quarta-feira, 24 de dezembro de 2025

Governo Trump anuncia sanções contra grupos europeus que combatem discurso de ódio nas redes


O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na terça-feira (23) sanções contra cinco personalidades europeias que defendem uma regulação severa da tecnologia e o combate à desinformação online, incluindo o ex-comissário francês Thierry Breton. ✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp As ações destas pessoas, que tiveram a entrada proibida nos EUA, são similares a uma "censura" em detrimento dos interesses americanos, justificou o Departamento de Estado. "Por muito tempo, os ideólogos na Europa lideraram esforços organizados para coagir as plataformas americanas e punir os pontos de vista americanos com os quais não concordam", criticou o secretário de Estado, Marco Rubio, na rede social X. Veja os vídeos que estão em alta no g1 "A administração Trump não tolerará mais estes atos atrozes de censura extraterritorial", acrescentou. A medida tem como alvo Thierry Breton, ex-comissário europeu do Mercado Interno e responsável por liderar a regulação digital na Europa. O francês entrou em choque com empresários do setor de tecnologia, como Elon Musk, por fazer cumprir as normas da União Europeia. O Departamento de Estado descreveu Breton como "o cérebro" por trás da Lei de Serviços Digitais (DSA, sigla em inglês), legislação que impôs medidas de moderação de conteúdo e regras de proteção de dados às principais redes sociais. "Volta a soprar um vento de macarthismo?", questionou Breton em sua conta na rede social X, em uma referência à caça às bruxas anticomunista promovida pelo então senador americano Joseph McCarthy na década de 1950. "Um lembrete: 90% do Parlamento Europeu, eleito democraticamente, e os 27 Estados-membros aprovaram por unanimidade a DSA", acrescentou. "Aos nossos amigos americanos: a censura não está onde vocês pensam." As outras quatro pessoas afetadas pela proibição de entrada nos EUA são representantes de ONGs que combatem a desinformação e o ódio online no Reino Unido e na Alemanha. A lista inclui Imran Ahmed, fundador do Centro de Combate ao Ódio Digital (CCDH, sigla em inglês), que entrou na mira de Musk após a aquisição do Twitter, rebatizado como X. Anna-Lena von Hodenberg e Josephine Ballon, da organização alemã HateAid, também são alvo da proibição. O Departamento de Estado afirmou que a entidade sem fins lucrativos tem a função de "reforçar" a DSA. O grupo de sancionados é completado por Clare Melford, que dirige a organização Global Disinformation Index (GDI). Em uma mensagem no X, o vice-presidente da Comissão Europeia e comissário de Estratégia Industrial, o francês Stéphane Séjourné, afirmou que "nenhuma sanção calará a soberania dos povos europeus". "Meu antecessor Thierry Breton atuou em nome do interesse geral europeu, fiel ao mandato recebido dos eleitores em 2019 (...) Total solidariedade a ele e a todos os europeus afetados", afirmou Séjourné. Jean-Noël Barrot, ministro francês das Relações Exteriores, afirmou que "as pessoas na Europa são livres e soberanas e não podem permitir que outros imponham as normas que se aplicam ao seu espaço digital". Ataque Desde que voltou à Casa Branca em janeiro, Trump promove uma ampla ofensiva contra as normas da UE sobre tecnologia que impõem regulamentações às plataformas, como a notificação de conteúdos problemáticos, que Washington considera uma violação da liberdade de expressão. O bloco europeu dispõe do arsenal jurídico mais poderoso do mundo para regular o âmbito digital. O governo dos Estados Unidos não gostou da multa de 140 milhões de dólares imposta pela UE no início de dezembro à rede social X, de Elon Musk, descrita por Rubio como um "ataque contra todas as plataformas tecnológicas americanas e contra o povo americano". De modo geral, Trump mantém a Europa no alvo. Em sua nova Estratégia de Segurança Nacional, o governo do republicano cita um "apagamento civilizatório" do Velho Continente. Washington também critica, sem distinção, as instâncias europeias "que minam a liberdade política e a soberania", as políticas migratórias e até mesmo "o colapso das taxas de natalidade". O presidente dos EUA, Donald Trump, discursa para a nação na Casa Branca em 17 de dezembro de 2025 Doug Mills/Pool via REUTERS

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