sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

É #FAKE vídeo de 'Demogorgon' enjaulado em balsa durante evento de 'Stranger Things' na Tailândia; cena foi feita com IA


É #FAKE vídeo de 'Demogorgon' enjaulado em balsa durante suposto evento de Stranger Things na Tailândia; trata-se de IA Reprodução Circula nas redes sociais um vídeo supostamente mostrando um Demogorgon, criatura da série "Stranger Things", enjaulado em uma balsa, no que seria uma ação publicitária da Netflix em Bangkok, na Tailândia. É #FAKE. selo fake g1 🛑 Como é o vídeo? Publicado nesta quinta-feira (11) no X, onde alcançou mais de 1,4 milhões de visualizações, o post tem a seguinte legenda, em inglês: "NETFLIX STRANGER THINGS BANGKOK". O vídeo exibe uma balsa em um rio, transportando personagens que representam militares armados e um grande cilindro de vidro. Dentro dela, vê-se o que seria um Demogorgon gigante. Nas margens, há pessoas "filmando" a cena com os celulares. Sobreposta às imagens, há uma caixa de texto que diz, em tailandês: "O Demogorgon de Stranger Things invadiu o rio Chao Phraya!". Nos comentários no post viral, usuários questionaram se o registro era verdadeiro, mas outros elogiariam a suposta campanha publicitária da série: "Uau, que ação de divulgação incrível". Na verdade, as imagens foram geradas com inteligência artificial (IA) – leia mais abaixo. Em 27 de novembro, a Netflix realizou uma campanha publicitária em Nova York com um Demogorgon enjaulado, durante o desfile de celebração do Dia de Ações de Graças. "Stranger Things" é uma série de ficção científica lançada em 2016. A produção é ambientada nos anos 1980 na cidade de Hawkins, nos Estados Unidos, onde uma sequência de eventos sobrenaturais ocorrem após o desaparecimento de Will, um garoto de 11 anos. Os quatro primeiros episódios da quinta e última temporada estrearam em 26 de novembro. ⚠️ Por que isso é falso? O Fato ou Fake submeteu uma captura de tela do vídeo a duas ferramentas de detecção de inteligência artificial. Todas apontaram o uso desse recurso (veja o resultado das análises abaixo). Sightengine – 98% de chances de ser IA. Decopy AI – 100% de probabilidade de ser IA. No relatório de verificação, o Decopy AI também apontou que a criatura apresenta uma textura plástica, típica de designs de inteligência artificial, e a gaiola de vidro tem reflexos e sombras mais simplificados. Além disso, o conteúdo também apresenta indícios de manipulação por IA nos dedos de um dos espectadores, que fica invisível por alguns segundos (veja abaixo). O material foi originalmente publicado em 6 de dezembro no TikTok por um perfil que cria conteúdos sintéticos. "Todos os vídeos são 100% criados por IA", diz a biografia da conta. O Fato ou Fake entrou em contato por e-mail com a assessoria de imprensa da Netflix, que negou a autoria do material: "O vídeo em questão é IA e não foi criado por nenhuma equipe da Netflix de forma oficial". Dedo fica invisível em criação de inteligência artificial. Reprodução É #FAKE vídeo de 'Demogorgon' enjaulado em balsa durante suposto evento de Stranger Things na Tailândia; trata-se de IA Reprodução Veja também É #FAKE vídeo de idosos em asilo explicando fantasias de Halloween nos EUA É fake vídeo de idosos explicando fantasias cômicas para Halloween; tudo foi feito com IA VÍDEOS: Os mais vistos agora no g1 Veja os vídeos que estão em alta no g1 VÍDEOS: Fato ou Fake explica VEJA outras checagens feitas pela equipe do FATO ou FAKE Adicione nosso número de WhatsApp +55 (21) 97305-9827 (após adicionar o número, mande uma saudação para ser inscrito)

Plataforma processa Austrália por proibição de redes para adolescentes e cita liberdade de expressão


Brasileiros contam como foi a proibição de redes sociais na Austrália A plataforma de fóruns de discussão Reddit entrou com um processo na Suprema Corte da Austrália, nesta sexta-feira (12), para tentar derrubar a proibição do acesso a redes sociais para menores de 16 anos no país. Segundo a plataforma, a legislação deveria ser declarada inválida porque interfere na livre comunicação política, implícita na Constituição do país. A ministra das Comunicações, Anika Wells, e o governo australiano são citados como réus. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça No processo, a empresa diz que a plataforma deveria ser isenta da lei mesmo se o tribunal mantiver a proibição das redes para menores de 16 anos. O argumento é que a Reddit não se enquadraria na definição de rede social. Já uma porta-voz da ministra das Comunicações disse que o governo australiano está "do lado dos pais e das crianças australianas, não das plataformas" e que "permaneceria firme para proteger os jovens australianos de sofrerem danos nas mídias sociais". LEIA MAIS: 'Minha filha era viciada': brasileiros falam sobre proibição das redes na Austrália 'Vejo você em 4 anos': adolescentes na Austrália se despedem das redes Redes no Brasil: Como vai ser a ECA Digital, que começa a valer em março de 2026 Logo da Reddit Dado Ruvic/ Reuters Batalha jurídica A Reddit, sediada em San Francisco, nos EUA, classifica a Austrália como um de seus maiores mercados. No entanto, a ação da plataforma aumenta drasticamente os recursos disponíveis para uma possível batalha judicial prolongada. A Reddit é uma grande empresa do Vale do Silício, com capitalização de mercado de US$44 bilhões. A ação judicial ocorre dois dias após o lançamento da proibição nacional de acesso à mídia social por menores de 16 anos. Essa é a segunda investiga legal contra a medida, depois que dois adolescentes representando um grupo libertário australiano entraram com um processo contra o governo no mês passado. Um eventual sucesso da empresa pode abrir a porta para que outras plataformas tomem medidas semelhantes. A ação da Reddit gerou outras críticas do governo. O ministro da Saúde, Mark Butler, disse que a empresa Reddit entrou com a ação judicial para proteger seus lucros,e não o direito dos jovens à expressão política. "Lutaremos contra essa ação", acrescentou Butler.

Bradesco apresenta instabilidade no aplicativo e gera reclamações nas redes


Ilustração de logo do Bradesco. Reuters Uma falha no aplicativo do Bradesco na manhã desta sexta-feira (12) gerou uma onda de reclamações de clientes nas redes sociais. Segundo o site Downdetector, que monitora a instabilidade de serviços digitais, ao menos 2 mil notificações de erro foram registradas por clientes do Bradesco até as 9h. As primeiras reclamações foram registradas por volta das 6h da manhã. Usuários relataram dificuldades para acessar o app e realizar transações no Internet banking, especialmente via PIX. No dia 28 de novembro, o banco já havia enfrentado problemas semelhantes: mais de 1 mil queixas foram feitas por clientes que não conseguiam acessar os serviços pelo celular. Na ocasião, as interrupções ocorrem em um dia de forte movimento no sistema financeiro, marcado pelo pagamento do 13º salário e pela Black Friday. Em resposta às menções no X, o perfil oficial do Bradesco pediu que os cliente acessem o serviço mais tarde. Segundo o banco, "equipes estão atuando para regularização o mais breve possível". Aplicativo do Bradesco apresentava instabilidade nesta sexta-feira (12) Reprodução/g1 Veja as reclamações dos clientes nas redes sociais: Initial plugin text Initial plugin text Initial plugin text Initial plugin text Veja os vídeos em alta no g1 Veja os vídeos que estão em alta no g1

quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

Família acusa ChatGPT de alimentar delírios de homem que matou a mãe e cometeu suicídio nos EUA


Logo da OpenAI, dona do ChatGPT AP Photo/Michael Dwyer A OpenAI e sua maior investidora, a Microsoft, foram processadas nesta quinta-feira (11) em um tribunal da Califórnia, nos Estados Unidos, sob a alegação de que o ChatGPT incentivou um homem com problemas mentais a matar sua mãe e, depois, cometer suicídio. O processo afirma que o ChatGPT alimentou delírios de Stein-Erik Soelberg, de 56 anos, envolvendo uma conspiração contra ele, e isso o levou a assassinar sua mãe, Suzanne Adams, de 83 anos. O crime ocorreu em Connecticut, em agosto. "O ChatGPT manteve Stein-Erik engajado por horas a fio, validando e amplificando cada nova crença paranoica e, sistematicamente, reformulando a imagem das pessoas mais próximas a ele, especialmente sua própria mãe, como adversárias, agentes ou ameaças programadas", afirma o processo. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça Veja os vídeos que estão em alta no g1: Veja os vídeos que estão em alta no g1 LEIA MAIS: OpenAI cita 'uso indevido' e nega que ChatGPT tenha levado adolescente ao suicídio Mais de um milhão de usuários falam sobre planos de suicídio com o ChatGPT, diz OpenAI A OpenAI classificou o caso como "uma situação extremamente dolorosa". "Analisaremos os documentos para entender os detalhes", acrescentou a empresa. "Continuamos aprimorando o treinamento do ChatGPT para reconhecer e responder a sinais de sofrimento mental ou emocional, amenizar conflitos em conversas e orientar as pessoas para obterem apoio na vida real", disse a OpenAI. Representantes da Microsoft não responderam imediatamente ao pedido de comentário feito pela Reuters. ChatGPT alimentou teoria da conspiração, diz processo O caso, movido pela família de Adams, faz parte de um número crescente de ações judiciais contra empresas de inteligência artificial, alegando que seus chatbots incentivaram o suicídio. Este é o primeiro a vincular um chatbot de IA a um assassinato. Segundo a denúncia, Stein-Erik Soelberg publicou um vídeo nas redes sociais em junho, mostrando uma conversa na qual o ChatGPT lhe disse que ele tinha "cognição divina" e que havia despertado a consciência do chatbot. O processo alega que o ChatGPT comparou sua vida ao filme "Matrix" e incentivou suas teorias de que pessoas estavam tentando matá-lo. A denúncia afirma que o ChatGPT informou a Soelberg, em julho, que a impressora de sua mãe estava piscando porque era um dispositivo de vigilância usado contra ele. O processo também diz que, antes do assassinato, o chatbot "validou a crença de Stein-Erik de que sua mãe e um amigo tentaram envenená-lo com medicamentos psicodélicos dispersos pelas saídas de ar de seu carro" . Soelberg utilizou o GPT-4o, uma versão do ChatGPT que foi criticada por ter um comportamento supostamente bajulador com os usuários. "Essas empresas precisam responder por suas decisões, que mudaram minha família para sempre", disse o filho de Soelberg, Erik, em um comunicado.

'Não sabia o quanto minha filha era viciada': brasileiros contam como foi a proibição de redes sociais na Austrália


Brasileiros contam como foi a proibição de redes sociais na Austrália Muitos pais de adolescentes ficaram aliviados quando a lei que proíbe redes sociais para menores de 16 anos começou a valer na Austrália, nesta quarta-feira (10), no horário local. Teve também quem achasse a medida restritiva demais — tanto pais quanto jovens. O país é o 1º do mundo a adotar uma regra com esse alcance, aprovada no fim de 2024. Com o lema "Let them be kids" (deixem eles serem crianças), o governo australiano diz que o objetivo da mudança é proteger os jovens de conteúdos impróprios, aliciamento e riscos à saúde mental. Agora, plataformas como Instagram, Facebook, Threads, TikTok, Snapchat, YouTube, X, o fórum Reddit e as redes de transmissões ao vivo Kick e Twitch deverão desativar contas já existentes de menores de 16 anos e impedir a criação de novos perfis. Ficaram de fora da restrição plataformas como YouTube Kids, Google Classroom, WhatsApp, Roblox e Discord. Isso porque a lei se refere a plataformas que têm como único propósito ou propósito significativo permitir a interação entre usuários e a publicação de conteúdos. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça 'Vejo você em 4 anos': adolescentes na Austrália se despedem das redes Para saber mais sobre como foi essa mudança, o g1 conversou com famílias brasileiras que moram na Austrália. Confira alguns relatos abaixo. 'Não sabia o quanto minha filha era viciada' 'Estão tirando a nossa liberdade' 'Crianças precisam viver no mundo real' Novos apps e tentativas de burlar a proibição 'Não sabia o quanto minha filha era viciada' Oprah e sua filha, Theodora Acervo pessoal Oprah Parsons, de 51 anos, mora na cidade costeira de Woy Woy, na Austrália, com sua filha, Theodora, de 9 anos. Ela conta que, apesar de saber que a filha usava muito as redes sociais, não esperava que ela ficasse "tão sem chão" depois da proibição. "Ela está nervosa, parece que tá faltando algo. No dia 10 [quando a proibição começou], ela chegou da escola, foi comer e senti ela 'meio perdida'. Eu não sabia o quanto minha filha era viciada", conta. Oprah acredita que, desde que a menina se mudou de São Paulo para a Austrália para ficar com ela, há cerca de um ano, ela passou a usar as redes sociais para diminuir a solidão e a saudade do Brasil, "como um amigo mesmo". Por isso, segundo a mãe, era muito difícil impor limites ao uso. "Nesse sentido, a nova lei caiu como uma luva para mim. A minha proibição ela não estava acatando, mas a do governo teve que seguir", diz. Oprah conta que, mesmo com o choque inicial, a medida vai ser positiva para a filha e que está a incentivando a brincar com bonecas e desenhar mais. Veja mais: BRASIL: Como vai ser a ECA Digital, que começa a valer em março de 2026 'Estão tirando a nossa liberdade' Gabriella (à direita), seus pais (Hugo e Fernanda) e seu irmão, Gustavo (abaixo) Acervo pessoal Gabriella Rossi, de 14 anos, foi uma das adolescentes afetadas pela proibição das redes sociais na Austrália. Ela é brasileira e mora em Sydney com a família há 8 anos. Ela conta que, apesar de não ter algumas das redes sociais mais conhecidas, como TikTok e Instagram, ela usava bastante o YouTube para ver vídeos de maquiagem e cuidados com a pele, por exemplo. No dia em que a lei começou a valer na Austrália, ela correu para checar se a sua conta na plataforma tinha sido excluída — o que se confirmou (veja na foto abaixo um exemplo do aviso de bloqueio). "Eu fico triste porque tira a nossa liberdade, mas, como eu não tinha redes sociais mais comuns, não me afetou tanto", diz. Adolescente tem conta bloqueada para verificação de idade na Austrália. STR / AFP Para a sua mãe, Fernanda Rossi, de 40 anos, a proibição deveria ser algo determinado pela família mais do que pelo governo. "Não sou 100% contra, mas acredito que esse tipo de decisão deve vir das escolas e dos pais", diz. "Além disso, acredito que só proibir pode inclusive despertar o interesse dos adolescentes". Veja mais: Como a Austrália pretende impedir que menores de 16 anos acessem as redes sociais Proibição das redes sociais para menores de 16 anos na Austrália pode deixar crianças isoladas? 'Crianças precisam viver no mundo real' Jason, Ana Lúcia, Jake e Alicia Acervo pessoal Ana Lucia Ferreira, de 46 anos, mora em Sydney há 24 anos, e tem dois filhos australianos adolescentes: Alicia, de 12 anos, e Jake, de 15. Ela conta que ambos acessavam redes como TikTok, Instagram e Snapchat por cerca de 2h diariamente antes da proibição. Ela usava uma ferramenta de controle parental, na qual é possível colocar um tempo limite de uso. Apesar disso, depois de terem as suas contas bloqueadas, eles "ainda não reclamaram", segundo a mãe. "Acredito que isso aconteceu porque esta medida foi anunciada com bastante antecedência e as escolas prepararam bem as crianças e os pais", justifica. "Eles já sabiam há um bom tempo que estava para acontecer." Ana conta que tanto ela quanto a maioria dos pais com quem convive acharam a mudança muito positiva, já que "as crianças precisam viver no mundo real". "Crianças precisam de tempo para criatividade e atividades físicas e as mídias sociais estavam roubando isso deles", afirma. Novos apps e tentativas de burlar a proibição O g1 não conversou diretamente com nenhum adolescente que tenha burlado a proibição das redes sociais na Austrália. Apesar disso, Gabriella, de 14, conta que alguns dos seus amigos conseguiram manter as suas contas ativas. "Eles mudaram a data de nascimento na plataforma antes da proibição começar a valer", conta Gabriella. Já Jake, de 15 anos, relata que alguns dos seus amigos tentaram fazer o mesmo, mas foram barrados pela ferramenta de reconhecimento facial das plataformas. O jovem australiano contou também que, logo que a sua conta foi bloqueada no TikTok, ele baixou outro aplicativo de vídeos semelhante, que não estava na lista proibida pelo governo. E, segundo ele, muitos de seus colegas fizeram o mesmo. Segundo o jornal The Guardian, o governo do país está de olho nessas redes sociais menores e pode incluí-las na proibição em breve. Apesar de não proibir o acesso de menores de 16 anos a redes sociais, o Brasil também vai implementar novas medidas de segurança para adolescentes na internet. A partir de março de 2026, começam valer as exigências do Estatuto Digital da Criança e do Adolescente (ECA Digital), que virou lei em setembro. Brasileiros contam como foi a proibição de redes sociais para menores de 16 anos na Austrália Acervo pessoal Veja mais: O que países estão fazendo para regular o acesso de crianças às redes sociais Entenda nova regra que exige confirmação de idade de usuários por sites e aplicativos 'Perdi R$ 4 mil comprando uma água, diz vítima do golpe do cartão trocado

Claro, Vivo e TIM têm instabilidade após vendaval em SP; entenda por que isso acontece


5G Reprodução/TV Globo As operadoras Claro, Vivo e TIM registram instabilidade no sinal de internet por conta do vendaval que atingiu a cidade de São Paulo na quarta-feira (10). Clientes relataram que, além da falta de luz e de água em várias regiões, houve quedas no sinal de 4G e 5G. A falha no sinal de internet foi confirmada pela Conexis Brasil Digital, associação que representa as operadoras Claro, Vivo, TIM, Oi, Algar Telecom e Sercomtel. "Clientes de algumas regiões da cidade de São Paulo podem ainda enfrentar instabilidade nos serviços de telecomunicações devido à ventania que atinge a cidade, causando quedas de árvores e o desabastecimento da rede de energia por tempo prolongado", disse a associação. Segundo a Conexis, "equipes seguem atuando para restabelecer o serviço no menor tempo possível, assim que os pontos afetados sejam liberados e a energia restabelecida pela concessionária". Veja os vídeos que estão em alta no g1 A instabilidade gerou muitas reclamações de clientes que, sem energia para acessar a internet fixa, contavam com o sinal de internet móvel. "Ao que tudo indica, os ventos levaram o 5G da cidade de São Paulo", disse uma usuária nesta quinta-feira (11). "4G e 5G lamentáveis num dia em que São Paulo está um caos", disse outro, na quarta-feira (10). Como quedas de energia afetam 4G e 5G? Um dispositivo que se conecta a redes como 4G ou 5G depende da presença de uma torre de internet (ou estação rádio-base). Em caso de queda de energia, essa estrutura pode ser até mais prejudicada que o serviço de internet fixa, explica Thiago Ayub, diretor de tecnologia da Sage Networks. "Todas as estações têm bateria para suportar as primeiras horas de falta de energia e eventuais oscilações de rede, mas diante de uma falta prolongada de energia, elas pararão de funcionar", afirma. A saída seria instalar geradores de energia em todas as torres, o que é inviável para as operadoras, diz Ayub. O 5G, por exemplo, exige muito mais antenas do que o 4G, o que exigiria alto investimento para manter os geradores. Além disso, as operadoras teriam restrições para instalá-los no topo de prédios, onde as antenas estão, devido ao ruído e à vibração nesses edifícios, diz Ayub. "Com prolongados apagões, é esperado um gradiente em que, aos poucos, o serviço de internet móvel fique progressivamente instável e degradado com o menor número de estações rádio-base energizadas provendo o serviço", completa. No caso da internet fixa, as operadoras são menos impactadas por quedas de energia porque seus equipamentos são armazenados em centrais distantes dos clientes, afirma o especialista. "É mais fácil equipar esses locais com geradores e manter o serviço funcionando durante blecautes prolongados", afirma. Por isso, em alguns casos, clientes com geradores de energia em casa podem continuar usando a rede de internet fixa.

Quem são os 'arquitetos da IA' que revista Time elegeu como Pessoa do Ano de 2025


Revista Time escolhe 'arquitetos da IA' como pessoa do ano em 2025 Reprodução A Pessoa do Ano de 2025 da revista Time não é uma única pessoa. Em vez disso, a revista reconheceu como a figura mais influente do ano "os arquitetos" da inteligência artificial (IA). O chefe da Nvidia, Jensen Huang, o diretor da Meta, Mark Zuckerberg, o dono do X, Elon Musk, e a "madrinha" da IA, Fei-Fei Li, estão entre os retratados em uma das duas capas da revista. Especialistas dizem que isso destaca a rapidez com que a IA — e as empresas por trás dela — estão remodelando a sociedade. Veja os vídeos que estão em alta no g1: Veja os vídeos que estão em alta no g1 LEIA MAIS Nvidia: como um ex-lavador de pratos criou a empresa mais valiosa do mundo O que países estão fazendo para regular o acesso de crianças às redes sociais O anúncio vem em meio a um boom da tecnologia, impulsionado pelo lançamento do ChatGPT pela OpenAI no fim de 2022, que continua avançando rapidamente. Seu chefe, Sam Altman, disse em setembro que o chatbot é usado por cerca de 800 milhões de pessoas todas as semanas. As grandes empresas de tecnologia estão investindo bilhões de dólares em IA e na infraestrutura por trás dela na tentativa de se manter à frente dos concorrentes. Há duas capas este ano — uma é uma obra de arte que retrata as letras "AI" cercadas por trabalhadores, e a outra é uma pintura focada nos próprios líderes de tecnologia. O chefe da Nvidia, Jensen Huang, está entre os líderes de tecnologia que a revista colocou na sua maior capa do ano REUTERS/Ann Wang/File Photo Na Meta, Zuckerberg teria orientado a empresa em torno da tecnologia, incluindo seu chatbot de IA, que foi incorporado aos aplicativos populares da companhia. Ele, junto com Huang, Musk, Li e Altman, apareceu na capa ao lado de Lisa Su, chefe da fabricante de chips AMD, do diretor da Anthropic, Dario Amodei, e do líder do laboratório de IA do Google, Sir Demis Hassabis. "Este ano, o debate sobre como usar a IA de forma responsável deu lugar a uma corrida para implementá-la o mais rápido possível", disse a Time ao anunciar suas novas capas. "Mas os avessos ao risco não estão mais no comando. Graças a Huang, Son, Altman e outros, a humanidade agora está acelerando pela estrada, pé totalmente no acelerador, rumo a um futuro altamente automatizado e altamente incerto." E o editor-chefe da revista, Sam Jacobs, disse que "ninguém" teve tanto impacto em 2025 quanto "as pessoas que imaginaram, projetaram e construíram a IA". "A humanidade determinará o caminho futuro da IA, e cada um de nós pode desempenhar um papel na definição de sua estrutura e de seu futuro", afirmou. Alina Timofeeva, consultora em cibersegurança e IA, disse à BBC que a decisão da Time de reconhecer os arquitetos da IA destaca a tecnologia como "uma força definidora na forma como nossas economias, instituições e vidas diárias funcionam hoje". Mas ela afirmou que, embora seus líderes estejam na capa, "é a forma como milhões de pessoas escolherem aplicar a IA que determinará se ela se tornará um multiplicador de inclusão e oportunidade, ou um catalisador de desigualdades ainda mais profundas". O analista da Forrester, Thomas Husson, disse que 2025 pode ser visto como um "ponto de virada" para a frequência com que a IA agora é usada em nosso dia a dia. "A maioria das pessoas a utiliza sem sequer perceber", afirmou à BBC. Ele disse que a IA agora está sendo integrada a hardwares, softwares e serviços — o que significa que sua adoção é "muito mais rápida do que durante as revoluções da internet ou do celular". Algumas pessoas já preferem chatbots a mecanismos de busca e redes sociais para planejar viagens, encontrar presentes de Natal e descobrir receitas. Outras, como aquelas preocupadas com seu consumo de energia, dados de treinamento e impacto sobre seus meios de subsistência, optam por não usar a tecnologia. Nik Kairinos, fundador e diretor-executivo do laboratório Fountech AI, disse que as capas eram "uma avaliação honesta" da influência da tecnologia, mas acha que "reconhecimento não deve ser confundido com prontidão". "Neste momento, a IA ainda pode ser uma salvação ou uma ameaça para a humanidade", afirmou. "Ainda estamos nos estágios iniciais de construir sistemas de IA que sejam confiáveis, responsáveis e alinhados aos valores humanos. Para aqueles de nós que desenvolvem a tecnologia e levam ferramentas de IA ao mercado, há uma responsabilidade enorme." Grupos reconhecidos no lugar de indivíduos Steve Jobs foi um dos fundadores da tecnologia que representaram o computador em 1982 Getty Images via BBC Esta não é a primeira vez que a Pessoa do Ano é um grande grupo: os combatentes do ebola receberam o título em 2014, e os denunciantes, em 2002. Antes disso, em 1982, a revista reconheceu o computador, dizendo que os americanos tinham uma "paixão vertiginosa" pelo aparelho. A Time o chamou de "parte modismo", mas disse que também era "parte a percepção de como a vida poderia ser melhorada". O computador foi representado por vários empreendedores de tecnologia da época, incluindo o cofundador da Apple, Steve Jobs, e o presidente da IBM, John Opel. Depois, em 2006, a Pessoa do Ano foi "Você" — uma forma de representar o poder dos indivíduos online. Contribuidores da Wikipedia, primeiros usuários do YouTube e usuários do MySpace foram citados como exemplos de "os muitos arrancando poder dos poucos e ajudando uns aos outros sem nada em troca". E concluiu: "Isso não só mudará o mundo, como também mudará a maneira como o mundo muda".

Celular Seguro agora pode bloquear até aparelhos que não têm o app instalado, diz ministério


Programa Celular Seguro, em imagem ilustrativa TV Globo/Reprodução O Ministério da Justiça anunciou nesta quinta-feira (11) que o aplicativo Celular Seguro agora consegue bloquear qualquer aparelho roubado ou furtado – mesmo que o smartphone não tenha o app instalado anteriormente. A novidade foi anunciada pelo secretário-executivo do ministério, Manoel Neto, em entrevista à TV Globo. Segundo o governo, se o cidadão tiver o celular roubado, é possível fazer o bloqueio remoto usando um outro aparelho – um tablet ou o smartphone de um amigo, por exemplo. O prazo para esse bloqueio é de 15 dias. Para concluir o processo, é preciso informar a data e o horário do furto/roubo, além da linha telefônica usada no celular. Por esse caminho, não é preciso inserir o IMEI do aparelho. "Com isso, ele vai poder bloquear o aparelho, os aplicativos financeiros e cadastrar no modo recuperação", informou Manoel Neto em material divulgado pelo governo nesta quinta. Atualmente, cerca de 3,6 milhões de brasileiros já cadastraram seus aparelhos no Celular Seguro. Com a nova função, diz o governo, mesmo quem não fez esse cadastro ainda consegue usar a plataforma para bloquear o telefone – e impedir o acesso aos apps de banco, por exemplo. Projeto do governo quer endurece pena para receptação de celulares; Câmara já aprovou Desde abril, programa Celular Seguro já bloqueou 183 mil aparelhos com restrições Como se cadastrar no Celular Seguro Baixe o aplicativo do Celular Seguro para Android ou iPhone (iOS) Faça o login com a conta gov.br Clique em "Registrar telefone" Selecione "Cadastrar telefone" Insira os dados do celular (número, operadora, marca) e, se quiser, uma pessoa de confiança Clique em "Cadastrar" Como usar o Celular Seguro Pelo sistema, o usuário pode emitir um único alerta e solicitar, de forma rápida e segura: o bloqueio do aparelho; o bloqueio da linha telefônica; o bloqueio de contas e aplicativos bancários vinculados ao dispositivo. Aviso de celular roubado O Celular Seguro também vem enviando, desde abril, mensagens para telefones celulares que foram roubados – e podem ter sido vendidos para outros usuários. A mensagem informa que existe um alerta por roubo, furto ou extravio no IMEI, a identidade no aparelho, e pede que o usuário acesse o site do Celular Seguro para saber como regularizar a situação. No site, o usuário recebe as seguintes orientações: se tiver a nota fiscal do aparelho, deve ir à delegacia para esclarecer a situação; se não tiver, é preciso ir à delegacia para devolver o aparelho. Programa Celular Seguro começa a enviar alertas pra aparelhos roubados ou furtados

Disney investirá US$ 1 bilhão na OpenAI e licenciará mais de 200 personagens para IA de vídeos


Foto de 5 de dezembro de 2019 mostra o logo da Disney na Time Square, em Nova York, nos Estados Unidos Nick Pfosi/Reuters A OpenAI anunciou nesta quinta-feira (11) que receberá um investimento de US$ 1 bilhão da Disney, em um acordo que envolve o licenciamento de personagens para utilização no Sora, a plataforma de vídeos curtos gerados por IA da dona do ChatGPT. Com a parceria, que tem duração de três anos, o Sora poderá gerar vídeos sociais curtos, a partir do comando de usuários, com mais de 200 personagens da Disney, Marvel, Pixar e Star Wars. Isso inclui figurinos, adereços, veículos e cenários icônicos, segundo as empresas. Segundo a Disney e a OpenAI, a parceria reunirá "dois líderes em criatividade e inovação para liberar novas possibilidades de narrativa imaginativa". Veja os vídeos que estão em alta no g1: Veja os vídeos que estão em alta no g1

Com imagem de Musk, Zuckerberg e CEOs de big techs, revista Time escolhe 'arquitetos da IA' como pessoas do ano em 2025


Revista Time escolhe 'arquitetos da IA' como pessoa do ano em 2025 Reprodução A revista norte-americana Time escolheu os personagens "arquitetos da IA" como pessoa do ano em 2025. O anúncio ocorreu nesta quinta-feira (11). Em uma das duas capas divulgadas, a revista mostra, em uma imagem gerada por IA, os CEOs Mark Zuckerberg (Meta), Lisa Su (AMD), Elon Musk (Tesla, SpaceX), Jensen Huang (Nvidia), Sam Altman (OpenAI), Satya Nadella (Microsoft), entre outros. Na imagem, os CEOs estão sentados em uma estrutura de aço no topo de um prédio, conversando. A criação da Time é uma referência à foto tirada em 1932 de 11 operários em cima de uma viga durante a construção do arranha-céus Rockefeller Plaza, em Nova York. "2025 foi o ano em que todo o potencial da inteligência artificial se revelou, e quando ficou claro que não haveria volta", escreveu a revista. "Por inaugurar a era das máquinas pensantes, por impressionar e preocupar a humanidade, por transformar o presente e transcender o possível, os Arquitetos da IA ​​são as Personalidades do Ano de 2025 da TIME."

quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

Proibição das redes sociais para menores de 16 anos na Austrália pode deixar crianças isoladas?


Austrália começa a proibir redes sociais para menores de 16 anos na quarta-feira (9) À meia-noite de quarta-feira (10/12, no horário local), australianos com menos de 16 anos passaram a ser bloqueados da maioria das redes sociais, com a implementação de uma proibição inédita no mundo. Apesar de se oporem ao plano, plataformas como Facebook, Instagram, Snapchat, TikTok, X, YouTube e Reddit terão que contar com restrição de idade, em uma lista que será constantemente atualizada. Jogos online e aplicativos de mensagens como o WhatsApp permanecem por enquanto sem restrições. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça 'Vejo você em 4 anos': adolescentes na Austrália se despedem das redes O governo da Austrália acredita que as próprias empresas por trás das redes sociais fiscalizarão a nova lei, afirmando que elas devem tomar "medidas razoáveis" para evitar violações, com punições de até 49,5 milhões de dólares australianos (R$ 178 milhões) para reincidências. Crianças ou pais não serão punidos caso violem a lei. Os diversos meios através dos quais o acesso dos menores de 16 anos às plataformas serão bloqueados das plataformas incluirão a exigência de que os usuários forneçam às empresas documentos de identidade emitidos pelo governo, reconhecimento facial ou de voz, ou outras formas de identificação digital para comprovar a idade quando solicitados. O gabinete do Comissário de Segurança Eletrônica da Austrália afirma que a proibição protegerá os jovens "das pressões e riscos aos quais os usuários podem estar expostos enquanto conectados às suas contas de redes sociais". O primeiro-ministro Anthony Albanese chamou as redes sociais de "flagelo" e disse: "Quero que as pessoas passem mais tempo no campo de futebol ou na quadra de netball [esporte semelhante ao basquetebol bastante popular na Austrália] do que em seus celulares". As pesquisas vêm mostrando consistentemente um apoio esmagador dos adultos à proibição, mas a situação é diferente para as crianças diretamente atingidas. LEIA TAMBÉM: 'Vejo você em 4 anos': adolescentes na Austrália se despedem das redes antes de proibição Como a Austrália pretende impedir que menores de 16 anos acessem as redes sociais O que países estão fazendo para regular o acesso de crianças às redes sociais Adolescentes contestam proibição na Justiça Apoiada Projeto de Defesa Digital, um grupo em prol dos direitos digitais, Macy Newland decidiu contestar a lei na Suprema Corte da Austrália juntamente com o também adolescente Noah Jones, alegando fundamentos constitucionais. Ela disse à DW que a maioria de seus colegas era contra a proibição. Eles expressam preocupações em relação à falta de consulta aos jovens e à perda de direitos e acesso à informação. "A proibição impede que os jovens participem plenamente da democracia e do debate público antes dos 16 anos, o que é errado. Não se pode capacitar os jovens a participar do debate público e da democracia ao lhes removendo a capacidade de participar plenamente", disse a jovem. "Acredito firmemente que existem problemas com as redes sociais, assim como os jogos e o tempo de tela em geral. Mas não há como voltar atrás ou negar que vivemos em uma sociedade onde os avanços tecnológicos estão se acelerando, e a comunicação online faz parte do nosso dia a dia." Jovem usa o celular em Sidney, na Austrália; país aprovou lei que proíbe acesso de menores de 16 anos às redes sociais Hollie Adams/Reuters Newland acredita que a maioria dos adolescentes tentará encontrar maneiras de burlar a lei. De fato, uma pesquisa realizada pela emissora nacional ABC com mais de 17.000 adolescentes australianos revelou que 75% tentarão evitar a proibição, enquanto apenas 9% acham que é uma boa ideia e 6% acreditam que funcionará. Embora haja uma aceitação geral de que o acesso irrestrito às redes sociais pode ser perigoso tanto para crianças quanto para adultos, a maioria das organizações de direitos humanos e de defesa dos direitos da criança acredita que a nova lei não aborda essas questões. Solução 'generalizada' aliena crianças O braço australiano do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) avalia que "as mudanças propostas não resolverão os problemas que os jovens enfrentam online", enquanto a Comissão Australiana de Direitos Humanos diz que a proibição "generalizada" provavelmente também terá "impactos negativos nos direitos humanos de crianças e jovens". Essa também foi a conclusão de Kim Osman, pesquisadora do Centro de Pesquisa de Mídia Digital da Universidade de Tecnologia de Queensland. Após conversar com 86 pessoas entre 12 e 15 anos sobre a proibição, ela também constatou que os jovens se sentiam ignorados e frustrados. "Os jovens nos disseram que sentem que suas experiências digitais estão sendo homogeneizadas pelos adultos e que as diferentes maneiras como usam as redes sociais não estão sendo refletidas no debate nacional", disse Osman à DW. "Eles também sentem que o uso do telefone celular é frequentemente confundido com o uso das redes sociais, quando, na verdade, elas são apenas uma parte de suas vidas digitais." Ao longo de sua pesquisa, Osman e seus colegas também descobriram que os adolescentes estão cientes dos perigos das redes sociais e almejam melhores soluções de proteção, incluindo uma melhor filtragem de conteúdo. A pesquisadora notou ainda uma forte sensação entre os jovens de que as mudanças na lei levariam a uma "perda de comunidade", particularmente àqueles que "encontraram importantes fontes de apoio nas redes sociais. Isso é particularmente verdadeiro para os jovens LGBTQAI+ e neurodivergentes com quem conversamos." Crianças com deficiência se sentem isoladas Isso soa familiar para Jennifer Crowther. Sua filha, Lily, de 12 anos, tem paralisia cerebral, autismo e outras deficiências que dificultam a socialização. Conversar é mais fácil com o tempo proporcionado pelas mensagens nas redes sociais e outros aplicativos de mensagens. Enquanto Jennifer gerencia o acesso de Lily às redes, sua filha encontrou uma comunidade online de entusiastas da escrita depois de ter uma história sua publicada e – embora Jennifer reconheça os perigos das redes sociais – ambas se sentem frustradas com a perda de conexão que lhes foi imposta a partir desta quarta-feira. "Para crianças com deficiência ou outros grupos marginalizados, [as redes sociais] podem ser o único caminho para encontrar outras pessoas como elas", disse Jennifer à DW. "É um grupo tão pequeno de pessoas, então como elas podem encontrar umas às outras? Isso é particularmente verdade se elas estão isoladas por causa de suas ansiedades ou pela frequência com que precisam ir a consultas, serem hospitalizadas ou qualquer que seja a situação." Os escritos de Lily a ajudaram a começar a encontrar uma comunidade por meio de uma página do Facebook administrada por sua mãe. Embora a menina de 12 anos agora participe de eventos presenciais com pessoas que pensam como ela, a preocupação é que seus meios de manter esses relacionamentos emergentes e compartilhar seu trabalho estejam sendo prejudicados. "A peça que falta é essa conexão contínua, que poderia acontecer por meio das redes sociais", explicou Jennifer. "Lily conheceu alguns outros jovens com quem ela quer continuar se conectando, mas eles moram em diferentes partes do estado ou no exterior, então isso foi tirado dela." Adolescentes e pais também expressaram preocupação com o fato de que as crianças perderão o acesso a grupos de redes sociais para interesses e hobbies mais específicos e às comunidades que esses grupos criam. É provável que isso seja sentido com particular intensidade na Austrália rural, onde as populações são esparsas e, consequentemente, as conexões na vida real são difíceis de organizar. A ministra das Comunicações da Austrália, Anika Wells, admitiu que a proibição será "desajeitada" e "desorganizada" em seus estágios iniciais. Dada a sua natureza pioneira, isso talvez seja de se esperar. Mas, para muitas crianças e adolescentes australianos, as frustrações com a proibição vão muito além disso. Saiba como ativar proteção para controlar tempo e atividade de crianças no celular

Brasil também terá regras sobre uso de redes sociais por crianças e adolescentes; veja o que muda e quando


Entenda nova regra que exige confirmação de idade de usuários por sites e aplicativos A Austrália começou a proibir o uso de redes sociais por menores de 16 anos. No Brasil, plataformas deverão seguir, a partir de março de 2026, exigências de uma nova lei de proteção online de crianças e adolescentes na internet. Ainda é preciso definir detalhes, mas já se sabe que, por aqui, não haverá proibição ao uso de redes sociais por menores de 16 anos. Além disso, lojas de aplicativos e plataformas serão responsáveis pela segurança de jovens na internet. As novas regras determinam que plataformas, incluindo redes sociais, deverão: 🔞 verificar a idade dos usuários, sem aceitar autodeclaração, se puderem ter algum conteúdo impróprio para menores de 16 anos; 👪 vincular contas de menores de 16 anos aos perfis de seus responsáveis. Essas medidas estão previstas no Estatuto Digital da Criança e do Adolescente (ECA Digital), que virou lei em setembro. Ele também ficou conhecido como Lei Felca porque a aprovação aconteceu depois da publicação de vídeo viral que tratou da adultização. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça 'Vejo você em 4 anos': adolescentes na Austrália se despedem das redes antes de proibição O que países estão fazendo para regular o acesso de crianças às redes sociais Monetização, exploração de menores e pedofilia: entenda denúncias feitas por Felca O ECA Digital obriga redes sociais a adotarem medidas razoáveis para prevenir o acesso de crianças e adolescentes a conteúdo prejudicial, incluindo exploração sexual, violência, danos à saúde mental, pornografia e a promoção de bebidas alcoólicas, tabaco e jogos de azar. Como a autodeclaração de idade está proibida, será o fim dos de bloqueios que podem ser burlados simplesmente ao clicar em "Sim, tenho mais de 18 anos". Essa regra já existe no Reino Unido, onde o site de conteúdo adulto Pornhub perdeu 47% da audiência após melhorar a verificação de idade. A verificação será regulamentada pelo Ministério da Justiça e deverá considerar o risco. Quanto mais prejudicial uma atividade pode ser para um usuário menor de idade, mais rígida será a verificação. Em vez da autodeclaração, as plataformas têm métodos de verificação alternativos, incluindo: 👨‍💻 análise de comportamento, que faz estimativa de faixa etária com base na navegação do usuário; 🤳 envio de selfie, que chega à idade aproximada a partir de técnicas de reconhecimento facial; 🪪 envio de documentação, que registra a idade exata a partir da foto do CPF, por exemplo. Plataformas que não demonstrarem estar agindo para proteger crianças e adolescentes poderão ser punidas com advertência, multa de até 10% do faturamento ou R$ 50 milhões por infração, suspensão ou proibição no Brasil. LEIA TAMBÉM: Como a Austrália pretende impedir que menores de 16 anos acessem as redes sociais #casadaaos14: vídeos no TikTok expõem vida conjugal de meninas Por que redes sociais têm tantos casos de exposição de crianças mesmo com sistemas de detecção Vai ter verificação para tudo? A verificação de idade será obrigatória para atividades que oferecem risco. Esta é a medida de maior impacto do ECA Digital na avaliação de Ricardo de Lins e Horta, diretor de Segurança e Prevenção de Riscos no Ambiente Digital do Ministério da Justiça e Segurança Pública. "Para saber quem é criança e adolescente usando o serviço digital, todo mundo tem que fazer aferição de idade, inclusive as pessoas adultas", disse Lins e Horta. "Para ficar bem claro, boa parte da internet não requer aferição de idade. Ninguém está estudando a possibilidade de fazer aferição de idade para acessar a Wikipédia ou um site de notícias", afirmou. A vinculação com as contas dos pais será obrigatória para todos os menores de 16 anos. "Não se trata de proibir uma rede social com classificação indicativa para 14 anos, mas de pedir autorização parental", explicou Lins e Horta. Austrália começa a proibir redes sociais para menores de 16 anos na quarta-feira (9) Quem deve fazer a verificação de idade? Lojas de aplicativos, como Google Play Store e App Store, e sistemas operacionais, como Windows, Android e iOS, serão responsáveis por fazer a verificação de idade. Mas aplicativos também deverão garantir a proteção de crianças e adolescentes. "O ECA Digital deixou claro que, quando falamos de conteúdos e produtos impróprios ou inadequados para a idade, também deve haver a aferição no ponto do risco", explicou Lins e Horta. Isso significa que uma plataforma aberta a todos poderá fazer a verificação quando você acessar um recurso impróprio para crianças, por exemplo. A aplicação da lei será monitorada pela Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD), que fez um levantamento sobre diferentes ferramentas de verificação de idade na internet, como a inferência a partir do tipo de conteúdo acessado e a análise de documentos. "Existe um debate entre as autoridades de proteção de dados para avaliar qual é o mecanismo mais adequado à luz do contexto em que aquele dado vai ser coletado e tratado", disse Miriam Wimmer, integrante do Conselho Diretor da ANPD. "A identificação da melhor estratégia vai depender também do tipo de atividade. Então, o mecanismo de verificação de idade em um site de pornografia vai ser diferente daquele de um site do governo federal, por exemplo". Criança no celular Canva Como será o tratamento de dados? A lei determina que a verificação de idade deverá garantir a privacidade dos usuários, destacou Luiz Felipe Monteiro, vice-presidente de Relações Institucionais da Unico, que oferece soluções de verificação de identidade. "É essencial saber exatamente a data de nascimento? Em alguns casos, sim, em outros não. Por exemplo, plataformas de conteúdo adulto, bets, encontros, delivery de bebida alcoólica precisam [apenas] confirmar que a pessoa é maior de idade", afirmou. Essa abordagem faz parte do conceito chamado de Prova de Conhecimento Zero (Zero-Knowledge Proof). Em vez de saber o dia em que a pessoa nasceu, a plataforma receberia apenas um "sim" ou "não" para indicar se ela tem mais de 18 anos, por exemplo. "Muitas dessas confirmações serão silenciosas, feitas com base em inferência de idade. Mas, por conta de a margem de erro ser alta, uma parte vai passar por soluções com algum passo a partir do usuário". "Estamos sempre tratando de três elementos. Qual é o nível de risco e precisão que precisa ser atendido? Qual é o nível de experiência que pretende ser apresentado? Quanto está sendo exigido de dados do usuário para tomar a decisão de idade?", completou Monteiro. A Lei Geral de Proteção de Dados exige que o tratamento de informações de crianças e adolescentes atenda ao princípio do melhor interesse, lembrou Maria Mello, coordenadora do Instituto Alana. "Nada que configurar uso que vá contra esse melhor interesse pode estar envolvido numa solução de garantia etária. Senão, a gente corre o risco de, em vez de proteger essas crianças, fazer com que elas sejam objeto de exploração comercial, por exemplo", afirmou. O que mais diz o ECA Digital? Além da verificação de idade e da vinculação de contas, o ECA Digital também: 🎮 proíbe caixas de recompensas (loot boxes) em jogos direcionados ou com acesso provável por crianças e adolescentes; 📢 proíbe classificar crianças e adolescentes em grupos para direcionar publicidade a eles; 💵 proíbe a monetização e o impulsionamento de conteúdos que retratem crianças e adolescentes de forma erotizada ou sexualmente sugestiva; 🔎 exige que plataformas tenham ferramentas acessíveis que permitam a supervisão da atividade de crianças e adolescentes e tenham, por padrão, níveis mais altos de proteção; ⚠️ obriga plataformas a remover e comunicar para autoridades casos de conteúdos de aparente exploração ou abuso sexual, sequestro e aliciamento, além de manter dados para apoiar a investigação; 📈 exige que plataformas com mais de 1 milhão de usuários publiquem relatórios semestrais de transparência para detalhar números de denúncias recebidas e de casos moderação de conteúdo, por exemplo. Verificação sozinha não resolve A criação do ECA Digital traz melhorias, mas elas não funcionam de forma isolada, avaliou Maria Mello, do Instituto Alana. "O mecanismo de aferição de idade é um ponto importante, mas sozinho não vai funcionar", afirmou. "Precisa estar articulado com outras iniciativas de proteção que estão na lei e que pensam nessa proteção de uma maneira muito integral". "É preciso olhar para tudo que está previsto também em relação à educação midiática na lei para que você tenha uma ampliação do pensamento crítico, da autonomia dos usuários". A lei determina, por exemplo, que os controles de supervisão parental nas redes sociais devem garantir a promoção de educação digital que trate do uso seguro de produtos ou serviços de tecnologia da informação. Lins e Horta, diretor do Ministério da Justiça, disse que o objetivo de regras como a verificação de idade é empoderar famílias e envolvê-las em um debate sobre proteção de jovens na internet. "Se, no momento de baixar um aplicativo no celular de uma criança ou um adolescente que não tem idade, eu chamar os pais e as mães para os controles parentais, isso já vai ser um impacto altamente benéfico", afirmou. Saiba como ativar proteção para controlar tempo e atividade de crianças no celular

Instagram libera nos EUA ferramenta que dá ao usuário mais controle sobre o algoritmo do Reels


Instagram Unsplash/Solen Feyissa O Instagram apresentou, nesta quarta-feira (10), um novo recurso impulsionado por inteligência artificial (IA) que permite aos usuários ver e ajustar o algoritmo que configura a seção de Reels, o que a empresa promove como um avanço pioneiro rumo a um maior controle por parte do usuário. A ferramenta foi lançada apenas nos Estados Unidos e, segundo a empresa, em breve estará disponível mundialmente em inglês. O aplicativo, propriedade da Meta, lançou "Seu algoritmo", acessível por meio de um ícone no canto superior direito do Reels, o feed de vídeos curtos. A função mostra os temas que o Instagram considera de interesse do usuário com base em seu histórico de visualizações. Em uma publicação de seu blog, a Meta disse que agora as pessoas podem indicar diretamente à plataforma quais temas querem ver, com recomendações que se ajustam em tempo real. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça Veja os vídeos que estão em alta no g1 Reguladores e usuários exigem cada vez mais que as plataformas de redes sociais ofereçam maior transparência na seleção de conteúdo. Críticos dizem que o que se escolhe mostrar ao usuário pode criar "câmaras de eco", confirmando a informação ou opinião prévia que ele tenha sobre um tema, ou promover conteúdo nocivo. Mas, para as empresas, os algoritmos são "o ingrediente secreto" para atrair a atenção dos usuários, portanto, costumam resistir a uma maior transparência. "O Instagram sempre foi um lugar para se aprofundar nos seus interesses e se conectar com amigos", afirmou a empresa. "À medida que seus interesses evoluem ao longo do tempo, queremos dar a você maneiras mais significativas de controlar o que vê." O recurso mostra aos usuários um resumo de seus principais interesses e permite digitar temas específicos para refinar o fluxo de conteúdos que recebem. O Instagram disse estar "liderando o caminho" ao oferecer esse nível de transparência e controle, e anunciou planos de ampliar o recurso para outras seções do aplicativo. Enquanto isso, na Austrália, entrou em vigor nesta quarta a lei que proíbe menores de 16 anos de acessar redes sociais, em uma medida sem precedentes em todo o mundo. O governo australiano afirmou que busca "retomar o controle" das grandes empresas de tecnologia e proteger as crianças de "algoritmos predatórios". Veja mais: 'Vejo você em 4 anos': adolescentes na Austrália se despedem das redes antes de proibição 'Perdi R$ 4 mil comprando uma água, diz vítima do golpe do cartão trocado

É #FAKE vídeo de loba salvando filhote de avalanche; cena foi feita com inteligência artificial


É #FAKE vídeo de loba salvando filhote de avalanche; cena foi produzida com inteligência artificial Reprodução Circula nas redes sociais o vídeo de uma loba supostamente salvando seu filhote durante uma avalanche. É #FAKE. selo fake g1 🛑 Como é o vídeo? Publicado nesta segunda-feira (8) no X, onde alcançou mais de 462 mil visualizações, o post tem esta legenda: "Amor incondicional". O conteúdo não aponta que as imagens foram criadas com inteligência artificial (IA) – entenda abaixo. Sobreposta à gravação, há uma caixa de texto que diz (em inglês): "Veja o que as câmeras de segurança registraram... Observe atentamente o que ela tem na boca. O amor de uma mãe é imparável". O vídeo, que simula um registro de câmera de segurança, mostra o que seria loba carregando algo na boca e correndo de uma avalanche que se aproxima. O animal consegue se proteger na varanda de uma casa, que é atingida. Em seguida, a câmera se aproxima e mostra que o que a loba segurava um filhote – ele aparece escondido entre a neve. A publicação recebeu a seguinte nota da comunidade: "Esse vídeo foi criado com IA". Ainda assim, na seção de comentários, há mensagens questionando se o material é verdadeiro. Já outros usuários escreveram "Isso é demais!". ⚠️ Por que ele é mentiroso? O Fato ou Fake submeteu o conteúdo ao HiveModeration, ferramenta que detecta o uso de IA em imagens, áudios e vídeos. Resultado: há 99,9% de chances de o registro ter sido produzido com esse recurso (veja detalhes abaixo). HiveModeration aponta uso de IA em vídeo de loba salvando filhote. Reprodução A cena também apresenta três indícios de manipulação (entenda debalhes a seguir). Depois que a loba corre pela neve, não há qualquer rastro evidente de pegadas. Quando ela sobe na varanda, deixa pegadas parecidas com as de humanos. Após a avalanche atingir a casa, é possível observar uma camada de neve "crescendo" até o topo das árvores, como se surgisse do nada. Vídeo gerado por IA apresenta sinais de manipulação, como pegadas de humanos deixada por loba. Reprodução Recentemente, o Fato ou Fake fez uma checagem sobre outra cena que enganou muita gente. Leia: É #FAKE vídeo de leoa agredindo leão depois que ele deu 'tapa' em filhote; cena foi criada com inteligência artificial É #FAKE vídeo de loba salvando filhote de avalanche; cena foi produzida com inteligência artificial Reprodução Veja também É #FAKE vídeo de idosos em asilo explicando fantasias de Halloween nos EUA É fake vídeo de idosos explicando fantasias cômicas para Halloween; tudo foi feito com IA VÍDEOS: Os mais vistos agora no g1 Veja os vídeos que estão em alta no g1 VÍDEOS: Fato ou Fake explica VEJA outras checagens feitas pela equipe do FATO ou FAKE VEJA outras checagens feitas pela equipe do FATO ou FAKE Adicione nosso número de WhatsApp +55 (21) 97305-9827 (após adicionar o número, mande uma saudação para ser inscrito)

Usuários questionam 'sumiço' do perfil de Lula e de outros políticos na busca do Instagram


Ícone do Instagram. REUTERS/Thomas White Usuários do Instagram relataram nas redes sociais que diversos perfis de políticos, inclusive do presidente Lula, deixaram de aparecer na busca do Instagram na manhã desta quarta-feira (9). O g1 buscou o perfil de diferentes políticos no Instagram por volta das 10h15. Além de Lula, vários nomes da esquerda e da direita não apareceram (veja lista abaixo). Ao mesmo tempo, políticos como o ex-presidente Jair Bolsonaro, o vice-presidente Geraldo Alckmin e os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Guilherme Boulos (Secretaria-Geral da Presidência) estavam aparecendo normalmente na busca. Em um novo teste feito pelo g1 às 11h30, os perfis dos políticos que haviam ‘desaparecido’ voltaram a ser exibidos na busca do Instagram. Veja os vídeos que estão em alta no g1: Veja os vídeos que estão em alta no g1 O g1 questionou a Meta sobre o caso. Até a última atualização deste texto, a empresa não havia enviado um posicionamento. Veja os políticos que ‘desapareceram’ momentaneamente da busca do Instagram: presidente Lula (PT) Erika Hilton (PSOL-SP), deputada federal Gleisi Hoffmann (PT), ministra da Secretaria de Relações Institucionais Nikolas Ferreira (PL-MG), deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado federal Flávio Bolsonaro (PL-RJ), senador Carlos Bolsonaro (PL), vereador do Rio de Janeiro Caroline de Toni (PL-SC), deputada federal Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo Em nota, o PT criticou o Instagram e disse que a plataforma 'escondeu' o perfil de Lula e outros nomes da esquerda. "O Instagram está te impedindo de ver o perfil do presidente Lula! Hoje o Instagram está escondendo o perfil do presidente Lula e de outras figuras aliadas nas ferramentas de busca da plataforma! Isso é inadmissível e deve ser denunciado por todos nós!", afirmou o partido do presidente. "As big techs, empresas donas das principais redes sociais, se vendem como espaços democráticos, mas estão tentando determinar o que você pode ver!", acrescentou o PT. Em outras redes, como o X, usuários reclamaram do ‘sumiço’ e questionaram a Meta. Veja abaixo: Initial plugin text Initial plugin text Initial plugin text

terça-feira, 9 de dezembro de 2025

O que países estão fazendo para regular o acesso de crianças às redes sociais


Austrália proíbe acesso a redes sociais para menores de 16 anos A Austrália colocou em vigor nesta quarta-feira (10) a primeira lei do mundo que proíbe o acesso de menores de 16 anos às redes sociais. O tema é discutido em diversos países. O Brasil já aprovou uma lei exigindo que a verificação de idade deixe de ser feita só com autodeclaração, como é atualmente. Para redes sociais, a nova lei também determina que contas de usuários com até 16 anos devem estar, obrigatoriamente, vinculadas à conta de um de seus responsáveis legais. As regras entram em vigor em março de 2026. ✍️ Veja abaixo o que os países têm feito sobre o tema. Jovem usa o celular em Sidney, na Austrália; país aprovou lei que proíbe acesso de menores de 16 anos às redes sociais Hollie Adams/Reuters Alemanha Oficialmente, menores de idade entre 13 e 16 anos podem usar a mídia social na Alemanha somente se os pais derem consentimento. Entretanto, defensores da proteção infantil dizem que os controles são insuficientes e pedem que as regras existentes sejam mais bem implementadas, segundo a Reuters. Austrália A lei aprovada em novembro de 2024 obriga os gigantes da tecnologia a impedirem que menores de 16 anos acessem as plataformas. Quem descumprir pode levar multas de até 49,5 milhões de dólares australianos (R$ 178 milhões). Segundo a regra, menores de 16 anos não poderão criar novas contas, e as já existentes deverão ser desativadas pelas plataformas. Não foi determinada uma forma específica de verificação de idade que as redes deverão adotar. Vale escanear documentos, mandar uma selfie ou mesmo usar ferramentas específicas para isso. No Snapchat, por exemplo, dá para comprovar a idade por meio de uma conta bancária australiana ou da carteira de identidade. Nem todas as mídias estão sujeitas à restrição. O YouTube Kids, por exemplo, não precisará da verificação de idade porque parlamentares australianos avaliaram que ele inclui conteúdo educativo. Aplicativos de mensagens e jogos online, como WhatsApp e Roblox, também ficaram de fora da regulamentação. Brasil Não tem limite de idade para acesso às redes sociais. Mas o ECA Digital, que virou lei em setembro, após o influenciador Felca viralizar com um vídeo em que denunciava a adultização de crianças nas plataformas, determina que contas de usuários com até 16 anos devem estar, obrigatoriamente, vinculadas à conta de um de seus responsáveis legais. As novas regras começam a valer em março de 2026. A lei também quer tornar a verificação de idade mais eficiente do que a simples autodeclaração, que é usada até hoje. Produtos com conteúdo impróprio para menores de 18 anos deverão impedir o acesso por crianças e adolescentes, como fez o Reino Unido. O tipo de mecanismo a ser adotado para isso ainda é alvo de discussão. Monetização, exploração de menores e pedofilia: entenda denúncias feitas por Felca Bélgica Em 2018, a Bélgica promulgou uma lei que exige que as crianças tenham pelo menos 13 anos para terem uma conta de mídia social sem a permissão dos pais. China O acesso à internet na China possui diversas restrições pelo governo. A BBC destacou que algumas dessas políticas visam restringir o uso da tecnologia por crianças. Um exemplo citado é que menores de 18 anos podem jogar online por apenas 1 hora por dia. Dinamarca A Dinamarca anunciou um acordo para vetar o acesso a crianças com menos de 15 anos às redes sociais, mas continua permitindo que pais concedam acesso a quem a partir de 13 anos, segundo a BBC. A reportagem destaca que a Dinamarca possui um sistema de identidade digital e que existem planos de criar um aplicativo específico para verificação de idade. O app já estaria sendo testado pelo país, em conjunto com Espanha, França, Itália e Grécia. Espanha A Espanha aprovou neste ano uma lei que eleva de 14 para 16 anos a idade mínima para ter uma conta nas redes, com a permissão dos pais. Mas a nova regra ainda não entrou em vigor. EUA A maioria das regras para proteger crianças vem do Children's Online Privacy Protection Act, que visa impedir que empresas de tecnologia coletem dados pessoais de menores de 13 anos sem consentimento dos pais. Diferentes estados também têm tentado criar leis próprias, mas elas acabam paralisadas por disputas judiciais. É o caso de Utah, que aprovou em 2023 duas leis que restringem o uso de redes sociais por menores de 18 anos; eles precisariam de permissão dos pais para usarem plataformas como Instagram, TikTok e Facebook. Mas a regra foi questionada na Justiça pelo grupo NetChoice e está suspensa. O mesmo grupo foi aos tribunais contra uma restrição semelhante aprovada pela Califórnia. O principal argumento usado para questionar as restrições é de que elas seriam inconstitucionais, ferindo o direito à liberdade de expressão. França Em 2023, a França aprovou uma lei que exige o consentimento dos pais para que menores de 15 anos criem contas em redes sociais. No entanto, a mídia local afirma que desafios técnicos impedem que a restrição não funcione na prática. Ainda em 2023, a França foi palco de três suicídios de adolescentes vítimas de bullying na escola. Após os casos, um painel encomendado pelo presidente Emmanuel Macron recomendou regras mais rígidas, incluindo a proibição de celulares para crianças menores de 11 anos e idade mínima de 13 anos para que uma criança tenha um celular com acesso à internet. Não está claro quando a nova legislação poderá ser adotada e até que ponto ela seguirá as recomendações dos especialistas. Itália Na Itália, crianças com menos de 14 anos precisam do consentimento dos pais para se inscreverem em contas de mídia social, mas, a partir dessa idade, não é necessário nenhum consentimento. Malásia A Malásia informou em novembro que planeja seguir o exemplo da Austrália e impedir que menores de 16 anos se registrem em perfis de redes sociais, a partir do próximo ano. Noruega Em outubro de 2024, o governo norueguês propôs aumentar de 13 para 15 anos a idade em que as crianças podem consentir com os termos exigidos para o uso de mídias sociais, embora os pais ainda possam assinar em seu nome se elas estiverem abaixo do limite de idade. O governo de centro-esquerda também começou a trabalhar na legislação para estabelecer um limite mínimo legal absoluto de 15 anos para o uso de mídias sociais, mas não está claro quando uma lei que determine isso poderá chegar ao Parlamento. Nova Zelândia A Nova Zelândia também planeja impedir que menores de 16 anos se registrem em perfis de redes sociais em 2026. Reino Unido O governo britânico aprovou a Lei de Segurança Online (Online Safety Act), que estabelece padrões mais rígidos para plataformas de mídia social como Facebook, YouTube e TikTok -- inclusive sobre restrições de idade apropriadas -- em 2023. Ela foi aplicada a partir de 2025, mas o governo não estabeleceu um limite de idade claro para o uso de redes sociais por menores de idade. Essa lei, no entanto, exige que sites tomem mais providências para impedir o acesso de menores de 18 anos. Plataformas de pornografia como o Pornhub lançaram mecanismos mais avançados para verificação de idade em 25 julho. As caixas de seleção que permitem que qualquer pessoa alegue a maioridade tiveram de ser substituídas por escaneamentos faciais para estimar a idade, envio de documentos de identidade, verificações de cartão de crédito e outras medidas de proteção. Com isso, o acesso a esses sites caiu drasticamente. Mas páginas de menor porte e menos regulamentadas tiveram aumento nas visitas, reportou a BBC. Quem descumprir as regras poderá ser multado em até 18 milhões de libras esterlinas (R$ 134 milhões) ou 10% de sua receita global; "o que tiver valor maior", segundo o governo. Pornhub e YouPorn são pressionados a verificar a idade dos usuários União Europeia O Parlamento Europeu aprovou, no fim de novembro, uma resolução que exige uma idade mínima de 16 anos para o acesso a mídias sociais. Ele também solicitou um limite de idade de 13 anos para toda a União Europeia, abaixo do qual nenhum menor poderia acessar as plataformas de mídia social. Esse também é considerado pelo Parlamento o limite mínimo de idade para uso de serviços de compartilhamento de vídeo e "agentes de inteligência artificial". A resolução, entanto, não se trata de uma lei e também não define políticas.

'Vejo você em 4 anos': adolescentes na Austrália se despedem das redes antes de proibição


Austrália proíbe acesso a redes sociais para menores de 16 anos Adolescentes publicaram posts de despedida nas redes sociais na Austrália, horas antes da lei que proíbe o uso de plataformas digitais por menores de 16 anos começar a valer na quarta-feira (10), na Austrália (terça-feira, no horário do Brasil). Agora, plataformas como Instagram, Facebook, Threads, TikTok, Snapchat, YouTube, X, o fórum Reddit e as redes de transmissões ao vivo Kick e Twitch deverão desativar contas já existentes de menores de idade e impedir a criação de novos perfis. Mesmo após o prazo para o início do banimento, o g1 encontrou alguns desses vídeos disponíveis nas redes sociais. A Austrália é o primeiro país do mundo a adotar uma regra com esse alcance, aprovada no fim de 2024. O governo australiano afirma que o objetivo é proteger crianças de conteúdos impróprios, aliciamento e riscos à saúde mental. Como a Austrália pretende impedir que menores de 16 anos acessem as redes sociais 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça Adolescentes fazem post de despedida horas antes da Austrália proibir redes sociais para menores de 16 anos Reprodução/TikTok Muitos adolescentes na Austrália encararam o dia como uma contagem regressiva para seu "último acesso" às redes sociais. Eles registraram agradecimentos aos seguidores, lembranças e planos para retornar quando completarem 16 anos. 'Adeus, TikTok. Vejo você em 4 anos' Em um post feito por volta das 21h do dia 9 na Austrália, a adolescente Leila, publicou um vídeo de despedida no TikTok com a frase: "Adeus, TikTok. Vejo você em 4 anos". Ela tem um perfil administrado pela mãe, e soma quase 5 mil seguidores. Initial plugin text Já o jovem Anh Tuan, publicou um vídeo de despedida na rede social em que agradeceu os seguidores e deixou um recado: "Daqui uns 2 ou 3 anos, quando eu recuperar minha conta, vou postar muito mais". Ele faz vídeos sobre tecnologia para mais de 8 mil seguidores. No dia que o banimento entrou em vigor, o conteúdo acumulava mais de 12 mil visualizações. Initial plugin text Outra jovem publicou um vídeo agradecendo seus seguidores e prometendo voltar em breve. "Infelizmente, vou ser afetada pela proibição das redes sociais para menores de 16 anos na Austrália". Ela comenta que em dois meses ela estará de volta, o que indica que ela completará 16 anos. A adolescente agradece pela companhia dos seguidores e comenta que a plataforma sempre foi um espaço seguro para ela. Apesar disso, no final, ela reflete que o banimento pode ser positivo. "Vai ser uma boa oportunidade para aprender a viver com menos tecnologia e interagir mais pessoalmente." Initial plugin text Um usuário que cria animações e tem quase 12 mil seguidores no TikTok postou um vídeo com a legenda: "Minha conta vai ser removida por causa da proibição das redes sociais amanhã. Não tenho certeza como... Mas este é meu último post!" Ele diz que vai sentir falta de ver e compartilhar arte e agradece aos seguidores por incentivarem sua produção: "Vocês me encorajaram a continuar criando". Initial plugin text

Quais as tecnologias usada pela Austrália para impedir o acesso de menores às redes sociais


Austrália começa a proibir redes sociais para menores de 16 anos na quarta-feira (9) Os gigantes tecnológicos implementarão vários sistemas de segurança para impedir que menores de 16 anos acessem as redes sociais na Austrália, na aplicação de uma lei pioneira. Se não conseguirem restringir o uso das redes pelos usuários mais jovens com procedimentos "razoáveis", as empresas por trás de sites como Instagram, TikTok e YouTube terão que arcar com multas pesadas. Estes são alguns dos principais métodos utilizados a partir de quarta-feira (10), quando a lei entra em vigor. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça Documento de identidade Austrália proibirá o acesso de adolescentes às redes sociais em 10 de dezembro de 2025 STR / AFP Parece simples: escanear seu passaporte, carteira de motorista ou qualquer outro documento de identidade para demonstrar que tem 16 anos. Mas, além de que muitos adolescentes poderiam usar os documentos de seus pais ou irmãos mais velhos, essa medida levanta dilemas de privacidade, que poderiam levar internautas com mais de 16 anos a decidir não ter uma conta. Por isso, a Austrália indicou às plataformas que não devem pedir a apresentação de um documento de identidade emitido pelo governo. Algumas delas estão recorrendo a serviços externos para tornar este processo mais fácil para usuários que decidirem certificar sua data de nascimento com este sistema. Por exemplo, aqueles que têm conta no Snapchat podem comprovar sua idade através de uma conta bancária australiana ou mostrando sua carteira de identidade no serviço singapurense k-ID. "Os documentos que você apresentar serão usados apenas para verificar sua idade. O Snap apenas coletará um resultado na forma de 'sim/não' sobre se alguém ultrapassa o limite de idade mínima", indica Snap, a empresa matriz do Snapchat. Selfie Os usuários do Snapchat também podem tirar uma selfie, que o k-ID usará para calcular sua idade. A Meta, proprietária do Instagram e do Facebook, contratou a startup londrina Yoti para verificar os documentos de identidade e as selfies dos internautas. Com o tempo, "o algoritmo ficou muito bom em observar padrões e determinar: 'este rosto com estes padrões parece de alguém de 17 anos ou de alguém de 28'", disse à AFP o presidente da Yoti, Robin Tombs. A IA da startup pode calcular a idade de uma pessoa em um minuto. A empresa, que também foi contratada pelo TikTok, garante que sua ferramenta é capaz de detectar se há alguém real atrás da câmera e não uma foto ou vídeo. A Yoti elimina todos os dados após a análise, declarou Tombs. Ainda assim, paira a preocupação de que possa haver resultados falsos se quem tira a selfie estiver próximo dos 16 anos ou descobrir como enganar o sistema. Padrões de comportamento Nem todos os usuários australianos terão que provar sua idade, apenas aqueles suspeitos de serem menores do que a faixa requerida. A Meta começou a desativar contas com base na idade indicada pelos usuários ao criá-las. Com tantos dados compartilhados, as plataformas não carecem de recursos para estimar estas idades: desde o tipo de conteúdo consumido até o fato de que o uso da rede social diminui nos dias em que há escola. As felicitações de amigos indicando a idade também são uma pista, ou se o endereço de e-mail foi usado em algum momento para tarefas próprias de um adulto. Trata-se de dados que as empresas já utilizam para direcionar melhor os anúncios publicitários. Mas isso também suscita dilemas de privacidade. 'Cascata' A comissária australiana de segurança digital, Julie Inman Grant, afirmou que com "uma cascata de técnicas eficazes e ferramentas" é possível evitar erros. "Claro, não há nenhuma solução que seja 100% eficaz o tempo todo", afirmou o Observatório para a Segurança na Internet. Segundo Andy Lulham, da empresa de verificação de idade Verifymy, a aplicação da lei não estará isenta de obstáculos. "Os métodos para calcular a idade nem sempre funcionam, sobretudo com aqueles que acabaram de completar 16 anos, mas não têm - ou não querem usar - um documento de identidade", disse. "Nesses casos, pode-se pedir a um responsável adulto que responda pela elegibilidade da criança", acrescentou.

Ao menos 19% dos usuários de internet no Brasil fizeram apostas online em 2025, diz pesquisa


Apostas esportivas; bet Joédson Alves/Agência Brasil Em 2025, 85% dos brasileiros acessaram a internet, representando 157 milhões de pessoas, segundo a pesquisa TIC Domicílios. E 19% dos usuários de internet afirmam ter feito algum tipo de aposta online nos três meses anteriores ao levantamento. Os dados foram publicados nesta terça-feira (9) pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br). 🔎 Realizada há 20 anos, a TIC Domicílios mapeia o uso de tecnologias da informação e comunicação e de internet por pessoas acima de 10 anos. Esta edição fez entrevistas em 27.177 domicílios e ouviu 24.535 pessoas de março a agosto de 2025. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça Veja os vídeos que estão em alta no g1 Foi a primeira edição da pesquisa que perguntou sobre apostas online. Ela identificou que homens apostam mais que mulheres. Entre os usuários de internet que fizeram apostas nos três meses anteriores ao levantamento, 25% são homens e 14% são mulheres. Ela também mostrou que: 8% dos brasileiros fizeram aposta em cassino online; 7% pagaram para participar de rifa digital ou sorteio; 7% fizeram aposta esportiva em sites ou aplicativos (bets) – este grupo tem a maior diferença entre mulheres e homens: entre elas, o índice é de 2% e, entre eles, chega a 12%; 7% fizeram aposta em loteria federal. "O que vemos é um número bastante alarmante: temos cerca de 30 milhões de pessoas acima dos 10 anos que já realizaram algum tipo de aposta online", afirmou Renata Mielli, coordenadora do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), que divulgou o levantamento. Segundo ela, esse dado e outros coletados na pesquisa reforçam a necessidade de criar mecanismos regulatórios e ampliar a educação digital dos brasileiros sobre os riscos dos jogos e apostas online. O acesso à internet também cresceu dentro das casas: 86% dos domicílios têm internet, contra 51% há dez anos. ❌ Fora das redes: segundo a pesquisa, o Brasil tem 28 milhões de não usuários da internet. Esse grupo inclui principalmente pessoas que têm até o ensino fundamental, que se declaram pretas ou pardas e que têm 60 anos ou mais. A pesquisa revelou ainda que: 75% dos brasileiros fizeram pagamentos ou transferências por PIX; 32% usaram alguma ferramenta de IA generativa. Desses, 84% para uso pessoal, 53% para estudos escolares e 50% para atividades profissionais; 39% ficaram sem pacote de dados no celular pelo menos uma vez nos três meses anteriores à pesquisa; 56% acessaram ou pediram para alguém acessar o Gov.br para realizar algum serviço público. LEIA TAMBÉM: #casadaaos14: vídeos no TikTok expõem vida conjugal de meninas My Family Cinema e BTV: cerco ao 'gatonet' derruba milhares de sites e apps piratas no Brasil Quarto privativo, cama e TV de 32": como é o avião que fará voo mais longo do mundo Como é a lei da Austrália que proíbe redes sociais para menores de 16 anos

Trump diz que vai autorizar venda de semicondutores de IA da Nvidia para a China


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na segunda-feira (8) que chegou a um acordo com o presidente chinês, Xi Jinping, para autorizar a empresa americana Nvidia a exportar semicondutores avançados de inteligência artificial (IA) para a China. O anúncio marca uma mudança relevante na política dos Estados Unidos para a exportação de chips avançados de IA, que havia sido fortemente restringida pelo governo do antecessor de Trump, Joe Biden, por razões de segurança nacional ligadas ao uso militar da tecnologia pela China. Congressistas democratas criticaram a decisão, classificada por eles como um grande erro, que tende a fortalecer tanto a economia quanto as Forças Armadas chinesas. Em uma publicação na rede Truth Social, Trump disse ter informado Xi de que Washington permitiria à Nvidia enviar suas unidades de processamento gráfico (GPUs) H200 a “clientes aprovados na China e em outros países, sob condições que garantam uma segurança nacional sólida”. Veja os vídeos em alta no g1 Veja os vídeos que estão em alta no g1 “O presidente Xi respondeu positivamente! Serão pagos aos Estados Unidos 25%”, escreveu Trump, sem detalhar como funcionaria o mecanismo de pagamento. Trump também criticou a abordagem adotada por Biden. Segundo ele, a política obrigava grandes empresas americanas a gastar “bilhões de dólares” na produção de versões “inferiores” de produtos, o que teria travado a inovação e prejudicado os trabalhadores do país. A declaração fazia referência à exigência do governo Biden para que fabricantes de microprocessadores criassem versões adaptadas e menos potentes destinadas ao mercado chinês. Esses chips tinham desempenho reduzido — como menor velocidade de processamento — para atender às regras de controle de exportações. Questionado sobre o tema, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, não confirmou explicitamente o acordo, mas afirmou que “a China sempre defendeu resultados de benefício mútuo por meio da cooperação com os Estados Unidos”. Apoio ao emprego Durante as restrições adotadas no governo Biden, a exportação para a China das GPUs H200 e de outros chips avançados semelhantes foi bloqueada. Lançados no segundo trimestre de 2024, os H200 estão cerca de 18 meses atrás das tecnologias mais avançadas da empresa. “Aplaudimos a decisão do presidente Trump de permitir que a indústria americana de chips possa competir, apoiando empregos bem remunerados e a produção no país”, afirmou um porta-voz da Nvidia à AFP após o anúncio. Trump afirmou ainda que a decisão tem como objetivo “apoiar o emprego, fortalecer a indústria manufatureira e beneficiar os contribuintes dos Estados Unidos”. O presidente ressaltou que os chips mais avançados da Nvidia — como a série Blackwell e os futuros processadores Rubin — não fazem parte do acordo e continuam disponíveis apenas para clientes dos Estados Unidos. 🔎 As unidades de processamento gráfico (GPUs) são usadas no treinamento dos modelos de IA que estão na base da revolução da inteligência artificial generativa, impulsionada pelo lançamento do ChatGPT em 2022. O Departamento de Comércio dos Estados Unidos prepara os últimos detalhes para a implementação da medida, e Trump afirmou que “o mesmo critério será aplicado à AMD, Intel e a outras grandes empresas americanas”. Corrida pela IA O anúncio ocorre em meio às tensões comerciais entre Washington e Pequim, que disputam o protagonismo na tecnologia de inteligência artificial. O diretor-executivo da Nvidia, Jensen Huang, pressionou a Casa Branca para reverter a política do governo Biden, mesmo diante da forte resistência em Washington ao fornecimento de semicondutores para empresas chinesas. Em nota conjunta, vários senadores democratas classificaram a decisão de Trump como um “erro econômico e de segurança nacional de grandes proporções”. Segundo os parlamentares, o acesso aos chips pode permitir à China “tornar suas armas mais letais e realizar ciberataques mais eficazes contra empresas americanas e infraestruturas críticas”. Alex Stapp, do Institute for Progress, com sede em Washington, afirmou que a política representa um “grande gol contra”, já que as unidades H200 são “seis vezes mais potentes que as H20”, até então os chips mais avançados autorizados para exportação. Já Zhang Yi, da empresa chinesa de pesquisa tecnológica iiMedia, afirmou que a entrada das GPUs de IA da Nvidia no mercado não deve desestimular a China a desenvolver seus próprios chips avançados. “Ao contrário, isso deve acelerar esse processo”, afirmou à AFP. Segundo ele, a tarifa americana de 25% tende a elevar os custos para empresas chinesas, que já demonstram preocupação com a segurança de suas cadeias de suprimento. Ilustração mostra o logotipo da NVIDIA e a placa-mãe do computador REUTERS/Dado Ruvic/Ilustração

segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Os psicólogos que usam IA como ferramenta de trabalho — e os riscos dessa prática na terapia


Empresas oferecem serviços que oferecem até sugestão de abordagem com pacientes, a partir de transcrição das sessões e anotações BBC/Getty Images Fazer terapia com um chatbot pode não ser uma boa ideia por uma série de motivos, como muitos especialistas têm alertado. Mas e quando os próprios terapeutas passam a usar inteligência artificial generativa, como ChatGPT e Gemini, para auxiliar em suas tarefas, seja para transcrição de sessões ou até discutir casos? Empresas já estão oferecendo esse serviço aos profissionais. Há ferramentas para transcrição de sessões, sugestões de análise técnica, evolução do paciente, supervisão e sugestões de abordagens. "Você ainda perde tempo escrevendo resumo de sessão?", diz o anúncio de uma dessas ferramentas, no Instagram, a PsicoAI. Outra plataforma, a PsiDigital, promete automatização de relatórios e laudos, criação de página de divulgação personalizada e até "sugestões de intervenção baseadas nos principais autores de cada abordagem terapêutica." 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça Veja os vídeos que estão em alta no g1 As empresas dizem que essas tecnologias não devem substituir os profissionais, mas apoiá-los. A adesão profissional é uma realidade. A BBC News Brasil procurou 50 psicólogos nas redes sociais e questionou se eles fazem uso de algum tipo de IA no trabalho. Dos que responderam, dez confirmaram que fazem uso da tecnologia para tarefas como transcrições de sessões de terapia e resumos. O uso de IA entre estes profissionais não é proibido. Em julho, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) reconheceu que o uso "já vem sendo incorporado ao cotidiano em múltiplos contextos de atuação" e ressaltou a necessidade da supervisão crítica e discernimento ético, mas sem restrições específicas. E diz que cabe a cada profissional a avaliação de limites e riscos dessas ferramentas. A psicóloga Maísa Brum diz que passou a fazer transcrições com um gravador que utiliza IA; pacientes são avisados e assinam termo de autorização antes da gravação BBC/Arquivo pessoal Veja mais: 'Eu queria que o ChatGPT me ajudasse. Por que ele me aconselhou sobre como me matar?' Inteligência artificial como terapeuta: quais os riscos dessa prática? Psicólogos testam usos com consentimento de paciente Maísa Brum é psicóloga especializada em avaliação neuropsicológica. Seu trabalho envolve realizar longas entrevistas com pacientes, coletar dados e depois produzir laudos técnicos com essas informações. Por algum tempo, ela terceirizou essa tarefa de transformar anotações em um documento técnico para um estagiário. Mas logo percebeu que os textos chegavam sempre com um mesmo padrão, "pouco humanizados" e, ao questioná-lo, descobriu que ele estava usando o ChatGPT para a tarefa. "O laudo tem sempre uma sequência, com descrição dos dados, objetivo da avaliação, testes que foram aplicados. É um esqueleto técnico", explica. Foi aí que ela decidiu aprender mais sobre a tecnologia. Fez alguns cursos e então incorporou algumas dessas ferramentas em parte de suas tarefas. Hoje ela usa um gravador com IA embutida, que transcreve as entrevistas com os pacientes e devolve já com uma linha do tempo dos fatos e informações no formato necessário para escrever o laudo, que depois é revisado manualmente. Um formulário de consentimento é dado a cada paciente para que saibam que estão sendo gravados com a tecnologia. "Tem sido muito útil e facilitado bastante a minha vida de escrita", afirmou, destacando que apaga os arquivos após uso para evitar armazenamento externo. Maísa diz que o recurso serve apenas como apoio, não como ferramenta diagnóstica. "Minha grande preocupação é no uso inadequado da IA para terceirizar o pensamento crítico e o raciocínio clínico". Eduardo Araújo, psicólogo e professor universitário, diz que tem usado IA para análise e organização de dados, mas não diretamente com pacientes e sim em pesquisas, como fez em seu mestrado na área. Ele fez um experimento com o ChatGPT, quando analisava dados em uma tabela com centenas de pacientes. O objetivo do estudo era identificar a influência de experiências traumáticas em crianças e adolescentes, a partir de uma lista com dados de mais de 500 pacientes, de forma anonimizada. "Para esse tipo de tarefa, de análise de dados, acaba sendo muito útil." Araújo avalia que é preciso ter cautela com ferramentas que prometem ajudar com diagnóstico. Ele diz que a tecnologia acelera tarefas burocráticas, mas nunca deve formular hipóteses diagnósticas no lugar do profissional. "Quando você pesquisa algum sintoma na internet, se levar a sério o que vem de resultado, você acha que vai morrer. Com a IA não é diferente: se você coloca algum sintoma, a resposta me dá uma gravidade diferente daquilo que se perceberia na clínica, em contato com a pessoa." Veja mais: O ChatGPT está nos deixando burros? 'Não foi programada para isso': especialistas alertam para risco de uso de IA como terapeuta 'A psicologia não vai ser substituída, mas pode mudar' A psicóloga Patrícia Mourão De Biase disse à BBC News Brasil que entrou em contato com IA por curiosidade, principalmente com o boom de informação sobre o tema que recebeu neste ano. "Temos a opção de sermos atropelados ou entender o que está acontecendo e caminhar junto", diz ela. De Biase diz que, desde a pandemia, tem havido mais flexibilização entre psicólogos no uso de tecnologias, principalmente em relação ao atendimento remoto de pacientes. "Ficamos mais flexíveis para entender esses movimentos da tecnologia. A categoria sempre foi mais quadradinha nesse sentido, mas precisou se adaptar. Vejo ainda muitos colegas se esquivando da IA." De Biase, que presta serviço para empresas e também atende em consultório, diz que tem utilizado a ferramenta para automatizar tarefas burocráticas e também para criar novos conteúdos para suas sessões. "Crio enquetes e passo tarefas de casa para os pacientes. Isso refresca a conexão entre uma sessão e outra." Ela diz que a IA também tem sido usar para "pensar junto" com os psicólogos. "Quando acaba a sessão, colocamos conteúdo e a própria IA diz: poderia abordar por aqui, por ali. Não tenho preconceito com isso, embora eu não use no dia a dia." Outra tarefa que se tornou comum é a de transcrição e transformação das sessões em prontuário, que depois são revisados de forma manual. "É importante que os pacientes estejam de acordo, que assinem um documento. Mas até hoje ninguém recusou", diz. A psicóloga avalia que a tecnologia não vai substituir a profissão. "Tem gente que não sabe nem o que perguntar ao ChatGPT. Ele é bom? Sim, pode ajudar em algo pontual, em um momento de ansiedade, de angústia. Mas se não aprendemos direito a perguntar, provavelmente ele não vai entregar. Nada precisa jogar fora. Pegue o que o chat disse e depois leve para a sessão, converse com o terapeuta sobe isso." "Gerenciar o tempo é padrão ouro para todos. e a IA otimiza bastante isso. Me instiga a buscar mais fontes. Se eu puder deixar um recado, é para que as pessoas não fiquem com medo. Que mergulhem. A psicologia não vai ser substituída, mas pode mudar." 'A IA quer oferecer respostas rápidas. Mas terapias são cenários de incerteza', diz especialista Segundo Rodrigo Martins Leite, psiquiatra e psicoterapeuta do Centro de Saúde da Comunidade da Unicamp (CECOM), o uso de inteligência artificial entre psicólogos é uma realidade presente, porém ainda pouco debatida pela classe. "É algo que está emergindo no mercado e a gente, enquanto terapeuta, precisa começar a discutir com o devido cuidado." Embora reconheça a utilidade prática, Leite alerta para os riscos de confundir a ferramenta com o profissional. "Ferramentas de transcrição poupam tempo de trabalho administrativo. A grande questão é quando a IA começa a se confundir com o terapeuta. É algo que levanta uma série de questões éticas, do próprio papel do profissional." O especialista observa que a pandemia consolidou uma "realidade irreversível", na qual "a IA só vem somar nesse contexto de mudança tecnológica." Contudo, ele aponta o que considera lacunas quanto à confidencialidade. "Não existe nenhum recurso de anomização das informações, por exemplo, o que pode ferir a Lei Geral de Proteção de Dados. Há uma série de lacunas legislativas e éticas que não foram suficientemente discutidas. Um terapeuta que relata casos para uma IA, conta a história de vida de uma pessoa e ainda pede ajuda para pensar no caso. Como regular isso?" Leite defende a necessidade de desmistificar a tecnologia, separando a ferramenta da fantasia de um saber superior. "A IA não é um oráculo. Isso é uma fantasia, um desejo humano de que exista algo superior. Mas a IA utiliza banco de dados e a própria internet para gerar conteúdo. Do mesmo jeito que ha informações valiosas, há outras de péssima qualidade e até de conteúdo fraudulento." Entre os aspectos positivos, ele destaca o potencial da IA para ampliar a capacidade reflexiva, organizar o raciocínio clínico e auxiliar no preparo de sessões. "Podemos ser mais criativos, criar materiais didáticos, imagens. É um estímulo ao pensamento do terapeuta." No entanto, o psiquiatra é enfático ao afirmar que a tecnologia não substitui a formação profissional, baseada essencialmente na troca humana. "Existem etapas fundamentais. Nossa formação é baseada na supervisão humana. Nos formamos a partir da experiência de outro profissional, que vai nos orientando, discutindo como estamos vendo os casos. A IA não pode substituir isso." Além disso, a ferramenta carece de profundidade para compreender diferentes linhas teóricas e conceitos complexos. "Se não estudarmos as teorias, a IA não vai fazer isso pelas pessoas. Vai, no máximo, oferecer um compilado superficial de teorias." Outro ponto crítico é a velocidade das respostas geradas pela IA, que pode criar uma falsa sensação de clareza em cenários terapêuticos marcados pela incerteza. "Isso gera uma ilusão de que a situação está muito clara. Terapias são cenários de incerteza, ambiguidade, de não saber o que está acontecendo. Já a IA sabe tudo. Vai na contramão de um princípio básico das psicoterapias, de que existe um tempo para elaborar certas questões e problemas. Que o paciente precisa de um tempo para entender. Que respostas não são tão fáceis. Em um mundo imediatista, isso é extremamente perigoso." Para Leite, o psicólogo não deve tentar competir com a velocidade da máquina, sob o risco de comprometer o processo de elaboração. "A ferramenta acaba por reduzir a tolerância do terapeuta sobre não saber. Muitas vezes não sabemos como intervir, e isso não é necessariamente ruim. É a janela para refletir melhor os casos, buscar supervisão. Terapia exige tempo, mergulho." Por fim, ele reforça que o uso de IA exige o consentimento explícito do paciente para evitar violações éticas e legais. "Há dados sensíveis, o paciente tem o plano direito de saber e, depois, concordar ou não, inclusive com uso de termo de consentimento. Não há uma regra sobre isso hoje, mas é uma questão de proteção ética e legal." Empresa promete, em seu site, apoio de IA em sessões de terapia BBC/Reprodução Veja mais: A brasileira que viraliza traduzindo o caos da IA: 'As pessoas estão perdidas' 'Nossa plataforma não substitui o profissional' A plataforma Psidigital oferece aos clientes o que chama de um "assistente virtual" nas sessões, "capturando os principais pontos enquanto você [o psicólogo] se concentra no paciente". A ferramenta promete gerar automaticamente um "relatório completo ou laudo psicológico de forma detalhada e estruturada, com sugestões e insights para as próximas etapas do tratamento ou seleção de candidatos." Promete também "sugestões de intervenção baseadas nos principais autores de cada abordagem terapêutica, como Freud, Jung, Winnicott", dentre outros. O engenheiro mecânico Gustavo Landgraf, criador da Psidigital, teve a ideia de criar um programa que ajudasse psicólogos junto com sua esposa, Leilane, que é psicanalista. "Ela fazia anotações durante e depois das sessões e tinha um monte de papeis", lembrou. O projeto começou com a criação de um sistema que ajudaria com agenda, prontuário eletrônico e cadastro de pacientes, por exemplo. "Em um mês e pouco ficou pronto. Ajustamos e passamos para alguns profissionais", disse. Em 2024, veio a ideia de incorporar inteligência artificial. "Tive um insight: e se houvesse um assistente dentro da terapia, da sua sessão, que anotasse tudo que você falou e tudo que o paciente falou, e depois entregasse um relatório detalhado do que aconteceu. Será que ajudaria?" Gustavo lembra que a esposa adorou a ideia. Uma das dificuldades dos terapeutas, disse, é justamente dividir a atenção entre o paciente e o bloco de notas. "Quando procurei na internet só achei sistemas de gestão, como o que eu tinha criado. Mas não tinha nada parecido com esse assistente, que acabei criando. Fomos os primeiros a fazer", afirmou. Landgraf disse que houve resistência inicial, especialmente pelo receio de ter uma gravação com as falas dos pacientes. Então decidiu que a plataforma não guardaria nenhuma gravação nem transcrição, que são descartadas ao fim de cada sessão. O que fica armazenado, explica, é um resumo, que segue a abordagem definida por cada psicólogo. Ele diz que há proteção dos dados por criptografia e também por um sistema com duas senhas, uma para entrar na plataforma e outra abrir os prontuários dos pacientes. "Também incentivamos que, ao cadastrar o paciente, que sejam usados nomes genéricos, não o nome real da pessoa." Outra vantagem, destaca ele, é que a tecnologia não perde nenhum momento da sessão. "Muitas vezes o terapeuta está ali escutando e passa algo pela cabeça, seja pagar uma conta ou buscar filho na escola. Nesses lapsos o profissional pode acabar perdendo algo importante do que foi falado. A inteligência artificial não tem distração." Ele destaca que alguns clientes da plataforma atendem até nove pacientes por dia, o que fazia com que muitos deixassem o trabalho de organizar as anotações das sessões para o fim de semana. "As pessoas dizem: seu sistema me fez ganhar o fim de semana. Hoje conseguem, antes da sessão, pegar o que já foi falado, o resumo. Além disso, a inteligência artificial consegue criar questões para abrir a sessão seguinte." Ele destaca que é "desejável" buscar o consentimento dos pacientes antes de fazer uso da tecnologia. "Como plataforma não tenho como garantir que os profissionais vão fazer isso. A pessoa pode falar que fez e não fazer. Mas sugerimos que peça esse consentimento." Afirma, no entanto, que o modelo manual não garante necessariamente mais privacidade. "Muitos profissionais fazem anotação em papel e deixam isso numa pasta. E se essa pasta for roubada? Quando uma pessoa está tomando notas, ela não pede permissão. Ainda assim, de forma geral, incentivamos a comentar com o paciente que a ferramenta está sendo usada." Ele destaca que o uso da plataforma é mais vantajoso em relação a usar uma IA genérica, como o ChatGPT, por uma série de motivos: a agilidade em receber os resumos, a segurança de não deixar nenhuma gravação guardada e também a segurança de que os dados não serão usados para treinar algoritmos. "Muita gente usa a versão gratuita dessas IAs. Depois isso pode ser usado (pelas plataformas) para treinar a própria IA." O engenheiro diz que a plataforma não foi criada para substituir os profissionais. "Ela é uma ferramenta para potencializar o tratamento, dar dicas, resumir o que foi falado e deixar tudo organizado dentro do prontuário daquele paciente. Mas não substitui terapeuta. A IA é muito amiga, não questiona se alguém está errado. Além disso, a IA só pega o que foi falado, mas não as expressões humanas, do rosto, do corpo. " 'Profissionais devem assumir responsabilidade', diz conselho de psicologia Carolina Roseiro, conselheira do Conselho Federal de Psicologia (CFP), diz que as discussões sobre IA começaram há três anos, mas que o ritmo das mudanças obrigou o conselho a produzir orientações "com elasticidade". Ela diz que o cenário atual já deixou claro que "a IA não é tão inteligente assim", tem limitações técnicas e éticas e não é neutra, pois "depende de uma programação, que vai reproduzir discriminações". Ela afirma que a orientação central do CFP é que cada profissional assuma integralmente a responsabilidade pelo uso dessas ferramentas. "Qualquer resposta que essa tecnologia der é responsabilidade da pessoa que deu o comando." Roseiro explica que a mediação humana é indispensável porque a IA não estabelece sozinha limites éticos nem compreende contexto clínico. A conselheira reforça que o uso de IA para fins de saúde mental pelo público em geral não é recomendado, a não ser em ferramentas criadas especificamente para isso e com um responsável técnico. O CFP está preparando duas cartilhas sobre o tema, que serão lançadas em breve. Uma será voltada aos profissionais e outra, para a população em geral. Outro ponto que ela considera fundamental é o consentimento do paciente, por escrito, que não deve se limitar à autorização para gravar de sessões, mas também a qualquer uso da IA em qualquer etapa do atendimento. Carolina alerta ainda que, se a ferramenta não garantir sigilo, o psicólogo pode ser responsabilizado por quebra de confidencialidade.

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