fazer essa saída dos estudantes com segurança”, compara.

México enviará carta a Google contra adoção de mudança de nome do Golfo do México pelos EUA: Não cabe a um país decidir isso, diz Scheinbaum


Usuários do serviço Google Maps que estiverem fora dos EUA verão os dois nomes, caso o país não tenha uma designação oficial para o local. Imagem de satélite mostra furacão Milton na região do Golfo do México, em 2024 CIRA/NOAA/Handout via Reuters "Abriu-se uma polêmica ontem pelo Google falando que já mudou o nome do Golfo do México no Maps. Estamos redigindo uma carta ao Google porque vamos explicar conceitos de como se compõem os mares, o que são plataforma continental, zona econômica exclusiva, mar territorial, zona contígua. (...) E para dizer 'suponho que maps terá essa divisão internacional' (de nomenclatura) e dizer que há um organismo internacional que coloca nome nos mares internacionais. É mto importante que coloquemos tudo em seu devido contexto. Para mudar o nome de um mar internacional não é um país que muda, e sim uma organização internacional. Vamos enviar hoje. (...) Também vamos pedir que América Mexicana apareça (no Maps)" O Google afirmou em uma postagem nas redes sociais, nesta segunda-feira (27), que vai alterar o nome do Golfo do México para "Golfo da América" em sua plataforma Google Maps assim que a alteração for adotada por órgãos oficiais do governo americano. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp A mudança será visível quando o usuário acessar o Google Maps dos EUA. O nome do golfo se manterá inalterado caso o país de onde a pessoa estiver acessando mantiver Golfo do México como um nome oficial. Nos outros países, ele será designado com os dois nomes. Ainda antes de tomar posse, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que rebatizaria o Golfo do México como "Golfo da América" por uma questão de justiça. Ele disse ainda que o novo nome seria mais bonito. Trump assinou uma ordem executiva ainda no dia da posse, em 20 de janeiro, para que o nome fosse alterado. "Recebemos algumas perguntas sobre nomenclatura no Google Maps", disse a empresa, em sua conta News From Google na rede social X. "Temos uma prática antiga de aplicar mudanças de nome quando elas são atualizadas em fontes oficiais do governo. Para unidades geográficas nos EUA, é quando o Sistema de Informação de Nomes Geográficos (GNIS) é atualizado." "Também é uma prática antiga: quando os nomes oficiais variam entre os países, os usuários do Maps veem seus nomes locais oficiais. Todos no resto do mundo veem os dois nomes. Isso se aplica aqui também", diz o Google. Trump assina decreto para rebatizar o Golfo do México como 'Golfo da América' O que é o Golfo do México? O Golfo do México é o maior golfo do mundo, sendo cercado por terras da América do Norte e da América Central. A região tem uma superfície de aproximadamente 1,55 milhão de km², e seu subsolo é rico em petróleo. Além dos EUA, o golfo banha o México e Cuba. Na ordem que troca o nome do Golfo, Trump justifica que a região foi uma artéria crucial para o comércio nos Estados Unidos e continua sendo uma área vital para a indústria marítima do país. A presidente do México, Claudia Scheinbaum minimizou o decreto de Trump e afirmou: "Vale só para seu território continental. Para nós e para o resto do mundo inteiro segue sendo o Golfo do México". Veja onde fica o Golfo do México, que Trump promete mudança de nome para 'Golfo da América'. Equipe de arte/g1 Denali Segundo o Google, a mesma política será adotada em relação ao Denali, montanha mais alta dos EUA, que fica no Alasca, previamente conhecida como Monte McKinley — alteração que Trump mandou reverter, reestabelecendo o nome ocidental. A montanha, com mais de 6.000 metros, é a mais alta da América do Norte. A medida homenageia o presidente William McKinley, que governou os Estados Unidos entre 1897 e 1901. A adoção de Denali foi feita por Barack Obama — o objetivo era utilizar o nome tradicionalmente usado pelos nativos para batizar a montanha.

Chinesa Alibaba lança modelo de IA e diz que ele é superior ao DeepSeek


Empresa diz que seu modelo de inteligência artificial Qwen 2.5 é melhor do que o rival, indicando que a ascensão do DeepSeek estimulou também a concorrência entre os chineses, após causar uma reviravolta no Vale do Silício. Sede do grupo Alibaba em Hangzhou, na China Reuters A empresa chinesa de tecnologia Alibaba lançou nesta quarta-feira uma nova versão de seu modelo de inteligência artificial Qwen 2.5 que, segundo ela, é superior a outro chatbot chinês, o DeepSeek-V3. O lançamento do assistente de IA da DeepSeek, em janeiro, chocou o Vale do Silício e fez com que ações de empresas de tecnologia ao redor do mundo despencassem. Mas o sucesso também levou a uma corrida entre seus concorrentes nacionais para atualizar seus próprios modelos de IA. O Qwen 2.5-Max, da Alibaba, foi lançado no primeiro dia do Ano Novo Lunar, quando a maioria dos chineses está de folga do trabalho. O momento escolhido indica a pressão que a ascensão meteórica do DeepSeek exerceu também sobre sua concorrência doméstica. "O Qwen 2.5-Max supera (...) quase todos os GPT-4o, DeepSeek-V3 e Llama-3.1-405B", disse a unidade de computação em nuvem da Alibaba em sua conta oficial na rede social WeChat, citando, além do DeepSeek, os modelos de IA de código aberto mais avançados das norte-americanas OpenAI e Meta. Dois dias após o lançamento do DeepSeek-R1, a ByteDance, proprietária do TikTok, lançou uma atualização de seu principal modelo de IA. Segundo a ByteDance, ele superou o o1, da OpenAI, no teste AIME, que mede a capacidade de entendimento e resposta a instruções complexas por parte das tecnologias. DeepSeek: veja perguntas e respostas sobre a IA chinesa Criadora do ChatGPT alega que DeepSeek usou dados ilegalmente para treinar sua IA, dizem agências DeepSeek vs. rivais chineses O antecessor do modelo V3 da DeepSeek, o DeepSeek-V2, desencadeou uma guerra de preços de modelos de IA na China após seu lançamento em maio passado. O fato de o DeepSeek-V2 ser de código aberto e barato, custando apenas 1 iuan (0,14 dólar) por 1 milhão de tokens (unidades de dados processados pelo modelo de IA), fez com que a unidade de computação em nuvem do Alibaba anunciasse cortes de preços de até 97% em uma série de modelos. Outras empresas chinesas de tecnologia seguiram o exemplo, incluindo a Baidu, que lançou o primeiro equivalente chinês ao ChatGPT em março de 2023, e a empresa de tecnologia mais valiosa da China, a Tencent. Liang Wenfeng, fundador da DeepSeek, disse em uma entrevista ao site chinês Waves, em julho, que a startup "não se importava" com guerras de preços, e que alcançar a AGI (inteligência artificial geral) é seu principal objetivo. A OpenAI define AGI como sistemas autônomos que superam os humanos nas tarefas mais valiosas do ponto de vista econômico. Enquanto as grandes empresas chinesas de tecnologia, como a Alibaba, têm centenas de milhares de funcionários, a DeepSeek opera como um laboratório de pesquisa, com uma equipe formada principalmente por jovens graduados e estudantes de doutorado das principais universidades chinesas. Liang disse na entrevista que acreditava que as maiores empresas de tecnologia da China talvez não fossem adequadas para o futuro do setor de IA, contrastando seus altos custos e estruturas de cima para baixo com a operação enxuta e o estilo de gerenciamento flexível da DeepSeek. "Grandes modelos fundamentais exigem inovação contínua, e as capacidades dos gigantes da tecnologia têm seus limites", disse ele. Por que a IA chinesa DeepSeek é apontada como ameaça ao protagonismo dos EUA?

OpenAI alega que DeepSeek usou ilegalmente dados do ChatGPT para treinar sua IA, dizem agências


Microsoft e OpenAI, que são parceiras, iniciaram uma investigação sobre o possível vazamento de informações, com implicações de roubo de propriedade intelectual. DeepSeek e ChatGPT Joel Saget/AFP A OpenAI afirmou ter evidências de que o DeepSeek usou dados do ChatGPT para treinar seu próprio chatbot. A informação foi confirmada pela empresa ao jornal Financial Times. A declaração veio apenas um dia depois de Sam Altman, CEO da OpenAI, elogiar o DeepSeek, que causou uma reviravolta no mercado de inteligência artificial na segunda-feira (27). “Obviamente, entregaremos modelos muito melhores, e também é legítimo e revigorante termos um novo concorrente! Faremos alguns lançamentos”, disse Altman. Segundo a OpenAI, o rival utilizou uma técnica conhecida como "destilação", na qual desenvolvedores extraem dados de grandes modelos de IA para treinar modelos menores ainda em desenvolvimento. O portal de tecnologia The Verge lembra que a OpenAI permite a integração de sua API em aplicativos de terceiros. No entanto, a prática de destilação é considerada uma violação dos termos de serviço da empresa. A agência Bloomberg informou que a Microsoft e a OpenAI abriram uma investigação para apurar o possível vazamento desses dados. Segundo as empresas, que são sócias, as informações foram obtidas de maneira não autorizada por um grupo que é ligado ao DeepSeek. Procurada pelo Verge, a dona do ChatGPT não deu mais detalhes sobre o caso. A Microsoft se recusou a comentar, de acordo com a Reuters. David Sacks, líder de IA e criptomoedas da Casa Branca, afirmou à Fox News em uma entrevista na terça-feira que era "possível" que o DeepSeek tivesse roubado propriedade intelectual dos Estados Unidos, segundo informações da agência Reuters. "Há evidências substanciais de que o que o DeepSeek fez foi destilar o conhecimento dos modelos da OpenAI", disse Sacks. Por que a IA chinesa DeepSeek é apontada como ameaça ao protagonismo dos EUA? DeepSeek: a corrida espacial do séc. 21

DeepSeek: como os 'heróis da IA' da China venceram obstáculos dos EUA e surpreenderam o Vale do Silício


Como uma empresa pouco conhecida — cujo fundador está sendo aclamado nas redes sociais chinesas como um "herói da IA" — conseguiu tanto sucesso? Lançamento do DeepSeek mudou o jogo para indústria da IA da China Getty Images via BBC Quando o ChatGPT mudou o mundo da inteligência artificial (IA), uma pergunta inevitável surgiu: o que isso significou para a China, a maior rival tecnológica dos Estados Unidos? Dois anos depois, um novo modelo de IA da China inverteu essa questão: os EUA podem impedir a inovação chinesa? Por um tempo, Pequim pareceu estar perdida diante do ChatGPT, que não está disponível na China. Usuários pouco impressionados zombaram de Ernie, o chatbot do mecanismo de busca Baidu, muito difundido no país. Depois, vieram versões das empresas de tecnologia Tencent e ByteDance, que foram descartadas como cópias inferiores do ChatGPT. Washington estava confiante de que estava à frente. O governo Biden até aumentou as restrições proibindo a exportação de chips e tecnologia avançados para a China, para evitar compartilhar a tecnologia. É por isso que o lançamento do DeepSeek surpreendeu o Vale do Silício e o mundo. A empresa diz que seu modelo poderoso é muito mais barato do que os bilhões que as empresas dos EUA gastaram em IA. Mas como uma empresa pouco conhecida — cujo fundador está sendo aclamado nas redes sociais chinesas como um "herói da IA" — conseguiu esse feito? ➡️DeepSeek: veja perguntas e respostas sobre a IA chinesa Por que a IA chinesa DeepSeek é apontada como ameaça ao protagonismo dos EUA? O desafio Quando os EUA proibiram os principais fabricantes de microchips do mundo, como a Nvidia, de vender tecnologia avançada para a China, foi certamente um golpe para o desenvolvimento de tecnologia no país. Esses chips são essenciais para construir modelos de IA poderosos que podem executar uma série de tarefas humanas, desde responder a consultas básicas até resolver problemas matemáticos complexos. O fundador da DeepSeek, Liang Wenfeng, descreveu a proibição de chips como seu "principal desafio" em entrevistas com a mídia local. Muito antes da proibição, a DeepSeek comprou um estoque de chips Nvidia A100 — as estimativas variam de 10 mil a 50 mil — de acordo com a publicação MIT Technology Review. Os principais modelos de IA no ocidente usam cerca de 16 mil chips especializados. Mas a DeepSeek diz que treinou seu modelo de IA usando 2 mil desses chips e milhares de chips de qualidade inferior — o que torna seu produto mais barato. Alguns, incluindo o bilionário Elon Musk, questionaram essa afirmação, argumentando que a empresa não pode revelar quantos chips avançados ela realmente usou, dadas as restrições. Mas especialistas dizem que a proibição de Washington trouxe desafios e oportunidades para a indústria chinesa de IA. Ela "forçou empresas chinesas como a DeepSeek a inovar" para que pudessem fazer mais com menos, diz Marina Zhang, professora associada da Universidade de Tecnologia de Sidney, na Austrália. "Embora essas restrições tenham sido desafios, elas também estimularam a criatividade e a resiliência, alinhando-se com os objetivos políticos mais amplos da China de alcançar a independência tecnológica", diz Zhang. A segunda maior economia do mundo investiu pesadamente em tecnologias — das baterias que alimentam veículos elétricos e painéis solares à IA. Transformar a China em uma superpotência tecnológica tem sido a ambição do presidente Xi Jinping há muito tempo. Então o governo também decidiu enfrentar as restrições de Washington. O lançamento do novo modelo da DeepSeek em 20 de janeiro, quando Donald Trump tomou posse como presidente dos EUA, foi deliberado, de acordo com Gregory Allen, especialista em IA do Centro Internacional para Estudos Estratégicos. "O momento e a maneira como a notícia está sendo transmitida é para implicar que protecionismo não funciona e que os EUA não é líder global em IA", diz o Allen, ex-diretor de estratégia e política do Centro Conjunto de Inteligência Artificial do Departamento de Defesa dos EUA. Nos últimos anos, o governo chinês tem nutrido talentos em IA, oferecendo bolsas de estudo e subsídios para pesquisa, e encorajando parcerias entre universidades e indústria. O National Engineering Laboratory for Deep Learning e outras iniciativas apoiadas pelo estado ajudaram a treinar milhares de especialistas em IA, de acordo com Zhang. E a China tinha muitos engenheiros brilhantes para recrutar. O sucesso do DeepSeek vem em meio ao maior feriado chinês, o Ano Novo Lunar Getty Images via BBC O talento Tomemos como exemplo a equipe da DeepSeek — a mídia chinesa diz que ela é composta por menos de 140 pessoas, a maioria das quais são o que a internet orgulhosamente declarou como "talentos locais" de universidades chinesas de elite. Observadores ocidentais não notaram o surgimento de "uma nova geração de empreendedores que priorizam a pesquisa de base e o avanço tecnológico de longo prazo em vez de lucros rápidos", diz Zhang. As principais universidades da China estão criando um "grupo de talentos de IA em rápido crescimento", onde até mesmo os chefes geralmente têm menos de 35 anos. "Tendo crescido durante a rápida ascensão tecnológica da China, eles são profundamente motivados por um impulso de autoconfiança na inovação", acrescenta ela. O fundador da DeepSeek, Liang Wenfeng, é um exemplo disso. Ele tem 40 anos e estudou IA na prestigiosa Universidade de Zhejiang. A mídia chinesa o descreve como um "idealista técnico" — ele insiste em manter a DeepSeek como uma plataforma de código aberto. Na verdade, os especialistas também acreditam que uma cultura de código aberto próspera permitiu que novas startups unissem esforços e avançassem mais rápido. Ao contrário das maiores empresas de tecnologia chinesas, a DeepSeek priorizou a pesquisa, o que permitiu mais experimentação, de acordo com especialistas e pessoas que trabalharam na empresa. "Os 50 melhores talentos neste campo podem não estar na China, mas podemos formar pessoas aqui", disse Liang em uma entrevista com o site de tecnologia 36Kr. Mas os especialistas questionam até onde a DeepSeek pode ir. Zhang diz que "novas restrições dos EUA podem limitar o acesso a dados de usuários americanos, potencialmente impactando como modelos chineses como o DeepSeek podem atingir o resto do mundo." E outros dizem que os EUA ainda têm uma grande vantagem, como "sua enorme quantidade de recursos de computação", diz Allen. Também não está claro como o DeepSeek continuará usando chips avançados para continuar melhorando o modelo. Mas, por enquanto, o DeepSeek está aproveitando o momento, dado que a maioria das pessoas na China nunca tinha ouvido falar do aplicativo até o último fim de semana. 'Heróis da IA' Sua fama repentina fez com que Liang se tornasse um sucesso nas redes sociais da China, onde ele está sendo aplaudido como um dos "três heróis da IA" da província de Guangdong, no sul, que faz fronteira com Hong Kong. Os outros dois são Zhilin Yang, um especialista da Universidade de Tsinghua, e Kaiming He, que leciona no MIT (Massachusetts Institute of Technology), nos EUA. O DeepSeek encantou a internet chinesa antes do Ano Novo Lunar, o maior feriado do país. É uma boa notícia para uma economia sitiada e uma indústria de tecnologia que está se preparando para mais taxas e a possível venda da operação do TikTok nos EUA. "O DeepSeek nos mostra que você só resistirá ao teste do tempo se for bom de verdade", diz um comentário do Weibo muito curtido. A reação na China é uma "mistura de choque e excitação, particularmente dentro da comunidade de código aberto", descreve Wei Sun, analista principal de IA da Counterpoint Research.

O cérebro por trás do DeepSeek: quem é Liang Wenfeng?


O chatbot de baixo custo invadiu o mundo da inteligência artificial e provocou uma reviravolta nos mercados. O DeepSeek surpreendeu o mundo — o que sabemos sobre ele? Getty Images O novo chatbot de inteligência artificial da China, o DeepSeek, causou comoção no mundo da tecnologia, superando o ChatGPT como o aplicativo gratuito mais baixado nos EUA e catapultando seu fundador, o bilionário Liang Wenfeng, para a fama da noite para o dia. Lançado na semana passada, o chatbot de baixo custo — supostamente desenvolvido com uma fração dos orçamentos de seus rivais — provocou caos na cotação das empresas de tecnologia em Wall Street e perplexidade entre os concorrentes. DeepSeek: veja perguntas e respostas sobre a IA chinesa O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se manifestou sobre o DeepSeek, e disse que o aplicativo chinês é um sinal de alerta para as empresas americanas, que precisam "competir para vencer". O fundador da DeepSeek, Liang Wenfung (à direita), em uma recente reunião do governo da China CCTV 'Mais um nerd do que um chefe' A DeepSeek foi fundada em dezembro de 2023 por Liang Wenfeng e lançou seu primeiro modelo de inteligência artificial no ano seguinte. Não se sabe muito sobre o homem de 40 anos, que nasceu em Guangdong, no sul da China, e se formou na Universidade de Zhejiang em engenharia de informação eletrônica e ciência da computação. Em um artigo no site de tecnologia 36Kr, pessoas que o conhecem dizem que ele é "mais como um nerd do que um chefe". Liang, que raramente faz aparições públicas ou dá entrevistas, agora está sob os holofotes internacionais. Ele foi o único líder de inteligência artificial selecionado para participar de uma reunião de empreendedores com o segundo líder mais poderoso da China, o premiê Li Qiang. Os empresários receberam orientação do governo para "concentrar esforços para inovar em tecnologias essenciais". Ao contrário de muitos empreendedores americanos de inteligência artificial no Vale do Silício, Liang também tem formação em finanças. Ele é o CEO de um fundo de hedge chamado High-Flyer, que usa inteligência artificial para analisar dados financeiros para tomar decisões de investimento — o que é chamado de negociação quantitativa ("quantitative trading", em inglês). Em 2019, a High-Flyer se tornou o primeiro fundo de hedge de quantitative trading na China a levantar mais de 100 bilhões de yuans (US$ 13 bilhões ou R$ 80 bilhões). Na High-Flyer, Liang construiu uma fortuna usando IA e algoritmos para identificar padrões que poderiam afetar os preços das ações. Sua equipe se tornou adepta ao uso de chips H800 feitos pela Nvidia. Em 2023, ele lançou o DeepSeek, anunciando sua intenção de desenvolver IA de nível humano. Acredita-se que Liang, que está pessoalmente envolvido na pesquisa da DeepSeek, usa os lucros de sua negociação de fundos de hedge para pagar os maiores salários aos melhores talentos de IA na China. A empresa conta com PhDs das principais escolas chinesas — as universidades de Pequim, Tsinghua e Beihang — em vez de especialistas de instituições dos EUA. Junto com a proprietária do TikTok, ByteDance, a DeepSeek é conhecida por oferecer a maior remuneração disponível para engenheiros de IA na China, com funcionários baseados em escritórios em Hangzhou e Pequim. Em uma entrevista à imprensa nacional no ano passado, ele disse que sua equipe principal "não tinha pessoas que retornaram do exterior. Eles são todos locais... Temos que desenvolver os melhores talentos nós mesmos." Liang também disse que o setor de IA da China "não pode estar seguindo atrás para sempre." "Muitas vezes, dizemos que há uma lacuna de um ou dois anos entre a IA chinesa e a americana, mas a lacuna real é entre originalidade e imitação. Se isso não mudar, a China estará seguindo atrás." Questionado sobre o motivo pelo qual o modelo da DeepSeek surpreendeu tantos no Vale do Silício, Liang disse: "A surpresa deles vem de ver uma empresa chinesa entrar no seu jogo como inovadora, não apenas uma seguidora — que é o que a maioria das empresas chinesas está acostumada a ser." A competitividade da DeepSeek Os desenvolvedores do DeepSeek dizem que o chatbot foi construído por uma fração do custo de rivais como o ChatGPT Reuters A DeepSeek diz que seu modelo, R1, foi desenvolvido com tecnologia existente junto com software de código aberto que pode ser usado e compartilhado por qualquer pessoa gratuitamente. Mas a revista Wired relata que o fundo de hedge do fundador da DeepSeek, o High-Flyer, tem estocado os chips que formam a espinha dorsal da sua IA ​​— conhecidos como GPUs, ou unidades de processamento gráfico. As estimativas de quantos chips ele adquiriu variam de 10 mil a 50 mil, de acordo com o site de tecnologia MIT Technology Review. Esses chips são essenciais para construir modelos de IA poderosos que podem executar uma série de tarefas humanas, desde responder a consultas básicas até resolver problemas matemáticos complexos. Em setembro de 2022, os EUA proibiram as vendas desses chips de maior potência para a China, uma medida descrita como "o seu principal desafio", disse Liang em entrevistas à mídia chinesa. Os principais modelos de IA no Ocidente usam cerca de 16 mil chips especializados. Mas a DeepSeek diz que treinou seu modelo de IA, R1, usando 2 mil desses chips e milhares de chips de qualidade inferior — o que torna seu produto mais barato. De acordo com seus desenvolvedores, o chatbot custou apenas US$ 5,6 milhões para ser construído, em comparação com os US$ 5 bilhões gastos no ano passado apenas pelo fabricante do ChatGPT, OpenAI. Alguns, incluindo o bilionário da tecnologia dos EUA Elon Musk, questionaram essa alegação, argumentando que a empresa não pode revelar quantos chips avançados ela realmente usou, dadas as restrições na China. Mas especialistas dizem que a proibição dos EUA trouxe desafios e oportunidades para a indústria chinesa de IA. Ela "forçou empresas chinesas como a DeepSeek a inovar" para que pudessem fazer mais com menos, diz Marina Zhang, professora associada da Universidade de Tecnologia de Sydney. "Embora essas restrições representem desafios, elas também estimularam a criatividade e a resiliência, alinhando-se com as metas políticas mais amplas da China de alcançar a independência tecnológica." A segunda maior economia do mundo investiu pesadamente em grandes tecnologias — desde as baterias que alimentam veículos elétricos e painéis solares até a IA. Transformar a China em uma superpotência tecnológica tem sido a ambição do presidente Xi Jinping há muito tempo. As restrições fazem parte desse desafio para Pequim. Polêmicas Trump realizou um evento com líderes da indústria de IA há poucos dias EPA Após seu lançamento, o DeepSeek desencadeou uma venda em massa de ações de grandes empresas de tecnologia na bolsa de valores. As ações da Nvidia, por exemplo, caíram 17% quando os mercados dos EUA fecharam na segunda-feira — uma perda de US$ 600 bilhões em valor de mercado que, de acordo com a Bloomberg, foi a maior queda na história do mercado de ações dos EUA. O capitalista de risco Marc Andreessen descreveu o "DeepSeek-R1 como o momento Sputnik da IA", em referência ao satélite que deu início à corrida espacial. Mas o aplicativo chinês também levantou preocupações entre muitos no setor. "Eu ainda acho que a verdade está oculta em relação ao que realmente está acontecendo", disse o analista veterano Gene Munster à BBC, em referência aos números citados pela DeepSeek. Ele também questionou se a startup está sendo subsidiada ou se seus números divulgados são precisos. "O chatbot é surpreendentemente bom, o que torna difícil de acreditar [nos números]", ele acrescentou. O Ministro da Ciência da Austrália, Ed Husic, apontou para preocupações com a segurança. "Há muitas perguntas que precisarão ser respondidas sobre qualidade, preferências do consumidor, dados e gerenciamento de privacidade", ele disse à rede ABC. "Eu teria muito cuidado com isso. Esses tipos de questões precisam ser ponderados cuidadosamente." Na semana passada, Sam Altman da OpenAI e Larry Ellison da Oracle fizeram um anúncio ao lado do presidente americano, Donald Trump, do Stargate, uma joint venture que promete até US$ 500 bilhões em investimentos privados para infraestrutura de inteligência artificial: data centers no Texas e a promessa de gerar 100 mil novos empregos. Mas com outra grande empresa agora participando do jogo da IA, alguns especialistas acreditam que a chegada repentina do DeepSeek pode levantar questões sobre o futuro do domínio da IA ​​nos Estados Unidos e a escala de investimentos que as empresas americanas estão planejando. LEIA TAMBÉM: DeepSeek se autocensura quando perguntado sobre alguns temas políticos da China EUA analisam possíveis implicações do DeepSeek para segurança nacional, diz Casa Branca Veja o que bilionários e empresas de tecnologia disseram sobre a DeepSeek ou o mercado de IA Por que a IA chinesa DeepSeek é apontada como ameaça ao protagonismo dos EUA? DeepSeek: a corrida espacial do séc. 21

terça-feira, 28 de janeiro de 2025

O Assunto #1395: DeepSeek - a nova corrida espacial do século 21


Na mesma semana em que os EUA anunciaram um programa de US$ 500 bilhões para o desenvolvimento de Inteligência Artificial, a empresa chinesa surpreendeu o mundo com um modelo tão eficiente quanto o americano, mas quase 20 vezes mais barato. Você pode ouvir O Assunto no g1, no GloboPlay, no Spotify, no Castbox, no Apple Podcasts, na Deezer, na Amazon Music, no Hello You ou na sua plataforma de áudio preferida. Assine ou siga O Assunto, para ser avisado sempre que tiver novo episódio. Dias depois de o governo dos EUA anunciar investimentos de até US$ 500 bilhões em Inteligência Artificial com gigantes de tecnologia, um nome vindo do outro lado do planeta abalou as big techs: DeepSeek. A procura pelo aplicativo chinês de inteligência artificial bateu recordes – e fez as empresas de tecnologia dos EUA perderem US$ 1 trilhão em valor de mercado em apenas um dia. O DeepSeek foi considerado uma “surpresa” pelo setor, já que diz ter precisado de US$ 6 milhões para desenvolver sua ferramenta de IA, valor bastante inferior aos US$ 100 milhões gastos pelas empresas dos EUA para desenvolver mecanismos semelhantes. Para entender como o DeepSeek surgiu, quem está por trás dele, o que ele tem de diferente e como ele reacende uma corrida tecnológica entre as duas principais potências mundiais, Natuza Nery conversa com Pedro Burgos, jornalista, consultor de inteligência artificial e professor do Insper. O que você precisa saber: Empresas de tecnologia perdem US$ 1 trilhão em valor de mercado com ‘ameaça’ de IA chinesa Momento Sputnik? Por que a IA chinesa DeepSeek é vista como ameaça ao domínio dos EUA Criador do ChatGPT elogia chinês DeepSeek e diz que ter um novo rival é 'revigorante' IA chinesa DeepSeek mostra ao usuário como está 'pensando' antes de responder; veja exemplo Logo do Deepseek Dado Ruvic/Reuters

DeepSeek: chip mais barato, autocensura, 'ameaça' aos EUA... veja perguntas e respostas sobre a IA chinesa


Rival do ChatGPT ganhou atenção mundial após fazer gigantes de tecnologia perderem US$ 1 trilhão na bolsa e ultrapassar o ChatGPT em número de downloads nos EUA. Por que a IA chinesa DeepSeek é apontada como ameaça ao protagonismo dos EUA? O assistente de inteligência artificial chinês DeepSeek virou assunto da semana depois de fazer gigantes de tecnologia perderem US$ 1 trilhão na bolsa de Nova York e ultrapassar o rival americano ChatGPT em número de downloads nos EUA. O robô conversador (chatbot) chinês se apresentou como uma alternativa mais barata do que os modelos de inteligência artificial mais famosos do mundo e colocou xeque a liderança dos EUA no tema. Veja abaixo perguntas e respostas sobre o DeepSeek. O que é o DeepSeek? Por que essa IA está sendo tão falada? O DeepSeek ameaça os EUA? O DeepSeek é melhor que o ChatGPT? O DeepSeek tem 'autocensura'? O DeepSeek é grátis? Fala português? O DeepSeek custou menos do que os outros? O DeepSeek é de código aberto? O que isso significa? Quem criou o DeepSeek? O que é o DeepSeek? O DeepSeek, assim como o ChatGPT e o Copilot, é um aplicativo de inteligência artificial generativa, ou seja, que tem a capacidade de "conversar" com os usuários. Assistentes como esses são treinados com muitos dados que já estão disponíveis na internet para entender e gerar respostas coerentes. Quanto mais eles interagem, mais "afiados" ficam. Esses aplicativos, também conhecidos como chatbots (robôs conversadores), podem realizar várias tarefas, como escrever um parágrafo sobre qualquer tema, criar uma lista de compras ou fazer um orçamento financeiro. Por que essa IA está sendo tão falada? A versão mais recente do DeepSeek foi lançada ao público no dia da posse de Donald Trump, em 20 de janeiro. Na última segunda-feira (27), o aplicativo superou o ChatGPT e assumiu a liderança entre os mais baixados na loja de aplicativos da Apple, nos EUA, e apareceu entre os principais na Play Store, do Google. No mesmo dia, ações de "big techs" caíram na bolsa de Nova York, e as empresas perderam, em conjunto, US$ 1 trilhão em valor de mercado. O "efeito DeepSeek" foi tão forte que fez analistas e investidores classificarem a novidade chinesa como um "momento Sputinik", em referência ao lançamento do satélite soviético em 1957, que pegou os americanos de surpresa e deu origem à corrida espacial durante a Guerra Fria. Parte do que preocupa observadores da indústria de tecnologia dos EUA e os investidores é a ideia de que a startup chinesa esteja emparelhando com empresas americanas na corrida pelo domínio da inteligência artificial, só que com gastos bem menores. E essa nova corrida vai muito além da tecnologia. Afinal, o domínio sobre a inteligência artificial é considerado um poder. "Estamos falando de uma tecnologia generalista que tem se apresentado como o grande combustível da nova Revolução Industrial", diz Anderson Soares, coordenador Centro de Excelência em IA da Universidade Federal de Goiás. "Ela está presente em todos os eletrônicos usados hoje e dominá-la significa ter produtos melhores e mais baratos e, consequentemente, ter mais poder e influência", completa. O DeepSeek ameaça os EUA? O crescimento do DeepSeek coloca em xeque a ideia de que os EUA vão manter sua liderança global por meio da infraestrutura de inteligência artificial, afirma o professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Álvaro Machado Dias. A possibilidade dos EUA perderem a liderança no domínio da IA para a China pode ter consequências geopolíticas relevantes, completa Anderson Soares, da Universidade Federal de Goiás. A China ter conseguido produzir modelos de inteligência generativa avançados com menos recursos pode contribuir, inclusive, com a expansão desse mercado para além das duas potências, destaca Evandro Barros, fundador da Data-H, empresa de tecnologia com base no Canadá. Um dia depois da queda das ações das "big techs", a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que os EUA analisam possíveis implicações do DeepSeek para segurança nacional. Congressistas americanos usaram esta motivação para aprovar uma lei que exige que o app chinês TikTok venda sua operação nos EUA para continuar funcionando no país. O prazo para que isso acontecesse venceu na véspera da posse de Trump, que deu mais tempo para a rede social. Saiba mais aqui O DeepSeek é melhor que o ChatGPT? Especialistas ouvidos pelo g1 destacam que o DeepSeek oferece, em sua versão mais recente, uma experiência bastante parecida com a mais atual do ChatGPT. "A Open IA, dona do ChatGPT, quer lançar a versão 3 este trimestre, mas, pelo menos até lá, eles [DeepSeek e ChatGPT] estão em pé de igualdade", destaca Anderson Soares, coordenador Centro de Excelência em IA da Universidade Federal de Goiás (CEIA-UFG). A capacidade do chatbot chinês de resolver problemas matemáticos difíceis e outras questões técnicas tem sido elogiada. "O que constatamos é que o DeepSeek [...] é o melhor, ou está no nível dos melhores modelos americanos", disse à emissora CNBC Alexandr Wang, da empresa americana Scale AI, fornecedora de treinamento de inteligência artificial para gigantes como OpenAI, Google e Meta. Uma diferença para os principais rivais é que a IA chinesa mostra para o usuário como está "pensando" antes de responder; veja no exemplo abaixo. IA chinesa mostra ao usuário como está 'pensando' antes de responder Por outro lado, o próprio DeepSeek diz que seus dados estão atualizados só até julho de 2024. No entanto, diferente das versões mais recentes dos chatbots norte-americanos, o DeepSeek-R1, não consegue extrair informações de imagens e raciocinar em cima delas, destaca Carlos Souza, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS-Rio). O DeepSeek tem 'autocensura'? Ao menos nos primeiros dias desde o lançamento da versão mais recente, em 20 de janeiro, o DeepSeek tende a fazer autocensura quando questionado sobre temas políticos sensíveis à China. Em teste realizado pelo g1, o assistente não respondeu se a China está em um regime de democracia, o que é Taiwan e o que foi o Massacre da Praça da Paz Celestial, episódio de repressão na capital Pequim, em 1989. Nos três casos, o robô começou a escrever a conversa, mas voltou atrás, apagando o conteúdo e se limitando a apresentar a seguinte mensagem: "Desculpe, isso está além do meu escopo atual. Vamos falar de outra coisa". Outros serviços também podem limitar respostas sobre política. O Gemini, do Google, disse que não pode ajudar com "respostas sobre eleições e personalidades políticas" ao ser questionado sobre a condenação de Donald Trump na Justiça dos EUA, em julho de 2024. DeepSeek se autocensura em pergunta sobre Massacre da Praça da Paz Celestial Reprodução/DeepSeek O DeepSeek é grátis? Fala português? O aplicativo é gratuito e pode ser baixado nas lojas de apps do Google e da Apple. E, sim, ele "entende" português e lista a língua entre as principais que consegue processar. O "raciocínio" do DeepSeek (quando ele mostra como esta "pensando") só aparece em inglês. O DeepSeek custou menos do que os outros? Os pesquisadores do DeepSeek dizem que o investimento usado para treinar a versão atual do chatbot foi de US$ 6 milhões (cerca de R$ 35 milhões) frente às centenas de milhões de dólares gastos por empresas americanas. A OpenAI, por exemplo, teria gasto US$ 100 milhões para a versão atual do ChatGPT, segundo a Wired. A Forbes apontou que o Google gastou quase o dobro disso com o Gemini. Além disso, engenheiros da DeepSeek diz que usou apenas 2 mil chips para realizar a mesma tarefa, de acordo com o jornal The New York Times. Gigantes do setor treinam seus robôs de IA com supercomputadores que usam cerca de 16 mil chips. Os chineses também tiveram que buscar alternativas por não terem à disposição os chips mais avançados para IA, ao contrário de empresas como a Meta e da OpenAI, criadora do ChatGPT. Isso porque os EUA proibiram as fabricantes americanas de fornecerem equipamentos de ponta para a China, acreditando que isso atrapalharia a evolução da tecnologia no país asiático. Mas a reviravolta com o lançamento do DeepSeek, com desempenho parelho ao de rivais e um custo supostamente muito inferior, fez investidores questionarem a sustentabilidade de gastos no setor. Daí as perdas na bolsa de valores, que se concentraram sobre as big techs. Alguns analistas, no entanto, questionam se o valor descrito pela startup chinesa para treinar seu chatbot faz sentido. "Parece algo forçado, para dizer que as inovações lançadas pela DeepSeek são completamente desconhecidas pelos maiores pesquisadores de outros inúmeros laboratórios do setor em todo o mundo", disse Stacy Rasgon, da consultoria Bernstein, que acompanha a indústria dos chips, à Reuters. Outros apontam que esse custo não seria sustentável se houvesse uma expansão do chatbot, já que a IA requer altos gastos de infraestrutura, incluindo a demanda de energia para datacenters (as centrais onde os dados ficam armazenados). Veja o que bilionários e empresas de tecnologia disseram sobre o DeepSeek ou o mercado de inteligência artificial O DeepSeek é de código aberto? O que isso significa? O DeepSeek usa um modelo de inteligência artificial com código aberto. ➡️ Código é a forma como uma página na internet, um aplicativo e outros produtos virtuais são programados. É um conjunto de ordens que determina o visual e as funcionalidades desses produtos. Deixar o código aberto ("open source", em inglês) significa que outros desenvolvedores podem ter acesso à programação daquele aplicativo ou site, e poderão aplicá-la em outros produtos e adaptar esse código às suas necessidades. Isso não é comum para empresas comerciais, mas tem sido mais praticado no setor de IA. A OpenAI mantém abertos os códigos de modelos mais antigos (GPT-2 e GPT-3, por exemplo), enquanto a Meta (dona do Facebook, do Instagram e do WhatsApp) faz isso com o Llama, seu modelo de inteligência artificial. Abrir o código faz com que mais gente tenha acesso a ele e, consequentemente, possa produzir melhorias, tornando o seu desenvolvimento mais rápido e barato, segundo Anderson Soares, da Universidade Federal de Goiás. "O Deep Seek provavelmente também tem uma versão com código fechado, que, possivelmente, é melhor ainda, mas ainda não está disponível", disse o coordenador do CEIA-UFG. Quem criou o DeepSeek? O DeepSeek foi fundado em 2023 por Liang Wenfeng em Hangzhou, uma cidade no sudeste da China conhecida pela alta concentração de empresas de tecnologia. O engenheiro eletrônico de 40 anos também fundou o High-Flyer, um fundo de hedge (estratégias de investimentos), que financiou o DeepSeek. O High-Flyer tem um escritório localizado no mesmo prédio que o DeepSeek e possui patentes relacionadas a tecnologia de chips usados ​​para treinar modelos de IA, segundo a Reuters. Liang manteve um perfil bastante discreto até 20 de janeiro, quando foi um dos nove convidados a fazer um discurso em um simpósio a portas fechadas organizado pelo primeiro-ministro chinês, Li Qiang, destaca a Reuters. O DeepSeek consegue se comunicar em vários idiomas, incluindo o português, mas — segundo a empresa explicou à AFP — domina mais o inglês e o chinês. World: conheça projeto que paga criptomoedas por registro de íris

DeepSeek: quem é o 'nerd' fundador da startup chinesa que desafia os gigantes do Vale do Silício


Prodígio da tecnologia e das finanças, Liang Wengfeng criou o chatbot chinês que desafiou a liderança dos EUA em IA generativa; até então, ele era uma figura pouco conhecida no cenário global. Liang Wenfeng, fundador do DeepSeek, em uma reunião com o primeiro ministro chinês Reuters/CCTV Liang Wengfeng é o fundador da startup DeepSeek, startup chinesa que colocou em xeque a liderança das gigantes de tecnologia do Vale do Silício, nos EUA, nos últimos dias. Ele é um entusiasta da tecnologia que acredita que a inteligência artificial "pode mudar o mundo". O DeepSeek-R1, chatbot (robô conversador) da empresa, chamou atenção ao ultrapassar o rival americano ChatGPT entre os apps mais baixados na loja de da Apple dos EUA e pelos seus baixos custos de desenvolvimento, o que causou trilhões de dólares em perdas em ações de big techs na bolsa de Nova York. Momento Sputnik? Por que a IA chinesa DeepSeek é apontada como ameaça ao protagonismo dos EUA no setor DeepSeek se autocensura quando perguntado sobre alguns temas políticos da China Prodígio do 'Vale do Silício chinês' A startup DeepSeek, criadora do chatbot, foi criada pelo prodígio da tecnologia e das finanças Liang Wengfeng. Embora pareça ter surgido do nada, a startup está sediada em Hangzhou, uma metrópole no leste da China onde se encontram vários dos gigantes da tecnologia do país, o que lhe rendeu o apelido de "Vale do Silício chinês". Pouco conhecido no exterior, o DeepSeek já era de grande interesse na China há muito tempo. Nascido em 1985, Liang se formou em engenharia na prestigiosa Universidade de Zhejiang, em Hangzhou, onde diz ter se convencido de que a IA "mudaria o mundo". Ele passou anos tentando aplicar a IA em vários campos, de acordo com uma entrevista que deu no ano passado ao site chinês Waves. Por volta de 2015, ele fundou a High-Flyer, uma empresa de investimentos especializada no uso de IA para analisar as tendências do mercado de ações. Sua técnica permitiu que ela atingisse dezenas de milhares de yuans (moeda chinesa) de ativos sob gestão, tornando-a um dos principais fundos de cobertura quantitativos da China. "Nós simplesmente fazemos as coisas em nosso próprio ritmo, calculamos os custos e os preços. Nosso princípio não é subsidiar [o mercado] ou gerar lucros enormes", explicou Liang. Veja o que bilionários e empresas de tecnologia disseram sobre a DeepSeek ou o mercado de inteligência artificial IA chinesa DeepSeek mostra ao usuário como está 'pensando' antes de responder; veja exemplo Mais nerd do que chefe Segundo o jornal norte-americano Financial Times, em 2021, Liang começou a comprar processadores gráficos da especialista em chips para desenvolvimento de IA americana Nvidia para um "projeto paralelo", o que foi confirmado por um veículo de comunicação local. Liang "não era nem um pouco como um chefe, mas mais como um nerd" com uma "capacidade de aprendizado assustadora", disseram seus associados ao Waves. Esse "projeto" paralelo, à margem dos mercados de ações, era um chatbot baseado em IA generativa: um produto que acaba de abalar o universo tecnológico dos EUA e aproximou Liang Wenfeng dos bastidores do poder chinês. O empresário apareceu na semana passada ao lado de outros representantes importantes do mundo dos negócios durante uma reunião com o primeiro-ministro chinês Li Qiang. Imagens da televisão estatal CCTV mostraram um homem de cabelos escuros e óculos de aro grosso ouvindo atentamente o premiê (veja acima). 'Sinal de alerta' O sucesso do DeepSeek colocou sob questionamento as quantias colossais investidas pelos gigantes dos EUA no desenvolvimento de IA generativa avançada e a eficácia das sanções ocidentais para impedir que os rivais chineses as igualem ou até mesmo as superem. O presidente dos EUA, Donald Trump, reconheceu esse fato: é um "alerta" para o Vale do Silício. "Um momento Sputnik" (uma alusão ao choque no Ocidente em 1957, quando a União Soviética colocou em órbita o primeiro satélite artificial), reagiu Marc Andreessen, um renomado investidor do setor. E isso sob o risco dos planos de Washington de aumentar ainda mais as restrições às empresas chinesas de tecnologia. Em sua entrevista à Waves no ano passado, Liang enfatizou que essas restrições eram o obstáculo mais difícil de superar: "O dinheiro nunca foi um problema para nós. O problema é o embargo aos chips de última geração", disse. No entanto, apesar dos altos e baixos geopolíticos, Liang expressou a esperança de que o surgimento da IA ajude a entender melhor o funcionamento do espírito humano. "Nossa hipótese é que a essência da inteligência humana pode ser a linguagem, que o pensamento humano pode ser essencialmente um processo linguístico", disse ele. "O que você considera 'pensamento' pode ser, na verdade, seu cérebro tecendo uma linguagem". Veja mais: Musk, Huang, Ellison: veja quanto os bilionários da tecnologia perderam com a onda DeepSeek Por que a IA chinesa DeepSeek é apontada como ameaça ao protagonismo dos EUA? IA chinesa mostra ao usuário como está 'pensando' antes de responder

IA no celular: o que vale a pena usar? g1 testou funções no iPhone 16e, Moto Razr 60 Ultra e Galaxy S25 Edge

Cada marca diz que as funções de inteligência artificial do seu smartphone é algo imprescindível de usar. Mas é mais comum esquecer ...