
Pessoa passa por painel com logomarca da Nvidia na Computex em Taiwan em junho de 2024 Ann Wang/Reuters A Nvidia fez história nesta quarta-feira (29) ao se tornar a primeira empresa a atingir US$ 5 trilhões em valor de mercado, após uma ascensão meteórica que consolidou sua posição na corrida global da inteligência artificial. O marco destaca a rápida transformação da Nvidia, que começou desenvolvendo chips gráficos para se tornar a espinha dorsal da indústria global de IA. Ex-lavador de pratos, o fundador e CEO Jensen Huang virou um ícone do Vale do Silício e fez de seus chips avançados parte central na rivalidade tecnológica entre os EUA e a China. Desde o lançamento do ChatGPT, em 2022, as ações da Nvidia multiplicaram por 12. A valorização foi impulsionada pelo avanço da inteligência artificial, que também levou o índice S&P 500 a bater recordes. O movimento reacendeu discussões sobre uma possível bolha no setor de tecnologia. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça Veja os vídeos que estão em alta no g1 A marca de US$ 5 trilhões foi atingida apenas três meses após a Nvidia ultrapassar os US$ 4 trilhões. O valor supera o mercado global de criptomoedas e representa cerca de metade do principal índice europeu, o Stoxx 600. As ações da Nvidia, que tem sede em Santa Clara, na Califórnia, subiram 4,6% após uma série de anúncios que reforçaram sua liderança no setor de inteligência artificial. Na terça-feira (28), Huang anunciou encomendas de chips de inteligência artificial que somam US$ 500 bilhões. Ele também revelou planos para construir sete supercomputadores para o governo dos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, o presidente Donald Trump deve conversar na quinta-feira (30) com o presidente da China, Xi Jinping, sobre o chip Blackwell, da Nvidia. O produto é alvo de tensão entre os países por causa das restrições de exportação impostas pelos EUA. Fundador é o 8º mais rico do mundo A valorização das ações da Nvidia aumenta a fortuna do CEO Jensen Huang. Com a subida das ações, a fatia de Jensen Huang na Nvidia está avaliada em cerca de US$ 179,2 bilhões, segundo cálculos da Reuters. Ele ocupa o 8º lugar na lista de bilionários da Forbes. Huang nasceu em Taiwan e vive nos Estados Unidos desde os nove anos. Ele fundou a Nvidia em 1993 e continua à frente da empresa. Sob sua gestão, os chips H100 e Blackwell passaram a ser usados em modelos avançados de linguagem, como o ChatGPT e o xAI, de Elon Musk. Apesar da liderança da Nvidia no setor de inteligência artificial, outras gigantes como Apple e Microsoft também superaram a marca de US$ 4 trilhões em valor de mercado nos últimos dias. Especialistas apontam que o crescimento das ações mostra a confiança dos investidores nos investimentos em IA. Mas há quem alerte para uma possível supervalorização do setor. "A expansão atual da IA depende de alguns poucos players financiando a capacidade uns dos outros. Quando os investidores começarem a exigir retornos, alguns desses mecanismos de crescimento podem entrar em colapso", disse Matthew Tuttle, CEO da Tuttle Capital Management, à Reuters. Tecnologia é peça-chave na disputa entre EUA e China O avanço da Nvidia chamou atenção de reguladores em vários países. As restrições dos Estados Unidos à exportação de chips tornaram a empresa parte central da estratégia para limitar o acesso da China à tecnologia de inteligência artificial. Na conferência de desenvolvedores realizada na terça-feira (28), Huang também abordou temas geopolíticos delicados. Huang elogiou as políticas "América Primeiro", de Donald Trump, por estimularem o investimento em tecnologia nos EUA. Mas alertou que deixar a China fora do ecossistema da Nvidia pode dificultar o acesso a metade dos desenvolvedores de IA do planeta. Empresas como a Advanced Micro Devices (AMD) e várias startups tentam competir com a Nvidia no mercado de chips de IA. Mesmo assim, ela segue como a principal referência do setor.
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